Não Me Deixe Ir escrita por Juliane Bee


Capítulo 13
Corredores não te trazem flashbacks?


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me.

Como estão, meus amigos? Espero que bem :)

ANTES DE TUDO: AQUI ESTÁ A PLAYLIST MUSIC FOR WRITING QUE CRIEI. A LOKA AQUI ESQUECEU DE POSTAR O LINK NO CAPÍTULO ANTERIOR, ME PERDOEM HAHAH

https://open.spotify.com/user/12168421090/playlist/6ShDCBuqIocCftBmW9pQhx

Resolvi postar esse capítulo hoje (domingo-segunda) porque essa semana tem feriadão e meus pais vem para cá de novo = sem capitulo novo na sexta. Dia 23 é meu aniversário, completo 19 anos.
Nossa, estou ficando velha! Comecei no Nyah! com 15 para 16, e olha agora! Anos maravilhosos escrevendo para leitores incríveis. Em todos os capítulos eu agradeço o apoio de vocês, e não é melação, é a verdade. Nesses tantos anos ler o que vocês me escrevem me impulsiona de uma forma sobrenatural. É sério. Eu me sinto boa em alguma coisa, sabe? Como se tudo fizesse sentido :)
Meus dias passaram rápidos, cada vez mais provas e trabalhos, nossa! Fiz um job como fotógrafa (acho que já falei no cap anterior) e foi muito legal. Deu pra tirar um dinheirinho bacana hahaha
Updates sobre a relação com minha melhor amiga: nós meio que reatamos. Okay, vou contar a história toda. Eu não falava com ela há 1 mês, e nos vimos na faculdade essa semana. Foi muito estranho, parecíamos duas estranhas, mas eu fui dar oi, cumprimenta-la. Não conversamos direito, mas fiquei pensativa. Nos conhecemos há 15 anos, vale a pena tentar recomeçar. Sei que ela mudou, eu mudei, mas.. somos um time. Ela é a minha pessoa.
Sinto que nossa relação é muito próxima, leitor. Conto coisas para você que muitos amigos íntimos não sabem. Obrigada por me ouvir, e sinta-se livre para conversar comigo nos comentários. Sei lá, diga oi :)
ULTRAPASSAMOS 100 COMENTÁRIOS! YEY! Fico muito feliz que vocês estejam curtindo a fic, e fiquem ligados que esse capitulo está L-A-C-R-A-D-O-R.

Você curte CLADAM?

Esse capitulo é pra você. De nada.

Uma boa leitura,

Não esqueça de comentar o que achou, hein!

ps: não esqueçam da trilha sonora :) Essa música é demais! E eu descobri depois da baita cena MALEC de ShadowHunters, Jesus, o que foi aquele beijo! To no chão!



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I can't help but love you
Even though I try not to
I can't help but want you
I know that I'd die without you

War of Hearts— Ruelle

(...)

— Chegamos. - Helen sussurrou sem jeito, me fazendo acordar.

— Ah, obrigada. - Abri os olhos devagar, a claridade incomodando meus olhos.

Eu tinha dormido tanto assim?

— Vamos. - destravei meu cinto de segurança e peguei minha bolsa no bagageiro. Helen me seguia atentamente com seu olhar curioso.

— É por aqui. - o aeroporto não era grande, apenas uma escala.

Esperamos a bagagem na esteira (que não era uma esteira, e sim uma mesa com malas em cima) e fomos até o guichê de um estacionamento.

— Um segundo. - Helen me interrompeu - Acho que é aqui mesmo. - tirou um papel amassado do bolso - A companhia deixou as chaves do carro nessa empresa. - ri fraca - O que foi?

— Essa é a única empresa de estacionamento do aeroporto. - é óbvio que está aqui.

— Ah. - ela pareceu surpresa.

— Cidade pequena, Helen. - um atendente apareceu. - Olá. - sorri simpática - Minha assistente reservou um carro..

— Claire Walsh? - franzi o cenho, encarando melhor o homem - Nossa! Sou eu, Elliot. Elliot Gobler. - ele sorriu, mas eu não fazia ideia de quem era - Fizemos geometria, história e biologia molecular juntos no ensino médio. - nossa, ele lembrava bem.

— Claro! - menti.

— Sinto muito pelo seu pai. - pareceu sincero.

— Tudo bem. - balancei a cabeça - Você pode me entregar a chave? - mudei de assunto.

— Sim, sim. - ele lembrou do que estava fazendo e procurou em uma gaveta. - É um Honda City, está estacionado logo na entrada.

— Obrigada.. - lembro muito bem que Helen tinha reservado uma S10 Colorado, mas tudo bem. Não me estressaria por isso, é só um detalhe.

— Elliot. - sorriu.

— Isso. Elliot. - agradeci.

Dei a conversa por encerrada e segui até a saída.

Acionei o alarme e um carro preto apitou. Despachei as malas na parte de trás e embarquei, Helen quieta ao meu lado.

— Não foi esse o carro que aluguei..

— Não vamos falar sobre isso. - ri fraca.

— Cidade pequena mesmo, hein. - ela riu.

— Você ainda não viu nada, acredite. - liguei o carro.

— A reação dele, nossa, parecia que estava vendo um fantasma.

— Basicamente. - sorri - Sobre o que ele disse, bem, meu pai morreu pouco antes de eu me mudar para São Francisco, como também não tenho minha mãe..

— Tudo bem, Claire. Não precisamos falar sobre isso. - me encarou.

— Obrigada. - continuei dirigindo, até que em certo ponto do trajeto Helen voltou a tagarelar.

— É tão verde. - seu olhar não saía da janela.

— Imagine então na primavera.

— Deve ser lindo. - concordei.

— Quando meus avós eram vivos, minha família e eu sempre passávamos as férias na fazenda. Era muito bom, quer dizer, em partes. - ri sozinha - Acabei descobrindo que sou alérgica a abelhas em uma dessas andanças. Meu rosto ficou tão inchado que não conseguia abrir os olhos. Minha mãe me chamou de bolinho por um bom tempo depois desse episódio. - uma placa de “Seja Bem Vindo a Madison” quase me cegou.

— Então a Dama de Ferro já foi uma garota do interior. - revirei os olhos.

— Você tem o endereço do prédio? - perguntei a ela, que leu a localização em voz alta - Fica no centro da cidade. - dobrei a direita - Há anos não venho para cá.

Tirando as vitrines modernas, nada de especial tinha mudado. As mesmas lojas comandadas pelas mesmas famílias, dessa vez pelo filho, talvez neto. Não tive dificuldade para encontrar uma vaga, estacionei em frente ao prédio.

— Nossa, que lugar aconchegante. - Helen estava deslumbrada.

Eu não vejo assim.

Memórias rodeavam minha cabeça. Todo lugar em que parava o olhar me lembrava algum momento em especial ou até mesmo alguém.

A padaria Ruelle. Meu Deus.

— Vamos deixar para descarregar as malas depois, que tal tomarmos café da manhã? - ela assentiu - Ótimo.

Atravessei a rua atenta aos detalhes. Tudo estava impecavelmente igual.

O sininho tocou quando a porta foi aberta da mesma forma que tocava há mais de vinte anos.

Sentamos em uma mesa próxima a vitrine, conseguindo uma visão ampla da rua.

— O que vão querer?

— Um omelete com brócolis, bacon e cebola, por favor. - a atendente me observou. Era jovem, 16, 17 anos.

— Mãe? - virou para a bancada.

— O que foi, Lou? - Sra. Hilson saiu da cozinha.

— Um omelete Walsh. - a mulher franziu o cenho, assim como a garota que continuava me encarando.

— Um o que? - o lugar estava quase vazio, mas a parcela de clientes ali presentes notou que alguma coisa estava acontecendo.

— Um omele..

— Eu escutei da primeira vez. - interrompeu a filha, se aproximando da mesa. - Helen me encarava confusa - Seus olhos te denunciam, mocinha. - sorriu.

— Como vai, Sra. Hilson?

— Eu é que te pergunto, há anos não escuto esse pedido e agora você está aqui, em Madison.  

— Algumas coisas nunca mudam. - sorri - Esse continua sendo um dos meus pratos preferidos de todos os tempos. Quero ver se continua com o mesmo gostinho de infância.

— Eu mesma vou preparar, querida. Não suma daí! - se afastou.

Percebi que Helen não tinha feito nenhum pedido.

— Você ainda não pediu, vou chamar a..

— Não. - me interrompeu - Tudo bem.

Seu semblante estava esquisito.

— Me explique essa cara. - ela riu.

— Parece que minha chefe é uma celebridade local e eu não sabia.

— Não é bem assim. - ri fraca - Talvez eu só esteja te levando nos lugares certos.

— É sério, todo mundo te conhece. - balancei a cabeça - Ter um prato com o seu nome, nossa, é como uma estrela na calçada da fama.

— Minha mãe costumava vir aqui quando estava grávida de mim, e ela comia todas as manhãs esse omelete de brócolis com bacon e cebola. Sempre, religiosamente. Nada melhor do que batiza-lo com o nome dela. - sorri.

— Então não é só você a celebridade, sua família também? - respirei fundo.

— Meu pai ficou famoso sim, mas por perder tudo.

— Eu.. ahn.. - ela ficou constrangida.

Percebi que tinha ido longe demais.

— Não foi culpa dele, Helen. Quero que saiba disso porque mesmo ele estando morto, pra mim importa. Papai foi vítima de uma armação e, parte da minha volta tem a ver com isso.

Ela assentiu.

— Aqui está, bom apetite. - Sra. Hilson voltou com o prato, trazendo o mesmo para Helen.

— Só esse cheiro já me traz tantas lembranças, nossa.

— Sinta-se a vontade, Claire.

— Obrigada. - agradeci - Essa é minha assistente, Helen.

— Espero que você goste do prato, querida.- ela assentiu agradecendo.

Essa é pra você, mãe. Pensei antes da dar a primeira garfada.

Talvez Helen tenha razão, eu sou conhecida em Madison.

Mas isso não é bom.

****

Assim que girei a maçaneta do quarto de hóspedes de Eric, quase tive um infarto.

— Minha Nossa..

— O que foi? - Helen estava agora ao meu lado.

Droga.

Droga.

— Então o tal carinha é de Madison.. - sorriu maliciosa.

— Não. Não.. - disse séria, ela ainda sorrindo. Nem eu conseguiria acreditar em mim nesse momento.

Haviam centenas de pétalas de rosa espalhadas pelo chão do quarto, assim como velas aromatizantes em formato de coração. Até mesmo a toalha de banho estava estendida dessa forma.

— Eric é gay. - fitei-a. Tomei coragem e entrei no quarto, pegando um bilhete em cima da cama.

“Dizem que esse quarto é mágico…

O que acha de descobrir por conta própria?

Espero que curta a surpresa, quer dizer, curtam.

Você e seu boy.

— E”

— Eu não acredito que ele fez isso. - disse indignada.

— Canela. Eu adoro esse cheiro. - Helen ria compulsivamente, enquanto cheirava as velas.

— Ótimo, pode levar as velas contigo para o outro quarto. - tirei as pétalas da cama, jogando-as ao chão.

— Esse quarto está lindo, Claire.

— Sim, para um casal. Por acaso você está vendo algum casal aqui? - ela negou com a cabeça.

— Eu vou levar mesmo as velas. - e saiu de lá.

Enquanto guardava minhas roupas no closet e organizava meus objetos pessoais, ri da situação. Não era para tanto, eu sei, mas fiquei chocada com a audácia de Eric.

Se ele soubesse o que aconteceu naquele corredor de hotel..

Naquele momento não havia cama arrumada, pétalas de rosa, velas aromáticas, nem ao menos um quarto.

Eu o desejava ali, na hora.

Afastei meus pensamentos focando na pasta de processos em minha frente. Me reuni com Helen na sala de estar e começamos a organizar os casos por ordem de importância. Percebi que tínhamos passado do horário de almoço quando comecei a sentir fome.

— Nossa, já são quase três da tarde. - desbloqueei o celular - Você está com fome?

— Depende, você paga? - ela riu, mas eu sabia que falava sério.

— As despesas são por conta da empresa, então.. - abri minha bolsa pegando meu cartão de crédito - Não quero sair para comer, você se importa se pedirmos alguma coisa por telefone?

— Por mim tudo bem.

— Ótimo, você é a assistente, você liga.

— Eu vou até a sacada pegar o número da Ruelle. Sem peixe, nem amendoim. - fitei-a - Qual é, eu trabalho com você há um mês, mas faço meu trabalho corretamente. Chequei todas as informações antes de vir para cá.

— Boa garota, continue assim. - sorri, ela se afastando.

Continuei zapeando pelo celular, quando parei em uma manchete específica.

“Protesto em defesa de ONG obteve resultado favorável.

Stefan Reagan estampava uma das fotos.

— Bingo. -sussurrei.

O juiz do caso era Carlton Nixon, homem justo, já nos vimos no tribunal algumas vezes.

Minha informação foi mais útil do que pensava. Isso significa que talvez eu não seja mesmo má pessoa.

Ainda tenho uma parte não corrompida dentro de mim.

Folheei alguns processos quando a campainha tocou. Fitei Helen, que entendeu o recado.

— Sim, chefe. - levantou, se deslocando até lá.

Tirei os papéis da mesa, procurando talheres e pratos na cozinha.

— Eu estava morrendo de fome. - voltei a sala de estar - O que é isso? - fitei o buquê nas mãos dela. - Eric fez isso?

— Acho que não. - franziu o cenho.

Observei atentamente as flores.

Merda.

O aroma das flores já estava inundando o ambiente.

Senti meu nariz coçando.

Meu celular vibrou na mesa. Número desconhecido.

— Alô?

— Gostou da surpresa?— claro.

— Tinha que ser você. - Helen sorriu maliciosa.

— O que foi? Vai dizer que não gostou das flores..— falou ofendido.

— Eu sou alérgica, Adam. - ele riu.

— Deve ter ganhado muitos buquês na vida para saber desse detalhe. — Touché.

— Obrigada por tentar me matar. - empurrei Helen (e as flores) para longe - Posso te indiciar por tentativa de homicídio.

— Sendo boa advogada do jeito que é, estou me sentindo ameaçado. — sorri. Ele era bom, jogava com as cartas certas.

— Posso saber como você conseguiu meu telefone?

— Eu tenho meus contatos no FBI. - riu - Digamos que subornei certo garoto para que me passasse a lista de hóspedes do hotel.

— Posso saber quanto valeu essa informação?

— Algumas voltas de carro pela cidade. Sabe como são esses garotos, loucos para dirigir sozinhos por aí.

— Temos mais uma infração aí, Sr. Van Howard.

— Como pode perceber, eu preciso de você para me manter na linha.— riu fraco - Se quiser, você pode pedir minha prisão domiciliar. No seu apartamento, talvez..

Eu não tinha resposta.

Droga.

— Vou encarar esse silêncio como um sim. Passo aí às 7 horas.

— O que? Adam, não. Eu estou cansada da viagem, tenho mil processos para organizar..

— Sem desculpas, Claire.— me interrompeu — Você prometeu que jantaria comigo e agora estou cobrando. Esteja pronta.

— Eu odeio você.

— Nós dois sabemos que isso não é verdade. — e desligou.

— Idiota. - falei para o nada.

Larguei o celular no sofá e voltei até a mesa. Helen me esperava com a comida.

— Não me olhe assim. - deu de ombros.

— Eu não disse nada..

— Só.. coma.. - peguei um dos sanduíches.

— Ele é bonito? - arregalei os olhos. Que petulância. - Tudo bem, tudo bem. Vou ficar quieta.

Soltei o ar.

Droga.

****

Fitei o relógio notando que já passava das 5 e meia.

— Sem condições de irmos até o escritório da Jill. - fitei Helen.

— Porque? - eu não tinha mencionado esse detalhe.

— Vou sair para jantar com um amigo hoje a noite, espero que não se importe em ficar sozinha. - ela balançou a cabeça.

— Tudo ótimo..

Revirei os olhos.

— Eu vou tomar um banho, sinta-se a vontade para fazer o que quiser. Só não temos comida.

— Darei um jeito. - sorriu.

Assim como eu, Eric mudou de vida. Cresceu na carreira no minuto em que saiu de Madison. O apartamento é um reflexo de como ele é.

Extravagante e elegante ao mesmo tempo.

Todos os quartos são suítes, e possuem banheiras.

— Finalmente. - disse submergindo minha cabeça. Só Deus sabe o quanto eu esperei por esse momento nas últimas horas.

Não sei quantos minutos fiquei vegetando na água, meus pensamentos estavam longe.

Há quanto tempo não saio com um cara? Do tipo sair, paquerar, jantar.

Não faço ideia.

Ótimo, eu estava nervosa.

Saí da banheira, observando meu reflexo no espelho.

— Você enfrentou seu chefe e não vai conseguir enfrentar um encontro com Adam? - eu parecia uma boba. - Não temos mais 17 anos, Claire.

Tentei me acalmar enquanto me maquiava. Olhar discreto, boca tudo.

Vermelho. Isso.

Ouvi o barulho da campainha.

Abri a porta do quarto, saindo no corredor.

— Helen, você não deixou ninguém subir, não é? - Gritei.

— Você mesma disse que é uma cidade pequena. - riu - Esse prédio não tem porteiro.

— Merda. - a campainha soou novamente - Não. Abra! - ela me encarou.

— Claire, eu sei que você está aí. A luz está acessa. - era ele. Helen sorriu.

— Abra essa porta, mas não dê trela para ele. - ela assentiu.

Voltei correndo para o quarto em busca de um vestido.

E sapatos.

E acessórios.

Tentei prestar atenção na conversa.

— Olá.. você não é a Claire. — riu fraco - Se eu não tivesse ouvido ela gritar segundos atrás, poderia achar que me confundi de apartamento. — Helen riu. Aquela traíra. - Pelo visto não sou o único a receber tratamento especial.

— Helen, sou a assistente da Claire.— sua voz ficou mais aguda. Ela estava intimidada por ele?

Peguei minha bolsa, saindo do quarto.

— Eu já ouvi falar sobre você. Sou Adam, o namorado.

— Muito engraçado, Adam. - ele estava sentado no sofá.

Nossa.

Pude entender por que a voz de Helen estava mais aguda. Ele estava lindo.

— Eu sei. - sorriu.

— O que?

— Eu to bonitão, pode dizer. - levantei uma sobrancelha. - Sua assistente concorda.

Mirei em Helen, que sorria estasiada.

— Ela não faz ideia do manipulador barato que você é. - abriu a boca para argumentar, mas o interrompi - Cuidado, Helen, ou ele vai analisar você a noite toda.

— Bom saber que você me vê desse jeito, vamos ver quem manipula quem aqui. - seu olhar soltava faíscas. Não desviei, continuei encarando até que Helen pigarreou

— Vamos logo, chega desse papo. Passamos dessa fase no domingo. - me despedi dela - Se eu não voltar até meia noite, chame a polícia. - ela riu.

— Foi um prazer, Helen. - Adam jogou charme - Tenho certeza que nos veremos novamente.

— Ok. - puxei-o pela mão para fora.

Chamei o elevador, mas para minha surpresa ele não disse nada.

— O que foi? - fitei-o. Nós estávamos próximos o suficiente para que eu pudesse notar um cílio caído em sua bochecha.

— Você ainda não soltou minha mão. - sorriu.

Olhei para baixo, nossos dedos entrelaçados.

Ele apertou ainda mais.

— Corredores não te trazem flashbacks? - se aproximou ainda mais.

O elevador abriu as portas. Uma senhora e um homem nos encararam.

— Olá.

— Tudo bem? - Adam sorriu, o rosto da mulher se iluminando.

Ele era tão lindo assim que nenhuma mulher conseguia se conter? Fechei a cara. Eu definitivamente não estava com ciúmes.

Tentei soltar minha mão, mas ele não deixou.

Os dois nos encararam.

— Minha namorada é envergonhada, não gosta de afeto em público. - fitei-o. Que descarado!

— Querida, se eu tivesse um namorado assim.. - a senhora sorriu - Eu não largava é nunca!

— Viu, querida? - sorriu me encarando. Ele estava achando hilário.

Térreo.

Não esperei as portas se abrirem direito.

— Até mais. - arrastei-o para fora -  Eu odeio você.

— Você fica linda dizendo isso. - sorriu.

— Desisto! Eu preciso de um bom vinho.

— É só me seguir. - estendeu o braço - Tudo bem.

Começou a andar.

Alguns pubs tinham um movimento considerável de pessoas.

— Aonde estamos indo?

— Perguntei a Joshua um lugar legal para jantar. - riu - Ele disse que os coroas vão em um restaurante próximo a uma loja de ferramentas.

— Nós somos os coroas? - assentiu.

— Ele pensa que mais de trinta já é velho. - sorri.

— Tenho 28, não me enquadre nessa lista. - ele levantou as mãos em rendição.

— Tudo bem, eu sempre preferi as novinhas.

Balancei a cabeça.

Agradeci mentalmente por ter colocado um salto baixo.

— É aqui. - paramos em frente a uma fachada dourada e branca.

Não lembro desse lugar, é novo.

A recepcionista abriu a porta.

— Você primeiro.

Ele aproveitou a oportunidade para sussurrar em meu ouvido.

— Não sei se já disse isso, mas você está linda.

Dei um meio sorriso, mas ele não percebeu.

— Boa noite, mesa para dois? - assenti - Por aqui.

Ela nos guiou até um ambiente menos iluminado.

— Obrigada. - sentei de um lado, Adam a minha frente.

— O que foi? - ele percebeu que estava o encarando.

— A maioria dos caras senta ao lado da mulher.

— E por que eu faria isso? - sorriu - Quero poder apreciar a vista a noite toda.

Ele é muito bom nisso.

— Cade o garçom? Preciso de vinho. - levantei um dos braços.

Adam fechou a cara.

— O que fo..

— Olha só se não é sua amiga, amor. - Mordi a bochecha, o gosto de sangue surgindo aos poucos - Olá, Claire.

— Mike. - disse com os dentes cerrados.

— Que surpresa agradável, porque não nos juntamos a vocês? - fitou Adam, que bufava.

— Não. - sussurrei a ele, que pareceu se conter - Nós já estamos de saída. - anunciei.

— Vocês nem pediram ainda, fiquem, é por conta da casa. - mostrou seus dentes impecavelmente brancos em um sorriso falso - O que? Esse restaurante é meu, galera.

— Agora nós estamos mesmo de saída. - Adam levantou - A comida pode estar envenenada.

Mike gargalhou.

— Sempre hilário esse cara. - me fitou - Fiquem, não precisa ter medo.

“Não precisa ter medo”.

Encarei sua cicatriz na sobrancelha.

Como ele é sádico.

Senti meus punhos se fechando. Pela primeira vez olhei para Tory, que usava mangas longas e cachecol. Não estava tão frio assim.

Ela não conseguia me encarar.

— Sentem-se. - sorri amarelo, Adam me fitando sem reação.

Eu não podia me calar diante disso.

Se ela não tem voz, dessa vez eu tenho.


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Notas finais do capítulo

E AÍ? CURTIU????
Esse capítulo foi uma prévia do que vai acontecer no próximo.. só aguarde..
Hora das perguntinhas! Yey!
1- O que acharam da Helen no capítulo?
2- Qual sua parte favorita no capítulo? Que cena você mais curtiu?
3- Você sobreviveu ao charme do Adam nesse cap?
4- Tem como não shippar Cladam?
5- O que vai acontecer no jantar?
6- A Claire está gostando de verdade dele, não está?
7- Será que o quarto mágico será usado em breve?
Era isso,
Sinta-se livre para comentar e responder a vontade!
Uma ótima semana,
Beijão~
ps: vou continuar a responder os comentários!