No frio de dezembro escrita por Ino


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Então, minha gente, eu tirei a linda da Naida Schlotefeldt (ou só Naida no Nyah! :3) e sim, estou dando ctrl c + v no sobrenome na maior cara de pau. MULHER, ME ENSINA A PRONUNCIAR SEU SOBRENOME?
Enfim, essa one é mais sobre Draco, e não Dramione, mas ainda assim, saíram pitadinhas no final que indicam rumos Dramiones. u-u
Boa leitura. ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/667390/chapter/1

Numa manhã fria de dezembro, Draco Malfoy ouviu os próprios passos ecoando na gigantesca (e vazia) mansão em que morava. Ele não tinha nada para fazer, como em todos os dias desde que havia saído de Hogwarts.

Do lado de fora da mansão tudo estava branco, coberto de neve, o que deveria impedir que qualquer um saísse de casa naquele dia. Foi isso que encorajou o rapaz a se agasalhar, colocar as botas preparadas para a neve e então sair porta a fora.

Se antes a família Malfoy era uma das mais poderosas no mundo mágico, um ano e meio após a queda de Voldemort ela não era mais nada. Lucius estava em Azkaban, Narcisa “espairecendo” na Irlanda (sim, com aspas, pois já fazia um ano) e Draco morando completamente sozinho num lugar onde caberiam dezenas de pessoas.

Apenas os seus amigos mais próximos ainda tentavam manter contato, mas Draco não facilitava. Ele se esquivava. Queria ficar sozinho com o seu passado, esquecer-se do presente e continuar sem perspectiva do futuro.

Não naquela manhã, entretanto. Alguma coisa na neve do lado de fora mexeu com o lado de dentro do Malfoy. Quando ele notou, já estava aparatando para Hogsmead e andando em direção ao Três vassouras, perdido em pensamentos.

Porém quando chegou lá, encontrou o estabelecimento fechado, juntamente com uma pessoa sentada encostada à porta. Chegando mais perto, percebeu que era Hermione Granger. Sabendo que provavelmente receberia lufadas de ódio se continuasse andando naquela direção, quase deu a volta, mas, por fim, a curiosidade de saber o porquê de o lugar estar fechado o venceu.

Ficou parado na frente de Hermione, entretanto ela estava imersa em pensamentos olhando para o chão, ainda não havia notado sua presença. Draco, então, se sentou ao lado dela, esperando que percebesse que ele estava ali: esse momento não veio. Logo se sentiu obrigado a começar a conversa meio indesejada:

― Então, Granger, você sabe por que esse lugar está fechado ou impediram a porta e você ficou aqui para avisar de alguma passagem secreta para dentro?

Hermione deu um pulo ao ouvir a voz do recém-chegado, tinha passado a última meia hora encarando os sapatos, sentada no chão, porque havia se esquecido de que o lugar fechava no feriado e ela não tinha nenhum lugar melhor para ir, desde que estava evitando a casa dos Weasley. No momento em que foi surpreendida por Draco Malfoy, estava enumerando na sua cabeça todos os motivos pelos quais não deveria aparecer na toca naquele natal.

O primeiro deles era que havia terminado com o Ron no Natal passado, então seria constrangedor fazer a ceia na mesma mesa. Ou na mesma casa. O segundo se resumia ao fato de que, no natal passado, eles tinham brigado na frente de toda a família, Hermione sentia as bochechas enrubescerem só de pensar em aparecer na frente da Sra. Weasley depois daquilo. O último era que... Ela realmente, realmente não queria ver seu ex-namorado, não hoje que fariam um ano desde que terminaram a relação, preferia ficar ali, com os dedos do pé começando a congelar, do que ter que lidar com isso.

O que impediu Hermione de responder Draco rudemente, assim como ele havia sido, foram as olheiras na sua pele clara e o olhar perdido que notou no seu rosto assim que o olhou.

― Você esqueceu que é natal, Malfoy? ― Arqueou uma das sobrancelhas. As dele se franziram e a boca se abriu, mas logo tratou de se recompor. Mione sabia por experiência própria que era preciso descer bem baixo para se esquecer do natal.

― Se é natal, o que você ainda faz aqui? Não deveria estar com o seu namorado, o cabeça de cenoura, e seus amigos insuportáveis?

Hermione ignorou as ofensas, decidindo que tentaria deixar a conversa andar por rumos mais amigáveis (se o rapaz ao seu lado tornasse isso possível).

― Terminei com o Ron ano passado, por isso achei melhor passar esse natal afastada, Malfoy. ― Ela olhou para Draco. A última vez que tinha o visto havia sido mais ou menos um ano e meio atrás, na batalha. Todavia, ele parecia cansado e perdido como no sexto ano. ― E você pode me chamar de Hermione.

Draco não sabia o que dizer sobre um rompimento, mas também tinha a vaga sensação de que a garota ao seu lado não queria falar sobre isso, então simplesmente mudou o assunto.

― Você pode me chamar de Draco, vamos considerar isso um milagre do natal ― ele disse, pego de surpresa e mesmo que não acreditasse em milagres de natal.

Hermione sorriu.

Na segunda vez que Draco e Hermione se encontraram, foi no ano novo, ou quase nele. Ela fugia da Toca, e ele, da solidão. Porém, nessa vez foi Hermione quem o encontrou, sentado encostado na porta fechada do Três Vassouras, assim como ela estava dias atrás.

Draco tinha duas canecas de cerveja amanteigada e a ofereceu uma assim que se sentou do seu lado, Hermione estava surpresa por vê-lo ali, ainda que, ao mesmo tempo, achasse reconfortante ter companhia.

― Fugindo, de novo? ― perguntou ele, enquanto ela aceitava a caneca.

― Sim, e você?

― Também. ― Draco passou a mão pelos fios louros e ela virou o tronco em direção a ele, para poder enxergá-lo melhor.

― Do que você foge, Draco? ― ela perguntou e o rapaz tremeu por ter ouvido seu nome pela primeira vez saindo daqueles lábios.

Não sabia se devia responder abertamente, falar uma frase de efeito enigmática ou continuar em silêncio. E foi naquele momento que uma camada de gelo sobre o coração do garoto se derreteu.

― De uma mansão vazia ― respondeu, simplesmente, tornando a encher a caneca com uma garrafa térmica que tinha trazido. Hermione não era burra e também sabia muito sobre sentimentos, então entendeu mais do que foi dito.

Depois de mais algumas horas, a garrafa térmica esvaziada e poucas palavras trocadas, Hermione se levantou, pronta para ir embora, mas algo fez com que Draco segurasse o braço dela, mantendo-a no lugar.

― Sim? ― questionou, virando-se para ele.

― Ainda falta um pouco para a virada... Você sabe... Poderia me acompanhar lá em casa, quem sabe com algum vinho ― convidou, sem jeito. Sentia-se estranho por estar convidando alguém que sempre detestara para ir à sua casa, todavia não queria ficar sozinho, e a companhia de Hermione o agradava.

― Eu não vou transar com você ― avisou, divertida, mas aceitou o convite com um sorriso. Draco riu abertamente pela primeira vez naquele dia, se levantou e a ofereceu o braço, como um cavalheiro.

Aquele final de ano foi o último que Draco passou sozinho (na verdade, foi o último feriado sozinho), porque por mais que ele, às vezes, se irritasse com o jeito grifinório que Hermione tinha de ser, no ano seguinte e nos que vieram depois, ela foi sua companhia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá, de novo. ♥
Espero que tenham gostado dessa pseudodramione, de verdade.

A gente se vê por ai. -q