Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 9
Capítulo 6 - DIVIDINDO - 2ª parte.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Vim matar a curiosidade de vocês!

Então, boa leitura!



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“Eu… estou com medo.” Falei. Era a mais pura verdade. Ele veio até mim e se sentou na minha frente.

 

“Mas medo do que hein?!”

 

“De que você me odeie dessa porta pra fora. De novo.” Falei olhando para as minhas mãos. Eu precisava desabafar.

 

“Eu não vou te odiar.”

 

“Mas ontem você me odiava, eu sei.”

 

“Só odiava porque você me deixa confuso… Veja, eu não estou acostumado a ser inseguro. Sei muito bem quem eu sou, e não, eu não gosto de mudanças. Você me irritou por ser uma grande mudança nessa casa.”

 

“E agora eu não te irrito mais? Ainda represento uma mudança aqui. Ou você se esqueceu disso? Agora vai ser mais uma mudança pra você e pra todos. Sabe Deus onde eu vou dormir!”

 

“Bella! Me escute!” Ele pegou nos meus ombros, e olhei pra ele. Eu estava muito, muito envolvida. Não sabia se ele estava assim também. Não o conhecia, e não tinha experiência com homens. Eu estava insegura. “Você não me irrita! Porque agora eu sei o que são essas coisas que estava sentindo desde ontem! Você é sim uma mudança! Mas eu me acostumo com isso. Você não entende? Porque eu entendi. Eu entendi um monte de coisas desde ontem à tarde. E principalmente entendo o porquê de você estar aqui. E eu te digo existem mudanças que vem pra melhorar a nossa vida.” Eu ouvia quieta. Ele me passava confiança. Mas eu tinha vontade de chorar. Com medo do que aconteceria dali em diante.

 

“Você vai se acostumar comigo então?” Quase chorei quando falei. Minha garganta arranhava.

 

“Uhm… eu acho que já me acostumei. Não teria como ser diferente.” Uma lágrima correu pelo meu rosto. Maldita fraqueza sentimental. Ele a secou com um leve beijo em minha face.

 

 “Hey, não chora. Eu não gosto. Você tem a todos nós agora…” Sorri com o canto dos lábios e ele se aproximou, beijando levemente meus lábios. “Você me tem.” Falou com os lábios colados aos meus. Eu o abracei e fui retribuída.

 

“Agora vamos. Esme já deve ter acordado e estar querendo saber de você e de mim, já que não é normal eu acordar tarde assim. Eu estou com fome e outra coisa temos que ver o que aconteceu pro seu quarto ficar daquele jeito.”

 

“É verdade, eu também estou com fome. Você tem ideia do que pode ter acontecido no quarto?”

 

“Não muita. Mas minha mãe tem um jardim de inverno ali em cima e há poucos meses foi trocado o sistema de irrigação.” Ele deu de ombros.

 

“É então vamos… Mas eu vou aparecer lá embaixo com as suas roupas?!”

 

“A menos que queira ir pelada, essa é nossa única opção!” Ele sorriu. Idiota. Era obvio que não desceria pelada! Fiquei sem reação pra ele. Só consegui estreitar meus olhos em uma fenda. Ele sorriu ainda mais.

 

Fui até meu – destruído – quarto e tratei de escovar meus dentes por lá mesmo. Ainda em uma esperança vã, busquei alguma roupa que não estivesse molhada. Inútil. Estava tudo molhado e sujo. Olhei com pesar o papel de parede bonito na parede, que minha amiga tinha escolhido para mim. Começava a criar bolhas de umidade. Que desastre. Quase morri para conseguir escovar o ninho que eram meus cabelos. No meio da tarefa desisti amarrei no topo da cabeça de qualquer jeito. O piso já estava seco então consegui caminhar com tranqüilidade pelo recinto. Tentava tirar da cabeça o Ediota, mas era impossível. O cheiro dele estava em mim. Ainda sentia meus lábios arderem e meu coração estava louco e descompassado. Na verdade eu estava louca e descompassada com tudo o que acontecera desde o dia anterior.

 

Como pode, duas pessoas, que se odiaram desde o momento que se viram, acabarem aos beijos nem 24 horas depois? Eu não compreendia como isso funcionava. Me perdi em pensamentos ali naquele cenário de caos que era o tal quarto.

Não sei por quanto tempo fiquei quieta pensando, em todas as possibilidades dali em diante. A dor em meu peito voltou assim que vi minha foto e de Joshua na mesa. Era absurda a falta que ele fazia. Se uma coisinha, apenas uma coisinha tivesse sido diferente, ele estaria ainda comigo. Pensei em Charlie e em como devia estar o comportamento de Renée com minha partida. Eu e meu pai tínhamos resolvido que a versão da história seria “ISABELLA SUMIU ESTÁ MANHÔ, mas duvido muito que ele falaria isso a Renée. Na verdade, se eu estivesse em seu lugar jogaria a verdade nua e crua na cara dela. Meu peito doeu. Tive que me apoiar na parede e respirar fundo umas quatro vezes até que abrandasse a dor aguda que me possuía.

 

Ouvi uma batida na porta. E logo ela se abrindo. Era Edward.

 

“O que você tem monstrenga? Você ta branca como um fantasma!”

 

“Não é nada… já está passando, é sério.” Falei, erguendo minha mão para ele ficar onde estava. Ele ficou parado, esperando. “É que às vezes… dói. Dói mais do que eu acho que possa suportar.” Expliquei-me olhando para a foto de meu irmão. Ele seguiu meu olhar.

 

“Esse é Joshua?” Só concordei com a cabeça. Eu não tinha tempo de sofrer naquele instante. Era hora de enfrentar a realidade que eu tinha daquela porta para fora.

 

“Vamos Ediota. Não posso mais ficar aqui.” Agora foi sua vez de acenar com a cabeça. Dei alguns passos em sua direção. Ele sorriu para mim. Era impossível não responder. Eu estava prestes a falar qualquer coisa.

 

“AAAAAATCHIIIN!” Espirrei alto. Ficadando meio tonta com a força que aquilo saiu de dentro de mim. Seria uma grande porcaria se eu ficasse doente agora.

 

“Vou ter que te providenciar mais uns casacos pelo visto.”

 

“Sim. E daí você quer que eu não respire mais não é?” Falei rápido, totalmente sem pensar, lembrando do cheiro dele.

 

“O que?”

 

“Não, nada. Esquece ok?!”

 

“Não esqueço não… repete vai?” Ele parecia uma criança pedindo doce.

 

“Não! Pode esquecer.” Podia sentir minhas bochechas esquentando.

 

“Ahh monstrenga…”

 

“Não é não, beijo tchau” Sai correndo dali, rindo de minhas idiotices e segurando as calças pra não entrarem embaixo de meus pés. Pude ver ele paradão, sem reação atrás de mim. Parei na ponta da escada e olhei para ele.

 

“Não vem não Ediotao?” Ele balançou a cabeça, fazendo seus cabelos mexerem de um lado para outro, eu fiquei boquiaberta, com a resposta e com a imagem de um Deus bem na minha frente. Ele ainda estava vestindo só as calças com que dormira. “E porque não?”

 

“Por que já chamei Esme aqui… Portanto, volte.” Ele tinha uma cara de mandão. Voltei e esperei, sustentando meu peso em um ombro só escorada na soleira da porta com os braços cruzados o olhando. Ele olhava para o teto e estava de costas para mim. Pude olhar a vontade para ele. Ele era demais pra mim! Era ilógico e irracional aceitar o fato de ter beijado ele há pouco. Ouvi passos atrás de mim. Me virei e era Esme.

 

“Bom dia Bella! Como foi sua noite?!” Educadíssima como sempre, me perguntou enquanto me dava um beijo no rosto.

 

“Bem… na medida do possível.”

 

“Como assim Bella?” Ela ainda não tinha visto o quarto.

 

“Descubra você mesmo mãe.” Edward falou de dentro do quarto. Ela esticou o pescoço para dentro do local.

 

“OH MEU DEUS! O que houve aqui?!” Ela falou colocando uma mão na boca, toda espantada.

 

“Ainda não sabemos, mas eu acho que é alguma coisa no jardim de inverno.” Ela olhou embasbacada para Edward. Sua expressão foi se tornando triste.

 

“O… meu… jardim?” O Ediota fez que sim com a cabeça. Esme se virou e correndo foi em direção as escadas. Edward fez o mesmo e eu que não sou burra nem  nada fiz o mesmo. Queria saber de onde tinha vindo tanta água.

 

Subimos as escadas voando, eu os seguindo. Esme chegou na porta, que provavelmente era do tal jardim e olhou pra Edward.

 

“Se foi aqui o problema, eu vou buscar aquele encanador no inferno e você e Emmet vão me ajudar!!!” Falou com raiva. Nunca a vi tão nervosa. Ela devia realmente amar aquele lugar. Ela abriu a porta.

 

Nunca a vi tão nervosa. Ela devia realmente amar aquele lugar. Ela abriu a porta. Senti água bater calmamente em meus pés. Acho que o problema era ali mesmo. Ela entrou com cautela no local e a seguimos. Eu olhava para Edward que revezava seu olhar entre mim e minha madrinha. Fitei ao meu redor e era lindo. Muitas flores coloridas, rosas de todas as cores, lilases, alguns girassóis, violetas e orquídeas vermelhas, roxas, rosas e em tons corais. Acho que existiam quase todas as flores ali naquela sala. Mas algumas estavam morrendo. Possivelmente, estavam sendo afogadas.

Esme estava há alguns passos a nossa frente olhando com carinho para as plantas. Tinha uma pequena fonte, com um anjo entalhado em pedra, no centro do local. Ela começou a analisar embaixo de algumas mesas e perto das fontes. Se abaixou em um canteiro com muitas flores já mortas e escavou com as próprias mãos a terra enlameada. Repentinamente se virou para nós.

 

“AQUELE INFELIZ ESTRAGOU O MEU JARDIM! A ÁGUA ESTÁ SAINDO DOS CANOS DE IRRIGAÇÃO! EDWARD LIGA JÁ PRO CARSLILE E FALE O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI, E EU VOU LIGAR PARA NOSSO ANTIGO ENCANADOR! ELE VAI TER QUE VIR! NEM QUE TENHA QUE BUSCÁ-LO EM SEATTLE, ESTÁ ME ENTENDENDO FILHO?!”

 

Ela gritava. Definitivamente aquele jardim era algo precioso pra ela. Mas porque? Edward assentiu com a cabeça e correu para baixo. Eu estava congelada com a situação. Esme estava muito triste ao que tudo indicava. Ele começou a chorar e resmungar coisas que eu não entendia. Depois de alguns minutos ela secou as lágrimas com a manga de sua blusa e voltou sua atenção para mim.

 

"Oh querida, me desculpe te deixar ai, e nem te dar atenção…” Ela se levantou e lavou as mãos na fonte. Ela me olhou com curiosidade.

 

“Você está usando as roupas de Edward querida?” OPA.

 

“Si-sim. Ele teve que me emprestar essa noite.” Falei sincera.

 

“Como assim?”

 

“Minhas roupas ainda estavam na mala ontem à noite quando começou a molhar o quarto e eu fiquei ensopada, estava ensopada e com frio.”

 

“Oh Bells… Mas onde você dormiu?”

 

“No… no…” Eu estava gaguejando. Ela me olhava atenta. “No quarto de Edward.” Ela arregalou seus olhos castanhos.

 

“Ele não te tratou mal não é Bella?! Porque se ele te tratou pode me falar agora mesmo! Eu não admiti aquele comportamento dele ontem com você! E não vou tolerar esse tipo de grosseria com você, me entendeu?! Agora me diga… ele te tratou mal? Você está com uma cara tão abatida!”

NOSSA ESME, NÃO TEM NOÇÃO DE COMO ELE ME TRATOU MAL. AINDA MAIS ESSA MANHÃ. NOSSA, UM LEGÍTIMO CAVALO! Tive vontade de lhe dizer. Mas apenas sorri, seria bom eu acalmá-la.

 

“Não, não Esme. Muito pelo contrário. Me tratou bem. Me fez tomar banho e me emprestou essas roupas quentes.” Sorri para ela ficar mais tranquila e ver que o que eu falava era verdade.

 

“Sério? Mas ele não fez mais que a obrigação dele.” Ela tinha a testa enrugada de discórdia. E eu discordava desse ponto de vista dela.

 

“Uhum…”

 

“Pelo menos ele não te deixou dormir no sofá, não é?”

 

“Não.” Mas ele também não dormiu lá, adicionei mentalmente.

 

“Eu tenho orgulho de Edward, é um ótimo garoto. Ele não consegue fazer a coisa errada por muito tempo.” Balancei minha cabeça, já sem reação para aquele assunto. Eu já me sentia bastante estranha por ter passado a noite ao lado dele, com Esme me interrogando sobre isso estava se tornando pior.

 

“Bom venha querida. Eu tenho que ligar para o encanador, e para algumas outras pessoas para resolver aqui em cima e seu quarto… Espero que esteja com fome fiz panquecas pra o café!”

 

“Sim, estou faminta.” Falei revirando meus olhos. E pondo a mão em minha barriga, que estava oca.

 

O dia ia se passando tranquilo, eu e Edward pouco nos falamos. Ele estava envolvido ajudando Esme de um lado para outro, ligando para lojas de materiais de construção e louco atrás do encanador que tinha feito a burrada no jardim de Esme. Ao que tudo indicava o cara tinha sumido do mapa. Tem gente que age de muita má fé. O antigo encanador que Esme queria ali, realmente veio de Seattle, a custo de uma pequena extorsão nos bolsos da família Cullen. Chegou após algumas hora nos início da tarde. O veredicto dele foi de que o redutor que tinha na caixa de água estourou, e que era de péssima qualidade, fazendo com que a água descesse com muita pressão pelos canos finos da irrigação e arrebentando esses por sua vez. Esme tinha uma cor avermelhada constante no rosto. E não era de vergonha. Ela parecia uma felina caçando enquanto falava ao telefone com pedreiros e materiais de construção.

Eu, Alice e Rose estávamos sentadas na sala assistindo qualquer programa inútil de televisão e falando algumas bobagens. Eu adorava desenhos, mas elas gostavam de coisas relacionadas à moda! Ai, eu definitivamente funcionava diferente das meninas que existem por ai. Eu ainda estava vestida com as roupas dele e o cheiro estava me deixando tonta de vontade de beijá-lo.

 

“Meninas eu preciso de um banho, se não se importam eu vou subir.” As duas se olharam e depois olharam para mim.

 

“Vamos junto!” Falaram ao mesmo tempo. Se olharam de novo.

 

“Você vai tomar banho lá no meu quarto Bellinha!” Alice falou.

 

“Tá. Mas eu vou precisar de roupas emprestadas.” Vi os olhos das duas brilharem, como quando virão minhas roupas destruídas na mala pela manhã. Elas me davam medo!

 

“Tuuuudo bem! Vamos, vamos, vamos!” Rose super animada se colocava de pé e apontava pra mim e Alice. “Alice converse com Bella. Bella escute o que Alice tem a dizer. E eu vou buscar uma toalha e um jeans que te sirva!” Elas me empurraram escada acima. As duas se olhavam como se dissessem “hoje vamos aprontar”. Meu medo aumentou.

 

Narração: Alice Cullen

 

Eu não queria ver a Bella triste. Mas pelo que vi ia ser difícil. Onde ela dormiria a partir de agora? Meu quarto era pequeno e eu supostamente o dividia com Rose. Mas na verdade quem dividia o lugar era o Jazzudo comigo, toda santa noite. Rose ia pro quarto de Emmet. Bendita hora que Edward quis isolamento acústico na casa por causa de suas músicas. Meus pais nem faziam ideia o que se passava no andar de baixo enquanto dormia. Sem dúvida não admitiriam.

 

Estávamos na sala de televisão assistindo há alguns desfiles. Bella parecia não perceber, mas a cada pouco cheirava a camiseta que vestia de meu irmão. Também pudera, ele era cheiroso por natureza. Eu desconfiava o que acontecia para Edward se portar daquela maneira com a Bells na noite anterior. E durante a madrugada eu tive a minha confirmação.

 

FLASHBACK ON

 

Eu subi arrastando Jasper escada acima. Precisava falar com ele sobre o irmão. Eles eram de fato irmãos biológicos e se conheciam melhor do que tudo. Entrei no meu quarto e o empurrei porta a dentro.

 

“Jazz! Me diz! Porque eu to bem confusa agora! O que está acontecendo com o rabugento do Edward? Ele está tratando a Bells como uma estranha! Tá, tá, tá certo que para ele ela realmente é uma estranha. Mas pra mim, Emm, Carslile e Esme ela não é! Ela é da família há anos!” Eu apontava nos dedos as pessoas enquanto falava. Ele me olhava com um sorriso nos lábios. Eu estava bem nervosa.

 

“Allie, amorinha. Você não entende? Ele está assustado com ela! Ela está despertando algumas coisas nele… Você não vê?!”

 

“O que ela está despertando? Ele parece só sentir raiva dela. Mas eu acho que seja outra coisa. Você…” Apontei o dedo pra cara dele.  “Precisa me confirmar, se não eu surto agora mesmo!”

 

“Alice!” Ele falou retirando o dedo que eu mantinha esticado na sua cara. “Se eu conheço meu irmão. E eu conheço. Ele daqui um pouquinho já descobre que ta caidinho por ela.” Eu olhei para Jazz atônita. Era bem isso que eu pensava. Que ele estava caidinho por ela. “Você reparou como ele não tirava os olhos dela durante o jantar? Mesmo com toda aquela pose, e roupas de meninos ela tem um ar bem feminino.” Não gostei daquele comentário dele, estreitei meus olhos em pequenas fendas.

 

“O que Allie, só estou falando uma verdade. Você sabe disso” Ele falou acariciando minha mão, que estava na sua desde o momento em que tirou meu dedo de sua cara. Ele tinha razão.

 

“É eu sei. Mas é disso que tenho medo Jazz! E se ela não gostar de meninos? Olha pra ela! Eu amo Bella. Mas ela parece um moleque! Se veste como tal, pelo menos!”

 

“Você é cega ou o que?”

 

“Olha o jeito que fala comigo Jasper!” Não gostava quando ele fazia aquela cara de espertalhão do pedaço. Que merda… será que ia ter que mandar ele por quarto dele essa noite e nada de romances românticos por aqui?

 

“Desculpa amorinha” Ele me puxou e sentou na cama, me levando com ele. “Ela também não desgrudou os olhos dele, sempre que tentava, não conseguia ficar mais de 3 segundos sem olhá-lo. E eu contei!”

 

“Então você acha que ela gosta de meninos?” Falei fazendo uma careta de dúvida.

 

“Aham… só falta um pouco de instrução.” E isso eu podia fazer! Ai, ai. Acho que iria brincar de boneca no dia seguinte! Sorri para ele e lhe beijei. O que veio depois prefiro nem comentar.

 

Horas depois.

 

Acordei meio embaraçada. Na verdade enrolada. Eu estava toda enrolada nos lençóis e no meu Jazzudo. Tinha sede e iria descer pra a cozinha. Um trovão ecoou no céu, me sobressaltei. Abri minha porta e tentei acender a luz do corredor. Subi e desci ferozmente aquela droga de interruptor e nada. Devia ter acabado a luz devido ao temporal.

Eu não gostava de andar no escuro naquela casa gigante. Eu sei que a minha vida inteira eu morei ali, mas eu não gostava. Simples assim. Sai pro corredor e deixei a porta entre aberta. Ia começar a descer, mas uma conversa baixinha me chamou atenção.

 

“Mons-trenga… Será que você poderia me dar uma… uhm… licencinha?” Era a voz de Edward. Caminhei pé por pé até a porta do quarto dele que estava aberta. A de Bella também estava. Consegui identificar de onde vinha quando cheguei às portas.

 

“Ah…” Minha amiga falou. Coloquei a cara pra dentro do quarto dela e ouvi o som de muitos pingos e água. Forcei meus olhos para ver melhor, ela tentava levantar de cima de meu irmão de um jeito engraçado. Em cima do meu irmão? Tive que me segurar para não rir. Pelo visto Edward estava ajudando Bella. Houve um barulho de algo se chocando.

 

“Auch!” Meu irmão reclamou. Bella tinha acabado de cair por cima dele. Não demorou mais que dois segundos ela tombou seu corpo para o lado e começou a chorar compulsivamente. Imaginei o que teria acontecido para encontrar os dois juntos e Bella daquele jeito. Pensei em ir lá e tirar ela de perto do Ediota. Ele possivelmente tinha feito alguma coisa pra deixá-la assim. Mas também queria ver qual seria a reação do meu irmão. Se ele fugiria daquela situação. Se sim, ele era mesmo um covarde. Ele não se mexeu por alguns minutos. Até que se sentou atrás de Bella. Ele estava só de cueca! E ela só de… camiseta?

 

OH MEU DEUS! OH MEU DEUS! O QUE ESSES DOIS BOBINHOS ESTAVAM APRONTANDO?

 

Ele ficou a olhando por um certo tempo, sem reação nenhuma, até que começou a alisar sua cabeça em um gesto de conforto e carinho. Own que bonitinho! Ele tava mesmo caidinho por ela! Se não nunca teria um momento assim.

 

“O-o que?” Ela tentou lhe perguntar com dificuldade.

 

“Shiii shiii. Fica tranquila. Não chore. O que está acontecendo?”

 

“Eu… só… queria… uma noi-noite… de so-sono desce-cente… E agora… eu nem tenho… mais um qua-quarto pra do-dormir!” Ela falava entre soluços. Ele esperou um tempinho e puxou seu corpo para cima, deixando sua cabeça, pelo que eu vi, apoiada em uma de suas pernas. Continuou seu carinho nos cabelos de Bells.

 

“Vamos fazer assim… Se você quiser, claro. Vamos pro meu quarto lá tem um sofá, e aposto que está mais quente que aqui. Você está tremendo.” Ele esperou um segundo pela resposta dela que eu não vi. “Você consegue levantar?” Ela tinha aceitado.

 

“A-acho que siiim”. Ele se colocou de pé e ela permaneceu sentada. Ele a olhava, quase babando. Isso era bem nítido na escuridão. Lhe ofereceu ajuda pra se levantar.

 

“Obrigada”. Ela respondeu, eu saí mais rápido do que um carro de formula 1 dali.

 

FLASHBACK OFF.

 

Definitivamente ele estava doidinho por ela. Mas ela eu ainda não estava certa. Tinha tanto sofrimento em seus olhos. Tinha falado com Rose, que iria falar com Bella, perguntar mesmo, se ela não era… ahm… lésbica. Se fosse tudo bem pra mim. Mas ia ter que falar com Edward, aquela última namorada dele tinha sido uma cadela com ele, e não queria que ele sofresse.

 

“Meninas eu preciso de um banho, se não se importam eu vou subir” Bells me arrancou dos pensamentos. Essa era uma boa oportunidade. Olhei para minha cunhada. Ela também deve ter pensado que era uma ótima chance. Bella precisava de roupas novas e mais, femininas! Meus olhos e de Rose brilhavam.

 

“Vamos junto!” Rose falou na mesma hora que eu. Oh! Que maravilha! Sincronia total!

 

“Você vai tomar banho lá no meu quarto Bellinha!” Declarei.

 

“Tá. Mas eu vou precisar de roupas emprestadas.” AHHHH QUE ROUPAS EMPRESTADAS O QUE! Nós vamos as compras! Já podia ver meu cartão de crédito dourado se remexendo dentro da carteira! Nós iríamos dar um trato nela. Mas só se ela quisesse, claro… mentira! Pegava ela pelos cabelos se fosse preciso!

 

“Tuuuudo bem! Vamos, vamos, vamos!” Rose tomou a frente dando as ordens. Ela era a mulher que sabia como gerenciar uma situação, e bem, manipular as pessoas. Ela apontou o dedo para mim. Já em pé de frente para nós duas. “Alice converse com Bella. Bella escute o que Alice tem a dizer. E eu vou buscar uma toalha e um jeans que te sirva!” Levantei arrastando Bells pelo braço e a levando escada acima. Eu sabia que tinha um olhar perverso. Bella parecia com medo de nós. Entramos no meu quarto e eu a joguei na minha poltrona rosa, peguei minha luminária, liguei e enfiei na cara dela.

 

“MAS QUE MER…” Eu não ia deixar ela falar, não ainda.

 

“Shiiii, fica quietinha isso é um interrogatório.” Bella ficou branca como a casca de um ovo.

“Interrogatório Allie? Isso ta mais com cara de seqüestro!”

 

“HAHAHAHA sou violenta… se cuide garota” Fiz uma cara de malvada pra ela.

 

“HAHAHAHAHA Alice você é uma comédia isso sim! Agora, tira essa merda de luz da minha cara e fala logo o que você quer saber!” Ok sem enrolaçoes então.

 

“Bella, amiga, eu vou direto ao ponto, não quero ficar te enrolando e te deixando ansiosa. Não gosto quando as pessoas fazem isso comigo. Então é bem melhor quando somos diretos e francos com aqueles que gostamos. Porque é um saco ter ficar ouvindo alguém falando, falando, falando e não te levando a lugar nenhum! Então me escute com at…”.

 

“ALICE! VOCÊ NÃO ESTÁ INDO DIRETO AO PONTO” Ui, ela gritou comigo! Barraco total, mas ela tava certa.

 

“Ok. Eu só tenho uma pergunta Bells… Você gosta de meninas?”

 

“Como assim Alice? Não entendi!”

 

“Sabe, você gosta, sei lá, tipo, se apaixona por meninas?!” Eu falava confusa e ela arregalou os olhos da cara! Seu rosto ficou vermelho pimenta em um segundo.

 

“ALICE! DE ONDE VOCÊ TIROU UMA COISA DESSAS? EU GOSTO DE MENINOS! HOMENS! SEXO MASCULINO! MACHO E TODAS ESSAS DENOMINAÇÕES QUE EXISTEM PARA ELES!” Ela gritou em um surto de raiva. Respirou fundo e falou. “Agora por que você quer saber disso?!”

                   

“Por que? Bom… por que… porque… Porque, sei lá Bella… Você se veste diferente. E eu só pensei. Me desculpe. Não fique braba comigo.” Ela estava braba comigo. Mas eu tinha que dar um fim na minha dúvida. Se não, eu não poderia me doar por inteiro para ajudar Bells. Ele me analisava e aos poucos sua cara ia cedendo e a vermelhidão ia sumindo, até que se tornou um leve rubor. Ela começou a sorrir.

 

“Tudo bem… não vou ficar braba com você, isso seria muito, muito, muito difícil mesmo. Mas, agora, você vai me dizer o porque da cara de endiabradas, sua e da Rosalie?!”

 

“Ah, você vai precisar de roupas! Só isso!”

 

“Ah Alice. É só até eu dar um jeito nas minhas, não vai ser por muito tempo que vocês vão ter que me emprestar!”

 

“Obviamente que será por pouquíssimo tempo… Sabe porque?”

 

“Não mesmo.”

 

“Por que nós vamos comprar roupas novas pra você em Port Angeles!”

 

“AH MAS NÃO VÃO MESMO ALLIE… OU SE FOREM, VÃO SOZINHAS!”

 

“Bella, fica calminha ta! Você vai junto sim. E vai comprar roupas novas sim.”

 

“E porque eu faria isso, se posso salvar as minhas antigas roupas? Além do mais, meu dinheiro está contado!”

 

“Você faria, pelo simples fato de que eu sei o que ta rolando no quarto em frente ao seu!”

 

“AHM?”

“Bella, eu vi o que aconteceu durante essa noite. Quer dizer uma parte. Hoje de manha acordei cedinho e não resisti… Tive que ir lá no quarto do Edward dar uma espiada… Vocês estavam dormindo tão bonitinhos! Ele está afim de você Bella! E você afim dele! Você são cegos? Isso ta na cara!”

 

“Não, nós não somos cegos Alice! E sim decidimos dormir na mesma cama, porque ele não conseguia dormir no sofá. E eu não conseguiria deixar a cama.” Ela suspirou. “Mas nós não fizemos nada… fomos dormir um em cada canto e quando acordamos estávamos grudados um no outro! Eu não sei explicar como isso aconteceu ta bom!” Ela estava confusa e nervosa. Suas mãos tremiam levemente.

 

“Bella, amiga eu acredito nessas coisas, em como o ódio pode se transformar em amor em um segundo, sabe?! E é como se vocês dois estivessem ligados por alguma coisa invisível. Sei lá! Os olhos dele correm pra você a todo instante e os seus a mesma coisa! É incrível!”

 

“E o que você quer que eu faça?”

 

“Bom, pra começar, acho que já está na hora de você ter algumas instruções de como se vestir como uma mulher! Só isso.” Achei que isso a ofenderia. Ela ficou séria me encarando e obviamente ponderando sobre o assunto. Mas não via raiva ali.

 

“É eu até aceito. Mas já falei que não to com grana.”

 

“Isso não é problema… Esme liberou o cartão!” Tinha falado com ela de manhã, sobre as roupas de Bella, que nao se salvariam de jeito nenhum. Ela disse que podiamos comprar roupas novas para ela.

 

“Não posso aceitar isso Alice.”

 

“Ah pode sim!” Rosalie minha salvadora suprema entrou no quarto com uma calça jeans e uma toalha vermelha.

 

“Sem crises de consciência por aqui ok?! Você vai aceitar como um presente de boas vindas! E pense nas vantagens…” Ela olhou pra mim. “Ela confirmou Alice?”

 

“SIM MENINA! ELA TÁ CAIDINHA TAMBÉM!”

 

“Eu não falei isso Allie!” Ela tentou se defender.

 

“Mas dá pra ver! Nem precisa confirmar, e nem negar”.

 

“Então…” Continuou Rose. Tinha muitas coisas a aprender com ela “Pense nas vantagens, o Ediota vai te olhar mais ainda! E se você quer beijá-lo, vai ter que ser um mulherão!”

“Eu acho que não preciso disso pra beijá-lo!” Ela alegou, aparentemente indignada. Rá, que me contasse outra piada, com aquelas roupas seria difícil Edward dar o braço a torcer. Não que ela não fosse bonita, mas ele mesmo tinha a chamado de garoto na tarde anterior. Ela estava ficando vermelha e mordia o lábio. Ela queria contar alguma coisa.

 

“Espera aí Isabella Swan! Você tem mais alguma coisa a declarar?!” Falei como se estivesse em um tribunal. Joguei a luz na cara dela de novo.Ela balançou a cabeça afirmando e tampando os olhos com a mão. BARANGA! Eu até já pressentia o que ela ia falar. Rosalie a olhava com uma cara de desconfiança.

 

“A gente… se beijou… hoje… de manhã!” Ela falava com vergonha! Aiii que lindo! Minha irmã era minha cunhada também?! Eu comecei a saltitar batendo palminhas. Rose estava com a cara abobalhada. Ok. Calma Alice! Me ordenei mentalmente. Eu precisava de um doce.

 

“Gente! Me amarrota, porque eu to passada com essa!” Rose falou colocando uma mão no peito incrédula. Respirou fundo e continuou

 

“Bella! Isso é ótimo! Mas ainda precisamos de roupas novas pra você! Você sinceramente acha que consegue salvar aquelas? Eu acho que não. Então ótimo. Já que temos um acordo vai pro banho, fique cheirosa, eu tenho um jeans pra você e Alice tem blusas e casacos que te sirvam. Vá, vá, vá! Ande, ande, ande, não temos muito tempo! Port Angeles tem um shopping mixuruca que fecha às 8 da noite então corre daqui Bella!”

Minha amiga estava congelada no lugar com o monte de informação que Rose tinha lhe dado, ela não iria reagir tão cedo. “VAI BELLA!” Rose gritou. Bella saiu correndo em direção ao banheiro. Ouvi ligar o chuveiro rapidinho.

 

“Você pegou algum lingerie pra ela Rose?”

 

“Droga eu esqueci! Será que ela tem alguma seca?”

 

“Vai lá ver ué!” A mandei.

 

“Ta me zuando né Alice? Vai você, já consegui fazer ela querer roupas novas, usar minha persuasão me cansa!” Falou jogando o cabelo loiro pra trás.

 

“Ta, eu vou sua coisa!”

 

“Coisa que tu ama, agora vai menina!!!”Era verdade. Saí pra porta correndo e dei de cara com Edward. Mas teria algo melhor do que ser o demônio do deserto? Adoro tentar as pessoas. Quanto mais resistência se tem há alguma coisa, quando se desfruta, o gosto é bem melhor.

 

“Maninhooo…” O chamei toda melosa.

 

“O que nanica?” Ele paraceia estar brabo.

 

“Uh, ta nervoso?”

 

“Você quer me encher é isso? Porque não precisa! Já to de saco cheio ok?!” Ui saco! Senso de humor zero naquele corpo.

 

“Não, não quero te encher… só quero que você me faça um favor!”

 

“Será que só existe eu nessa casa pra fazer favores? Chama o abelhudo, ou o Jasper!”

 

“Mas, sabe, eles não vão querer pegar as lingeries da Bella pra mim…”

 

Falei, olhando minhas unhas, bem dissimulada. Ergui meus olhos ele estava com os olhos esbugalhados! Ele é muito engraçado com essas caras que ele faz!

 

“Ela… te… contou…alguma coisa Alice?!” Se entregou paspalho!

 

“Não nada demais… Agora ela ta no banho pega lá pra mim pega Ed?”

 

Ele me olhou furioso, virou-se e foi para o quarto resmungando qualquer coisa. Acho que eu ouvi: isso vai virar rotina! Não tive muita certeza. Não demorou muito ele apareceu com um conjunto preto e me jogou na cara.

 

“Uhm… escolheu bem maninho. Agora pode parar de fingir que eu já sei que você tá caidinho!” Uhuhuhu até rimou! Mato a pau! Ele ficou mais branco que uma vela de 7º dia! “Eu te falei, não falei Edward… toda aquela raiva e desprezo de ontem, era pura atração!”

 

“Nesse momento Alice, eu tenho raiva e desprezo por você nanica!”

 

“Ora Ediotinha! Não finja está bem. A Bells já deve estar saindo do banho e vamos a Port Angeles comprar roupas! Quer ir junto?!”

 

“Como se eu não tivesse nada o que fazer aqui!”

 

“Ah deixa com o Emm! Imagina só?! Você pode espiar ela no provador!” falei fazendo minha melhor cara de safada… Ele ficou com os olhos opacos. Sempre que ficava imaginando alguma coisa ele permanecia assim. “Uuhm, ta imaginando maninho?!”

 

“Sim… uma maneira bem dolorosa de te matar!” Ele falou, todo irônico! Rá, pensa que me intimida! Nem pensar!

 

“Ai grosso! Não quer ir tudo bem… mas você vai me agradecer depois?! Sabe, ela já é bonita, daqui um pouco ela vai ser uma MULHER BONITA. Mas tem que me agradecer! E a Rose também!” Falei com minha melhor cara de pidona. Ele me fitava e, pude notar seu maxilar relaxando. Adorava vencer.

 

“Alice… existe alguma coisa que se pode esconder de você aqui dentro?! Não, não responda! Todos já sabemos a resposta!” Ele falou brincalhão. Colocando a mão na minha cara.

 

“Mas daqui também não sai” Fiz sinal como se fechasse a boca com um zíper e em seguida dei uma piscadela para ele.

 

“Ahahaha, também não se consegue ficar brabo com você! Ai sua nanica irritante!” Ele me deu um abraço. “Obrigada… mas eu gosto assim! Não a transforme na Barbie Fairy Tales ok?!” Falou sussurrando no meu ouvido. Se ele queria assim, só daria uma ajeitadinha básica na minha amiga.

 

Fomos a Port Angeles irritando Bella de todos os jeitos, perguntando sobre o beijo, como foi a noite e imaginando onde ela iria dormir. Em um momento em que ela estava no provador chamei minha arma de persuasão, Rosalie, e lhe disse que tínhamos que dar um jeito de Bella ficar no quarto de Edward enquanto houvesse obras.

 

Narração: Edward Cullen

 

Eu passei o dia inteiro em volta de Esme e do jardim. Não agüentava mais procurar pelo encanador que fez aquela arte em cima do quarto de Bella! Esme o queria e queria ele logo. Tinha pena do homem, mal ele sabia o quanto aquele lugar era sagrado para Esme. Ela sofrera muito com um história antiga que inventaram sobre meu pai, uma mulher louca e sem nenhum senso de humanidade, inventou que ela tinha dois filhos de Carslile. Isso destruiu com nossa família. Alguns ficaram de Carslile, outros do lado de Esme, e outros, na verdade, somente eu, não acreditavam na história. Nos dividimos e a convivência era terrível. Esme não queria saber de exame de DNA. A história da mulher era tão impressionante que Esme chegou mesmo a acreditar. Carslile, resolveu investigar a vida da mulher. Seu nome era, Suzan era viúva e não tinha como sustentar os filhos depois que o marido criminoso foi morto em uma perseguição policial em Seattle. Quando aquela tempestade passou, minha mãe resolveu fazer aquele jardim para nos unir. O construímos e plantamos tudo que havia ali juntos. Ela dizia que estávamos plantando novamente as sementes da família. De lá pra cá somos como um só.

 

Eu estava indo pegar alguma coisa em meu quarto, que nessa altura já nem me lembro mais o que era, e Alice me chamou da porta de seu quarto. Sua cara era de arteira. Aquele ser minúsculo estava aprontando alguma coisa.

 

“Maninhooo…” Aiii, quanta delicadeza! Ela pensa que me engana!

 

“O que nanica?” Não estava com o mínimo de paciência.

 

“Uh, ta nervoso?”

 

“Você quer me encher é isso? Porque não precisa! Já to de saco cheio ok?!” Ela fez uma careta e ficou séria.

 

“Não, não quero te encher… só quero que você me faça um favor!”

 

“Será que só existe eu nessa casa pra fazer favores? Chama o abelhudo, ou o Jasper!” Mas que droga! Acho que vou adotar como segundo nome “favor”. É bem apropriado para mim aqui por casa.

 

“Mas, sabe, eles não vão querer pegar as lingeries da Bella pra mim…”  Dissimulada! Olhava as unhas! Tive vontade de espancar ela! Esme não gostaria de saber disso! Será que Bella tinha contado alguma coisa? Não pode! Com Alice não tinha problemas, mas se algo chegasse aos ouvidos de Carslile, logo chegaria aos do General. Não queria problema para nenhum de nós.

 

“Ela… te… contou… alguma coisa Alice?!” Ela deu um sorrisinho de canto. Hoje eu só estava dando bola fora. Até podia imaginar o que Alice pensou com minha pergunta.

 

“Não nada demais…” Como assim nada demais? “Agora ela ta no banho pega lá pra mim pega Ed?” Mas que raiva! Eu estava ficando furioso com tudo aquilo. Eu estava exausto e queria conversar mais com a Monstrenga. Mas naquele dia estava sendo difícil. Me virei possesso e fui até o quarto não pude evitar.

 

“Isso vai virar rotina pra mim pelo visto”. Falei entre dentes, comigo mesmo. Fui até a gaveta que já era minha conhecida e na luz do dia não consegui não pensar na Monstrenga dentro daquelas peças.  Afinal, eu sou um homem. Eram, em grande parte peças coloridas, cuequinhas femininas e sutiãs que não eram nada de mais. Mas ainda assim a visualizei. Tive que respirar fundo pra não tirar ela daquele banheiro imediatamente. Voltei ao corredor segurando meus impulsos.

 

“Uhm… escolheu bem maninho. Agora pode parar de fingir que eu já sei que você tá caidinho!” Alice, parecia que era adivinha! Eu fiquei sem reação. Era obvio que eu tava caidinho. Mas, não queria que ninguém ficasse me dizendo coisas ou fazendo piadinhas. Fiquei gelado, só de pensar. “Eu te falei, não falei Edward… toda aquela raiva e desprezo de ontem, era pura atração!” Ela tinha razão, mas não entregaria o bendito ouro pro bandido. Não tão fácil.

 

“Nesse momento Alice, eu tenho raiva e desprezo por você nanica!”

 

“Ora Ediotinha!” Até ela? “Não finja está bem. A Bells já deve estar saindo do banho e vamos a Port Angeles comprar roupas! Quer ir junto?!” Ah isso era muita maldade comigo!

 

“Como se eu não tivesse nada o que fazer aqui!” Respondi ranzinza.

 

“Ah deixa com o Emm! Imagina só?! Você pode espiar ela no provador!” Safada! Isso era muita, muita, muita maldade mesmo comigo. Mais uma vez, meus pensamentos voaram longe para Bella.

 

“Uuhm, ta imaginando maninho?!”

 

“Sim… uma maneira bem dolorosa de te matar!” Não podia deixar essa passar.

 

“Ai grosso! Não quer ir tudo bem… mas você vai me agradecer depois?! Sabe, ela já é bonita, daqui um pouco ela vai ser uma MULHER BONITA. Mas tem que me agradecer! E a Rose também!” Ela fazia aquela cara de cachorro sem dono, que derretia meu coração. Mas tinha medo do que fariam com a Monstrenga. Ela parecia ser toda desligada desse mundo da moda. E não que eu gostasse desse jeito de se vestir, como um homem, mas ela tinha uma atitude meio rock e “não tô nem aí” em suas roupas, que eu não gostaria que elas tirassem. Eu tinha que ceder ou voltariam com uma Bella loira vestida de rosa choque!

 

“Alice… existe alguma coisa que se pode esconder de você aqui dentro?! Não, não responda! Todos já sabemos a resposta!” Falei brincando com ela. Coloquei uma mão na cara dela. Só pra fazer ela rir um pouquinho.

 

“Mas daqui também não sai” Ela gesticulou como se tivesse um zíper na boca. Isso era mais um fato. Um segredo confiado à Alice, morreria com Alice. Ela tinha aqueles olhos brilhando de excitação e acho que de felicidade também. Eu adorava a baixinha. Inegável isso.

                    

“Ahahaha, também não se consegue ficar brabo com você! Ai sua nanica irritante!” A abracei. “Obrigada… mas eu gosto assim! Não a transforme na Barbie Fairy Tales ok?!” Falei baixinho em seu ouvido.

 

Vi a hora que as garotas saíram. Do segundo andar vi Bella em um jeans justo e com casacos quentes. Ainda bem que a vestiram descentemente. Ela precisava ficar quente e se cuidar, ou se não…

 

“AAAAAAAAAAAAATCHIM! AH MAS QUE MERDA!”Espirrei e consegui bater minha cabeça na janela de onde as fitava. Isso iria inchar. O vidro chegou a balançar na minha frente. Eu queria gritar!

O resto do dia foi se passando monótono. A cada dois minutos ficava olhando para a entrada de carros, para ver se Alice e Rose já tinham voltado com a Monstrenga. Mas sempre a resposta era não. Eu estava certo de que a imagem que veria de Bella, era de quase uma Barbie Girl, e dessas garotas eu já estava cansado. Já me fizeram passar por maus bocados! Futilidade demais, beleza demais, mente de menos.

 

No meio de tanta bagunça, eu ainda não conseguia tirar o beijo da manhã de minha cabeça. O cheiro de Bella estava grudado na minha pele. Ela me deixava louco mesmo, despertando reações intensas dentro do meu corpo. E estranhamente eu tinha um pensamento constante na minha mente: É MINHA.

Só isso eu conseguia pensar. A monstrenga me parecia muito mais do que parecia. Sua aparência de menino servia como um tipo de disfarce pra mulher que é. Eu desejava saber suas preferências, seus gostos, seus anseios, mas eu tinha medo. Medo de que ela não me aceitasse e de que realmente não tivesse me perdoado por minhas atitudes. Afinal, eu ainda não tinha pedidos desculpas declaradamente para ela. Além do medo, eu estava ansioso. Ansioso por mais doses dela.

 

21h13min.

 

Ouvi o barulho as pedras na entrada de carros. Corri para a sala na entrada de casa e me joguei no sofá, como se estivesse ali desde muito tempo. Peguei rápido uma revista qualquer e fingi ler, esperando pelas garotas que conversavam e riam enquanto subiam as escadas de fora da casa. Escutei a maçaneta girar e esperei aflito. Balançava meus pés rapidamente. Muito, muito ansioso.

 

“AHAHAHA, BELLS! PÁRA! Aquele rosa ficou ótimo! Você que começou a colocar defeitos!” Era Allie abrindo a porta.

 

“Isso é bem verdade Bella! Você poderia ter comprado mais cores daquelas blusas!” Pronto, tinham feito uma lavagem na cabeça dela.

 

“Nem me venham. Eu já disse, rosa e eu, não ocupamos o mesmo espaço! Nem pensar! E mais cores daquela blusinhas? Para fazer o que com elas? Eram só básicas! Ah eu gosto de cores escuras” Ou quem sabe a lavagem não tinha sido tão profunda. Eu ainda estava olhando sem ver as figuras na revista. Não estava com coragem de olhar para onde elas estavam.

 

“Edward” Bosta. Era Rosalie. Eu fiquei congelado onde estava. “Edward! Larga de ser mal educado e olha pra mim quando eu falo!” Eu sabia o que elas queriam: que visse a Bella. Me obriguei a levantar meu corpo e olhar. Deus que protegesse Alice e Rosalie se tivessem trazido a Barbie Girl pra casa. Antes de olhar ajeitei meu cabelo e respirei fundo.

 

“O que Rose?!” Falei fingindo estar nervoso. Congelei ao olhar pras três. Alice só faltava pular, podia apostar que estava pronta pra isso. Rose olhava de canto pra monstrenga como quem diz “olha como ela tá gata!”. E era a mais pura verdade. Gata. Linda. Gostosa. Delicada. Rebelde. Menina. Mulher. Tudo em uma Isabella só.

Ela vestia um jeans escuro justíssimo, que marcava bem as suas curvas, uma blusa preta com um decote redondo na medida, deixando o inicio do seu colo aparecendo, era básica e tinha uma renda no decote, mas contrastava com a sua pele branca. Uma jaqueta de couro vermelho sangue, com alguns botões e fivelas, bem rocker. Tudo na medida. Seu cabelo estava solto e tinha uma mexa atrás da orelha. Ela agora usava pequenos brincos pratas de bolinha. Não era uma mudança radical. Ela continuava ali. Mas estava bem feminina. Podia ver ela nitidamente ali. Na verdade eu a imaginava assim. Eu a vi corando enquanto me olhava com aqueles olhos chocolate.

 

“ Nossa!” Deixei escapar. Eu devia estar de boca aberta.

 

“NOSSA O QUE?! Essas sacolas estão tão pesadas! Você poderia ser um pouco mais cavalheiro e vir aqui pegar essa bagulhada né cunhadinho?!” Rosalie, me tirou dos pensamentos com a Monstrenga. Pulei do sofá e fui ajudar. Peguei primeiro as sacolas que estavam com Rose.

 

“Só para de babar. Ok?!” Falou baixinho no meu ouvido. Segui pegando as sacolas, primeiro as de Alice e por último a de Bella.

 

“Oi.” Falei tímido - sim tímido - perto dela.

 

“Oi.” Ela sorriu, não pude evitar e lhe dei um beijo na bochecha, sentindo o calor de sua pele ruborizada. Meus lábios receberam a mesma descarga elétrica que senti de manhã. Muito forte, meu coração disparou. Me afastei olhando para ela ainda. Ela estava cada vez mais vermelha. Seus olhos muito intensos brilhavam como um diamante.

 

“Até que enfim vocês chegaram meninas… Já vamos jantar! Temos que decidir algumas coisas” Esme nos chamou atenção da ponta da escada. “Nossa Bells! Você está muito bonita!”

 

Narração: Jasper Hale

 

Assim que Alice se livrou das sacolas de compras me arrastou para a cozinha e trancou a porta.

 

“Jasper! Me escute com atenção!” Ela tinha os olhos saltando para fora das órbitas. E me apontava o dedo. Ela é bem mandona, mas mansinha. A fitei com atenção. Ela estava bastante alarmada.

 

“O caso é sério. Edward está caidinho por Bella e Bella por Edward! E é o seguinte! Provavelmente papai e mamãe vão querer colocar ela no SEU quarto! Você está me entendendo?! Vão mandar você para o quarto do EMM! E você sabe que isso não é bom!”

 

“É só por um tempo Alice” Tentei argumentar com ela.

 

“Então quem sabe você goste de ficar ‘só algum’ tempo longe do meu corpitcho! O que você acha disso?!” Ela falou braba aos sussurros.

 

“Ah o que é isso Alice? Eu não estou entendendo aonde você quer chegar amorinha?!” Isso era a mais pura verdade. Ela tinha alguma ideia maluca na cabeça. E ela sabia que com aquela chantagem eu cederia a qualquer uma de suas vontades.

 

“Onde eu quero chegar? NO QUARTO DE EDWARD JASPER! NO QUARTO DE EDWARD! BELLS TEM QUE FICAR LÁ!”

 

“E...” Eu tentava acompanhar o raciocínio. Mas ela sempre fora mais rápida, muito mais.

 

“Aí que entra você na jogada. Quero que você bata o pé, e isso é uma ordem, e se recuse a dividir o quarto com Emmet. Diga que você precisa de privacidade e essas coisas dramáticas e você TEM que convencer nossos pais disso! Entendeu agora ou preciso de um gráfico colorido?” Até me chamando de burro eu gostava dela. Óbvio que eu tinha entendido.

 

“Você quer que eu me recuse a ficar no quarto de Emmet pra Bella poder ficar no de Edward e com Edward, é isso?!”

 

“Aham...”

 

“E como isso vai acontecer, poderia me explicar?”

 

“Simples Jazzudo, Rosalie já divide o quarto comigo, na teoria. Ela, como convidada vai fazer uma ceninha e dizer que é gente demais no mesmo lugar, você se recusa a ir por quarto do abelhudo, não importe o que lhe falem ou prometam, se recuse e Esme e Carslile não vão ter opção. Não obrigariam a Bella dividir o quarto com Emmet! Então sobra o ajuizado, mas nem tanto Edward, pra dividir o quarto com ela! É perfeito! Para os dois, Edward ainda não suporta Bella. Sabe como eles são, vão tentar por ele perto pra ver se ele se adapta. Esme e suas terapias experimentais!” Ela falou tudo de uma vez só em um jorro de palavras. Revirando os olhos no final. Eu sorri para ela. A nanica sempre teria o que quisesse de mim. Suspirei.

 

“Ok. Não importa o que digam, eu não quero ir pro quarto do abelhudo… Agora vem Alice!” Já podia ouvir nossa mãe perguntando de nós. Antes de sairmos da cozinha minha amorinha me beijou calorosamente nos lábios.

 

Minutos depois estávamos discutindo sobre o rumo que daríamos a Bella. Ela parecia bastante constrangida com todo aquele falatório. Rosalie se recusava, o abelhudo dava risada Edward tentava falar, mas ninguém lhe dava atenção. Minha deixa chegou ao momento em que Carslile anunciou que eu iria para o quarto de Emmet. Ele nem sequer pensariam em Edward pelo simples fato de que já tivemos uma experiência desastrosa em nosso passado. Éramos irmãos e nossas afinidades e características gritavam um para o outro, coisas exatamente iguais, mas que aos olhos dele eram defeitos imperdoáveis sobre mim e vice-versa. A convivência no mesmo quarto era impossível e Esme não queria brigas e discórdias. Mas aquela que estava acontecendo era inevitável.

 

“NÃO VOU MESMO! ELE RONCA TIPO PORCO! EU JÁ TENHO PROBLEMAS COM INSÔNIA… SE FOR PRO QUARTO DO EMMET AI É QUE EU NÃO DURMO NUNCA MAIS!”

 

“Filho, veja, nós não temos opção! Tem que ceder! Quem sabe você fica no quarto de Edward?” Falava Esme com calma, tentando manter os ânimos inalterados. Não gostava de fazer esse jogo com ela. Mas se Alice tinha me pedido, ou melhor, mandado, tinha que fazer.

 

“NEM PENSAR! JÁ FALEI! EDWARD QUE FIQUE NAQUELE QUARTO SOZINHO! EU NAO VOU DIVIDIR COM ELE TAMBÉM! EU NÃO VOU SAIR! SOU SEMPRE EU QUE SAIO! SOU SEMPRE EU QUE TENHO QUE EMPRESTAR! SEI LÁ… COLOQUEM BELLA… NA… NA… SALA DE TELEVISÃO!” Eu sabia que minha mãe enlouqueceria com essa possibilidade. Bella me lançou um olhar de espanto, eu dei uma piscadela para ela entender que não queria aquilo mesmo.

 

“JASPER CULLEN! BELLA É COMO UMA FILHA TAMBÉM! VOCÊ COMO FILHO GOSTARIA DE TER QUE DORMIR NA SALA?!”

 

“NÃO, NÃO GOSTARIA, MAS TAMBÉM NÃO QUERO TER QUE SAIR DO MEU QUARTO! POR QUE NÃO A DEIXAM NO QUARTO DE EDWARD MESMO?! LÁ É GRANDE E TEM AQUELE SOFÁ, QUE É ÓTIMO! TEM ESPAÇO PRA MAIS UMA CAMA SE QUISEREM COLOCAR! MAS MEU QUARTO EU NÃO DAREI A NINGUÉM!”

 

Narração: Bella Swan

 

Já fazia algumas horas que aquela discussão do jantar tinha acabado, eu não tinha vindo para a casa dos Cullens pra criar discórdia entre eles. De jeito nenhum, só queria paz para aquelas pessoas que me recebiam tão bem! As compras com Alice e Rose tinham sido horas massacrantes de meu dia. Eu estava cansada e queria dormir. Ainda faltavam algumas coisas para guardar em seus devidos lugares. Mas tinha ajuda pra fazer isso. Edward me indicava onde poderia colocar minhas coisas sem tomar seu espaço dentro do quarto. Como seria a relação dali em diante. Eu já nem conseguia mais pensar. Todos pelo visto já tinham ido para seus respectivos quartos, motivos de tanta discussão, e provavelmente dormindo o sono dos justos. Eu estava acordada, no quarto de Edward, que agora era meu também em forma de empréstimo, tentando colocar minhas coisas no lugar, sem assunto com ele e me sentindo uma completa idiota por estar pensando somente nele. O sono já estava ali há horas, eu desistiria e deixaria o resto pra amanhã. Com o meu diário nas mãos me joguei no sofá preto.

 

“Pra mim chega Ediota!” Falei toda birrenta no sofá. “Eu vou dormir, e é agora!” Coloquei minha cabeça no braço do sofá. Era macio.

 

“Nossa! Como é manhosa… Não vamos ter outra discussão sobre quem dorme aonde não é?!” Oh, não esperava por essa pergunta, não sabia o que responder, não sabia se ele queria a cama só pra ele ou a dividiria comigo mais uma noite. Me sentei no sofá e ajeitei meu cabelo atrás da orelha. O fitei, analisando seus traços com cautela, ele não estava tenso, até parecia bem feliz. Um leve sorriso estava presente em seus lábios.

“Não vamos?” Perguntei. Achei que seria a melhor resposta.

 

“É claro que não! Eu fico na cama…” Ótimo. E eu no sofá. Quanta ilusão! “E você também!” Fiquei surpresa com a atitude dele, claro que eu queria dormir na cama, mesmo ainda achando estranho dormir com ele ao meu lado. Não pude deixar de sorrir. Ser alegre perto dele era inevitável.

Me coloquei de pé rapidinho. Ele me fitava como se me analisasse.

 

“Ok, então. Dividiremos.” Ele sorriu torto pra mim, faltou o ar nesse momento.

 

Ele que estava de pé na frente da cama, veio em minha direção. Eu estava congelada olhando em seus olhos cor de esmeraldas. O Ediota se tornava cada vez mais bonito para mim. Todos os seus traços me chamavam. Me convidavam a aproximar-me dele. Ele tinha os braços cruzados e usava um suéter preto de linha fina, que deixava seus músculos bem desenhados marcados sob o tecido. Ele se postou a minha frente, pegou minhas mãos que estavam caídas ao lado de meu corpo entrelaçando nosso dedos, uma corrente elétrica me percorreu forte, o calor que sentia só em meu rosto se expandiu, indo do meu couro cabeludo até meu ultimo dedo do pé. Ele me beijou na testa, em ambos os lados de minha face, a ponta do meu nariz e meu queixo, ali naquela parte perdi o ritmo do meu coração e não soube como respirar mais.

 

“Eu esperei por isso o dia inteiro.” Sussurrou contra minha pele, logo abaixo de minha boca. Soltei o pouco de ar que tinha nos pulmões suavemente. Ele me beijou instantaneamente. Um beijo calmo e delicioso. Logo ele largou de minhas mãos e puxou minha cintura pra perto dele me envolvendo em seus braços, me deixando perdida no tempo e espaço.

 

Jason Mraz – I’m Yours.

http://www.youtube.com/watch?v=EkHTsc9PU2A

 

Ele colocou uma música suave, conversamos algumas bobagens, nos beijamos mais e mais vezes e logo fomos dormir. Agora eu tinha um pijama descente, ou nem tanto, era um tecido muito fino e ficava colado ao corpo. Alice mandou eu comprar, porque era delicado e feminino, eu só comprei porque gostei da cor, era azul, exatamente da cor de minha camisola que não poderia usar aqui porque o frio me impedia. Ele ficou com cara de bobo quando vesti o dito pijama, eu já fiquei com a cara vermelha de vergonha.

Dormimos abraçados naquela noite. No início, fiquei tímida, mas parecia que as cobertas não eram suficientes para o frio que sentia estando longe de seu toque.
No dia seguinte arrumamos o resto de minhas coisas no quarto juntos, achando espaços entre as coisas dele. Esme quis comprar uma cama para mim e colocar no quarto dele, mas Edward não quis, alegou que ficaria no sofá pelo tempo que fosse necessário. Sua mãe não gostou muito, mas acabou convencida por ele. Eu e Alice tagarelamos algumas coisas, mas Jasper a convidou pra sair e demoraram horrores para voltar. Carslile estava de plantão novamente no hospital e o dia foi se passando calmamente. Edward ainda ajudava a mãe no jardim, não tinham achado o tal encanador. Era domingo e não tinham mais a quem recorrer. Subiram e desceram aquelas escadas o dia inteiro. E isso foi se repetindo durante dias. Dias cada vez mais frios e mais nublados.

E eu espirrando cada vez mais. Carslile me receitou um remédio que eu tomava sem falta, mas não estava surtindo muitos resultados. Aliviava minhas dores pelo corpo, porém meus espirros eram muito mais frequentes. E em Edward também, não tão frequente, mas ainda espirrava. Nunca nos beijávamos durante o dia. Incrivelmente nunca tínhamos tempo. Alice e Rose me pegavam de manhã para fazermos qualquer coisa, elas iam ao salão, cumprimentavam quase todos na cidade e alguns até me reconheciam.

Nós iríamos acampar naquela semana, Carslile e Esme teriam que ir viajar na quinta e ficariam fora em torno de 2 semanas, para um congresso de medicina. Por Emmet iríamos acampar de qualquer jeito. Mesmo com tormentas e furacões! Mas ao que tudo indicava o tempo não iria dar uma trégua.

 

“Ah Edward! Larga de ser medrosinho! Vamos acampar e fazer coisas animais! Vai ser irado!” Emm tentava convencer Edward.

 

“Já disse que não! E nosso pai não vai liberar também! Cara olha a previsão do tempo!” Isso já era quarta-feira, os planos eram de ter saído na segunda. “E eu to ficando doente!”

 

“Olhem que neném chorão meninas!” Emmet o provocava. Nós rimos. “Ele fica arranjando desculpinhas pra ficar em casa, por causa de uma chuvinha besta! E eu não sou tão burro que não fui conferir a previsão, amanhã as temperaturas já estarão mais altas, ouviu bem?!” Edward tentava ignorar o irmão colocando uma revista de carros na frente dos olhos. Mas o grandalhão não se intimidava com a indiferença. Sentou ao lado do Ediota, o abraçando nos ombros. Era hilária a cena e a cara dos dois. Emmet todo relaxado e Edward furioso olhando para a mão do irmão em seu ombro. “Sabe, eu chamei um amigo para acampar junto…”

 

“Quem Emmet?” Ele falou raivoso olhando de canto para o abelhudo, como eles todos chamavam Emm.

 

“Saca só… Essa tu vai gostar… Jacob Black! Não é irado mano?!” Vi Edward tremer levemente o corpo. Jogou a revista pra qualquer lado e se levantou em um átimo. Se colocou na frente de Emm e lhe apontou o dedo na cara.

 

“MAS É AGORA QUE EU NÃO VOU MESMO! VOCÊ TÁ LOUCO EM CONVIDAR ELE? A GENTE NÃO É MAIS AMIGO! VOCÊ NÃO ENTENDEU ISSO EMMET?” Edward gritava com o irmão. Todos ficamos em completo silêncio vendo a cena. “NÃO CONTEM COMIGO PARA ESSE ACAMPAMENTO, EU NÃO FICO ONDE ESSE IMBECIL ESTIVER! ESTÃO ME ENTENDENDO?”

 

Eu balancei minha cabeça, em um sim. Ele subiu as escadas ferozmente. Na verdade eu não esperava uma explosão assim de Edward. Eu não sabia quem era esse tal de Jacob Black, e nem o que ele tinha feito para o Ediota. Algo bom é que não era. Eu me peguei presa em uma corrente de pensamentos e hipóteses sobre esse ex-amigo de Edward. Isso me fez chegar a uma conclusão que até então eu não tinha me dado conta: eu não sabia nada sobre Edward Cullen. Dei uma olhada ao redor. Todos ali analisavam Edward subindo irritado. Alguns estavam pasmos outros com um olhar resignado, mas ainda sim, como se tivessem levado um soco na boca. Permaneciam calados. Uma vontade súbita me dominou.

 

"ATCHIIIIIIN!” Espirrei alto. Alice caiu na risada.

 

“Qual a graça Aliie?” Falei meio tonta ainda.

 

“Acho que você não vai poder ir acampar também Bells!” Se levantou e deu uma piscadela para mim. Entendi tudo na sua piscadinha pra mim, eu e Edward, sozinhos, durante uma semana. Uma ótima oportunidade para a gente se conhecer direito. Minha mente me levou a imagens de nós dois juntos, de um jeito bem... quente.

 

“Mas vocês vão mesmo?”

 

"Bebelildis! Isso é um fato verídico! Vamos sim e amanhã pela manhã!” Falou o abelhudo decidido. “E baby, boa sorte… O Edward vai ficar um saco com essa historia do Jake, e como você vai ficar aqui com ele…” Ele deu de ombros, como se dissesse “lavo minhas mãos”. Será que ele iria ficar tão chato assim? A ponto de Emmet me desejar boa sorte? Temi. Temi que ele tivesse as mesmas reações do meu primeiro dia aqui.

Ficamos na sala por mais algumas horas. Quando subi Edward já estava dormindo. Não quis acordá-lo e me acomodei no sofá. Com uma coberta grossa e um travesseiro reserva me deitei. Fiquei divagando sobre as coisas que vi na sala e sobre esse tal Jacob Black, e como ele poderia ter afetado Edward. Estava preocupada com Charlie. Preocupada e magoada. Desde o dia em que ele me ligou e o Ediota atendeu, ele não ligou mais. Muito menos respondia as minhas ligações. Demorou, mas me perdi no sono.


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Notas finais do capítulo

Demorou mas apareceu o dito do Jake Black hein? E o que o será que esse DEUS de La Push fez pro Ediota hein? Deem seus palpites!

Pessoas linda e amadas, espero que tem gostado do restantante do capítulo Porque essa semana vai ser corrida e possivelmente só volte a postar no final de semana!

Agooooooooora vamos comentar muito? Sabe, encher o tanque? Fazer a coisa pegar fogo?

Por que para os proximos capítulos eu só tenho uma palavra: HOT! Beijos Monstrengas (os) que eu tanto amo!

E COMENTEM!

Grasi. R



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