Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 6
Prazer, Sasuke Uchiha.


Notas iniciais do capítulo

Ohayou, nekos lindos do meu S2. Mais um capítulo para vocês, esse, praticamente autoexplicativo.



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Zeus (Kakashi): – É o deus principal, governante do Monte Olimpo, rei dos deuses e dos homens. Era o senhor do céu e o deus da chuva, aquele que tinha o terrível poder do relâmpago. A tempestade representava a sua fúria. Sua arma era o raio e sua ave a águia, animal em que costumava se transformar. Zeus era um tanto mulherengo e teve diversas esposas e casos com deusas, ninfas e humanas, tendo vários filhos semideuses, entre eles, Hércules e Perseu.



25/05/2015, uma semana depois.

Era mais uma quarta-feira, mais um dia de aula. Graças aos acontecimentos da semana passada com Ino e Naruto envolvidos, Sasuke conseguiu se aproximar mais de Hinata, o que era ótimo, pois recuperara em uma semana, o que perdera na outra, conseguindo conhecer melhor a garota. Naruto o havia contado que Hinata ouvira a conversa deles, e além de achar engraçado, o moreno dissera que precisavam tomar mais cuidado quando fossem treinar, assim garantiam que mais ninguém ouviria a conversa deles por acaso. Sasuke não contara sobre Ino saber sobre os Servos, ainda estava pesquisando, e assim não alertava o loiro, que com certeza iria até ela perguntar diretamente.

Naruto ainda não conseguira nada com Sakura, nem um fio de que ela gostava dele. Se perguntava se seu Talento estava começando a enferrujar, ou se Sakura era resistente a si como Hinata era. Bom, poderia testar, afinal, muitas meninas suspiravam quando passava, mas brincar com os sentimentos das garotas era errado, ainda mais com humanas.

Ino agia normalmente, afinal era normal, a medida do possível, ninguém era normal. O mal-entendido com Naruto fora resolvido e não se falava mais nisso.

Era de tarde. Hinata estava no trabalho, Sakura tinha saído com Temari, como de costume ambas só saiam juntas. Neji e Tenten também saíram, era sempre assim pelo visto, só não declaravam serem namorados, porém, vira e mexe saíam para assistir lutas, jogos, nada que namorados normais faziam. Matsuri ficara em casa junto de Gaara, Hidan fora trabalhar, conseguira há alguns dias e já começara. Naruto fora para a casa dos Servos, dizendo que veria alguém lá para poder treinar um pouco, provavelmente competiria com o Servo de Hermes de novo, Lee. Shikamaru estava dormindo, para variar, e quando Sasuke enfim reparou em sua marca, juntou o fato dele ser o mais inteligente da sala, mesmo sendo tão preguiçoso, e o enquadrara para saber se ele era um Servo. Claro, não perguntara: “Ei, Shikamaru, pela pena de coruja na sua mão significa que você é um Servo de Atena, certo?”. Fizera questão de deixar sua marca amostra, e perguntara algo para ele em Grego, o que não adiantou, pois o garoto dissera que era uma tatuagem e não entendera o idioma, mas não significava que estava livre de suspeitas. Depois de Ino, Sasuke começou a ficar mais atento a seu redor.

E o que ele fazia? Bom, Sasuke escalava a parede. Seu objetivo era o quarto do segundo andar, e entraria nele sem ser descoberto. Poderia entrar pela porta, mas seria impedido por Koharu, então era bem mais fácil subir a parede, afinal, dois andares não eram nada para um Servo de Zeus.

Quando chegou a janela, entrou sem fazer barulho, assim não chamaria a atenção dos vizinhos de quarto. Não chamaria de qualquer jeito, havia ativado a barreira. Quem queria já estava ali, parada, então foi na direção dela.

– Tudo isso só para me trazer aqui? – ouvir a voz da garota o surpreendeu, e quando esta foi se virar, apressou-se para jogá-la contra a parede, prendendo os braços dela acima da cabeça, onde não poderia machucá-lo. – Por acaso ser mulherengo é algum talento? – perguntou sínica.

– Eu sei quem você é, loira. – disse com o rosto próximo ao dela, tentando provocá-la.

– Então quem eu sou, Sasuke Uchiha? – perguntou com um sorriso de lado.

– O Cúpido, Ino Yamanaka. – falou. – E eu tenho muitas perguntas para você.

– Você é bem esperto, diferente do Naruto, mas acho que pode me soltar. – assoprou-o e o garoto a soltou. – Pode se sentar na sua cama. – o garoto seguiu para a cama, sentando-se nela e ela foi para a de Naruto. Sasuke piscou algumas vezes, antes de notar que não estava mais de frente para ela.

– Eu não estava...

– Ali? É, mais eu usei de persuasão para fazer você sentar. – sorriu para ele, mantendo um sorriso sínico no rosto.

– O que fez? – levantou-se.

– Calma, Sasuke, vou responder a todas as suas perguntas, mas senta. – estava um pouco mais distante, mas assoprou-o mais uma vez, fazendo com que o moreno se sentasse. – Você caí tão fácil. – gargalhou.

– Argh, para de fazer isso.

– Eu apenas o estou fazendo se apaixonar por mim. – falou como se aquilo não fosse nada.

– Eu estava certo. – falou em uma reflexão. – Pare de me fazer se apaixonar por você, eu já gosto de alguém.

– Não é verdadeiro. – disse.

– Como assim? Não pode sair por aí julgando se a paixão dos outros é verdadeira ou não! – falou bravo.

– Claro que posso, sou o Cúpido, lembra? Você mesmo disse. – falou. – Só não pensei que quando me chamou para vir aqui era por isso. – confessou.



Como de costume, estavam todos reunidos no recreio. A mesa era praticamente deles, pois sempre se sentavam ali.

Alguma novidade, gente? Tem estado um tédio essa semana. Ninguém morre, ninguém que eu conheça – passou o olho pela mesa – namora ou termina, ninguém ganha o Oscar, na loteria, sei lá, qualquer coisa.

Acho que não deveria desejar o mal dos outros, Ino. – disse Hinata.

Qual o seu problema com meu relacionamento com a Sakura, Ino? – perguntou Sasori, olhando-a. Sabia que a indireta havia sido para si, só não sabia por quê.

Porque algo em você me diz que você não é o cara certo para a Sakura. – respondeu o fitando.

Ino, pode parar de criticar meu namoro? As vezes eu penso que você quer nos fazer terminar para poder ficar com ele! – admitiu a rosada.

Se for para pensar assim pode fazer bom uso dele. Ele seria eternamente o último da minha lista!

E quem seria o primeiro? – a pergunta de Gaara a pegou de surpresa.

Bem...

Não sabemos quem seria o primeiro, mas sabemos quem viria antes de mim lá no final da fila, né G... – um chute forte na perna o calou, tirando o sorriso da cara dele, e ruivo encarou o outro.

Está calado, Naruto. – Hinata falou, chamando a atenção dele.

E você preocupada. – a fala de Ino a fez corar. – Que você gosta de loiros eu já sei, mas não me diga que você...

O tempo está bonito hoje, né Tenten? – tentou mudar o foco da conversa, metendo a amiga que também estava bastante quieta.

Essa foi a pior maneira de fugir de uma conversa que já vi, Hinata. – Temari falou. – Mas nos diga, Naruto, no que tanto pensa.

Temari não está preocupada, é fofoqueira mesmo. – Ino brincou, recebendo uma despenteada de cabelo.

AHHH, meu cabelo não. – colocou a mão no mesmo, apressando-se para arrumá-lo.

Só estava pensando em como conquistar uma garota.

Está sentada nessa mesa? – perguntou Ino.

Sim. – respondeu meio que sem pensar, recebendo um belisco de Sasuke.

Desculpa, mas eu não gosto de loiros. – Gaara tinha que admitir que ficara mais feliz. Naruto seria um forte concorrente pela atenção da loira caso ela se interessasse.

Não disse que era você. – disse.

HA, consegui. Isso diminuí nossas possibilidades para três.

Somos cinco garotas, sem você quatro. – falou Temari. – Quem você retirou?

A Sakura, ué. Ela já tem namorada. Bom, eu também posso tirar a Tenten, reduzindo para duas, você e a Hinata, então se...

Tá bom, loira, sem adivinhações que você não é cigana. – cortou Temari. – Não vamos constranger o Naruto.

Ino, preciso falar com você depois. – falou Sasuke, chamando a atenção de alguns para si. – Se importa de ir lá na fraternidade depois do almoço?

Pode ser as duas? Hoje tenho manicure e passo perto lá da sua casa.

Perfeito, te espero lá em casa.

Ótimo, livrara-se dos loiros e agora precisava concorrer com os morenos.



– Pode desfazer a barreira? Que desperdício de poder e irresponsabilidade. – o garoto a desfez. – Você diz gostar da Hinata, mas só pode resistir ao meu encantamento se estiver amando uma pessoa. Fora isso, só sendo um deus.

– Que bom que tocou no assunto, porque quero saber tudo que você sabe sobre os Servos de Apolo e o Naruto.

– Os Servos de Apolo. – repetiu. – Todos homens, loiros e de olhos claros, com cinco Talentos. Sua marca é um sol na mão direita. São o oposto dos Servos de Afrodite, minha deusa e sogra.

– Pera, o quê? Você é sogra de Afrodite? – perguntou, surpreso.

– Uhum. – a marca das Servas de Afrodite apareceu em sua mão direita, e colocou a mão esquerda em uma distância acima da marca, tornando possível que se visse uma aliança em seu dedo. Escondeu a marca, e a aliança sumiu. – Mas primeiro vamos falar de Apolo, depois pulamos para Afrodite. – disse. – Naruto é Servo de Apolo, ok, mas parece que tem o Talento da beleza masculina forte, estou certa?

– Está, mas é mais do que isso. Com apenas um beijo ele pode fazer as garotas se apaixonarem por ele.

– Isso é algo que as filhas de Afrodite fazem. – refletiu Ino.

– Eu sei, e por isso quero saber de você, Serva dela, será que Afrodite não teria tido um Servo homem? – perguntou.

– Não, ela, assim como Apolo, nunca tiveram um Servo de sexo diferente, apesar de que ele já me chamou para ser sua Serva!

– Até Apolo?

– Sim, mas eu recusei. Minha lealdade é para com Afrodite.

– Já que você é o Cúpido...

– Na verdade, sou esposa dele, então me tornei a Cúpido por isso.

– De qualquer modo, posso confiar um segredo a você. – falou. – Minha família é Serva de Hades, mas eu e meu irmão somos de Zeus.

– Eu nunca ouvi falar de um Servo que mudou de deus! – confessou ela.

– E eu nunca ouvi de um que casou com um semideus, e estamos aqui. Será que Naruto não serviu a Afrodite quando criança, e mudou para Apolo depois, mesmo que não se lembre?

– Pode ser, mas acho que é mais do que isso! – colocou a mão no queixo. – Sabe, meu poder de Cúpido funciona em semideuses, Servos, não importando se tem proteção, humanos, mas só não funciona em um grupo.

– deuses. – concluiu. – Não está insinuando que o Naruto é um deus, está?

– Talvez ele não seja um deus, o Cúpido, o meu marido, não é um deus, é uma divindade, como eu me tornei. Ainda sou uma Serva, mas sou uma exceção que não se encaixa nas classes, apesar de que não poderia vencer uma classe S ou mais do meu grupo.

– O que quer dizer exatamente? Que Afrodite ou o próprio Apolo transformou Naruto em uma divindade, é isso? – perguntou, não parecendo acreditar naquilo que dizia.

– É uma possibilidade, grande possibilidade.

– E por que o beijou? Queria descobrir se ele era ou não um deus ou uma divindade?

– Sim. Se ele fosse um deus, eu pediria para que ele desfizesse meu casamento com o Cúpido. – confessou.

– Não é só você falar com sua deusa? Ela é sua parente, afinal.

– Você falaria para Zeus que a filha Ártemis dele não presta? – arqueou a sobrancelha.

– Visto por esse lado.

– Ela também me casou com ele achando que o mesmo tomaria jeito, obviamente não aconteceu! – confessou. – Como descobriu quem eu era?

– Quando você beijou o Naruto achei que fosse só por você estar gostando dele, por causa do Talento, mas quando fez aquela cena, que agora percebo o quanto foi ridícula e caí nela, de beber o meu refri que a Karin deu, eu juntei alguns pontos, te observei e descobri. – contou.

– Ela havia pego poção do amor com a Shion. Era um tipo forte que se você está pensando na pessoa na hora que batiza a bebida ou comida, é quase impossível desfazer com poções, porém, se a pessoa que não estava sendo pensada beber, fica tudo bem. – explicou. – Por ser a Cúpida, sei identificar uma poção do amor, então ainda tive que desfazer a hipnose do Gaara e falar com a Shion. Não se preocupe que ela não vai mais tentar brincar com você ou o loiro.

– Que medo de você agora, Ino. – admitiu.

– Não se preocupe, meu poder não faz mal a ninguém. Eu só faço casais que tomem a iniciativa se apaixonarem.

– Por isso quer arrumar alguém para todos os seus amigos. – disse. – Mas e o Gaara?

– O que tem ele?

– Por favor, tá na testa dele que ele gosta de você. – falou. – Mas não é por ser compromissada que você não fica com ele, né?

– Servos não podem engravidar humanos ou de humanos! Por isso é melhor nem ficarmos juntos.

– Mas você é a Cúpido, e como tal deve fazer o garoto ficar com quem ele goste, não?

– Esperto você, mas não posso ficar com o Gaara. Não quero dar falsas expectativas para ele! – disse, e parecia triste ao ver do garoto. – Como você mesmo disse, o Cúpido não é tão bom assim. Ele junta casais aleatoriamente, não se importando se eles são apaixonados ou não.

– E você é o contrário.

– Claro. – falou com um ar triste, como se aquilo não fosse o que queria fazer.

– Então poderia me dar uma ajudinha, né? Eu to querendo conquistar a Hinata. – colocou as mãos juntas em uma súplica.

– Só se ela aceitasse sair com você, e mesmo assim, prefiro que você fique com a Sakura.

– Não gosta mesmo do Sasori, hein. Está pior do que eu. – Falou e ainda acrescentou: – Sem contar que eu e a Sakura nos odiamos.

– Eu consigo ver as intenções das pessoas, e ele não tem a melhor das intenções com ela! – contou. – Sem contar que os opostos se atraem.

Não ficaram mais muito tempo conversando, trocaram algumas informações, tiraram algumas dúvidas um do outro, e ela decidiu seguir o caminho dela. O Uchiha a acompanhou até a porta, onde Matsuri e Gaara ainda viam televisão. Francamente, estavam assim desde cedo, será que não levantariam dali nunca?

– Estava aí, Ino? – perguntou, olhando para ela e Sasuke, e não pôde deixar de pensar besteira sobre o que estavam fazendo lá em cima.

– Estou de saída. – disse, encarando Matsuri. Gaara não se lembrava de nada que ocorrera com relação ao beijo com Matsuri nem que a pediria em namoro, mas vê-la ali tão descaradamente ao lado do garoto que tentou enfeitiçar a incomodou.

– Tem certeza que não sente nada por ele? – perguntou atrás dela, assim os outros não ouviriam.

– Eu nunca disse que não senti nada. – sussurrou, e isso incomodou o ruivo. O que eles escondiam que os outros não podiam saber. – Bom, gente, tchau.

– Te vejo amanhã, loira?

– Claro. – sorriu para ele, apenas para provocar a colega de casa dele. – E você, Matsuri? Te vejo amanhã? – sorriu sínica.

– Somos da mesma sala, então se eu não passar mal ou morrer até amanhã, sim.

– Não se preocupe, tenho certeza de que ninguém a envenenaria. – arrancou uma gargalhada de Sasuke e acenou, indo embora.

– Não se preocupe, Gaara. – Sasuke foi em direção a escada, sentindo o olhar do ruivo sobre si. – Eu não gosto de loiras.

Seguiu para seu quarto, mas, quando abriu a porta do seu, viu pelo canto do olho que a porta atrás de si havia sido aberta. Nunca fora curioso, mas aquele era o quarto de Gaara e Sai, e como a porta se abriu sozinha, o que era até suspeito, então ficaria com o olho aberto, adentrou o mesmo.

O quarto parecia escuro, talvez porque as cortinas tampassem a janela e bloqueavam a luz do sol de entrar, então dava um ar até de mistério. O quarto era igual ao seu, exceto por como as coisas eram arrumadas, e os objetos pessoais que haviam no quarto, e isso incluía uns três quadros do lado esquerdo do mesmo. Era quadros lindos e pareciam até reais.

Foi até um deles, colocando a mão. Pensando bem, não lhe eram estranhos.

– Você não deveria estar aqui! – a voz o assustou, e virando-se para trás, viu Sai parado de costas para a porta, agora fechada. Não ouvira o barulho dela fechando, assim como não ouvia o barulho dela sendo trancada lentamente pelo outro moreno.

– Você quem fez esses desenhos? – perguntou Sasuke, voltando-se para os quadros.

– Gostou? – sorriu, mas era o mesmo sorriso sem expressão que dava.

– Uhum. – disse. – Na verdade, – em um movimento rápido, mais até do que de Sai, jogou-o contra a parede, prensando-o ali – são iguaizinhos aos que me atacaram. – falou, encarando-o nos olhos. – Quem é você, Sai?

– Eu sou o Sai, Sasuke.

– Ironias não são o seu forte! – disse. O moreno mais pálido colocou as penas ao redor do corpo do outro, botando as pernas ao redor da perna de Sasuke, em um movimento estranho, mais eficiente, que serviu para afastar as pernas de Sasuke, desequilibrando-o e levando o garoto a ficar de joelhos, arrastando Sai junto. O mais pálido saiu de perto do Uchiha e tentou correr, mas teve o pé segurado e caiu no chão, rolando no pequeno espaço entre uma cama e outra, acabando por baixo de Sasuke.

– Agora não tem para onde fugir. – segurou as mãos do moreno para que ele não reagisse. Sai tentou dar uma cabeçada em Sasuke, porém, o mais pálido quem sentira dor, não o outro. – O Naruto sempre disse que eu tenho uma cabeça dura. – sorriu de canto.

– Que barulho é esse? – a porta foi aberta pelo outro dono do quarto que possuía a chave, Gaara, vendo Sasuke em cima de Sai no chão. – Desculpa atrapalhar, não sabia que vocês gostavam disso.

– Não é... – o ruivo fechou a porta, saindo. – Tanto faz. Diga-me logo, por que... – a mão de Sai brilhava, e nela, a marca de um Servo de Ares, uma lança. O moreno ficara surpreso, afinal, vira que o moreno não tinha uma marca quando se conheceram. A menos que ele pudesse esconder a marca como Ino.

– Barreira. – ouvir aquelas palavras fez Sasuke tentar sair de perto de Sai, mas já era tarde. Havia sido jogado contra o teto, enquanto Sai rolara no chão, fazendo com que Sasuke caísse no mesmo. O pálido se jogou pela janela, caindo do lado de fora da casa.

– Não vai mesmo. – Sasuke repetiu o gesto do outro, dando de cara com uma daquelas criaturas o atacando de surpresa, o jogando no chão. Sua sorte que mudara de roupa assim que pulou e que todas as coisas destruídas na barreira eram refeitas depois. – Você vai me contar direitinho o porquê de ter me atacado.

– Veremos. – Sai sorriu de lado. Fora a primeira vez que vira uma expressão no rosto dele, mesmo que uma de alguém maluco. Bom, era Servo de Ares, em geral sentiam prazer e excitação em entrar em batalhas.

O garoto desenhou alguma coisa em um papel, e o desenho saiu e atacou o Uchiha, que o destruiu.

– Se você ataca a distância, – pulou em uma voadora na direção dele, e Sai teve que usar os braços para bloquear, sendo jogado para trás. – só preciso ficar perto de você.

– Não é atoa que é Servo de Zeus, um bom guerreiro.

– Elogios não o farão apanhar menos! – correu na direção dele, que virou seu, até então pincel, revelando uma lâmina na parte de cima. Como não notara em uma lâmina em um pincel, que aliás era um combo: pincel de um lado, espada de outro.

Invocou rapidamente suas luvas, tentando acertar um soco no garoto, que usou a espada para se defender.

– Como esperado de uma arma de Hefesto. – falou Sai.

– Não se destrói nem chocando com outra. – complementou Sasuke. – Vai começar a falar agora ou esperar eu te derrotar?

– É claro que os Servos do deus do deuses se acham. – afastou-o, indo para cima e tentando lhe acertar, entretanto, o garoto desviara de todos os golpes. – Não é ruim para um Servo de Zeus, Sasuke. – falou com ironia, tomando a defensiva.

– Percebeu tarde, Servo de Ares. – tentou lhe acertar um soco, contudo, o mesmo da primeira vez aconteceu, mas dessa vez sorriu. Segurou a mão de Sai, que tentou se soltar, sem sucesso. Estalou o dente, causando uma pequena explosão entre ambos, jogando o moreno contra um poste. Antes que Sai pudesse se levantar, colocou o pé no peito dele, impossibilitando-o. – Sugiro que desista. Até hoje não precisei usar meu Talento mais forte para derrotar os monstros, então se não quiser ser o primeiro a experimentar, fique deitado.

– Você me pegou. – soltou sua arma, colocando o dedo da forma que os Servos precisavam colocar para mostrar que não havia ressentimento, o que havia.

– Quero saber o porquê de me atacar. – não fez o cumprimentando, apenas o encarou.

– Era um teste, não é óbvio? Ou achou que a porta estava aberta atoa? – perguntou e o moreno se odiou por seguir lá para dentro, mesmo que atento. – Como Servo de Ares do tipo invocador de animais, precisava saber se meus novos colegas de casa eram fortes o suficiente. – sorriu com deboche, mesmo sendo a verdade.

– Poderia ter nos matado com seu “teste”.

– Sasuke, se eu os quisesse mortos, estariam! – falou sério, e isso incomodou o Uchiha. Como já obtivera sua resposta, mesmo não gostando dela, colocou os dedos no cumprimento e Sai os aceitou. O telefone do moreno vencedor tocou, e vendo que era Ino, atendeu.

– Fala, loira, estou acabando de sair de uma briga.

– Homens e seu descontrole. – falou.

– Eu fui atacado. – defendeu-se.

– Mentira, ele me jogou contra a parede. – gritou Sai, abrindo um sorriso travesso e desviando de um chute de Sasuke.

– Não sabia que você gostava dessas coisas, Sasuke.

– Até você, Ino? – suspirou. – Para que me ligou?

– Preciso que vá em um endereço para mim, é superimportante. Poderia fazer esse favorzinho para sua amiga Cúpido?

– Onde? – revirou os olhos. Se Ino lhe ligou, e se usara a desculpa de ser a Cúpido, devia ser mesmo importante. E era melhor que fosse.

Servos e Humanos –

– Sasori, onde estamos indo? – perguntou Sakura. Era fim de tarde quando se separou de Temari ao encontrar o namorado, e agora iam juntos para algum lugar que o garoto não revelava para ela.

– É segredo. – andaram mais um pouco, até que pararam de frente a um motel em um beco.

– O que estamos fazendo aqui?

– Ah, Sakura, estamos juntos a quase um ano e nem ficamos juntos ainda! – falou, tentando levá-la para dentro.

– Eu não quero, Sasori.

– Eu já reservei um quarto só para a gente

– Me solta, Sasori. Eu vou pra casa! – disse, e por mais que houvessem pessoas na rua, estavam longe ou distraídas demais para notar que um garoto tentava arrastar sua namorada para um motel.

– Vai ser legal, Sakura, eu prometo.

– Ela disse que não quer. – arrependeu-se de ter dito aquilo assim que recebeu os olhares do casal. Havia saído do meio da cidade para a ponta dela, e não é que a ligação fora importante. Mas isso lhe levava a pensar: se Ino sabia que aquilo aconteceria, ou se estava vendo a cena, mesmo que não pudesse senti-la ali, por que não impedir ela mesma?

– Sasuke? – estranhou Sakura. Quais as chances de Sasuke passar por ali na mesma hora em que ela não queria ir para um motel? Isso mesmo, nenhuma.

– O que quer aqui, Uchiha?

– Eu? Nada. – andou até eles, parando na metade do caminho. – Mas você que se divertir hoje, hein, safadinho. – disse, olhando para o hotel.

– Isso não é da sua conta!

– Não é da minha conta? Eu andei metade da cidade atrás da Sakura. – falou.

– De mim? – estranhou novamente.

– Vamos para casa? – perguntou, ignorando a presença do namorado dela.

– Ela não vai a lugar algum com você! – disse o ruivo, se colocando entre eles.

– Não, acho que ela não vai a lugar algum com você!

– Desde que te vi sabia que estava de olho na minha namorada! – exclamou.

– Que inseguro, Sasori? Por acaso não se garante? – perguntou, recebendo um soco do lado esquerdo do rosto, virando-o.

– Você tem sorte de... – outro soco, dessa vez virando o rosto do moreno para o lado direito.

– Para Sasori! – gritou Sakura, tentando se soltar do garoto e ajudar Sasuke, mas o ruivo não a largava nem por um sacrilégio.

O Uchiha fechou os olhos, tentando não perder o controle, mas quando um soco o atingiria novamente, segurou-o de olhos fechados.

– Sabe, hospedeiro de Hefesto ou não, você vai apanhar! – usou a mão livre para socar o ruivo, até que o mesmo soltou Sakura e tentou usar a sua mão livre para defender, então o moreno entortou o braço direito dele, prendendo-o para trás. Sasori tentou usar o esquerdo, mas Sasuke o segurou também. Pulou e largou os braços do ruivo, dando lhe um chute que o jogou contra o chão, enquanto ele mesmo caiu de bunda.

– Parem, os dois. – falou Sakura, se pondo na frente.

Sasori se levantou e passou por ela, derrubando-a no chão e indo para cima de Sasuke, que continuava sentado no chão. Odiava aquele golpe que aplicou no ruivo, sempre doía sua bunda. O ruivo tentou lhe acertar um chute, mas o moreno desviou e acertou a perna dele, desequilibrando-o para logo em seguida acertar sua barriga e o afastar, podendo se levantar.

Sentiu sua marca brilhar e amaldiçoou a má hora para aquilo. Deu alguns passos para trás, tentando sair do beco e ver onde estaria o monstro, e o achou correndo atrás de alguns humanos que fugiam pensando se tratar de um animal selvagem.

– Classe B, tipo lobo. – seu primeiro tipo lobo desde que chegara na cidade. Enfrentara apenas tipos dragões. Ativou a barreira, chamando a atenção do animal para si. Ótimo, agora não atacaria mais humanos.

– O que é aquilo? – olhou para trás surpreso e viu a ele e Sakura do mesmo jeito, ambos o haviam seguido. Então o desgraçado era um Servo. Não, parando para pensar melhor, ele disse “aquilo”, então não poderia saber. Talvez pudesse se mover por ser hospedeiro de Hefesto.

– Voltem para o beco. – gritou.

O lobo correu na direção deles, e como Sasuke havia se virado para dar a ordem, o lobo passou perto de si, batendo com o rabo em sua cara e não lhe dando tempo de reação. O animal continuou o caminho, e Sasori saiu correndo pelo beco, enquanto Sakura, assustada demais para correr, deu um passo em falso e caiu no chão. O monstro rosnou e pulou em cima dela, que fechou os olhos, esperando sua morte. Pelo menos tivera uma vida boa, né? Fizera amigos e descobrira nos últimos minutos que seu namorado não prestava.

– Eu disse para fugir idiota. – Sasuke caíra na sua frente, de lado para si. O moreno havia pulado junto do animal e lhe dado um soco com as mãos nuas, com suas luvas de treinamento, o que era a mesma coisa que mãos nuas. Poderia usar a arma de Hefesto e colocar em forma de luva, como com Sai, mas um classe B não merecia.

O animal fora jogado contra a parede, destruindo um pouco dela. Vendo que ainda estava vivo, foi até ele, terminando de matá-lo. Como dissera:

“– Podemos matar todos facilmente!”

– Você está bem? – desfez a barreira, estendendo a mão para ela.

– Q-quem é você? – pegou a mão estendida dele.

– Sasuke Uchiha. – ajudou-a a se levantar.

Servos e Humanos –

Chegando em casa, o garoto foi para o quarto de Sakura, onde lhe contou e explicou tudo, afinal havia conseguido se mover na barreira. Se fosse em outra ocasião, ela nem teria o ouvido, mas ele salvara sua vida de um monstro e do namorado, que era o mesmo que um monstro, então ele a salvara de dois monstros, merecia um voto de confiança.

– Então quer dizer que a Ino é um Cúpido, Sai é um Servo como você, o Naruto e Temari?

– Isso.

– Eu não acredito. – falou.

– Acredite, porque se você não foi afetada pela barreira, significa que você também é uma Serva. – foi até ela e pegou sua mão, não vendo nada ali. – Mesmo que não tenha uma marca. – estranhou. – Amanhã eu falo com a Ino e vejo se ela sabe de algo que não sei.

– Espera, espera, estava me seguindo? – cruzou os braços.

– Acho que tenho coisas mais importantes para fazer, tipo estudar para o teste de amanhã. – disse, voltando a se sentar na outra cama. – Foi a Ino quem me mandou lá.

– Acho que não sei de mais nada e não conheço mais ninguém! – confessou.

– Então, deixe-me me apresentar de novo. – levantou, de novo, estendendo a mão para ela e abrindo um sorriso. – Prazer, Sasuke Uchiha, Servo de Zeus classe A.

– Sakura Haruno, alguma coisa que não sei. – aceitou a mão. – E obrigada por ter me salvo, por falar nisso.

Não gostara de Sakura desde que encontrara ela, para falar a verdade, achava-a irritante até hoje, mas precisava admitir, Serva ou não, ela tinha uma beleza que não achava nas outras Servas.

– É só não se meter em confusões novamente.

Será que a Cúpido sabia de algo quando disse que queria unir ele com Sakura? Será que ela, de alguma forma, podia ver o futuro amoroso de alguém?

Servos e Humanos –

– Zeus, querido. – chamou Hera (Kurenai). Uma mulher branca, cabelos castanhos, olhos vermelhos e quase tão bela quanto vingativa.

– Da última vez que me chamou de querido você exigiu uma estátua sua! – falou Zeus. – Oh, não, acho que da última vez foi para avisar que havia jogado nosso filho do Olimpo! – disse sério, como se guardasse ressentimento até hoje, afinal, era o filho dele.

– Passado, querido. – disse, indo para trás do marido e lhe fazendo uma massagem. – Estou aqui para outra coisa.

– O que quer?

– Sabe do seu Servo que está vigiando o de Apolo? – perguntou, tentando preparar território.

– Claro! Eu o escolhi por ser amigo dele. Se o Servo de Apolo sair de controle, isso será péssimo para todos nós.

– Ele se apaixonou pela garota que joguei do Olimpo!

– O quê? – perguntou irado, afastando-se da mulher e fazendo o barulho de um trovão no céu ser ouvido por todos os Servos no andar inferior. – Mais uma vez jogou alguém do Olimpo e, diferente do nosso filho, ela...

– Eu sei, eu sei. – falou com pouco-caso. – É por isso que estou falando com você antes de tomar uma atitude. Ele não estaria quebrando alguma regra, estaria? É uma ótima desculpa para puni-lo, trazendo-o de volta e afastando-o dela.

– Não, não estaria. – respondeu.

– Tem certeza? Pode puni-lo só por punir mesmo, você é o deus dele!

– Quer saber, deixe-os. – disse.

– Como assim? Ele e ela não...

– Talvez pense duas vezes na terceira vez que for jogar alguém desse monte. – desapareceu, deixando a mulher irada para trás.


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Notas finais do capítulo

Bom, gente, sei que o Sasuke ficou como foco do capítulo todo, mas o próximo Naruto ressurge das cinzas kkk, aí teremos capítulos só para ele, um ou dois.
Bom, na mitologia, o Cúpido, também chamado de Eros, o que veremos daqui a dois capítulos, é filho de Afrodite com Ares ou com outros deuses, mas também é considerado filho de Cronus. Preferi deixá-lo como filho de Afrodite, até então sem um pai deus, logo, um semideus que se tornou um deus, uma divindade – como Hércules, que seria um deus se não houvesse preferido viver na terra.



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