O Lobo Solitário - Interativa escrita por Master Fanfiction


Capítulo 4
Motivação


Notas iniciais do capítulo

Gnt, deixe seu comentario, ajudas e ideias sempre bem vindas



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Lone Hills – Canadá, 08/10/2015

Ele gritou e então eu comecei a recuar dando passos para trás e então ele começou a correr em minha direção e eu comecei a correr para escapar dele, sempre olhando para trás para ver ele correndo de forma mais animalesca em quatro patas quase me alcançando, mas quando fiz a curva eu parei de correr para me deparar com todos os alunos formando uma barreira, o que era pavoroso já que estavam cheios de cortes e machucados que sangravam

—Shh...- Eles fizeram um gesto com o dedo indicador entre os lábios para pedir silencio de forma macabra e então quando virei para trás novamente me deparei comigo mesmo com as garras prontas para me rasgar

—É só não gritar...- Ele falou e logo depois eu só vi os enormes dentes deles prontos para rasgarem minha pele

Então eu senti ele me empurrar no chão e começar a me morder eu senti os dentes e garras cravarem minha pele e me rasgar, eu senti o sangue escorrer e entre gritos ele parou e me encarou coberto de sangue

—EU FALEI PARA NÂO GRITAR!- Ele gritou e pulou no meu rosto

—Sr. Hendrikson!- Eu escutei a voz do professor me chamar e assim eu levantei minha cabeça num pulo para ve-lo me encarando –Hendrikson, você está bem? Precisa se retirar?- Ele perguntou num tom preocupado comigo

—Não, obrigado- Eu respondi –Sinto muito...-

—Se precisar ir a enfermaria é só falar...- Ele falou retornando lá para frente encanto eu encarava os outros alunos me encarando

—Cara, cê tá bem?- Perguntou Kurt

—Tô sim...- Eu respondi passando as mãos no rosto –Apenas cochilei por alguns minutos-

—Você parecia estar tendo um pesadelo...- Ele falou –Ou era só um sonhozinho bem pervertido?- Ele perguntou rindo

—Vai se lascar!- Eu respondi, mas quando peguei a caneta percebi que estava com as garras á mostra, droga, eu coloquei logo as mãos para debaixo da mesa para ninguém notar, mas tinha que pensar em algo rápido, elas já haviam atravessado a camada de lã da luva de frio então qualquer um que desse uma olhadinha rápida já notaria e então eu escutei uma coisa...

—Esconde logo isso!- Era novamente a voz de James, putz, será que ele sempre esteve em todas as exatas aulas que eu ou somente eu não notei –Meu irmão tem vigias aqui que estão de olho, esconde logo essas garras!- Eu escutei ele ordenar e podia ser verdade, do jeito que o irmão dele e aqueles caras apareceram do nada e tentaram matar o Viggo, não seria tão impossível ter mais pessoas disfarçadas nessa sala

É só se acalmar...- Dessa vez era a voz de Viggo, eu comecei a olhar em volta porque tinha certeza que ele não estava na sala –Nem adianta olhar em volta que eu estou á mais de quilômetros de você, agora se acalme e esconda isso! E não confie no James, não se esqueça que ele é um SilverWood!-

Eu então tentei começar a me acalmar o máximo possível, mas não deu em nada, eu ainda sentia as unhas crescerem, eu estava fazendo tudo em meu conhecimento sobre me acalmar, contar até dez, contar até cem, controlar a respiração, mas nada adiantava, estava respirando tão fundo que parecia uma crise de pneumonia, mas eu sentia isso na pele... “ele” estava perto

—Eu consigo sentir...- Eu sussurrei para Viggo escutar –Ele está aqui perto...-

O que?!- Ele perguntou incrédulo –Não pode ser, eu vasculhei tudo ai antes de sair, ele não está por ai!-

—Ele não está por aqui...- Eu falei para ele, eu escutei um pequeno suspiro mas antes dele se aliviar –Ele está aqui...ele está dentro da escola!-

Como você pode saber?- Ele perguntou

—Eu sei, ele está dentro da escola...- Eu falei para ele suspirando fundo

AHHHH!

Um grito estridente rasgou o vento de toda a escola, principalmente minha audição aguçada, então todos pararam o que estavam fazendo no momento que aquele grito estridente atravessou todas as salas assustando todos, o silencio se instalou enquanto todos esperavam que alguém fizesse algo...

—Fiquem nos seus lugares!- Falou o professor largando o giz e indo em direção á porta, assim que ele saiu todos começaram a papear entre si

—Vem pra cá, agora! Aconteceu alguma coisa!- Eu falei para Viggo que não respondeu, mas eu senti ele concordando

—O que será que aconteceu?- Perguntou Kurt atrás de mim

—Eu não sei...- Eu respondi enquanto passava os olhos pela sala para ver todos preocupados me deparei com uma coisa, a carteira vazia... a carteira de Liv –Para onde a Liv foi?-

—Ela saiu para eu acho que o banheiro agora pouco...- Ele respondeu mas então notou o que disse –Será que foi ela que gritou?-

—Pior que eu acho que pode ter sido...- Eu falei e então me levantei e me dirigi á porta muitos olhavam para mim andando até a porta mas por sorte as garras já haviam encolhido então olhei pelo corredor discretamente, isso foi a gota que fez o copo transbordar, todos imitaram, levantaram e fizeram o possível para achar um bom lugar para ver “discretamente” o ocorrido

Era possível ver pessoas de outras classes também tentando olhar o que aconteceu no corredor á nossa direita exatamente colado á parede do quadro na frente da sala, era possível apenas ver a movimentação no corredor, de professores e monitores totalmente preocupados naquele corredor, mas não era possível ter uma visão nítida...

—O que será que aconteceu?- Perguntou alguém

—SHHH! Eu quero escutar o que estão dizendo!- Falou uma aluna e todos fizeram o silencio desejado -Quem vai lá?- Perguntou também estava se espremendo entre os curiosos para tentar ver, mas ninguém se manifestou, mesmo todos serem curiosos ninguém queria desafiar os professores

—Serio, quem vai lá?!- Ela perguntou novamente, eu escutei um pequeno barulho em conjunto, quando olhei para trás todos haviam dado um passo para trás, me fazendo ficar a frente como se eu tivesse dado um passo para frente –Tudo bem, vai você!- Ela comandou e todos concordaram com a cabeça

—Perai, o que, eu não me ofe...- Antes que eu pudesse terminar alguém me empurrou para frente –Tá bom! Eu vou, mas façam silencio!- Eu reclamei e todos recuaram mais um passo então eu com o máximo de cautela coloquei minha cabeça para fora e minha orelha no corredor e comecei a escutar...

—Pronto, acabei de chamar, a policia chega em dois minutos- Escutei uma voz abafada de uma das professoras –E agora, não podemos continuar as aulas como se nada tivesse ocorrido!-

—Vão na sala de aula, peguem o pano mais escuro que tiverem e tapem esse corredor, nenhum aluno pode ver o que tem aqui!- Eu reconheci a voz, era a da diretora

Tem certeza que o corpo não é de nenhum aluno?- Perguntou a diretora

Não sabemos!­— Falou a outra –Está irreconhecível, nem devemos chegar muito perto, se for assassinato pode estragar a cena do crime, mas que por deus não seja um aluno...-

—Como pode ser assassinato?- Perguntou uma voz masculina –Você viu aquelas marcas, deve ter sido ataque animal!-

“Ataque animal?” as palavras ecoavam em minha mente “Corpo?”

Sobre isso...— Falou a nova voz, era masculina e rouca, agora reconhecível era de Heikner –E a garota que achou o corpo, o que podemos fazer, ela está em estado de choque!-

—O que estão dizendo?- Perguntou Kurt

—SHH!- Eu falei para calarem a boca –Estão quase acabando, parece que acharam um corpo...- Eu escutei os suspiros de espanto do lado de dentro da sala

Chamamos uma ambulância para ela, também já deve estar chegando, pobrezinha, vai ficar traumatizada!- Falou a voz feminina -Devemos chamar os pais dela?-

—Sim, peça para nos encontrarem no hospital- Falou a diretora

E os outros alunos?- Perguntou Heikner –Eles são curiosos, devem querer saber o que está ocorrendo, e ainda faltam 2h para liberarmos eles-

—Esperem taparem esse corredor, e liberamos eles o mais cedo possível!- Falou a diretora

Então sirenes ecoaram por todo o prédio, me desconcentrando, quando olhei pelas grandes janelas de vidro deu para ver dois enormes carros negros estacionando eram viaturas de policia.

—A policia está aqui!- Falou um garoto da sala e todos se dirigiram ás janelas transparentes para ver vários oficiais de policia descendo do carro, mas eu ainda me concentrava o máximo possível para escutar o resto da conversa

A policia chegou!- Falou a diretora então nós vimos alguém passando correndo no corredor totalmente uniformizado

Olá, eu sou o policial Tenuey, eu gostaria de saber o que aconteceu enquanto os outros pegam uns itens na viatura- Falou o homem –Wow!- Ele soltou como se tivesse visto algo assustador

Como pode ver foi isso o que aconteceu!- falou Heikner

Primeiro de tudo, preciso saber quem encontrou esse corpo!- Ele falou com voz enjoada como se estivesse prestes a vomitar

Foi uma aluna...- Falou a mulher –Na verdade foram duas...-

“Duas?” Eu perguntei para mim mesmo após escutar aquilo, em todo o momento disseram que havia sido apenas uma pessoa a encontrar

E os nomes?- O policial perguntou

Olivia Gerson...- Ele falou isso e meu coração gelou, ela saiu da sala alguns segundos antes para achar um corpo, todo estribuchado por acidente, eu estava preocupado com ela, e quem quer que seja a outra –E Lucinda Price, todas do ultimo ano e todas em estado de choque...- Foi um nome totalmente desconhecido mas ainda tinha pena

Ok, vocês já chamaram a ambulância?- O Policial perguntou

Sim, falaram que chegam em poucos minutos e as família já foram notificadas- A diretora respondeu –Heikner, preciso de uma cortina aqui rápido e de monitores em cada porta de sala impedindo os curiosos, não quero mais ninguém em estado de choque-

—Certo!- Falaram Heikner e a mulher e logo passos foram escutados e mais breve ainda, um monitor desconhecido se posicionou na minha frente na porta

—Não há nada para ver aqui!- Falou o monitor seriamente para mim e todos na janela direcionaram os olhos para o homem –Todos em seus lugares agora! Não tem nada de interessante aqui!- Naquela voz grossa todos foram sentar em seus respectivos lugares mas eu continuei de pé desafiando a autoridade dele

—Não escutou pirralho?- Ele perguntou de maneira intimidadora.

—Eu preciso ver minha amiga, ela tá la no corredor, e em estado de choque!- Eu pedi implorando

—Aham, conta outra!- Ele falou descrente –Agora vá sentar!- Ele comandou mas eu não me movi, enquanto eu o encarava sem me mover, foi possível ver Kara passando na porta acompanhada de alguns outros policiais

—Kara!- Eu chamei ela que se virou para mim, então eu aprovetei e escapei do monitor que bloqueava a porta e corri para ela

—O que você está fazendo achei que ainda estava no hospital?!- Ela respondeu me encarando –Devia estar na sala isso é serio!-

—Concordo!- Falou o monitor aparecendo e me pegando pelo braço –Volte para sua carteira!- Ele tentou me puxar mas eu permaneci imóvel fazendo o possível para ficar parado

—Kara, por favor, minha amiga está ali!- Eu pedi para ela –Ela precisa de ajuda, eu preciso ver se ela está bem!-

—Desculpe Luke, mas não posso fazer nada!- Ela respondeu enquanto os policiais que acompanhavam ela iam em frente –Mesmo que eu pudesse deixar você ir falar com sua amiga, você veria a cena e pelo que disseram no radio, parece traumatizante!-

—Por isso mesmo!- Eu falei –A Liv está lá em choque por ter achado aquele corpo, eu preciso saber se ela está bem, eça e como uma irmã para mim!-

—Você não havia me dito que Liv era a sua amiga de Los Angeles que meteu uma facada por trás?- Ela perguntou

—Ela mesmo...- Eu respondi

—Já chega, volte para sala!- O monitor tentou me puxar com a ajuda de outro que apareceu

—PAREM!- Ordenou Kara e eles pararam –Podem deixa-lo comigo!- Ela pediu e um sorriso brotou no meu rosto

—Tem certeza?- Perguntou um dos monitores

—Sim, pode deixar!- Ela falou e logo os monitores me soltaram e voltaram para as portas das salas com caras nada feliz, enquanto Kara se aproximava de mim –Olha, estou confiando em você, se você só está dando uma de curioso eu prendo você!-

—Tudo bem, eu só quero ter certeza que ela está bem!- Eu repeti

—Ok, mas esteja ciente de o que você veja pode te assombrar pelo resto da vida!- Ela falou seria

—Mas o que vocês acharam de tão assustador assim?- Eu perguntei

—Um corpo...- Ela falou seria, eu me aliviei, podia ser um corpo, não devia ser tão assustador –Á três metros da cabeça!- Ok, não parece tão comum agora, eu engoli o seco enquanto nos aproximávamos cada vez mais do corredor, eu ouvia pessoas de outras salas protestando por não poderem ir também, então nos chegamos no corredor, no mesmo do meu sonho onde o “eu demoníaco” pulava no meu rosto...

Deus...

O corredor estava repleto de policiais e professores, a maioria passando mal, quando eu olhei no final do curto corredor que dava numa saída, uma porta de vidro que estava quebrada, mas também um lençol branco com duas manchas vermelhas, uma maior e uma menor á exatos três metros de distancia, o que eu presumi ser a cabeça, logo eu vi vários flashs apontados para o corpo coberto, deveriam ser pericias tirando fotos para o relatório eu ainda engolia o seco vendo aquela cena.

Lucky!- Eu escutei o meu apelido de uma voz chorosa quando virei o pescoço mais á esquerda, vi um pequeno banco onde estavam Liv e uma garota sendo vigiadas por alguns policiais que pediam respostas

—Liv!- Eu falei vendo ela se levantar cambaleante e vir correndo em minha direção, então eu corri em direção á ela

—Luke, espera!- Kara falou mas eu nem liguei, corri em direção á Liv que vinha chorando e cambaleante em minha direção até me chocar com ela para um abraço apertado

—Você está bem?- Eu falei já ajoelhado no chão abraçado com ela com a minha mão segurando a cabeça dela –Eu fiquei preocupado de o corpo ser seu!-

—E-e-eu fiq-quei tão assust-t-tada quando achei aquilo n-no chão c-coberto de s-san-sangue!- Ela gaguejou cada palavra enquanto eu sentia as lagrimas dela molharem meu ombro

—Você está tremendo!- Eu falei para ela sem romper o abraço –Mas que bom que está bem!-

—F-foi e-ele não f-foi...- Ela gaguejou ainda tremendo como um chihuahua –O lobo a-alfa- Ela ainda gaguejou

—Foi...- Eu respondi –Shhh, você vai ficar bem, é você só está em choque...- Eu falei acariciando a cabeça dela

—I-isso é bom sabia...- Ela falou com a voz rouca de tanto chorar

—O que?- Eu perguntei

—M-mesmo com tudo isso a-acontecendo...- Ela falou serenamente –P-pelo menos, voltamos a ser amigo, não é mesmo- Ela falou isso e eu soltei um sorriso a apertando mais forte

—É...- Eu respondi –Não dá para jogar quinze anos de amizade mesmo que eu quisesse- Eu falei para ela que ainda chorava me abraçando

—E a garota que estava com você?- Eu perguntei rompendo o abraço para encarar o rosto vermelho dela de tanto chorar, ela limpou a lagrimas e falou

—Eu sai para ir ao banheiro...- Ela falou

Flashback

Dentro do banheiro feminino, nas pias, Liv lavava as mãos.

—Droga, onde está?- Falou uma menina no outro espelho bagunçando sua pequena bolsa retirando vários itens de lá...

Até que alguém tocou seu ombro e ela virou para ver uma menina de longos cabelos loiros claros

“Ela só queria pedir, um batom emprestado, disse que o dela havia sumido!”

—Licença, você teria um batom para me emprestar?- Falou a garota –Não consigo achar o meu, e estou com uma rachadura horrível no lábio-

—Claro, espere só um pouco- Liv mexe no bolso traseiro e de lá retira um pequeno estojo que quando abre havia vários itens de maquiagem –Aqui está...- Ela então entrega para outra um batom vermelho

—Obrigada...- Fala a garota pegando o batom e passando nos lábios e pegando um pequeno pedaço de papel toalha para deixar a tintura bem desenhada –Valeu, sou a Lucy a proposito- Ela falou devolvendo o batom

—Sou Liv- Ela respondeu feliz guardando suas coisas

—Eu sei quem você é...- Lucy respondeu –Eu estava na biblioteca á uns dias, quando o treinador te apresentou para a turma-

—oh sim, desculpe não ter te reconhecido!- Liv falou

Nos papeamos por um tempo, mas quando saímos do banheiro para voltar á sala...”

—Pois é...- Respondeu Liv enquanto elas conversavam sobre um assunto qualquer até que escutam um CRASH, como milhares de cacos de vidro quebrando elas então se aproximaram do corredor de onde o som havia vindo

—AHHHHHH!- Gritaram as duas ao ver aquele corpo caído e alguns segundos depois alguém arremessa a cabeça pela a mesma porta de vidro estilhaçada

Flashback off

—Então os professores chegaram e nos ajudaram...- Falou ela –Mas foi horrível...- Ela falou novamente deixando as lagrimas caírem

—Calma...- Eu falei para ela pedindo para ela levantar já que permanecíamos ajoelhados no chão esse tempo todo, ela se levantou com muito esforço, parecia extremamente fraca –O que importa é que você está bem. Já vamos levar vocês duas á um hospital...- Logo que eu falei isso novamente ouvimos sirenes, e vimos pela porta quebrada a ambulância estacionando no gramado e logo desceram os socorristas com as macas

—É para levar quem?- Perguntou um dos socorristas

—Essas duas!- Falou Kara apontando para Liv e a garota que ainda tremia olhando para o nada e logo eles colocaram as duas em macas desmontáveis e prepararam para coloca-las na ambulância, eu permanecia todos aqueles momentos sem soltar a mão de Liv

—Pronto, agora precisamos leva-las- Falou um dos socorristas pedindo para eu soltar a mão dela

—Não!- Pediu Liv –Por favor não me deixa sozinha!- Pediu ela enquanto eles já arrastavam as macas em direção as ambulâncias

—Você estará muito acompanhada e segura no hospital agora precisamos ir!- Falou o socorrista que empurrava a maca enquanto eu seguia até que colocaram ela dentro da ambulância enquanto a outra já partia com Lucy

—Tome- Falou um dos socorristas entregando a mochila de Liv a outro que colocou dentro da ambulancia, ele deve ter entrado lá dentro e trago, então eles precisavam fechar as portas para partir

—Por favor, não tem como ele ir comigo?- Liv pediu preocupada

—Sinto muito querida, mas apenas familiares, nada de namorados!- Falou uma das socorristas triste vendo que Liv realmente me queria lá, e eu também queria

—Ele são irmãos!- Falou Kara, quando virei ela estava bem atrás de mim segurando minha mochila –Meio-irmãos, ele precisa ir com ela!-

—Isso é verdade?- Perguntou a socorrista e nos dois concordamos –Ok, então entre!- Ela me chamou para entrar

—Muito obrigado!- Eu falei para Kara pegando minha mochila com ela e entrando na ambulância, assim que entrei a mulher e o homem fecham a porta e se dirigem aos bancos da frente e ligam o veiculo e partem em direção ao hospital na saída foi possível ver os rostos de alunos curiosos nas janelas de vidro encarando a ambulância sumir de vista

—Tudo bem ai atrás?- Perguntou a mulher do banco da frente através de uma pequena abertura

—Sim tudo ok!- Eu respondi

—Ok, chegaremos no hospital em poucos minutos!- Ela falou e assim fechou a pequena abertura

—Obrigada por vir comigo...- Falou a voz fraca de Liv –Chega mais perto...- Ela pediu com um gesto de mão e então eu aproximei meu rosto –Você é um bom amigo...- Ela falou dando um pequeno beijo na minha bochecha me fazendo corar

—Descanse. Logo chegaremos no hospital para encontrar seus pais...- Eu disse e assim ela fez, fechou os olhos e logo adormeceu tranquilamente naquela maca se sequer largar minha mão. Então com a outra eu acariciei a bochecha que ela havia beijado com um sorriso bobo

Logo chegamos no hospital, desembarcamos com ela ainda no sono profundo e então adentramos a “Emergencia” e bem rápido ela foi colocada num quarto para ser examinada por um doutor, enquanto eu fiquei num banco de espera, bem a frente do quarto dela, como tinha uma janela de vidro, foi possível ver ela repousando calmamente na cama com um medico a vigiando

—Melhore logo!- Eu falei para mim mesmo então meus olhos pararam na bolsa dela que estava num banco ao meu lado junto com a minha mochila –Bem, acho essa uma pessima hora...- Eu então peguei a bolsa dela e abri e retirei o bestiário dos SilverWood, e fechei a bolsa novamente, então abri o livro e logo procurei a pagina dos licantropos e quando achei a pagina a enorme imagem de um animal monstruoso apareceu

“Licantropos, são o termo legal para lobisomens, homens-lobo, eles são metamorfose, mudam entre humano, semi-lobo e alguns muito raramente possuem a capacidade de se transformar num lobo completo, durante a lua cheia, ele recebe mais poder e impulso de matar, durante a lua cheia, pouquíssimos betas conseguem a capacidade de auto-controle, podendo evitar a transformação e os impulsos”

Eu lia aquelas palavras na minha cabeça com o máximo de atenção

“Possuindo garras e presas, além de poderosos sentidos, um lobisomem pode ser o item mais difícil de caçar, mas para caçar, deve-se ter certeza que ele já assassinou alguma vida inocente, “os olhos são a janela da alma” isso vale mais para os lobisomens do que para qualquer um, a coloração durante a transformação revela a sua pureza, os olhos amarelos significam que ele é um beta, os vermelhos significam ser um alfa, os azuis significam que ele...”

Eu parei de ler por um segundo lendo o que estava escrito

“Os azuis significam que ele já matou uma alma inocente, nenhum lobisomem de olhos azuis merece a vida, pois ele já tirou a de alguém, se vir um licantropo de olhos azuis, mate-o na hora...”

“-Agora, mesmo com séculos de inimizade, rezamos para que sua alma torturada encontre a paz perante o julgamento no purgatório, junto com a carne e osso que você matou em vida pelo que me revela seus olhos...” Eu lembrava do que aquele velho havia me dito naquele dia com a faca na minha garganta

Eu lia aquelas palavras escritas a mão em minha mente, que ecoavam, seria mesmo capaz, eu teria matado alguém? Eu tenho certeza que virei licantropo a poucos dias, e nesse período, nunca havia matado alguém, será? Eu interrompi meus pensamentos quando escutei alguém me chamar...

Luke!- Eu escutei uma voz me chamar e num reflexo rapidamente guardei o livro devolta na bolsa de Liv e quando virei era exatamente os pais de Liv que viam em minha direção preocupados então eu me levanto e vou em direção á eles

—O que aconteceu?- A Sra. Gerson perguntou preocupadíssima –Me ligaram, a Liv está bem?- Nisso eu engoli o seco, sem saber o que responder, eu acho que “Olha sua filha achou um corpo decapitado e passou mal” não cairia bem

—Ela só teve uma queda de pressão, desmaiou e veio para cá...- Eu falei

—Está mentindo Luke!- Falou o Sr. Gerson –Sua sobrancelha tremeu!-

—Droga, só eu que não sabia desse “tik”- Eu sussurrei para mim mesmo suspirando fundo –Teve um acidente lá na escola...-

—Que tipo de acidente?- Perguntou a Sra. Gerson

—Um...- Eu tentei pensar numa resposta plausível –acidental. Finalmente, ela e outra garota passaram mal e vieram para cá- Eu falei para eles que me encaravam como se esperassem mais respostas

—Ela está nesse quarto dormindo, falaram que um doutor deve fazer uns exames nela...- Eu falei e logo eles se direcionaram até o vidro para ver a filha dormindo tranquilamente assim que eles encostaram no vidro para ver melhor a porta do quarto se abriu revelando um medico com uma prancheta

—Doutor, minha filha está bem?- A Sra. Gerson perguntou

—São os pais?- Ele perguntou e eles concordaram com a cabeça –Ela está bem, só sofreu uma pequena queda de pressão arterial, ela só precisa descansar, quer dizer, não é todo dia que duas colegiais encontram um corpo decapitado. A outra não tem um relatório tão bom, continua em estado de choque...- Assim que ele falou isso olhando para sua prancheta eu cobri meu rosto com a mão enquanto os pais de Liv ficavam em estado de choque

—Encontraram O QUE?!- Gritaram os dois em uníssono

—Vocês não foram avisados?- O medico dizia mas eu fazia um sinal tipo “PARA” mas ele não parava –Essas duas meninas acharam um corpo, a policia foi acionada e as ambulâncias também, não pudemos fazer nada pelo corpo decaptado, pobres meninas, podem ficar traumatizadas...-

—M-minha filha achou um corpo sem cabeça?- A Sra. Gerson perguntou retoricamente para ela mesma –Como a escola permitiu isso?-

—Pelo que sabemos o corpo foi arremessado do lado de fora, a policia está analisando tudo, pelo que parece, foi ataque animal, um urso, ou talvez um lobo...- Falou o medico como se fosse tudo normal –Mas enfim, sua filha ficará bem após um bom descanso, podem entrar no quarto, ela só precisa de conforto...- Logo ele se retirou e os pais dela entraram e eu fiquei sentado no meu lugar, eu achei que era melhor ficar no meu lugar, aquilo devia ser um momento de família

Como está as coisas ai?- Eu escutei Viggo martelar em minha cabeça

—Onde você está?- Eu perguntei discretamente

Na recepção, pesquisando umas coisas- Eu escutei ele falar –Eu vi o corpo, era algum conhecido seu?-

—Não sabemos sequer se era um aluno, caso não tenha visto, ele estava sem cabeça...- Eu respondi –Mas foi o alfa, eu tenho certeza que foi ele!-

Isso não importa agora, eu dei uma passada no quarto da tal de Lucy...-

Perai, você entrou no quarto dela?!- Eu perguntei

Sim, ela parece bem melhor, estava cochilando, ou ela tem muitos pretendentes ou tem uma família enorme só de garotos!- Ele falou –E a Liv, como ela está?-

Está bem, tá dormindo agora...- Eu falei –Viggo...-

O que?- Ele respondeu

—Eu quero aprender a me controlar o mais rápido possível!- Eu respondi e escutei o suspiro surpreso dele –Quando você vai me ensinar?-

Agora mesmo!- Ele respondeu –Mas vai ser tortuoso e vai demorar, me encontre na entrada o mais rápido possível e vou te explicar algumas coisas!-

—Ok...- Eu respondi então eu me levantei e após encarar Liv dentro do vidro, eu parti em direção á entrada quando cheguei, vi alguém encapuzado com um óculos escuro numa das pilastras, logo ele me puxou

—Vamos lá!- Falou o encapuzado, e quando olhei para seu rosto era Viggo ele me puxara para o estacionamento onde nos paramos na frente de um carro Jaguar Azul-Escuro –Entra!- Ele falou e eu obedeci, entrei no carro, ele também e deu a partira e saiu do estacionamento do hospital para a estrada para o desconhecido

—Agora vamos aos ensinamentos básicos, você virou um lobisomem, a cada lua cheia você vai sentir um instinto de sair para matar, você agora tem os sentidos mais aguçados e isso pode ser uma fraqueza, caçadores tem armas que fazem disso um ponto fraco, virão atrás de você sempre que botar o pé fora de casa, se você sair numa lua cheia eles vão pular para matar!- Ele falava enquanto dirigia pelas ruas

—Você ficará mais forte e rápido, seus reflexos vão ficar mais aguçados e seus nervos vão se aflorar, vai ser como uma puberdade pela segunda vez, só que com mais sangue- Ele continuava falando com os olhos fixos na estrada –Para se controlar, você precisa basicamente de controle nos batimentos cardíacos, com os batimentos altos, o sangue corre mais rápido e assim ocorre a transformação, para se controlar vou te ensinar o mesmo jeito que eu aprendi, criando ancoras emocionais...- Então nos paramos num sinal e ele voltou a me encarar

—Para onde estamos indo?- Eu perguntei

—Para um de meus esconderijos, uma metalúrgica abandonada- Ele dizia me encarando mas o semáforo abriu e ele engatou e foi pela estrada –Lá tem tudo para se concentrar e ajudar a ter o controle-

Ele novamente falou e assim nos não falamos mais nenhuma palavra até chegarmos numa enorme fabrica de metal abandonada caindo aos pedaços, cheios de ferrugem e varias aberturas, nos descemos do carro e entramos no enorme casebre de aço enferrujado. Entramos e tinha apenas algumas ferramentas e materiais de construção jogados pelo chão, gesso em pó, tijolos, e várias vigas de metal.

—O que vamos fazer aqui?- Eu perguntei –Pegar tétano?- Eu perguntei irônico enquanto caminhava por aquele chão sujo

—Hoje será apenas um treinamento- Ele falou indo em direção á um pequeno comodo e eu o segui mas logo que passei por ele eu escutei um barulho quando me virei vi algo vindo em minha direção

—QUE ISSO?!- Eu gritei mas quando a coisa ia acertar meu rosto eu a agarrei a milímetros do meu nariz, quando vi era um longo, porem fino cabo de ferro –Ficou maluco podia ter matado!-

—Isso mostra que seus reflexos estão bons...- Ele respondeu pegando outro cabo –O objetivo do treinamento é testar a sua força, será apenas isso por hoje, você só deve quebrar esse cabo ao meio-

—Tá brincando né?- Eu perguntei irônico –Como raios eu vou quebrar um cabo de aço fundido?-

—Assim...- Ele então com apenas uma mão, quebrou o cabo ao meio apenas empurrando com o polegar me deixando surpreso –Agora você tem muita força, é só se concentrar e tentar- Ele novamente fez o gesto para eu segui-lo depois mandou eu entrar num pequeno quarto e eu entrei, depois escutei um estalo, quando virei, ele havia trancado uma grade que funcionava como porta

—Até lá você vai ficar preso ai!- Ele respondeu indo embora

—O que?!- Eu corri para as grades e tentei abrir mas foi inútil, estava trancada por um cadeado industrial –Você vai mesmo me deixar aqui trancado?!- Eu perguntei para ele que se preparava para ir embora

—E sem comida ou água também, quebre esta barra de aço e estará pronto para o próximo teste- Ele falava enquanto sentava numa poltrona na frente da cela pegando um livro –Até lá, eu vou descasar, tirar um cochilo e ler esse livro, dizem que nele tem um cara que controla todas as criaturas marinhas, incluindo uns decendentes meus...- Quando eu forcei minha vista eu li o titulo do livro

—“Percy Jackson e o Mar de Monstros”?!- Eu perguntei incrédulo –Você vai mesmo me deixar aqui aos gritos?- Eu perguntei e então ele colocou um fone de ouvido conectado ao celular na orelha para ouvir uma musica e folhear o seu livro

—Droga!- Eu bati nas grades e voltei para dentro onde achei uma cadeira velha me sentei e preparei as minhas mãos em cada lado da barra –Vamos lá, concentração e...- Eu tentei

Algumas horas depois...

—Há! Até parece que ele conseguiria sobreviver á Caribidis, minha tetravó engoliria ele inteiro!- Ele falou lendo o livro logo ele tirou um dos fones de ouvido –Já conseguiu quebrar o cabo?- Ele perguntou para mim que dentro da cela brigava para tentar entortar a barra, já suado cansado e com fome

—Nem entortou...- Eu reclamava limpando o meu suor

—Só concentre-se, tenho certeza que você consegue!- Ele falou mas logo riu da própria fala –Hahaha, “tenho certeza que você consegue!”, pff- Ele ria da própria fala e voltava e escutar sua musica e ler seu livro

—PORQUE NÃO FUNCIONA!- Eu gritei para mim mesmo forçando o cabo –Oh, ISSO!- Eu falei ao ver que ao forçar o cabo ele havia entortado muito, quase se rompendo...

—Raiva...- Eu falei para mim mesmo vendo como a barra havia entortado –Raiva é o gatilho da força...- Eu falei pensando, então eu fiz o possível para ter o máximo de raiva possível, principalmente de Viggo por ter me trancado ali, eu estava ali, pensando em varias coisas enquanto torcia o cabo até que...

KLANG

Eu olhei para o cabo e ele estava partido em dois, cada pedaço em uma das mão, eu soprei aliviado todo ar do meu pulmão, então retornei as grades e arremessei os cabos a frente de Viggo, que se levantou e removeu o fone de ouvido e veio em minha direção

—Vejo que já descobriu como se controla a força!- Ele dizia do outro lado da porta –Agora quebre o cadeado!- Ele falava, o que me deixou um pouco frustrado, mas eu obedeci, coloquei minha mão no cadeado e apertei, quando a abri novamente havia apenas estilhaços do cadeado amassado, então a porta se abriu e eu sai de lá para ficar cara a cara com Viggo

—Bem, por hoje é apenas isso, já está tarde, seu pai deve estar preocupado com você!- Ele falava indo em direção ao carro ele entrou, e quando eu fui abrir a porta, estava trancada –Ah, é mesmo, tem mais um teste hoje, o de velocidade, se você conseguir chegar na sua casa junto ou até mesmo antes do carro, você passa, se não, tudo de novo!-

—Perai, o que?!- Eu reclamei

—Nos vemos na sua casa!- Ele fechou o vidro e deu partida no carro

—Espera!- Eu pedi tentando acompanhar o carro correndo á vários quilômetros por hora

CONTINUA


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