– Majestade, esta na hora.

Edward virou o rosto e fitou o mordomo a porta, seu amigo como sempre, nada expressava, parecia ser completamente gélido quanto sua aparência. “Bom assim” Edward pensou enquanto se levantava da cama, não queria ficar ouvindo lição de moral de como ele deve cuidar de sua esposa. Já bastava os velhos do conselho para mandar nele.

Suas mãos estavam frias, o que era aquilo? O Rei dos Vampiros com medo? Ansioso? Seu pai se envergonharia se o visse daquela forma. Tossiu, disfarçou o que sentia e saiu do quarto em direção ao salão principal aonde iria acontecer à cerimônia. Durante o caminho encontrou a bela loira que havia transformado há meses anteriores, que também tinha lhe servido como amante, a jovem deu um meio sorriso extremamente pervertido para ele, que ele ignorou.

O mordomo, Demetri, estava no fim do corredor com um sorriso sereno nos lábios, e Emmett também o esperava,Edward teve a sensação que os amigos só estavam lá para dar a ele algum tipo de apoio... “Loucura” pensou, “Eu não preciso de nenhum mordomo e de um irmão para ficar me dando apoio, sou o Rei dos Vampiros e isso não passa de um maldito casamento que vai me render um herdeiro e acabou”. Ignorou a presença de Demetri sem nem olhar nos olhos dele, mas sentiu o olhar do mordomo sob si, dois guardas principais estavam um de cada lado da porta, assim que ele e Emmett se aproximaram sussurraram um “majestade” e abriram as enormes portas duplas que davam para o salão principal. Edward se manteve de cabeça erguida ao encarar todos os vampiros aristocráticos e mais influentes do mundo, todos eles em finos e elegantes trajes de gala. Pode reconhecer rapidamente alguns clãs e pessoas, Davylla Denali, sua melhor amiga desde a infância, estava lá e deu-lhe um terno sorriso como se dizendo um boa sorte; do lado esquerdo do salão estava Raquel Cullen, sua meia irmã,que o fez lembrar de quando pequenos brincarem com os poderes dela de manipular os elementos naturais como fogo, água, terra e ar; Nancy Vivi do clã das Amazonas o olhava com total amor. - Será que ela sabe o que sinto por Bella?- pensou Edward ao lembrar-se do poder de Nancy em saber os sentimentos que uma pessoa sente.

E mais a frente, um longo corredor de rosas vermelhas que levava até um altar todo folheado a ouro, aonde o ancião principal e mais velho da raça, Aro.

Edward parou a frente dele, e abaixou a cabeça em sinal de respeito, Aro, sorriu e fez uma reverencia ao rei, em seguida fitou o olhar na jovem Jane que estava ali perto, dando o sinal para a noiva entrar.

Diferente de qualquer marcha nupcial, uma música sombria começou a tocar no órgão, Edward fechou os olhos, a música era linda, triste, mas linda. Ele se recordava que quando estava no ventre de sua mãe, ele sempre escutava sua mãe tocar essa música, naquele mesmo órgão. Sua mãe... Sempre parecia tão triste, e ele mal se lembra de momentos em que ela e seu pai conversavam, seria isso que ele estava se entregando? A um relacionamento “eterno” com uma desconhecida, onde nada passará de sexo frio para ter um herdeiro, e assim que o herdeiro for feito, ela morrer na hora do parto? Maldito seja não desejava esse futuro nem pra si, nem para...

– Isabella... – Ele sussurrou, fixando o olhar em sua noiva, a jovem estava com um vestido totalmente negro, majestoso e reluzente, um decote singelo mostrava boa parte de seus seios alvos e pálidos, os olhos estavam escondidos por uma rede negra, porém, dava para ver a boca de boneca vermelha. Ela caminhava para ele lentamente enquanto a música soava e Edward mergulhava numa imensidão de pensamentos e recordações. Só se acalmou ao sentir a mão de Bella tocar seu braço, já no altar. Porém, nada demonstrou, nem sequer quis olhar muito para ela, Bella era sinal de fraqueza, aquela mulher o deixava absurdamente fraco e idiota, e não iria agir assim, não na frente de todos aqueles vampiros aristocratas. Fechou os olhos enquanto ouvia o “blá blá” de Aro. Fixou o olhar em uma escultura ao longe para não se render ao olhar para Bella. Entrou em transe e só acordou com o Aro falando:

– Majestade? Majestade?

– O que? – Respondeu friamente e sentiu Bella tirar a mão do braço dele.

– Chegou a hora, Majestade.

Engoliu em seco, e virou o rosto, fitando pela primeira vez Bella naquela noite, chegara a hora, a pior hora do casamento. O ponto sem retorno era o momento de beber do sangue dela, e ficar com sua assinatura genética dentro de si para sempre. Ele sabia, a partir do momento que provasse o gosto do sangue dela, sempre saberia aonde ela esta e como se sentia. E sinceramente, ele realmente não queria saber o que Bella sentia, ainda mais quando estava perto dele. Edward sabia que deveria incitar Bella a tomar sangue, porém, ficou sem reação observando aqueles lindos olhos castanhos, Bella havia subido a rede que cobria seu rosto e toda sua beleza angelical o contagiou instantaneamente. Desejou matá-la por existir, desejou enforcara até a morte ali mesmo, não poderia haver qualquer mulher que o deixasse agir como um idiota fraco, ele era o rei, só o fato de ela existir deveria ser uma afronta a ele e seu poder como homem.

Aro, observando que o Rei parecia simplesmente desnorteado, fez o sinal para Bella iniciar o ritual. A jovem noiva, sem muito esforço pegou a faca que Emmett a entregou e cortou o lábio inferior vermelho até o mesmo começar a sangrar, e o Rei perdeu o controle.

Ouviu-se de longe um murmuro entre os convidados, Edward agarrou Bella com tamanha fome, e a beijou profundamente, sentindo todo o gosto daquela boca e daquele sangue delicioso, não... Delicioso era pouco, Bella tinha um sangue viciante. Bella estava assustada, porém agarrava fortemente o smoke do Noivo, durante o beijo, Edward mordera o lábio inferior de Bella também. E o sangue começava a escorrer da boca dos noivos manchando o chão e o vestido. Edward transaria com Bella ali mesmo se fosse possível, sentia seu corpo quente e estava absurdamente excitado, ele sabia que Bella estava retribuindo, ela não o estava empurrando, mas sim colando ainda mais seu corpo ao dele. Sentiu as presas dela, ela estava começando a transformar em vampira. Edward só voltou em si quando ouviu alguém comentar:

– Se o rei não parar, acabará matando a pobre moça.

Afastou-se dela, confuso demais, e Bella estava absurdamente corada, ele ergueu a sobrancelha ao observá-la limpar o seu sangue da boca e do decote com um pano de cetim branco que Aro lhe dera. Aquela mulher não era como as outras... Bella estava fervendo, ele sentiu o desejo dela de se entregar a ele, mas agora, quando tudo acabou, ela parecia que voltou a ser a menina inocente de outrora, a envergonhada, a virgem... Isso só o fez desejar com toda sua força acabar com o casamento ali mesmo e levar ela até seu quarto. Mas a festa logo começaria, e seria um verdadeiro inferno aguentar todo esse evento social.