Saga Halfmoon escrita por Cyn


Capítulo 27
Vinte e Sete


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capitulo bónus
Espero que gostem



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Saudades

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Lucas Uley

Uma almofada atingiu meu rosto e olhei para eles.

–Idiotas.- Resmungo sentando-me enquanto eles riam.

–Para com essa cara de enterro! Até parece que ela vai ficar lá para sempre.- Harry fala mas o ignoro pegando num queque.

–Ela apenas vai ficar lá 3 dias, Luc. – Jim fala de boca cheia.

3 Dias.

Eu mal conseguia ficar sem a ver um dia quanto mais 3 dias.

Logo quando estávamos a entender-nos de novo, ela vai-se embora. A sorte não está mesmo do meu lado.

–Deixem-no em paz. Ela é a vida dele e mesmo que ela volte, alguma coisa pode acontecer.-Colin fala.

–Isso não é exagero?- Wren resmunga.- Não é como se ele fosse morrer apenas porque ela morre.

Meu coração se aperta e sinto meu lobo rosnar de descontentamento. Wren era meu amigo, mas ele estava passando das marcas. Pensar na morte de Deb… Merda, meu peito doía. Minha respiração falhava. Porque, de alguma forma, eu apenas respirava por ela. Eu vivia, por saber que ela estava viva.

–A magia do Imprinting é forte, Wren.- Seth diz calmamente.- Ninguém sabe o que aconteceria a um lobo se o perdesse.

–Talvez ele mesmo se perdesse a si.- Brady fala.

–São só garotas.- Wren diz revirando os olhos.

–Estás enganado.- Meu pai fala entrando na casa com minha mãe e minhas irmãs.- São as nossas garotas.

–Quando sentires a magia do Imprinting em tuas veias, saberás do que falamos.- Brady fala tirando outro queque.

–Elas estão em todo o lado! Parece que tu não fazes nada sem pensares nelas primeiro.- Colin explica.

–Parece maravilhoso.- Wren resmunga.

–E é.- Seth diz sorrindo bobo.- É mais que maravilhoso.

–Do que estão eles a falar?- Oiço Sarah perguntar.

–Sei lá. Eu não entendo estes idiotas.- Amie retroca e sorri-o enquanto elas sobem para seu quarto.

–Elas chamou-nos de idiotas?- Jim pergunta chocado.

–Não é como se fosse a primeira vez.- Harry ri.

–E ela tem razão.- Leah fala levantando-se.- Temos um sanguessuga á solta á espera de vingança e estamos aqui parados sem fazer nada.

–Ethan e Logan estão na vigia.- Seth fala.- Se acontecer algo eles chamam-nos.

–Nossa sorte é incrível. Livramo-nos de uma família de sanguessugas e logo aparecem mais.- Leah resmunga andando até á cozinha atrás de meus pais.

–Ela tem razão.- Wren fala.- E estes não são os Cullen´s. São sanguessugas á espera de vingança.

No dia que Deb soube da existência de vampiros e lobos, nós pensámos que tínhamos matado todos eles. Mas enganámo-nos. Um dos amigos de Draco fugiu deixando um família morta na fronteira. O símbolo era bem claro. Ele voltaria e traria mais.

Por essa razão eu fiquei dias e noites vigiando Deb. Mesmo ela não me querendo ver ou ouvir, eu precisava saber que ela estava em segurança. O sanguessuga viu a cara dela. Pode muito bem ir atrás dela Ela é mais fraca. Mais frágil. E me atacaria a mim indiretamente se algo lhe acontecesse.

Ela longe de Forks podia ser bom para ela, mas o medo sempre estava lá.

Eu não estava só preocupado com vampiros sanguinários. Adolescentes podiam ser tão cruéis quanto vampiros.

Custava muito deixar-me ir com ela?

–Para de pensar nela, Uley!- Harry manda-me um almofada e o fuzilo o fazendo rir.

–Queres morrer, Clearwater?

–Cara, eu não sei se quero ter essa coisa do Imprinting. Vocês pareceis uns bobos apaixonados.- Harry ri e reviro os olhos.

–Ide fazer algo que preste.- Meu pai fala da cozinha.- Mikal está a ter problemas com o carro e Sophia precisa de ajuda com os preparativos da fogueira de natal que quer organizar.

–Eu pareço alguém que organiza festas de natal?- Jim pergunta.

–Não. Pareces alguém que fica entusiasmado á espera do Pai Natal chegar.- Wren diz sorrindo de lado e Jim lhe lança uma almofada.

–Vamos lá.- Brady bate nas pernas antes de se levantar.

O seguimos. Não havia muito mais que fazer mesmo.

Quando cheguei em casa já eram quase oito da noite. Meus pais estavam na cozinha e as gémeas na sala brincando.

–Boa noite.- Digo subindo as escadas.

–Querido, não vens jantar?- Minha mãe pergunta e a olho.

–Não, não me apetece.- Aceno e sigo para meu quarto.

Desabo na cama, suspirando.

–Isso de andar sem camisola é só moda ou estais mesmo com calor?

–Digamos que não tenho frio.

–Não tens frio? Estão dois graus negativos lá fora e tu não tens frio? Eu morreria em 2 segundos se andasse como vocês. Estás com febre? É porque só pode. E até estás quente.

–E tu estás gelada

–Eu sou uma pessoa normal.

–E linda.

……………………………….

–Sabias que tu ficas linda com ciúmes? Um pouco violenta, mas linda.

–Do que me chamas-te?

–Minha. Namorada. É isso que tu és, certo?

–Certo. E eu não estava com ciúmes! Apenas te protegendo daquela piranha mal comida.

………………………………………………

–Gostas?

–Tua mãe é uma boa cozinheira!

–Quem disse que foi minha mãe? É, ok. Tens razão. Obrigado.

–Porquê?

–Por teres aparecido. Por existires.

–Acho que essa parte tens que agradecer a meus pais.

Tiro meu celular do bolso e o rolo em minha mãos. Era só marcar um número. Fácil.

Fácil, até ela me ignorar e novamente eu estragar tudo!

Droga de vida!

Droga, droga, droga, droga.

–Lucas, acorda!

–Lucas!

–O quê?- Resmungo esfregando os olhos.

–Queremos ir a casa de Deb e Josh. Ele prometeu que me ensinava a jogar “The Last Of Us”.- Amie diz.

–Que horas são?

–7.- Sarah responde.

–E tínheis de me acordar às 7 da manhã?- Pergunto as olhando incrédulo e ambas riem. Reviro os olhos sentando-me.- Deixem-me vestir. Já lá vou ter.

Elas corem para fora do meu quarto e me levanto espreguiçando-me. Lavo-me e visto a primeira roupa que minhas mãos apanham. Antes de sair, meu celular toca em cima da mesinha de cabeceira e o atendo.

–Fala.

–Já acordado? Uau! Mereces um prémio.

–Apenas te digo uma coisa: gémeas.- Bufo e ele ri.- Como estás, puto?

–Com frio. Cara, não tens noção do quão gelado é o Alasca! Até eu sendo metade lobo, tremo.

–Acho que preferes La Push, não?

–Também não exageremos. Até agora preferi a Califórnia, mas não ficámos por lá muito tempo. Porque… bom, tu sabes. Purpurinas!– Fala com falso animo e ri-o esfregando meus cabelos.- E por aí? Como está a tua garota?

–Neste momento, a quilómetros de distância de mim.

–Então?

–Foi visitar um amigo ou algo assim. Hoje é seu aniversário.

–Estás corroendo de ciúmes!- Ri e reviro os olhos sentando-me na cama.

–Cala a boca, Black!

–Me fala. Como andam as coisas no bando?

–Mais ou menos. Tivemos uns problemas com vampiros uns dias atrás. Um deles escapou e bom… quer vingança. Estamos todos em alerta.

–Merda. Mas estão todos bem?

–É. Estamos, né? Mas Deb estava lá e bom… não foi bonito de se ver. E graças a eles fiquei sem falar com ela por duas semanas de merda. E agora, que ela estava a começar a aceitar que eu sou, ela vai-se embora!

Ele ri. O desgraçado ainda ri da minha cara.

–Lucas, cara, não tens sorte nenhuma.

–Diz-me uma coisa que não saiba.- Resmungo.

–Precisais de ajuda com os vampiros? Sabes que podemos ir para aí se precisareis.

–Não. Tranquilo. Nós resolvemos.

–Lucas, mexe-te!- Amie grita lá de baixo.

–Tenho de ir antes que as fotocópias decidam me vir buscar á estalada.

–É por essas que rezo por não ter irmãos.- Diz antes de eu ouvir uma voz feminina através do celular.- Vou já, Becca. Bom, Luc, vou indo também. Prometi a Becca que a levaria á cidade antes que Alice apareça por aqui e a arraste para o shopping.

–Sempre um salvador das meninas indefesas.- Zombo.

–Sabes como é. Ligo-te outro dia para saber se não arrancaste os cabelos de tua cabeça á espera de tua miúda.

–Engraçadinho.

Adeus, meu amigo.

–Porta-te, Black.

Desligo e desço as escadas. As gémeas quase me esfolam vivo! Joshua abre-nos a porta. Deb ainda não estava lá, claro, mas seu cheiro ainda rondava por todos os cantos.

Desabo no sofá ao lado de Sarah que penteava uma boneca.

–Bom-dia.- Marleen deseja aparecendo com Tony.

Ao cumprimento antes de voltar a olhar para a TV onde Amie e Josh explodiam com algumas cabeças.

A campainha soou pouco depois e antes que Marleen se levantasse, Mia desceu as escadas correndo.

–Eu vou lá! É o Jim.- A pequena grita.

–Vou ligar á Deb.- Marleen diz sorrindo.- Quero ser a primeira a dar-lhe os parabéns.

–Ela está com Ryan, mãe. De certeza que ele já deu espetáculo.- Josh diz e Marleen assente dando de ombros.

–É tens razão. Mas vou ligar mesmo assim.

–Dia, minha gente linda!- Jim fala desabando ao meu lado sorridente.

–Bom dia, querido.- Marleen deseja antes de o telemóvel começar a chamar.

Deb, falando!

Sua voz faz meu coração acelerar sem precisar de muito. Ela estava bem, estava feliz. Isso me deixava mais tranquilo.

–Deby. Parabéns, meu amor!- Marleen fala com os olhos molhados.

–Obrigado, mãe.- Deb ri e isso me faz sorrir.

Já compraste meu jogo, Deb?- Josh pergunta deixando o controlo e se aproximando se sua mãe.

Josh!- Sua mãe repreende.

–O que é?!- O garoto pergunta desentendido abrindo os braços.

–Parabéns, Deb!- Mia deseja.

–Vejam só quem está mais velhinha!- Jim fala.

–Jim?

–Olá, sarilhos! Parabéns.

Deb ri e Sarah sala do meu lado andando até Marleen e o mesmo faz Amie que quase passa por cima de Josh para chegar até Marleen.

–Deby!

–Meninas!

–Nunca te vou perdoar por teres ido embora se te despedires.- Amie diz e minha garota ri.

–Só estamos falando contigo porque é teu aniversário.– Sarah conclui.

Sinto-me honrada.

As duas riem e olho Tony que aponta com a cabeça para o celular de Marleen. Eu sabia o que ele queria, mas não me senti pronto. Ela poderia não me querer ouvir. Não lhe queria estragar o aniversário. Então apenas nego com a cabeça, mesmo que minha vontade fosse falar com ela até a ter de volta.

–Como está tudo por aí, meu amor? Ryan? Pietra? Ivan?- Marleen pergunta.

–Está tudo bem. Ryan está sendo… Ryan, né? Aquele garoto não sabe ser outra coisa.

–Eu ouvi, sabias!- Uma voz aparece no outro lado e revirei os olhos olhando o teto.

–Saí daqui!- Ouvimos um barulho e então Ryan a rir.

–Tia Marleen! Sua filha quer-me matar! E a segunda vez hoje que me ataca com almofadas.- Ele grita e Marleen ri deste lado enquanto eu apenas desejava estar lá com ela.

–Eu não te teria atacado, se não me tivesses acordado com músicas dos anos 20!

Oh, boa! Ele esteve no quarto dela. Que maravilha!

–Para tua informação, minha avó adora minha voz e era uma de suas músicas preferidas. Bom-dia, família!

Oi, Ryan!- Josh fala.- Eu estou confiando em ti, tás a ouvir? Tira esses estupores para bem longe da minha irmã!

–De acordo, campeão. Deb é só minha enquanto aqui estiver. Né, minha flor?

Tua flor uma merda.

–Homens. Todos iguais.

–Tu me amas, Deby. Porque continuas negando, minha musa?

–Ryan, querido, já comeste doces a esta hora?- Marleen pergunta.

–Antes fosse.- Deb fala.- Ele ainda está a gastar os que comeu ontem.

Eu sou um saco de açúcar!- Ele grita e oiço os risos á minha volta.

Jim me acotovela e o olho. Ele ergue as sobrancelhas e olha minhas mãos. Meus punhos estavam cerrados. Bufo e forço minhas mãos a abrirem-se.

–Tenho de ir, malta. Ele precisa de um banho gelado e eu vou ter muito gosto em mandá-lo para a piscina.

–Eu devia ficar preocupado?- Ryan pergunta.

Ok, meu amor. Vemo-nos dia 24.

–Até lá.

A linha fica muda e meu coração mais uma vez se aperta. Ela estava com ele e eu aqui sem ela.

–Isso é tudo ciúme?- Jim me provoca mas o ignoro olhando a TV.

–Espero que ela não se esqueça de meu jogo.- Josh diz voltando a sentar-se á frente da TV.

–Josh!- Marleen repreende.

–O que o traquinas já fez?- Uma voz feminina soa atrás de mim, mas ignoro tudo á minha volta perdendo-me em meus pensamentos.

Apenas volta para mim Deby. Apenas volta para mim.

Por favor.


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