Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 24
Discípulos


Notas iniciais do capítulo

Olá, nekos. Hoje teremos uma revelação.



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Ísis: — Dona dos poderes mágicos, protetora e piedosa, a irmã-esposa de Osíris era muito popular – foi a última divindade egípcia a ser adorada na Europa antes da chegada do cristianismo. O rio Nilo nasceu das lágrimas que ela derramou quando Osíris morreu.



— Vamos, pelo mapa não devemos estar tão longe da próxima cidade. – disse Shikamaru, motivando o grupo, o que por si só já era bem estranho, que subia uma duna. Haviam conseguido sair do baixo Egito sem serem percebidos, e isso significava que fugiram passando pelo muro, como fizeram para entrar.

O grupo enfim chegou em cima da duna, olhando para o horizonte, imaginando se o mapa de Shikamaru não estava quebrado. O mapa deles mostrava que a próxima cidade estava distante, o suficiente para terem que andar por horas para chegarem, e a vista apenas de areia provava isso.

Suspirando cansados, continuaram seu caminho. Pelo menos o sol não os fritava mais, visto que Hinata havia feito chapéus com palmeiras. Não era muito bonito, mas era o que tinham. Suas capas bem confortáveis os protegiam a pele, então só restava esperar que pudessem chegar ainda naquele dia, isso se o sol não sumisse antes.

Voltando a andar, sentiram a areia embaixo de seus pés se mover e, olhando para baixo, viram que um pequeno buraco começava a se formar, puxando-os.

— Pulem. – instrui Shikamaru, apesar de não ser preciso. Naruto e Sasuke agarraram suas namoradas, indo para bem longe. Sai tentou ir também, mas o mau jeito na hora de pular fez com que o pulo não passasse de um normal, não o tirando do lugar.

Todos viram a areia formar uma espécie de redemoinho, girando o Servo de Ares enquanto o sugava para o centro, onde ser submerso o esperava. Lee foi na direção dele, segurando-o antes mesmo que seus pés tocassem a areia novamente e, quando o fizeram, tomou impulso, escapando.

— Te devo uma.

— Disponha.

— Errei. – a voz conhecida os chamou a atenção e viram quando um garoto saiu de dentro da terra mais a frente. Seu cabelo podia estar todo sujo de areia, assim como a roupa, mas dava para se ver ruivo se olhasse bem. Suas roupas eram diferentes das que os egípcios usavam comumente, eram roupas sacerdotais. Usava uma túnica branca, sandálias e cinturão, braçadeiras e um longo colar de ouro. Mesmo em roupas desconhecidas era facilmente reconhecível.

— Estragaram nosso combo. – uma múmia saiu da terra a seu lado, desenfaixando-se, revelando um garoto. Suas roupas eram parecidas, com a única diferença nas peças de ouro, que possuíam pedras negras nelas.

— Gaara? – perguntou Temari, surpresa. Todos estavam, afinal. Haviam deixado o garoto no Japão, junto dos outros, e de repente ele aparecia ali no Egito, vestido de forma tão estranha.

— Você os conhece, Abukar? – perguntou o garoto que saíra de uma múmia.

— Como poderia conhecer inimigos, Kankuro? – perguntou de volta.

— O que está falando? Somos seus amigos. – disse Naruto.

— Eu? Amigo de Servos imundos? – ele riu, irritando os outros. – Sinceramente, prefiro que minha alma seja devorada por Amnut.

— Chamou de cobras da serpete Apep. – implicou Kankuro.

— Acho que já vi essas roupas no castelo. – disse Hinata.

— Quem são vocês, afinal? – perguntou Lee.

— Somos sacerdotes de Anúbis e Ísis, os quais alcançaram o grau de Discípulos. – respondeu Kankuro.

— Anúbis de novo. – comentou Sasuke.

— Ele não falou algo sobre Discípulo? Então eles são o que, um tipo de Servos? – perguntou Sakura.

— Não. – com exceção de Hinata, os Servos e Discípulos presentes falaram juntos.

— Somos melhores! – afirmou Gaara, ou Abukar, como se chamava ali.

— Seu fingido filho de um monstro. Vou meter um soco na sua cara! – afirmou Naruto, batendo os punhos.

— Não temos por que lutar, Naruto. – avisou Shikamaru.

— Claro que tem, ou serão mortos. – três múmias saíram do chão, ligando-se a Kankuro por fios.

— Por que querem nos enfrentar? – perguntou Sai, mudando de roupa, como os outros.

— Ordens superiores, mas admito que estava curioso para saber quem era o Servo que despertou a atenção de meu deus. – confessou o garoto das múmias.

— Estamos com a vantagem, então vamos usar isso a nosso favor. Um controla múmias, e outro, areia, o que torna o Gaara o mais perigoso, por isso Lee, Temari, Sakura e Sasuke cuidarão dele. Eu, Sai, Naruto e Hinata ficaremos com o segundo. – explicou.

— Meu poder ainda não voltou totalmente. – contou Sai.

— Não tem problema, pode usar sua arma mesmo. – disse. – Vamos.

Separando-se, Lee tomou a iniciativa, a fim de dar tempo aos amigos, então lançou-se contra Gaara, sendo surpreendido quando uma barreira de areia se levantou e protegeu o garoto sem que ele fizesse nada. A barreira fez menção de cair em cima de Lee, pronta para subterrá-lo, mas foi impedido pelo vento de Temari, que deu tempo do garoto fugir.

Uma parte da parede foi em direção da loira, que usou o leque para se proteger, sendo arrastada para trás. Sasuke aproveitou o momento para subir no servo invocado por Sakura, pulando a barreira. Lançou uma bola de fogo no ruivo, mas estranhou quando ela atingira o alvo rápido demais. Quando a fumaça da explosão se dispersou, viu que uma barreira protegera o garoto e, caindo, tomou um rápido impulso nela, fugindo em seguida.

— Não conseguirão me tocar enquanto estivermos no deserto. – avisou ele.

Com Shikamaru e os outros, o quarteto se ocupava de passar pelas múmias, visto que elas os impediam de chegar até o controlador delas. Com Sai sem os poderes, limitado apenas a lutar, as coisas não seriam tão fáceis, pois não podiam se aproveitar do fato que ele poderia criar um exército, o que seria bem mais fácil.

Por não possuir habilidades de luta, Hinata ficava atrás de Naruto, tomando cuidado para não atrapalhar, pronta para caso alguém precisasse ser curado. Shikamaru ainda possuía habilidades para luta, todo Servo precisava saber se defender, salva a exceção as de Afrodite, mas o garoto admitia que aquela não era sua área. Servos de Atena sabiam lutar e eram bons em estratégias, mas preferia a parte lógica do que física, o que fazia com que aquela múmia estivesse em seu nível.

Percebendo que um soco lhe acertaria, tentou bloquear o golpe, mas só conseguiu tempo para usar um dos braços, sendo atingido e jogado para trás, caindo no chão. A múmia pulou em sua direção, porém, colocou os pés para cima, parando o avanço do morto-vivo, jogando-o para o alto. Atirou sua arma nele, transpassando-o, e só quando ela caiu no chão lembrou que a mesma não morreria.

Vendo que perdera a espada, a múmia a pegou, ameaçando atacá-lo. Sem conseguir se mover, visto que uma faixa o prendia o pé, esperou o ataque vir em sua direção e, quando a espada estava prestes a cortá-lo, desapareceu, retornando para sua marca. Rapidamente a materializou, decepando a múmia. Sabia que não seria o suficiente para matá-la, mas o suficiente para lhe dar tempo de cortar o que prendia seu pé.

— Esperava mais daquele que conseguiu acertar meu deus, mas acho que esperei demais de um mero Servo. – falou Kankuro, decepcionado. – Talvez meu deus houvesse exagerado quando disse que encontrara alguém interessante e que o faria seu Discípulo. – fez a múmia aumentar a velocidade de ataque sobre Sai, tentando acertá-lo.

O moreno pulou, tentando se desvencilhar da múmia, indo em direção de Kankuro. O Discípulo sorriu e, estranhando, Sai foi transpassado por um braço, indo ao chão. Com a múmia em cima de si, desapareceu em tinta, surpreendendo o outro. Tentando achá-lo, conseguiu quando sentiu uma espada atravessar-lhe o ombro.

— Como? – criara um único clone seu com tinta, escondendo-se na sombra do mesmo todo esse tempo, esperando apenas por uma oportunidade para sair e, quando conseguira, aproveitara.

— Você é irritante. – comentou. – Por isso seu deus deve tê-lo mandado aqui, para que eu o matasse. – o Discípulo arregalou os olhos. – Ainda não percebeu? Ele me queria como comandante de seu exército, não você. Te matar provavelmente é um teste de admissão, e não passarei nele. – empurrou-o, retirando a espada de seu ombro, jogando-o no chão. Enfiou a espada nas mãos dele, garantindo que o mesmo não usaria mais múmias.

— Acho que ainda sobrou raiva dentro dele. – observou Hinata.

— Não, é só um Servo de Ares sendo ele mesmo. – explicou Naruto, vendo sua múmia desfazer-se em faixas.

— Kankuro! – o grito de Gaara chamou a atenção dos outros, que voltaram sua atenção para o campo de batalha ao lado. Havia quatro redemoinhos de vento ao lado dos Servos, criado por Temari, e, quando o ruivo viu o que houve com o amigo, todos sentiram o chão tremer.

A areia atrás de Gaara se levantou, criando um grande muro, talvez com quatro metros, uma onda. Quando passou pelo mestre dela, simplesmente se abriu um espaço, e a areia embaixo de Kankuro o retirou do raio de destruição.

Temari pôs o leque para trás e seus redemoinhos se reuniram como se estivessem saindo da ponta do mesmo. Colocando o leque para trás, jogou-o para frente e seu redemoinho colidiu contra a onda, competindo para ver qual seria a mais poderosa. O chão próximo dela se levantou e, antes que pudesse pegá-la, a garota foi jogada para o lado por Lee, que assumiu seu lugar.

A areia lhe envolveu a perna e, antes que pudesse fugir, ela apertou a mesma, quebrando um osso seu, fazendo-o gritar de dor. A colisão entre a areia e o vento resultou na queda dos dois, criando uma tempestade de areia que os deixou sem visão por um tempo.

Percebendo que a areia ao redor deles ficava mais espessa, notaram se tratar de um ataque, visto que estavam sendo cercados pela areia. Assim que Naruto percebeu, fez seu punho brilhar dourado, socando o chão e usando seu poder para extinguir a tempestade de areia, levando os muros juntos.

O campo estava limpo, sem nenhum sinal dos Discípulos.

— Isso ainda não acabou, Servos. – a voz falou e, procurando a origem dela, viram vir debaixo da terra. – Orem a seus deuses para que não nos encontremos, porque se o fizermos, – uma pausa dramática – estarão mortos.

Quando perceberam que eles fugiram, se reagruparam ao lado de Lee, vendo como o garoto estava. Hinata se pôs a tentar curá-lo, enquanto os outros apenas podiam observar.

— Então, Hina? – ela balançou a cabeça em negativa.

— Parece que está fraturada. Ele não poderá andar até receber um tratamento melhor. – informou.

— Se ao menos pudéssemos voltar à Área dos Servos. – comentou Sai. Lá eles se recuperavam em uma velocidade grande, quase como se qualquer machucado ou lesão fosse apenas um arranhão que levaria apenas umas horas para se recuperar.

— Não acho que tenha algum portal para o Olimpo aqui. – disse Shikamaru.

— E agora? – perguntou Sasuke.

— Pessoal, não quero ser um estorvo para vocês. Se for atrapalhar, me deixem aqui e sigam sozinhos.

— Nem pensar! – protestou Temari. – Você já salvou o Sai, me salvou, e nem que tenhamos que te levar nas costas vai conosco.

— Bom, com sua perna machucada você fica impossibilitado de lutar, então fica atrás a partir de agora. Faremos um pequeno desvio, tem um oásis para lá. – Shikamaru apontou para a esquerda. – Hinata pode tentar juntar madeira e criar uma muleta e algo para você não fazer esforço. Aproveitamos para descansar e pensar, ainda não entendo o motivo do Gaara ser um Discípulo disfarçado.

— Quando eu encontrá-lo de novo vou meter um soco na cara dele! – afirmou Sasuke, batendo o punho na mão.


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Notas finais do capítulo

Bem, vejamos o que fez nosso amigo Abakar... ops, Gaara, mudar de lado kkk. Vai levar um tempinho, mas a verdade sempre aparece.



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