“Eowyn...”

Suspirei. Sabia o que viria a seguir.

“Sim?”

“Porque mesmo estamos aqui?”

“Eu já te disse Sarah. Não quero que você morra.”

“Mas eu não gosto de te ver assim! Você não é mais a mesma Eowyn de alguns anos atrás!”

“As circunstancias também não são mais as mesmas.”

“Essas vigias estão acabando com você! E os treinos também! Os vampiros não podem cuidar de si mesmos?”

“Repetindo pela milésima sétima vez: além de não poderem ir para o sol por que se queimam, até morrem dependendo do tempo de exposição, durante o dia eles enfraquecem. Por isso ficam mais sujeitos a ataques e precisam que alguem que fique de vigia se algum caçador aparecer. E para poder captura-los preciso de treino.”

“Não gosto disso! Você os entrega para serem mortos!” - Minha irmã não sabia é que na maioria das vezes era eu quem matava as pessoas. 

“Você não precisa de gostar. Não vou mais discutir isso com você. Foi minha decisão, não sua. Não vou voltar atrás!”

“E se eu me matar?”

“Jonathan não deixaria.”

“E se ele não souber?”

“Tem alguma coisa que ele não sabe?” - Jonathan, o líder do clã, podia ler pensamentos. Luke, seu irmão, podia transmitir pensamentos. Nithara, noiva de Jonathan, podia controlar qualquer objeto metálico a sua volta. Jack, irmão de Nithara, projetava imagens na cabeça das pessoas, ao ponto de enlouquece-las. Anya, noiva de Jack, não sofria os efeitos causados pelo sol. - “Agora vá dormir! Seu treinamento começa em seis horas, e você parece cansada!”

“Não tanto quanto você! Nem parece humana, de tão pouco que dorme!”

“Não preciso de dormir. Tenho de vigiar. Vai logo, não discuta!”

“Agora parece mais com a velha Eowyn!” - Dei língua pra ela, que riu e foi para nosso quarto. Suas palavras, porém, permaneceram comigo. Nem parece humana. A verdade é que eu já não me sentia humana. Tirando quando estava com minha irmã, não sentia amor. Já não conhecia mais alegria, medo, ódio, desejo, raiva. Eu era um vazio. Já sabia o meu futuro: Quando fosse necessário, seria transformada e me tornaria noiva de Luke, não por amor, mas por conveniência. Enquanto isso, vigiava o castelo romeno em que morávamos, mantendo olhares curiosos longe e matando todos os caçadores que ousavam se aproximar. Sim, era caçadora de caçadores. Irônico, não?

Após um tempo ouvi uma voz conhecida em minha cabeça. Eowyn, Leonard está escondido na floresta. Traga-o com vida. Nithara quer cuidar dele. Leonard, o caçador que vinha atormentando a nossa vida durante alguns meses. Nithara nutria um ódio mortal por ele.

Saí a sua caça. Em menos de vinte minutos, ele já estava capturado.

“Não vai me matar, sua vadiazinha traidora da própria especie? Não tem coragem o suficiente?”

Apertei a faca que tinha em mãos ainda mais contra o seu pescoço. Ele gemeu de dor e uma gota de sangue brotou no local. - “Não é coragem que me falta. E sim compaixão. Mas eu tenho ordens a seguir, e infelizmente não posso cortar seu pescoço. Esse prazer foi reservado a Nithara.”

Assim que pronunciei essas palavras, Anya apareceu.

“Eu assumo daqui.” - Ela olhou para minha perna. Durante a captura, Leonard me feriu na perna. O corte, apesar de superficial, sangrava muito. - “Descanse o resto do dia e faça um curativo nessa sua perna. Não queremos nenhum acidente, queremos?”

Dei ombros e voltei ao meu quarto. Fui até o banheiro e tomei um banho, lavando especialmente o machucado. Fiz um curativo e Depois vesti a roupa mais confortável que encontrei e deitei em minha cama king-size. Não demorou muito e cai no sono. Poucas horas depois fui acordada por Nithara.

“Está quase na hora de seu treino. Coma, você precisa se alimentar. Vou acordar Sarah.”

Eu e Sarah comemos, nos vestimos e fomos para nossos treinos.

Já disse que amo a minha vida?