Hermione estava mais ansiosa para ir a biblioteca do que o normal, tudo porque sabia que encontraria Sarah sozinha e estava louca para falar com Sarah sobre Harry. Quando entrou na sala, viu que Sarah estava sozinha e com um olhar distraído, Hermione concluiu que Sarah só poderia estar pensando em Harry.

— Bom dia, Sarah! – disse Hermione em um tom animado sentando-se ao lado da amiga, fazendo com que Sarah levasse um susto.

— Por Merlin, você sempre me assusta quando aparece assim do nada! – disse Sarah.

— E aí, tudo bem? Fiquei sabendo que você e Blásio terminaram pra valer. – disse Hermione tocando no ombro da amiga.

— As notícias correm nesse lugar, né! – comentou Sarah com um meio sorriso. – Mas é verdade, acabou de vez. Ele não quis aceitar que eu vou voltar para Nova York e ainda me disse coisas terríveis, sendo mais específica ‘’vadia mestiça traidora de sangue’’. – disse Sarah com um suspiro.

— Idiota! Não ligue pra o que esse babaca fala, Sarah. – disse Hermione consolando a amiga.

— Quer saber de uma coisa? Eu não ligo! Sou mestiça sim, minha mãe não era bruxa e foi uma mulher incrível, me orgulho de ser filha dela! E se sou traidora de sangue por ser sua amiga, tenho muito orgulho disso também! – respondeu Sarah séria.

— Você é incrível, Sarah! – disse Hermione. – mas você não é vadia, não esquece disso!

— Ah, eu era meio vadia em Nova York... – disse Sarah soltando uma gargalhada fazendo Hermione rir também. – mas não me arrependo de nenhum dos caras maravilhosos que eu pegava não! Na maioria das vezes eram modelos sarados que trabalhavam comigo.

— Aí tem que ter orgulho mesmo! – disse Hermione rindo.

— Meninas, façam o favor de parar da gargalhar! Aqui é a biblioteca, não o Três Vassouras! – disse Madame Prince, a bibliotecária, repreendendo as duas.

— Desculpe, Madame Prince. – disseram as garotas ao mesmo tempo, ainda segurando o riso.

— Mas como você ficou sabendo? – perguntou Sarah para Hermione. – Zabini esta espalhando para Hogwarts que ele me deu um fora?

— Na verdade não, Harry me disse. – contou Hermione se deliciando em ver que assim que disse o nome de Harry, viu que Sarah mudou de expressão.

— Ah é? O que ele disse? – perguntou Sarah.

— Bem, ele me disse da conversa de ontem, do álbum que mandou pra ele no Natal e também contou como a amizade de vocês começou na Sala Precisa... – disse Hermione com um sorriso malicioso no rosto.

— Ah sim. – disse Sarah sem jeito e ficando a cada segundo mais vermelha.

— Então agora você gosta do Harry? – perguntou Hermione maliciosa.

— Não! – disse Sarah automaticamente. – quer dizer, eu gosto dele mas não no sentido romântico! Ele é afilhado do meu pai, meu pai não gostaria que a gente andasse se matando por aí, então vou me esforçar a ser amiga dele. E ele não é tão ruim, entendo o motivo de você ser amiga dele.

— Harry é brilhante. – concordou Hermione.

— Agora vamos para a aula de Feitiços, estamos quase atrasadas! – disse Sarah recolhendo seus livros.

Hermione recolheu seu material frustrada. ‘’Sarah é bem mais cabeça dura que Harry! Vou precisar de muita paciência para fazer essa garota assumir seus sentimentos por Harry até para ela mesma!’’.

As aulas seguiram tranquilas até o horário do almoço. Sarah resolveu aproveitar os últimos minutos do seu horário livre para pegar alguns livros na biblioteca e levá-los até seu quarto antes de as aulas voltarem.

A garota saiu da biblioteca com muitos livros enormes, equilibrando os livros e sua bolsa pelos corredores e ainda usando um sapato de salto alto. Sarah mal conseguia ver por onde pisava, estava quase derrubando todos os livros até sentir mãos tirando todo aquele peso dos seus braços. Quando Sarah olhou para o lado viu que as mãos pertenciam a um certo garoto de olhos verdes.

— Ah, oi Harry. – disse Sarah tímida. – Obrigada pela ajuda, eu estava achando que ia cair!

— Se caísse com esses sapatos, acho que quebraria uma perna. – disse Harry sorrindo.

— Deixe meus sapatos em paz, Potter! – disse Sarah em tom de brincadeira.

— Ok, deixarei. – disse Harry ainda sorrindo. – levando os livros para as masmorras?

— Sim!

— Ok, para as masmorras então. – disse Harry.

Os dois caminhavam por Hogwarts conversando e rindo, causando dúvidas nos outros alunos que viam aquela cena, pois até então, todos achavam que Black e Potter se detestavam.  Quando Hermione, que procurava por Harry, viu a cena, não conseguiu disfarçar seu sorriso.

— Harry, finalmente te encontrei! Você esqueceu seu caderno na mesa do almoço! – disse Hermione.

— Mione, pode me entregar depois? Minhas mãos estão ocupadas agora. – disse Harry que segurava os livros para Sarah.

— Ah claro. – respondeu a garota.

— Deixe que eu carrego! Ele já esta carregando tudo isso pra mim, o mínimo que posso fazer é carregar o caderno dele. – disse Sarah sorrindo.

— Pelo jeito vocês finalmente se acertaram e são amigos. – disse Hermione enquanto entregava o caderno para Sarah.

— Pois é, acho que nossos pais iriam gostar. – respondeu Sarah.

— Bom, eu vou indo. Vejo vocês depois! – disse Hermione deixando os dois sozinhos.

Harry e Sarah caminharam até as masmorras e entraram na sala comunal da Sonserina. Harry estava parado ainda com os livros nas mãos e olhou para a garota sorrindo, pois não sabia mais o que falar.

— A partir de agora é comigo. – disse Sarah pegando os livros e colocando em cima de um sofá da sala comunal. – E isso pertence a você. – disse Sarah entregando o caderno para Harry.

Quando Harry pegou o caderno, sua mão e a de Sarah se tocaram fazendo com que seus corpos entrassem em choque. Harry sentia seu coração quase sair pela garganta e sem perceberem, Harry e Sarah estavam com as mãos entrelaçadas.

— Obrigada pela ajuda, Harry. – disse Sarah baixinho, mas sem soltar a mão de Harry.

— Não foi nada. – disse Harry quase em um sussurro, segurando a mão de Sarah mais forte e olhando em seus olhos.

Naquele momento Harry deixou de raciocinar, só conseguia pensar em Sarah, na necessidade que ele sentia de beija-la. Com um impulso de seu inconsciente Harry beijou os lábios de Sarah. Nada mais importava, era como se só eles existissem, como se não houvessem problemas. Tudo que Harry conseguia se concentrar eram nos lábios de Sarah, no cheiro de seu perfume e em seu toque.

Quando o beijo acabou, Harry olhou a expressão confusa e surpresa de Sarah. ‘’Eu não devia ter feito isso!’’, pensou o garoto.

— Me desculpe, eu preciso ir. – disse Harry nervoso, antes de sair correndo da sala comunal da Sonserina.

— Harry... – disse Sarah baixinho e em vão, pois quando conseguiu voltar a si para chama-lo, Harry há havia fechado a porta, deixando Sarah sozinha na sala comnunal.