A Tale Of Two Hearts escrita por Queen Eliz


Capítulo 1
Happy Christmas My Love


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos!
Bem, essa fic está sendo escrita para um concurso de One Shots do blog Sweet Madness Design
Eu sempre tive essa ideia de fazer o Daniel ter uma irmã, e com esse concurso acabei tendo um surto de inspiração e de repente, uma fic nova!
Pode ser que tenhamos uma fic completa, que fale mais sobre a irmã do Daniel, mas isso depende de vocês leitores!



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[Concurso One-Shots de Natal]

Emeline Grigori

24 de dezembro, véspera de Natal

O céu estava ficando cada vez mais encoberto pelas nuvens, o que era triste pois fazia uma noite linda. A Lua e as estrelas estavam cumprindo seu papel e brilhando de maneira tão intensa que, apesar do local estar sem qualquer iluminação, a noite estava clara. Era possível ver ao longe o teto da casa em que os outros estavam; havia sido melhor assim, estar um pouco longe. Eu preferia manter distância, ainda.

Não posso mentir, rever meu irmão foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Sentia tanta saudade dele! Tentávamos manter contato, mas nem sempre conseguimos isso com sucesso. A vida de Daniel sempre fora conturbada e motivo disso era sua grande e única paixão, Luce. Eu admirava aquilo. A maneira de como eles se amavam, de como Luce sempre voltava para meu irmão. Sim, havia aquela maldição sobre eles, mas mesmo assim se apaixonar perdidamente por ele todas as vezes não era a parte do castigo. Aquela na verdade era a parte que mostrava o quanto eles se amavam, que não importava se suas vidas eram atrapalhadas pela inveja desmedida de Lúcifer, ela sempre iria embora, e isso matava Daniel aos poucos, mas ela sempre voltaria e sempre o amaria enquanto estivesse com ele.

Isso me deixava feliz. Todas as vezes que Daniel encontrava Luce, tínhamos esperança de que algo pudesse mudar, e mudou afinal. Luce agora estava mais forte e mais destemida. Havia sobrevivido a tantas coisas desde pequena.... Sem contar que sua aproximação com Daniel não havia ocasionada sua morte, muito pelo contrário havia incentivado que ela buscasse por respostas que nenhum de nós podia contar, ela devia descobrir por si só.

A surpresa que tive quando Daniel me contatou desesperado dizendo que Luce havia entrado em um Anunciador e viajado por entre suas vidas passadas, foi enorme. Sai em sua ajuda para encontrá-la. Acha-la não foi fácil, afinal Luce estava descobrindo a si mesma. Assim que a encontrei, faze-la acreditar que era irmã de Daniel não foi difícil, nós sempre tivemos os mesmos olhos violetas. A parte difícil foi quando enfrentamos Lúcifer. Ele havia, finalmente, entrado em contato com Luce e fazer com que ele saísse da vida dela novamente não seria fácil. Por isso estávamos todos aqui, um lugar perdido no meio da Geórgia. Gabbe achou que seria melhor ir em busca das relíquias após o Natal, para que Luce descansasse e para que todos os anjos estivessem preparados. Vi a última luz se apagar na casa em que estavam hospedados. Eu havia me estabelecido em um pequeno chalé por perto. Ainda não conseguia ficar perto dele.

Foi perdida nas lembranças de tudo que havia passado - minha reclusão, o pedido de Daniel para voltar, conhecer esta nova Luce e traze-la de volta a meu irmão, pensado em Cameron - que nem acabei notando quando havia começado a nevar, algo que era bastante incomum na Geórgia, mas não impossível.

Assim que deixei minhas asas saírem, senti um alivio incrível! Era como tirar um peso enorme de si. Fechei os olhos por um momento e respirei o ar gelado. Eu amava aquilo, amava a neve, amava o ar frio que entrava em meus pulmões assim que aspirava e a sensação interior de estar se tornando parte da neve. Com um leve bater de minhas asas, fiquei a centímetros do chão só para sentir mais ainda a neve batendo em minhas costas e cada extensão de minhas penas. Aquilo era indescritível para mim.

Assim que meus pês descalços encontraram o chão gelado, eu senti um perfume diferente no ambiente. Não precisava de mais nada, eu sabia que ele estava ali. Sua presença era notada de qualquer maneira por todo meu corpo, senti um arrepio correr por minhas asas e espinha assim que ouvi seus passou se aproximando da sacada do meu quarto.

– Sempre achei suas asas lindas Emeline. – disse com sua voz grave.

– Cam... – foi tudo que consegui dizer no momento. Ele por sua vez não se ateve a esse detalhe e continuou:

– Tão brancas que poderiam até cegar alguém, mas ainda sim uma cor que admiro.

Não conseguia tirar meus olhos violetas da sua imensidão verde. Os olhos de Cameron sempre contrastaram com a cor dourada de suas asas, e aquilo o deixava mais lindo ainda. Eu sabia muito bem qual fora o motivo que levou ele a tomar aquela decisão, que o fez escolher o lado oposto ao meu, um coração partido. No início a dor que eu sentia era dilacerante. Após a queda, eu havia me apaixonado perdidamente por Cameron. Eu tentava de alguma forma mostrar isso, mas nunca consegui. Quando vi ele amando outra mulher, nada podia fazer se não torcer pela sua felicidade. Pois quando se ama verdadeiramente alguém o que importa é a felicidade dela, mesmo que seja com outra pessoa.

Sofri calada, abrindo meu coração apenas para Ariana e Daniel, por isso nunca se deram tão bem. Mas continuei ao lado dele. E quando ele sofreu por amor e fez sua escolha, eu o apoiei e mantive ele de pé enquanto eu mesma caia cada dia mais.

Por isso me afastei. Doía vê-lo e não o ter. Doía saber que nunca seria correspondida, doía tanto que era insuportável. Tentei acabar com aquela dor, tentei acabar comigo, mas nada deu certo. Tive que aprender a viver com aquilo e aceitar que nunca o teria. Mas aqui, em minha frente depois de tantos anos, meu coração batia tão rápido que ele podia sair pela minha boca a qualquer instante.

– Eu... eu estava distraída, não te vi entrar. – consegui dizer por fim. Ele riu de lado com isso.

– Eu sei, sei como gosta de neve.

– Sim... – respondi sorrindo com aquilo. – O que faz aqui?

– Estava totalmente sem sono, resolvi voar um pouco então vi uma claridade vindo da sua sacada, quando olhei eram suas asas. – ele respondeu de maneira simples.

– Oh! Entendi.

– Está sem sono também?

– Sim, e com a noite tão bonita... acabei esquecendo das horas.

Ele sorriu como se já esperasse por aquilo. Aquele sorriso me derretia por inteira. Ele me conhecia tão bem, assim como eu o conhecia. Ainda com as asas pendendo de minhas costas, me virei para aproveitar mais um pouco a neve, esperando que ela me acalmasse um pouco. Cam ficou na sacada, em pé junto a mim. Depois de um silêncio tranquilo, ele disse:

– Você ficou longe por tanto tempo Emeline... o que te fez voltar?

– Luce. – respondi – assim que ela entrou em um Anunciador, Daniel me procurou e me pediu que ajudasse a encontrá-la.

– Mas ainda sim prefere ficar aqui, sozinha. Me pergunto o por quê?

Desviei meu olhar do dele, o motivo? Bem o motivo era bem simples, estava longe por causa dele.

– Me sinto melhor sozinha, depois de tanto tempo acabei me adaptando a isso. – falei de maneira falsa.

– Você sabe Eme, nunca consegue mentir para mim.

– O quê? Mentir? Não estou mentindo! – tentei contornar aquilo.

– Quer mesmo fazer isso? Diga Eme, por que fica longe? – neste momento ele repousou suas mãos em minha face, o que me fez olhar dentro de seus lindos olhos verdes. Suspirei, estava começando a tremer novamente, e não era de frio. – Não adianta mentir, já sei a verdade.

– Se sabe, por que ainda me pergunta sobre? Se já sabe a verdade, por que ainda que ouvir de mim a causa de me manter afastada?

Olhei de maneira firme para ele. Cam olhou para mim de maneira atenta, tentando desvendar algo no fundo de minha alma. Não que precisasse ir tão fundo para ver algo que estava quase escrito em minha testa.

– Todos os dias, desde quando você foi embora de vez, eu me perguntava como tinha sido tão idiota por deixar você fazer isso. – aquilo foi um choque pra mim, mas ele continuou – Como eu havia sido tão cego? Como havia deixado você escapar por minhas mãos, logo você que sempre esteve aqui? Te procurei em outros lugares, mas é obvio que nunca acharia alguém que fosse igual a você, muito menos que tivesse sua essência...

– Cam? O – o que estã querendo dizer? – perguntei com a vez embargada e trêmula.

– Estou querendo dizer, Emeline, que só depois que te perdi foi que caí em mim. Foi somente quando não te vi mais ao meu lado que vi quanta falta você me faz, quanto rir sem você não era tão engraçado, que viajar pelo mundo não tinha mais a mesma graça. Que os dias passavam mais devagar, que nada que eu fazia estava certo. Eu estava incompleto sem você, Eme. Estava vazio.

Ele secou uma lágrima que havia me vencido e rolava livremente pelo meu rosto. Não encontrava palavras para aquele momento, seria tudo um sonho? Apenas mais um delírio da minha mente insana, que ansiava sempre por aquele anjo? O toque que senti depois confirmava que era real. Seus lábios encostaram nos meus de maneira lenta e carinhosa, fechei meus olhos instantaneamente. Não lembro mais quanto tempo ficamos assim, somente sentindo a macies dos lábios um do outro. Quando nos separamos os olhos de Cameron estavam mais brilhantes do que nunca.

– Eme, esperei por tanto tempo para poder corrigir esse erro. Eu queria lhe dar um presente neste Natal. Queria que você se sentisse viva de novo, assim com estou me sentindo agora. Queria lhe dar algo que você sempre quis.

– O que eu sempre quis foi você, Cam. Somente você, mais nada nem ninguém. – disse em meio as lágrimas de felicidade por aquilo estar acontecendo em minha vida. Deus, com eu o amava!

Ele sorria de um jeito que fez meu coração se aquecer. Acabamos de vez com o espaço entre nossos corpos, ele me puxou pela cintura para me envolver em seus fortes braços. Sussurrava em meu ouvido o quanto me amava, e o quanto se arrependia. Eu distribuía beijos por toda extensão de seu pescoço e acariciava sua nuca e seus cabelos. Por fim, ele tomou minha boca com tamanha volúpia que me tirou do chão por longos minutos. Nossas línguas dançavam e exploravam a boca um do outro, no começo sem muita pressa, mas depois fomos mais intensos nos abraços e beijos, eu começava a suspirar e ele apertava mais ainda seu corpo contra o meu.

Foi então que o prazer e a vontade da carne falaram mais alto. Ambos havíamos esperado por isso. Ansiávamos por isso, eu não recuaria agora, tinha completa certeza do meu amor por ele, sabia agora que cada sentimento era recíproco.

As mãos de Cam desceram pela minha espinha e fizeram carinho em minhas asas ainda expostas, o contato me fez gemer baixinho.

– Emeline? – ele perguntou em meio ao beijos.

– Sim?

– Eu te amo. – disse olhando no fundo dos meus olhos.

– Eu te amo, Cameron – respondi com um sorriso tão sincero e grande. Sempre quis dizer aquilo.

Voltamos a nós beijar, enquanto isso Cam me guiava de volta ao quarto, essa foi a deixa para recolher minhas asas. Devagar, ele deitou seu corpo sobre o meu em cima da cama e continuou me beijando apaixonadamente. Nossa luxúria era tamanha, que rapidamente estávamos livres das roupas que usávamos. Eu havia me guardado para ele, nunca havia sido de ninguém, e se nunca fosse dele morreria dessa maneira. Mas eu o queria, queria senti-lo dentro de mim.

Ele não parou de olhar em meus olhos um só segundo, nossas mãos estavam dadas. O incomodo que senti foi rapidamente dissipado do meu corpo. Cada movimento dele fazia com que eu perdesse cada vez mais os sentidos. Nossos gemidos eram descompassados e cada vez mais altos. Apesar da noite fria, nossos corpos estavam quentes e suados.

Mesmo sem experiência, inverti nossas posições e me movimentei em cima dele. Ele gemia meu nome a cada movimento e aquilo me instigava. Quando estávamos próximos do auge, ele se levantou e ficamos abraçados, eu sentada em seu colo e ele ainda mantendo suas estocadas. O êxtase nos atingiu no mesmo instante. Fui tomada por uma sensação maravilhosa, sentia como se estivesse voando.

Deitamos ainda abraçados, sem forças para se levantar da cama. Senti quando ele nos envolveu por um lençol branco. Meus olhos estavam quase se fechando, assim como os dele.

– Feliz Natal, meu amor. – sua voz grave e agora com sono ressoou em meus ouvidos. Depois disso só me lembro de um demorado beijo e a escuridão que me tomou. Eu estava finalmente completa.

“Nós pertencíamos um ao outro e neste Natal, sabíamos disso mais do que nunca. Sempre havia escutado das pessoas, que nesta época todas as desavenças eram vencidas. Que as reconciliações eram frequentes, que todas as magoas eram esquecidas. Espírito Natalino, alguns diziam. Nunca havia acredito naquilo, afinal quando se quer realmente se desculpar com alguém, não se deve esperar até uma data em especial para fazê-lo. Mas a volta dela coincidiu com o Natal, nada mais irônico. Se era verdade ou não, aquela data nunca havia sido muito especial para mim, mesmo sendo um anjo desgarrado. Mas a partir daquela noite, o Natal havia tomado um significado muito grande. Reconciliar, esquecer as diferenças. Cada um desses sentimentos se fazia presente agora e para o resto de nossas vidas, mas principalmente ela estava presente em minha vida. – Cameron”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!Comentários são sempre bem-vindos!



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