Thalia

– Annabeth, você já o viu? Sabe como ele é? - Perguntei, receosa.

– Não se preocupe... - Annabeth pousou a mão em meu ombro - Dizem que Rei Luke é generoso, bonito, e trata muito bem todos os tipos de pessoa. - Ela sorriu. - Você será uma ótima esposa. Quando conhecerá seu futuro noivo?

Olhei para baixo, nervosa. Meu vestido longo e bufante era de um azul turquesa, com detalhes lindos e um rosa claro e delicado, como flores de cerejeira.

Meu cabelo estava grande demais para meu gosto, mas minha mãe sempre me dizia que "moças boas que querem se casar com pessoas importantes têm de ter cabelos grandes". Nunca me dei muito bem com minha mãe, mas acho que essa ordem, eu teria de seguir.

– Thalia? - Annabeth perguntou. - Escutou o que eu disse?

– Hã? - Balancei a cabeça. - Me perdoe, não escutei.

– Como sempre... - Ela riu. - Perguntei: quando irá conhece-lo, o seu noivo?

– Não te contei? Irei conhece-lo amanhã. Estou ansiosa, e nervosa... não sei o que vestir, o que dizer, como agir... Annabeth, me ajude! Você está prometida para o Príncipe Percy... como conseguiu falar com ele?

– Primeiro, ele era muito bonito e gentil, então, foi fácil falar com ele... Já me apaixonei a primeira vista. Talvez seja assim com você e Rei Luke. Ouvi dizer que ele está à procura de uma garota como você... Logo depois da morte de seu pai, o Rei Hermes, ele tem que virar Rei, como mais velho dos três filhos do falecido, então, precisa de uma esposa. Seu pai te prometeu à ele. Fale com naturalidade, não seja falsa com seus sentimentos.

– Certo... - Falei, dando um leve sorriso. Escutei uma batida na porta de meu quarto. - Entre.

Era uma servente. Ela me chamava, para ir jantar com meu pai.

– Estou indo. Bem, adeus Annabeth... Até mais ver.

– Até, Thalia...

Desci as escadas devagar, e Annabeth foi embora. Meu pai, Zeus Grace, Rei de um reino que estava em perfeito equilíbrio. A economia, a cultura, a sociedade estava ótima. E eu amava isso. Talvez, meu pai estivesse sendo precipitado em me mandar para outro Reino para me casar com uma pessoa qual eu não conhecia.

– Boa noite, pai.

– Boa noite, Thalia. Como foi sua conversa com Lady Annabeth?

– Ah, ótima. E os preparativos para minha viagem amanhã, para conhecer o Rei Luke?

– Mudança de planos, filha. - Meu pai olho profundamente em meus olhos, seus olhos cinza tempestade calmos e serenos. - Você ficará três meses no castelo do Rei Luke.

– O que? - Fiquei chocada demais para dizer algo mais inteligente. - Por quê? Eu não posso ficar três meses no castelo do Rei Luke, pai! Tenho uma vida aqui...

– Mas se você se casar com ele, sua vida será lá - eu ia abrir a boca para contestar, mas meu pai continuou, me interrompendo - Não adianta argumentar, Thalia. É a minha decisão. Acho que estou me sentindo indisposto. Vou comer em meus aposentos. Com licença.

E saiu da mesa, com serventes levando seus pratos para o quarto.

A comida estava sem gosto algum.

Voltei para meu quarto, logo após comer e me senti cansada. Deitei na cama, e dormi, pensando que, no dia seguinte, veria uma pessoa que, mesmo se eu o odiasse, teria de me casar com ele.

Deprimente.

De manhã, acordei, com zero de disposição para levantar da cama e me vestir. Eu logo sairia para encontrar com Rei Luke. Eu realmente não queria... Deitei-me novamente na cama, na esperança de que ninguém se lembrasse de que eu existisse e me esquecessem por ali.

Meu azar é tamanho que não posso descreve-lo.

A servente bateu em minha porta, me chamando... Disse que podia entrar. Ela entrou em meu quarto, separando meu vestido, enquanto outra entrava, trazendo meu café da manhã. Chá, leite com mel, biscoitos doces, e morangos. Morangos. Eu amo morangos. Comi todo o café da manhã, e meu vestido já estava pronto.

Era lindo. Era azul turquesa, que entrava em contraste com meus olhos azuis claros como o céu. Tinha detalhes em amarelo, como estrelas em uma noite escura. Os sapatos eram de saltos alto, amarelos assim como os enfeites.

Sentei na cadeira de minha penteadeira, e a minha servente pessoal começou a pentear meu cabelo... Estava realmente comprido demais. Queria cortar, mas... Como minha mãe dizia... Não vou repetir. Odeio aquela frase. A servente começou a fazer uma trança em meu cabelo, enfeitado com fios dourados. Ficou lindo, muito lindo.

Logo após me arrumar, desci para o grande salão, me despedi de meu pai e sai do castelo.

Meu irmão Jason estava me esperando do lado de fora.

– Jason! - Falei - Está encantador, caro irmão... - Sorri.

– Thalia, está encantadora também! - Ele sorriu comigo. - Está totalmente pronta?

– Sinceramente?

– Sim.

– Não. Eu não sei nada sobre ele. Não sei como ele é, nada mesmo... Jason... Estou com medo.

– Não fique. Também fiquei quando fui conhecer Piper... E ela é incrível. Linda, inteligente, charmosa, gentil, carinhosa e...

– Jason - falei - Pare de descreve-la... Isso dói. Se o Rei Luke não for assim?

– Claro que não vai.

– O QUÊ?! - Surtei.

– Ele é homem.

Dei-lhe um tabefe no braço. Ele sorriu e me abraçou.

– Agora, entre na carruagem e vá. Tire todo o medo de sua mente. Pense que ele é incrível e que você vai ama-lo. Por mim, faça isso. - Jason riu. - Ele vai ser bom. Se ele não for, eu bato nele. Afinal, você é minha irmã e eu tenho de protege-la.

– Não precisa disso. - Sorri. - Então, está bem... Até mais ver, Jason. Seja feliz com Piper, para o caso de eu não voltar viva!

– Dramática!

Eu ri e entrei na carruagem. Não sabia o que pensar, não saberia o que dizer, como ele era... Como eu reagiria? Como eu iria aparecer na hora? Não sei de nada! Eu estava muito nervosa... Se eu fosse desiludida? Nervosismo é a pior coisa do mundo, confesso... Minhas mãos estavam suadas.

Parei de pensar no medo. Respirei fundo.

Seja como ele for, eu gostarei dele...

E orgulharei minha família!