Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 24
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Não, não tem desculpa pela demora. Sim, sinto muito. E bloqueios criativos são uma droga!



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— Vocês demoraram. - Kristoff comentou ao ver Elsa e Asle se sentarem a mesa.

— Estávamos ocupados resolvendo alguns assuntos importantes de extrema urgência. - explicou Asle com um sorriso suspeito nos lábios, que fez com que Elsa sentisse vontade de socá-lo e beijá-lo ao mesmo tempo.

— Urgentíssimos! - emendou Anna em um tom de repreensão, mas sem conseguir disfarça o sorriso que se desenhava no canto dos lábios.

— Vocês podem parar com isso? - Elsa pediu sentindo as suas bochechas queimarem.

— O que está acontecendo? - Kristoff perguntou se sentindo excluído. 

— Nada, meu amor. Nada que você queira realmente saber. E Elsa teremos uma conversa mais tarde. - Anna exigiu como se ela fosse a mais velha.

— Tudo bem. Sobre o que?

— Você sabe bem “sobre o que”. - os olhos da ruiva fitaram os da Rainha lhe dizendo tudo o que se passava por sua cabeça no momento.

— Eu entendo e admiro sua preocupação, mas você não é minha mãe, Anna. - Elsa respondeu se sentindo desconfortável.

— Eu sei que não sou a mamãe, mas ela não está aqui pra isso. - rebateu firme com uma pitada de dor na voz, afinal, nunca seria fácil não ter os pais ali.

— Tudo bem, como você quiser. - a loira falou por fim, compartilhando o tom de tristeza de Anna. 

— Elsa! - Kristoff exclamou com intuito de dissipar o clima pesado que havia se instaurado. - Hoje de manhã chegou um livro vindo das Ilhas do Sul.

— Um livro? - Asle questionou desconfortável com menção do país de origem do falecido e desgraçado Hans.

— Sim, o Rei das Ilhas do Sul enviou o livro como um pedido de desculpas por Hans ter agido contra Arendelle novamente. O mensageiro sulista disse, que o Rei acredita que o livro pode ser muito útil. - esclareceu o ex-vendedor de gelo.

— Mas afinal que livro é esse? - Elsa questionou curiosa.

— Esse aqui. - Kristoff puxou o livro grosso e escuro da cadeira ao lado e o entregou a Rainha.

— Pesado. - comentou trocando o livro de mão e o abrindo.

O livro tinha as folhas um pouco desgastadas e amareladas e em vermelho bem na primeira folha estava escrito “A Origem da Magia”, logo a baixo das letras vermelha e em uma fonte menor estava escrito “ e seus segredos” em dourado. Elsa sentiu seu corpo inteiro arrepiar, não era um simples livro, era um livro sobre magia, um livro sobre a origem da magia em seu mundo, um livro sobre sua própria origem.

— Esse livro… esse livro era… - a Rainha não conseguia formular uma pergunta no momento.

— Esse é o livro que Hans e Klaus estudavam, é o livro que explica tal urna que guarda a magia negra. - Kristoff respondeu sem rodeios.

— Fique calma, Elsa. Nós acabamos com Hans, não há mais perigo. - Asle falou em seu tom otimista.

— Não exatamente. - Anna comentou tentando não parecer pessimista.

— Do que você está falando? - Elsa exigiu tendo um pressentimento ruim.

— O livro chegou bem cedo e eu sou muito curiosa, você sabe bem. Então eu li a aparte que falava sobre a urna e parece que após a urna ser despertada, leva um bom tempo para volta adormecer.

— O que isso quer dizer? - Asle perguntou menos otimista.

— As trevas que ficam dentro da urna estão nesse exato momento chamando por um novo hospedeiro.

— O que? - Kristoff questionou assustado. - Como você sabe disso e não avisa a ninguém?

— Calma, eu levei o livro aos trolls assim que descobri isso e junto com Vovô Pabbie percebemos que só um coração como o de Hans, desesperado e solitário, poderia escutar o chamado. Vovô Pabbie me deu um espelho capaz de ver o coração das pessoas que olha para ele e eu o usei nos guardas antes de chegar para o almoço, demorou um pouco, mas nenhum deles tem o coração como o de Hans.

— Os guardas não, mas alguém lá fora pode ter. - Elsa constatou.

— Mas os guardas proibirão qualquer um de se aproximar. - Anna rebateu.

— Anna está certa, não tem como ninguém chegar até a urna. - Asle garantiu passando o braço pelos ombros de Elsa tentando acalmá-la.

— Espero que vocês estejam certos.

xxx

O céu de Arendelle estava escuro e tomado de estrelas, era uma bela noite perfeita para passear as margens do fiorde, sentir a brisa, tomar um sorvete, mas essas atividades não estavam nos planos de Louis, após seu encontro com o guarda próximo ao local onde a voz misteriosa o levara, o oficial resolveu voltar para cidade, porém não para o castelo. 

O coração do jovem rapaz parecia ter sido arrancado do peito e a última coisa que o guarda precisava ver era a Rainha e seu noivo, só de lembrar dos dois juntos Louis sentiu seu corpo tremer de raiva, um sentimento raro pra ele, mas que desde sua ida as montanhas havia se tornado normal, em um golpe rápido de puro ódio lançou a garrafa de vinho que bebia contra a parede da taverna onde se encontrava.

— Ei, esquentadinho! Você está pagando só pelo vinho não pela parede! - o dono da taverna gritou.

— Eu não te perguntei nada. - Louis rosnou se voltando para o homem que havia gritado com ele.

— Olha aqui seu… - o homem alto, ruivo e gordo começou a crescer para cima de Louis, mas antes que ele pudesse terminar a frase o guarda o agarrou pelo pescoço.

— Olha o que? Em? - os olhos claros de Louis normalmente calmos e doces, estavam irreconhecíveis, ferozes e cruéis.

— Nada, nada. - o homem choramingou desesperado.

— Assim espero. - Louis rosnou soltando o homem e saindo da taverna.

Louis sentia a raiva, o ódio e todo sentimento ruim viajarem por suas veias como um veneno, ele precisava fazer algo o mais urgente possível, a voz misteriosa continuava em sua mente o motivando a ir até as montanhas. Ele precisava de um plano para chegar a caverna mais escura do reino, ele precisava passar pelos guardas e entrar.

— Mas como?! - gritou feito um louco assustando algumas pessoas que passavam.

Irritado Louis olhou para o céu estrelado como se esperasse uma resposta e por mais inacreditável que parecesse, a resposta veio. Um pássaro cruzou o céu pousando no telhado de uma casa, em com pequenos pulinhos o pássaro andou pelo telhado e entrou por uma fresta da superfície da casa onde havia feito seu ninho. Era isso! Se Louis não poderia chegar a caverna por baixo ele chegaria por cima, escalaria as montanhas e depois desceria até a caverna.

— Eu só preciso de ganchos e cordas. - falou para si mesmo com um sorriso cruel antes de começar a andar em direção ao castelo.

Já dentro do castelo, Louis correu até o seu quarto sem olhar para os lado, em busca de cordas e tudo que pudesse ajudá-lo a escalar as montanhas mais afastadas do reino. Não demorou muito para que o guarda juntasse todo o equipamento necessário, colocasse em uma bolsa de couro atravessada ao corpo e corresse para fora do quarto. Andando pelos corredores do castelo feito um lunático acabou esbarrando em Kai, que saia da biblioteca com um objeto nas mãos que acabou caindo no chão.

— Não olha por onde anda?! - Louis esbravejou.

— Desculpa, senhor Louis. - o mordomo respondeu assustado.

— Me desculpe por gritar. - o guarda se controlou para não levantar suspeitas e abaixou para pegar o objeto caído, um espelho.

— Prometo tomar mais cuidado. - Kai comentou educado enquanto Louis se levantava.

— Não se preocupe com isso, eu que ando meio irritado. Aqui está o seu espelho. - respondeu com falsa cordialidade entregando o espelho para Kai, mas antes do mordomo pegar o objeto a imagem de Louis foi refletida pelo espelho, porém os olhos azuis do rapaz pareciam roxos, escuros e brilhante no reflexo, como uma especie de efeito magico, Kai percebeu, mas preferiu não comentar por medo da reação do rapaz.

— Obrigado. - Kai tomou o espelho rapidamente e se afastou deixando Louis livre para seguir seu caminho.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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