100 Dias com Oliver Queen escrita por daisyantera


Capítulo 8
O que acontece em Vegas...Fica em Vegas


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAA COMEÇAR O ANO LENDO A RECOMENDAÇÃO DA LEITORA BRU ME DEIXOU ASSIM MEIO DOIDA, NÃO SEI, MEIO LOUCA, MEIO TUDO!!! Querida, adorei a sua recomendação, dei pulinhos, piruetas e cambalhotas (Dessa vez, pude fazer isso tudo de verdade, final do ano, festa, gente feliz, bebida, sabe como é né? Ninguém liga se você surta, enquanto tá olhando pra tela do computador...) EU FICO TÃÃÃÃÃO FELIZ quando leio essas coisas, vendo que vocês gostam da fanfic tanto quanto eu gosto de escrevê-la. Sei lá, é algo muito...Sem palavras! Muito obrigada, linda ♥

PS: Há a possibilidade absoluta de vocês não se divertirem tanto ao lerem esse capítulo por dois motivos bons: Fiz na pressa, correndo. Percebi que o prazo pra postar estava se 'fechando' e resolvi correr contra o tempo para escrever esse capítulo. Por isso, pode haver erros grotescos de digitação. E o segundo motivo: Porque simplesmente o encontro Felicity x Thea não pode ser como vocês esperavam, mas relaxeeeeem!! Essas duas ainda terão muito tempo para por a LOUCURA em dia.

BOA LEITURA!



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Felicity's Pov

Mais uma vez, em menos de um mês, estava eu e Oliver nos encarando como se ambos fossemos alguma espécime rara e desconhecida. Respirei fundo, tentando manter a calma e ver a situação de um modo que eu não fosse surtar - e acabar com o meu disfarce de mulher nascida e criada no campo. Talvez, eu devesse começar a praticar um sotaque, ponderei.

― Por que você pulou na piscina? ― Oliver me fitava como se eu fosse a única dentro daquela enorme fonte de água.

― Por que você pulou na piscina? ― Rebati, não querendo ceder. Apesar de saber que essa minha manobra não era nada inteligente, algo me impedia de recuar. Sei lá, quando eu estava ao redor daquele lazarento, sentia uma vontade enorme de retrucar até o seu "Bom Dia" - que ele nunca me desejava, aliás. Sem educação!

― Eu perguntei primeiro.

― Tecnicamente, perguntamos juntos.

― Eu sou o mais velho.

― Os mais velhos tem que respeitar os mais novos.

Que? Da onde eu tirei aquela? Ainda dava tempo de eu me afundar? Como eu já havia notado diversas vezes, o meu cérebro dava pane perto daquele bastardo.

― Eu sou o seu chefe.

ACABOU COMIGO!

ME DESTRUIU!

― Estava com calor. ― Menti descaradamente e ele me lançou um olhar de "Sério, Felicity?" que eu tratei logo de ignorar. Não sejas Oliver Queen, que eu não te direi mentiras! ― Então, qual foi o seu motivo? ― Pressionei, sabendo que ele poderia muito bem me contar uma mentira, ou quem sabe, sequer me dirigir uma palavra.

Hellooo, ele ainda era Oliver Queen e o meu chefe!

― Minha mãe está aqui.

Acho que ouvi errado.

― Pode repetir, por favor? ― Pedi ― Acho que entrou água no meu ouvido.

Não podia ter ouvido certo. Quer dizer, o que Moira Queen estava fazendo em Vegas? E como Oliver conseguia me dar aquela notícia com cara de paisagem? Nananinanão, eu ouvi tudo errado!

― Minha. Mãe. Está. Aqui. ― Ele repetiu pausadamente, como se eu tivesse algum problema mental.

Mas o único problemático ali, só poderia ser ele! Como ele continuava calmo? A situação, obviamente, havia saído de controle e eu não fazia ideia de como ele iria contornar todo aquele desastre.

Uma simples viagem de resgate, havia se tornado de repente, um pesadelo! E eu, me recusava a acreditar que era a única pensando isso.

― O que ela tá fazendo aqui? ― Soltei a pergunta estúpida, mas não consegui frear minha língua. Ela foi mais ágil que o meu cérebro - ela sempre era.

― Se eu soubesse, eu provavelmente não estaria aqui. ― Me mandou na lata e eu só não fiquei ofendida, porque já havia me acostumado com aqueles coices. Meses de experiências, dava nisso.

E também porque minha pergunta foi realmente idiota. Oliver não teria pulado numa piscina se soubesse o que sua mãe estava fazendo por aqui...

― E agora, o que vamos fazer? ― Indaguei, querendo deixar o tópico "Motivos para Moira Queen estar em Vegas", para depois.

Oliver tinha um olhar duro, quase distante. E por mais fora do comum que fosse a situação, me vi o analisando. Seus olhos refletiam a cor límpida da água, os deixando mais hipnóticos que o habitual, sua barba nitidamente não havia sido feita há semanas... Merda, esse cretino é bonito demais para minha sanidade se manter intacta!

― Oliver? ― Chamei seu nome, tentando de alguma forma o retirar daquele torpor. Parecia que o cara agora estava viajando na maionese.

― Caí numa armadilha. ― Falou lentamente, com a voz seca, eu conseguia até ver sua carótida trabalhando furiosamente. 

Afundei um pouco, deixando os meus pés tocarem o azulejo da piscina, qualquer coisa daria marcha ré e sairia correndo... Ou nadando, no caso. Aquele Oliver na minha frente não estava nervoso, estava furioso. ― Merda, eu caí numa armadilha! ― Repetiu, agitando os braços e fazendo assim com que água voasse para todos os cantos.

Ótimo, ainda bem que eu já estava molhada.

― Armadilha? Quem poderia fazer isso com você? Por quê?

Ou ele estava perdendo de vez sua sanidade, ou realmente existia alguém - além de mim - querendo sabotar a vida daquele narcisista. Claro que também havia opção de paranoia, mas achava que Oliver estava em um estado avançado demais para considerar apenas aquilo na sua fichinha. Nah. Só paranoia não faria jus ao doidão.

― Malcolm Merlyn.

Arregalei os olhos. Oi? Ele havia dito Malcolm Merlyn?!

― O motivo é muito fácil: Concorrência. ― Continuou, sombrio. E eu faltava me estatelar todinha ali mesmo com mais aquele babado bafônico, só que isso não aconteceria - eu só afundaria, ou boiaria igual bosta em esgoto.

O pai do corno estava querendo fazer justiça aos chifres do filho? U-A-L.

― Malcolm deve estar ciente do contrato de bilhões que eu vou fechar. ― Falou com força, como se assim seu desejo fosse se tornar real. Ah, pobre Queen, a única realidade seria Ra's Angu jogando uma maldição forte na gente. ― Pra ele, não seria nada bom eu selar o acordo.

― Não se preocupe, se depender da Isabitch isso nunca vai acontecer. ― Eu ri, recordando do quão furiosa ela havia saído do escritório no dia que eu interrompi a putaria dela e de Oliver. Mas o meu sorriso desmanchou imediatamente, quando recebi um olhar de advertência do sádico.

Merda, era agora que ele me afogava?

― Desculpa. ― Pedi, humildemente. Mas ele apenas bufou em resposta e foi minha vez de o querer afogar. Será que hoje em dia não havia mais homens educados como Diggle? Custava nada ele retrucar com um "Desculpada" ou até mesmo um "Tá bom, Felicity. Eu vou fingir que não foi sua intenção rir de mim NA MINHA FRENTE."

Idiota!

― E o que você pensa em fazer quanto isso? ― Questionei, esperando ver mais sangue rolando. Que foi? Tava aqui mesmo pra assistir o barraco, contanto que não fosse o meu...

― Por enquanto, pegar Tommy e dar o fora daqui.

OI??

― Tommy, não é filho do Malcolm?

― Sim, mas isso não muda o fato que ele é o meu amigo bêbado em Vegas.

P-I-A-D-A.

Queria dizer que a denominação 'Amigos' após a gafe dele de aparentemente, comer a namorada do corno, não poderia mais ser usada numa mesma sentença, entretanto, deixei pra lá né? Meu pescoço primeiro, as verdades que jogaria na cara daquele sádico, depois.

Começamos a nadar até a borda da piscina, quando algo me fez retroceder. Ou melhor, alguém.

― Merda! ― Xinguei, virando para Oliver e afundando sua cabeça dentro d'água. Obviamente, ele não iria facilitar as coisas para mim.

Em questões de segundos, senti sua mão agarrando minha cintura, procurando de alguma forma me derrubar e fazer com que eu largasse sua cabeça submersa. Mas aquilo não iria acontecer, não enquanto Moira Queen estivesse à um raio da minha visão.

Merda! Percebi quando ele soltou a mão da minha cintura, provavelmente ficando sem oxigênio e imediatamente eu comecei a me desesperar.

De todos os jeitos que eu me imaginei matando Oliver Queen, não pensei que o mataria tentando o salvar. Merda, merda, merda! Mil vezes merda!

Soltei Oliver, assim que perdi Moira da minha vista e fui imediatamente puxada pelo tornozelo, para o fundo da piscina. Agora, quem iria morrer afogada seria eu!

Apavorada, abri os olhos e dei de cara com os de Oliver. Mesmo debaixo d'água, seu olhar intimidante conseguia me dar arrepios. Ele parecia um predador prestes a atacar sua presa, que no caso, ERA EU. Por um momento, eu fiquei simplesmente parada o encarando, até lembrar-me que eu precisava de oxigênio para sobreviver.

Cheguei a superfície sem nenhum empecilho - leia-se Oliver - e nadei até a borda, lugar seguro que me garantiria um belo escândalo caso o sádico resolvesse se vingar da minha falha atitude de o salvar da mamãe-mandona. Sentei na borda da piscina, no entanto, antes conferi o perímetro ao redor. Vai que o desfile dos Queens recomeçava?

Não sei o que tinha em Vegas que estava atraindo os Queens em peso hoje... Vai ver que a minha onda de azar, estava sendo transferida para Oliver, numa ação justiceira do destino para pagar por todos os vexames que passei a mercê desse sádico mercenário. Quem sabe, né? Uma garota pode sonhar!

― O que diabos você estava pensando ao tentar me afogar?

Ouvi a voz de Oliver, seu tom era forte, furioso, exigente e deixava claro que a qualquer momento, ele arrancaria meu couro. Fiquei rígida no meu lugar – mas acho que isso se deve mais ao frio da noite misturado com as minhas roupas molhadas, do que por medo do chefinho.

― Eu não estava tentando te matar, eu estava tentando te salvar! ― Falei e ele me olhou como se eu tivesse acabado de falar a maior das asneiras. Ok, deixa pra lá, talvez minha rigidez se devesse ao medo dele arrancar minha cabeça. Fiquei na defensiva. ― Ei, eu to falando sério! Vi sua mãe passando e esse foi o único jeito de impedir que ela te notasse.

Bem, por considerar que ele não tinha mais a cara de quem me mandaria para Marte sem nem piscar os olhos, concluí que a minha barra estava limpa. Por enquanto.

― E precisava mesmo me afogar? ― Retrucou, o mal agradecido, não querendo dar o braço a torcer. Revirei os olhos com o draminha.

Custava ele engolir essa sem cuspir adagas?!

― Você preferiria que a sua mãe te flagrasse? ― Arqueei uma sobrancelha na sua direção, tentando soar tão ou mais prepotente quanto ele, quando o mesmo fazia esse gesto comigo.

Sua boca se tornou uma linha.

― Havia outros jeitos de você conduzir a situação.

Teimoso!

― Quais?

― E você ainda disse que era uma mulher experiente... ― Zombou, curvando os lábios num sorriso perigoso. Abri a boca chocada, diante aquela insinuação descarada e recordei o episódio antes da viagem.

"― Oras, Srta. Smoak, você não faz o meu tipo. ― Me olhou de cima a baixo ― E você tem cara de inexperiente, quem vai acreditar que eu estou deflorando a minha secretária tagarela que eu odeio? Sua fama de me deixar doido já se espalhou pela QC inteira.

― Eu não sou inexperiente!"

Crispei os lábios, Oliver definitivamente tinha uma memória de elefante.

― Olh-

Abri a boca, pronta para chutar o pau da barraca e defender meu lado pervertido, mas fui interrompida rudemente pelo sádico-mor.

― Não quero ouvir sua tagarelice agora, deixemos essa discussão para outra hora. Temos muitas coisas para fazer ainda, concentre toda sua energia.

E com isso, como se a sua palavra fosse a última do universo, o cretino se levantou e saiu andando, me deixando pra trás com a minha cara de babaca.

I-D-I-O-T-A!

Me levantei, torcendo minha blusa e logo, correndo atrás do cretino para o alcançar.

― Deixamos Tommy no corredor, perto da porta do quarto que ele alugou. ― Informei, tentando ser o mais eficiente possível.

Se eu fizesse tudo da maneira correta, poderia ganhar alguns pontos, certo?

― Precisamos achar Diggle, primeiro.

Errado!

Murchei diante aquela declaração. Achava que tudo ficaria muito mais fácil se encontrássemos o corno primeiro. Quem ligava para Diggle? Ele poderia se virar muito bem naquele campo minado de mulheres perigosas - que incluíam minha mãe, a sra. Queen, Mandy-Foguete e claro, a queen mais nova.

― Diggle consegue se virar sozinho. ― Falei e Oliver balançou a cabeça negativamente, sem parar de andar.

― Não, se a minha mãe o ver, vai estranhar. Ela sabe que Diggle deveria estar comigo.

― É só ele inventar que está de folga. ― Palpitei ― Diggle não é nenhuma criança! Com certeza, vai saber lidar com a situação, caso for preciso.

Ou pelo menos, lidar com a situação muito melhor que nós dois, quis dizer mas mordi minha língua.

― Não, minha mãe sabe quando Diggle tem folga. ― Seu tom agora era mais amargo, do que teimoso e eu detectei que havia algo ali naquela sentença que ele não gostava.

Mas, afinal, do que Oliver gostava?

― Droga, isso não é bom! Temos que encontrar Diggle o mais ráp- Parei de andar, piscando os olhos igual uma idiota ao ver a direção que estávamos tomando. ― Por que estamos entrando nos arbustos? ― Questionei, tenebrosa.

Oliver também parou e finalmente, se dignou a me olhar.

― Você não acha que eu vou ficar andando ao redor destemidamente, né?

E você não acha que eu vou entrar no mato com você, né?

― Sinta-se sortuda por entrar no mato comigo. ― Me jogou uma piscadela, virando novamente para sua caminhada e me deixando plantada no lugar, igual uma babaca.

Eu havia falado aquilo em voz alta? De novo? Quis me socar por não conseguir travar a língua.

(Botem para tocar Sum 41 - In Too Deep, por favor)

― Ei, me espere! ― Gritei, ao perceber que ele já estava sumindo de vista. Me preparei para correr e o alcançar, ignorando completamente minha calça molhada grudando nas minhas pernas, coisa que iria dificultar e muito a minha corrida - Maldito jeans! Maldito Oliver! -, quando eu senti uma mão no meu ombro, me impedindo de sair do lugar.

Prendi a respiração.

Cacete! Quem era agora?

Por favor, que não seja Mandy. Por favor, que não seja Mandy...

Virei lentamente, com um puta medo e sentindo minhas entranhas se rebelarem no meu estômago.

Quase, quase, soltei um suspiro aliviado quando percebi que não era Mandy impedindo minha fuga com o meu chefinho. Quase mesmo.

Juro que iria soltar um suspiro de alívio, combinado com pulinhos e um show de purpurina... Se a pessoa na minha frente não fosse Thea Queen.

Puta que pariu!

― Felicity Smoak, certo? ― Ela perguntou, retirando as mãos do meu ombro e me olhando cautelosamente. ― Secretária do meu irmão, né? Já te vi no escritório dele, durante o horário de almoço.

Não, meu nome é Mandy Foguete e você já está na idade de ver coisas. Eu não sou Felicity Smoak.

Sem saber como agir ou o que falar naquela situação, balancei a cabeça lentamente, confirmando suas 'suspeitas.'

― O que você está fazendo por aqui? Não sabia que você estava de folga? Oliver está bem? Você está bem? ― Ela fez uma enxurrada de perguntas e eu finalmente compreendi como Oliver havia sobrevivido todo aquele tempo com a minha tagarelice: Ele já tinha Thea de experiência.

Abri a boca, mas nada saiu. O que eu deveria responder? Afinal de contas, por que ela lembrava-se de mim? Eu não passava apenas de uma secretária que ela via ocasionalmente? Até minutos atrás, eu poderia afirmar com toda a convicção do mundo que Thea Queen não fazia ideia sequer de quem eu era!

Porém, mais uma vez, eu estaria errada e perderia os meus 50 dólares que sempre apostava.

― Ei, você está bem? ― Ela voltou a colocar a mão no meu ombro e me fitava preocupada. Talvez pensasse que eu fosse uma mulher doente.

Respirei fundo, pronta pra falar o que quer que fosse, quando vi Oliver ao longe, saindo dos arbustos.

Arregalei os olhos.

― NÃO SAIA DAI! ― Berrei e foi o suficiente para fazer Oliver parar e olhar o que estava acontecendo. Já o meu berro, foi o suficiente para fazer Thea dar dois passos para trás, com medo da minha estranha reação.

― Felicity, você está bem? ― Ela voltou a repetir e o mais discretamente possível,  observei Oliver entrando novamente nos arbustos, mas não sem antes de sibilar para que eu me livrasse da irmã dele.

Ótimo, ele sempre deixava mesmo a bomba pra eu segurar, não sei nem porque eu ainda estranhava.

― Felicity?

Pisquei os olhos, desviando a minha atenção dos arbustos para a pequena Queen que parecia ter fogo nos olhos. Merda, eu não estaria me livrando dela tão facilmente assim.

― Não saia daí, não saia daí!! ― Repeti minha frase anterior, mas agora cantando ela e mexendo as mãos junto. ― Eu tava cantando. ― Expliquei, com o meu maior sorriso 'uso colgate'.

― Cantando? ― Arqueou a sobrancelha, bem do jeito que Oliver sempre fazia quando eu estava falando algum absurdo pra ele.

Senti vontade de me bater, ao mesmo tempo que queria arrastar pra fora do arbusto aquele cretino e o fazer enfrentar a irmã sozinho. Mas como minha situação era precária... Balancei a cabeça, efusivamente, esperando que ela acreditasse na minha mentira deslavada.

Após isso nos encaramos em silêncio, durante alguns breves segundos, até passar nos seus olhos um brilho de percepção preocupante.

― Você tem alguma doença? ― Perguntou, porém eu notava pelo seu tom que ela não estava brincando ou tentando ser rude. Era apenas uma pergunta.

Uma pergunta que me ofendia profundamente, mas uma pergunta.

― Ouvi uma vez o meu irmão comentar com Diggle que a secretária dele não era normal, entretanto, não liguei muito pra isso. ― Continuou ― Achei que ele estava exagerando.

E ele estava exagerando. Muito.

Crispei os lábios, com raiva.

― Sim, sim, eu tenho uma doença. ― Afirmei e por cima dos ombros dela, vi Oliver se esgueirando nos arbustos e nos observando. Obviamente, ele havia ouvido tudo, pelo sorriso divertido enfeitado no seu rosto. Maldito! ― O nome da minha doença é EQMOQ.

― EQMOQ? ― Me olhou confusa, ao mesmo tempo que apreensiva, deveria ser uma barra conversar com alguém que você sequer imaginava a doença.

― Sim. ― Afirmei, começando a agitar os braços ― Ás vezes perco controle das minhas ações e... ― Apontei na direção do arbusto onde Oliver estava e tão rápido quanto uma bala, ele saiu de vista. ―... E acabo fazendo coisas que eu não queria. Como afogar alguém numa piscina. ― O rosto de Oliver apareceu novamente e ele me lançava um olhar de 'Mais um pio e quem estará afogada será você!'. Mas não liguei. Eu acho. Tá, eu liguei.

Minhas palavras deve algum feito sobre Thea, uma vez que notei ela analisando minhas roupas molhadas, com um ar tenebroso.

Ótimo, agora eu era a doida que trabalhava para o irmão dela. Legal, obrigada Deus.

― Oh, compreendo. ― Ela deu um sorriso nervoso. ― Bem, eu tenho que encontrar o meu namorado, portanto, adeus. ― Começou a andar para bem longe e eu soltei um suspiro aliviado. Até que ela retrocedeu os seus passos e parou bem na minha frente.

Ah, não! O que mais agora?

― Eu espero de verdade que você se cure dessa doença. ― Desejou com a sinceridade genuína estampada no seu rosto e olhos. O que me fez me sentir mal por ela.

― Obrigada.

Com mais um último sorriso, ela virou os calcanhares e finalmente, foi embora. Assisti ela sumir das minhas vistas, com um sentimento de culpa por ter mentido mais uma vez para alguma pessoa. Aquilo estava virando uma bola de neve que voltaria para me enterrar viva. Eu tinha certeza!

― EQMOQ, hun?

Dei um pulo, ao sentir uma respiração bater rente à minha nuca.

Girei os calcanhares e dei de cara com Oliver, me olhando como se eu fosse a coisa mais engraçada do planeta.

― Sim, EQMOQ. ― Confirmei, de nariz empinado. Sabia que Oliver era um homem inteligente e já tinha sacado o significado por trás daquelas siglas.

EQMOQ: Eu quero matar Oliver Queen.

― Você não quer me matar, é muito fracote pra isso. ― Sorriu presunçoso e eu revirei os olhos.

― Fracote? Oliver, tem que ser mais do que uma fracote pra te aturar.

― Você sabe que no momento você só me atura por conta do nosso contrato né? E antes você era paga muito bem pra isso...

Merda. Ele tinha um ponto. E aquele seu sorriso arrogante não me ajudava em nada. Por isso, só soltei a primeira coisa que me veio a mente para retorquir aquela sua arrogância sem fim:

― EQMOQ!

Obviamente, ele não se afetou.

― Você sabe que não quer. ― Cantarolou bem humorado e eu só queria perguntar por que infernos ele estava tão feliz quando a gente estava tão na merda. Não gostava disso.

― Não sei porque você está tão alegre. ― Resmunguei, ranzinza.

― Eu também não. ― Ficou sério, de repente. ― Agora, vamos atrás de Diggle e terminar com tudo isso de uma vez por todas.

Retiro o que eu disse: Prefiro mil vezes um Oliver alegre, do que um que me faria cometer assassinato ou suicídio à qualquer momento.

(...)

Eu já disse que eu amo Diggle? Eu amo o Diggle.

Encontrar ele foi fácil, arrastar o corpo mole de Tommy para dentro do quarto foi uma tarefa mais fácil ainda, uma vez que Oliver estava junto.

Em resumo, nossa missão 'Resgate ao Corno' estava meio caminho andado. Só faltava a gente se mandar dali, com as estratégias infalíveis do Diggle para despistar a Sra. Queen e a Queen mais nova.

― Ainda não entendo o que exatamente Thea está fazendo aqui. ― Oliver resmungou pela milésima vez, jogando o corpo do corno no centro da cama de casal.

Dei de ombros.

― Ela disse que estava aqui com o namorado, vai ver que veio para se divertir. ― Palpitei e assisti em êxtase, quando o rosto de Oliver empalideceu.

Será que era agora que ele cairia durinho no chão?

― Thea e Roy, sozinhos em Vegas... ― Um brilho feroz passou pelos seus olhos ― Aqui há capelas!

― Oliver... ― O tom de aviso na voz de Diggle não passou despercebido por mim e era inegável que estava rolando uma conversa silenciosa entre aqueles dois, pela troca de olhares que eles tinham.

Me senti uma intrusa.

― Vai ver que a sua mãe está aqui por causa disso. ― Opinei e recebi imediatamente sua total atenção. ― Já pensou na possibilidade que Thea esteja aqui mesmo para cometer uma loucura com o namorado e a sua mãe tenha descoberto, e por isso está aqui em Vegas? É uma possibilidade.

― Sim, essa é uma ótima tese. ― Diggle concordou comigo e mesmo que relutante, Oliver teve que dar ouvidos a minha INCRÍVEL tese.

― Sim, ela tem um ponto, mas gosto ainda de pensar que ela tenha vindo até aqui a mando de Malcolm. ― Concordou não concordando e eu fiz uma careta.

Custava muito o Queen admitir que eu poderia estar certa, pelo menos, uma vez?

― Você só pensa o pior! ― Acusei, indignada. Imediatamente, seu semblante se tornou sério.

― O mundo é um lugar cruel, Srta. Smoak. Temos sempre que pensar no pior das pessoas. ― Me olhou significativamente e eu engoli em seco, esperando o próximo balde de água fria ― Nem sempre as pessoas são, o que aparentam.

Indireta mais direta que aquela, só uma facada mesmo.

Mas facada maior, foi a que eu recebi ao ouvir baterem na porta do quarto e uma voz muito conhecida minha anunciar, do outro lado:

― Serviço de quarto!

NÃÃÃÃÃO!!!!!!

Fiz menção de sair correndo, em direção a porta, para impedir que qualquer um ali daquele quarto - exceto eu - fosse capaz de atender a pessoa do outro lado, quando Diggle foi mais rápido e a abriu.

Puta merda! Deus não me dava uma folguinha!

― Olá, recebemos uma ligação há alguns minutos pedindo serviço de quarto. ― Minha mãe falava, com um sorriso enorme no rosto, enquanto segurava uma bandeja cheia de bebidas e entrava no quarto.

Isso não ia prestar.

Continuei quieta, congelada no meu canto, esperando que nada de ruim - mais - acontecesse.

― Não lembro de ter ligado para ninguém pedindo serviço de quarto. ― Oliver disse, caminhando até a porta e a abrindo para minha mãe passar.

Pelo menos ele estava tentando ser educado, pedindo para ela sutilmente se retirar. Eu acho.

― Não foi você, foi eu. ― Tommy que até então, estava desmaiado na cama, acordou e nos olhava com um sorriso idiota no rosto. Não precisava ser gênio pra concluir que o corno ainda estava bêbado.

Ah, ótimo!

― Como você fez a ligação, se você estava desmaiado? ― Questionei, com o cenho franzido.

― Quem é você? ― Ele perguntou e antes que eu pudesse abrir a boca para o responder, seu olhar desviou para a bandeja que a minha mãe segurava. ― Docinho, você está no quarto correto.

Ele estava flertando com a minha mãe? Senti a ânsia de vômito.

Mamãe não perdeu nem tempo, ignorando completamente Oliver e sua clara desaprovação por ela estar ali, saiu invadindo o quarto e foi servir Tommy que estava mais morto de cachaça, que vivo. Assisti tudo, ainda paradinha no meu lugar e esperando que a parede me camuflasse.

― Senhorita, acho melhor você se retirar. ― Diggle pediu com delicadeza e foi ignorado com sucesso, enquanto minha mãe enchia uma taça para Tommy.

― Querido, não posso me retirar assim! Pediram essa enorme quantidade de bebidas e vão ter que arcar. Não posso chegar no restaurante, com as garrafas cheias. ― Ela dizia, sem parar de fazer o serviço dela e notei quando ela encheu mais três taças.

O que ela estava aprontando?

― Eu pago pelos prejuízos. ― Oliver replicou, impaciente. Começava a ficar nervoso.

Ótimo, a raça Smoak seria extinta do planeta essa noite.

― Querido, você me parece tenso. Há quanto tempo você não faz sexo?

MORRI!

É isso, eu to morta!

Comecei a caçar rotas de fugas. E merda, por que sempre as janelas eram minhas únicas opções?! Deveria passar a andar de paraquedas...

― Senhora, você está sendo inconveniente.

Cacete! Oliver chamou minha mãe de senhora e notava-se que era proposital. É agora que a próxima bomba nuclear explode.

Olhei para Diggle e Diggle me olhou.

"VAMOS DAR O FORA!" mexi os lábios para ele, numa atitude desesperada. Sempre quando você estiver numa situação difícil: Cole com o maior e com quem tem cara que irá sobreviver a qualquer coisa. Diggle era uma dessas pessoas pra mim.

― Ele não está muito tempo sem sexo, vive transando com a minha ex. ― Tommy, o corno mais bocudo e barraqueiro da galáxia, resolveu ressuscitar.

Se o clima antes estava ruim, agora mesmo estava péssimo. Engoli em seco, esperando a resposta de Diggle que apenas maneou a cabeça negativamente.

Covarde, não queria ser covarde comigo e correr!

Não, pera...

Sem dar um pio, Oliver caminhou em direção a minha mãe e pegou uma taça para ele, logo em seguida, entornando todo o líquido goela abaixo.

Fantástico! Agora haveriam dois bêbados no recinto! Não sabia se ficava feliz ou começava a consultar funerárias para o meu caixão.

― Se vamos ter que discutir sobre isso, é melhor eu não estar sóbrio. ― Oliver resmungou, tomando mais um gole do seu drink.

Tommy riu. ― Não consegue encarar a realidade, sóbrio? ― Riu mais uma vez ― Nem eu! ― E caiu pra trás, morto de porre.

Uau, como o corno era tão fraquinho para bebidas...

― Ainda preciso de alguém para esvaziar essas garrafas. ― Minha mãe novamente falou, agora olhando descaradamente para Diggle. Dei um passo para trás.

― Diggle, essa é com você, eu não vou beber! ― Comuniquei, me sentando no sofá colocado estrategicamente próximo a janela, pronta para assistir o circo pegar fogo. Ou no caso, meu chefinho ficando bêbado graças a minha mãe doida.

Demorou exatos 15 minutos e muito jogo de cintura para minha mãe conseguir Diggle concordar em beber umazinha, e quase meia hora para ele desmaiar igual Tommy.

Nunca imaginaria que um marmanjo como aquele, era fraco para bebidas. O único que ainda permanecia de pé, era Oliver - arrisco dizer que quem estava o mantendo daquele jeito, era o demônio com quem ele tinha pacto - , que estava sendo servido por uma alegre Donna.

Estreitei os olhos, minha mãe havia começado a engatar uma conversa com o sádico há poucos minutos e aquilo era muito, muito ruim.

― Sr. Queen, então é verdade que você roubou a namorada do seu amigo? ― Minha mãe parecia até aquelas jornalistas sem código moral, pronta para arranjar um podre e detonar a vida do famoso.

― Não quero falar sobre isso. ― Disse, em tom seco, indicando que ainda não estava tão bêbado quanto o esperado. Apertei os lábios, esperando do fundo da minha alma que a minha mãe desistisse de arrancar informações daquele cretino.

Já sabia o que ela estava tentando fazer ali: Arranjar material para ter um genro perfeito.

Mas aquilo não iria acontecer. Nope. Never. Eu e Oliver? Nananinanão.

― Gosta de loiras ou morenas? ― Com um sorriso simpático, minha mãe questionou, mas os seus olhos brilhavam interesse.

Me encolhi no sofá. Diggle precisava urgentemente acordar, me dar um tiro com aquela sua arma inseparável e finalmente finalizar aquela tortura que eu estava sendo obrigada a assistir.

Meus nervos estavam a flor da pele, pensando na possibilidade das coisas fugirem do controle e finalmente Oliver descobrir que aquela tagarela, era a minha mãe.

― Por que? Você está flertando comigo? ― Ele perguntou, com um brilho maroto nos olhos.

QUE. DROGA. ESTAVA. ACONTECENDO. ALI????

Ele estava flertando com a minha mãe? Ok, é sério. Diggle precisa acordar e me acertar com um tiro.

― Oliver, acho que você já teve drinks o suficiente. ― Me levantei bruscamente, interrompendo aquele papo. ― Você tem que dormir cedo, vamos voltar para Star City durante a manhã.

― Por que você não perguntou se eu gostava de ruivas? ― Me ignorou, depositando sua total atenção à minha mãe e a bebida na sua mão. Cachaceiro infeliz!

― Você gosta de ruivas? ― Ela arqueou uma sobrancelha e Deus, eu iria me matar! Eles dois agora pareciam estarem flertando???? De verdade???

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, desviou seus olhos da maldita bebida e finalmente me olhou.

Eu não precisava nem de um espelho para saber que estava com a minha cara de serial killer.

― Eu não gosto de loiras. ― Declarou, girando o copo em suas mãos e abrindo um sorriso para mim.

Arfei com a provocação clara.

― E eu não gosto de idiotas! ― Gritei, exasperada. Eu que não ia aguentar servir de tapete para ser pisada por aquele Hades, na frente da minha mãe!

― Que bom, Srta. Smoak, mas não lembro de ninguém ter te perguntado algo.

Inflei as narinas.

― EQMOQ. ― Informei ameaçadora e ganhei em troca, uma risada do insolente. 

Sem muitas alternativas além do homicídio ou suicídio, caí novamente no sofá, pronta para ignorar tudo e todos ao meu redor.

Se a minha mãe queria embebedar Oliver para arrancar alguma informação preciosa, que o fizesse! Ele bem que merecia.

― Ela é a sua secretária? ― A cara de pau perguntou, como se não soubesse quem eu era. Revirei os olhos com aquele teatro, se eu sabia mentir, a culpa era totalmente dela.

Oliver assentiu com a cabeça, escondendo o sorriso por trás da taça, mas qualquer um conseguia notar o seu movimento.

― Vocês dois não parecem se darem bem. ― Ela apontou o óbvio e eu revirei os olhos MAIS UMA VEZ. Ah, mas você jura?!

― Parece, é? ― Oliver zombou, não respondendo nem que sim e nem que não.

Estava na hora de eu tomar uma bebida. Me levantei do meu lugar e caminhei até a bandeja, que já estava ficando vazia. As três garrafas de bebidas que haviam chegado com Donna, agora estavam vazias e só restava uma taça cheia de conteúdo, e eu decidi que aquela taça seria minha.

― Sim, parece. Porém, acho que o motivo disso tudo é tensão sexual. ― Ela falou e eu cuspi todo o conteúdo da minha boca, enquanto ouvia Oliver rir alto diante aquela constatação e nada real, da minha mãe.

Eu. Vou. Morrer.

― Tensão sexual, ein? ― Oliver zombou, levantando a taça dele numa saudação irônica na minha direção. Não conseguia entender como ele continuava tão tranquilo naquela situação. Parecia que ele usava uma armadura e nada que falassem ou fizessem, o abalasse.

Dentre alguns minutos, Oliver finalizou sua bebida e pediu o mais cortês possível - o que queria dizer que já estava bêbado, porque Oliver Queen e educação, não andavam juntos - para mamãe se retirar e levar com ela a bandeja com as garrafas vazias. Logo em seguida, ele foi em direção a suíte que havia no quarto, deixando eu e mamãe a sós.

Achei esse o momento perfeito para explodir com ela.

― Por que diabos você está aqui? ― Comecei, tentando manter a minha voz baixa para não acordar o corno e também não chamar atenção de Oliver, dentro do banheiro. ― E essas perguntas sem sentido? Pra que tudo isso? Se queria arranjar algum podre desse filho da mãe, era pra ter perguntado outras coisas. E não o tipo de mulher que ele gosta! ― Terminei, exasperada.

― Querida, fique calma. Fiz as perguntas que eu devia fazer. ― Se abanou ― Precisava conhecer mais sobre o meu futuro genro e como era sua relação com a minha filha.

Viu? Eu falei! Ela estava atrás de transformar Oliver em seu genro, eu falei!

― Ele não vai ser o seu genro! E não me chame de filha, esse demônio pode ouvir!

Não confiava nenhum pouco em Oliver dentro dum banheiro. Só porque ele estava fora das minhas vistas, não queria dizer que ele não estava atento a tudo ao redor. O diabo era quase onipresente – desculpa Deus!

Um sorriso torto surgiu nos seus lábios, como se eu tivesse falado alguma piada.

― Homem forte esse, ein? Não poderia ter escolhido melhor, querida! Eu aprovo totalmente.

Pisquei os olhos, será que ela não estava ouvindo nada que eu dizia?

― Eu não escolhi o Oliver, eu não escolhi ninguém! ― Grunhi, começando a perder a paciência. ― E eu acho melhor você se retirar do quarto, antes que ele saia do banheiro. ― Recomendei, pegando a bandeja e entregando para ela.

― Eu não escolhi o Oliver, eu não escolhi ninguém... ― Ela me imitava, recolhendo a taça que Oliver havia deixado no chão ― Querida, por favor, tente enganar alguém que não te conheça! É óbvio que você gosta dele.

Bufei, se ela não fosse a minha mãe, aproveitaria a brecha para chutá-la.

― Se gostar é querer cometer homicídio 24 horas, eu devo ter um precipício por ele.

Ela se levantou e equilibrou a bandeja nos seus braços, e me olhou durante alguns segundos, até explodir numa gargalhada que me fez dar um pulo. Não esperava por aquilo.

― Se você está dizendo, tudo bem. Mas não negue, vocês dois fariam um par interessante. ― Sorriu ― Eu gostaria de o ter como genro, é bonito, viril e forte.

Travei o maxilar.

― Você só o acha tudo isso, porque não caiu desmaiado igual aqueles dois. ― Apontei para Diggle e Tommy desmaiados na cama. Eles dormiam ruidosamente... O que era estranho, já que Diggle havia tomado apenas alguns míseros drinks. Franzi o cenho, agora analisando a situação mais profundamente. ― Você por um acaso batizou as bebidas? ― Virei para a minha mãe, escandalizada.

Entendia o motivo de Tommy ter caído desmaiado logo de primeira, afinal, o corno vinha bebendo desde cedo, mas Diggle?

Mamãe indicou que tinha culpa no cartório, assim que encolheu os ombros.

Puta merda!

― Eu não acredito que você deu boa noite cinderela para o meu chefe.

― Ei, em minha defesa, o bonitão é mais forte que eu pensava! Não soltou nenhum podre, se manteve firme durante todo o tempo e não caiu estatelado no chão. ― Enrolou uma mecha de cabelo ao redor do seu dedo. ― Como eu disse, você escolheu o seu homem muito bem.

Abri a boca, prestes a protestar sobre aquilo, quando ouvimos um baque no banheiro.

― O que mesmo você estava dizendo? ― Murmurei entredentes.

Oliver, obviamente, havia finalmente desmaiado.

― Estava dizendo que você estava certa e eu errada. ― Deu um passo para trás, detectando minha áurea assassina.

Levei as mãos até as têmporas, em dúvida se eu resgatava aquele narcisista prepotente de dormir dentro daquele minúsculo banheiro, ou o salvava e deixava com que ele dormisse na cama junto aos outros dois bêbados.

― Eu espero, de verdade, que nenhum deles se lembrem do que aconteceu aqui essa noite. ― Declarei por fim, vendo que não adiantaria de nada chorar pelo leite derramado.

Ao menos, minha mãe havia me livrado de aturar horas e horas com Oliver reclamando no meu ouvido. Eu tinha certeza que ele não me daria um minuto de descanso, até que chegássemos em Star City.

Então sim, ela tinha um ponto.

― Oh querida, eles não vão se lembrar do meu rosto após essa noite. ― Me deu uma piscadela ― Isso eu te garanto!

Maneei a cabeça, isso era bom, muito bom. Não sabia quando ou como, mas tinha o leve pressentimento que em algum momento, Oliver iria querer se encontrar com a minha mãe. E eu não gostaria que ele se recordasse dela como uma mulher que havia o drogado.

― Okay, agora me ajude a tirar o traste de dentro do banheiro e depois, você pode ir.

Estava pronta para por as mãos na massa. Ou no caso, no corpo daquele cretino que havia escolhido passar a noite caçoando das insinuações indecentes da minha mãe, sobre o "nosso relacionamento" inexistente.

Acho que eu iria me aproveitar daquele seu momento de vulnerabilidade e escrever bem grande 'OTÁRIO' na sua testa.

(...)

Um único pensamento cruzou a minha mente, durante a manhã: Eu deveria ter escrito aquele 'OTÁRIO' que tanto queria, na testa do Oliver.

Sério, eu deveria.

Se eu soubesse que assim que ele acordasse, na cama junto ao seu guarda-costas e ex amigo, ele ficaria tão irado por não se lembrar nada de nada, e me culpar por todas as desgraças da vida dele, eu teria feito aquilo.

― Inferno, como você não pode lembrar nada que aconteceu ontem? ― Ele rugiu na minha direção, parecendo duas vezes maior. Controlei a minha expressão de tédio.

Ele era tão previsível...

― Não lembrando. ― Não gostei do jeito que a minha resposta soou mais como uma pergunta, nem Oliver pareceu gostar. Limpei a garganta, pensando na próxima lorota que contaria. ― Tudo que eu lembro é que pulamos na piscina para fugir da sua mãe, depois encontramos sua irmã e aí encontramos Diggle e Tommy. Depois disso, eu não lembro de mais nada. ― Dei de ombros e fiz minha melhor cara de inocente.

Diggle que até agora estava quieto, sentado no sofá nos observando, resolveu se manifestar.

― Eu também não me lembro de nada.

Cara, minha mãe sabia batizar bem uma bebida mesmo, viu! Quiquei por dentro.

Oliver suspirou, para logo em seguida, apertar a ponta do nariz. Uh-oh, alguém estava ficando nervoso ali. Mordi o lábio, tentando não sorrir. Se ele soubesse o quanto eu havia o xingado, enquanto ele estava desmaiado... Eu provavelmente estaria pegando o primeiro trem para o inferno.

― Você já fechou a conta? ― Ele mudou de assunto e eu balancei a cabeça positivamente.

― Foi a primeira coisa que eu fiz ao acordar.

Como se eu tivesse dormido...

― Ótimo, então estamos indo embora agora.

Sem falar mais nada, ele pegou as malas, eu peguei a minha e Diggle pegou a bagagem maior: Tommy, que ainda se encontrava morto de ressaca. O cara estava tão mal, que só conseguia vomitar ou trocar os pés.

A energia do barraqueiro estava esgotada, infelizmente - pois eu adoraria muito assistir mais uma discussão entre ele e Oliver.

Passamos pelo saguão e eu fiz o máximo para me manter entre os homens, tentando de algum jeito, me fazer invisível. Não queria que ninguém me visse a essa altura do campeonato. E por incrível que parecesse, quando mais cedo, eu fui fechar a conta, não consegui localizar minha mãe em nenhum lugar. Não sabia o que pensar sobre isso mas não fixaria muito nesse tópico.

Talvez, fosse apenas o cara lá de cima me dando uma ajudinha, portanto, não iria desperdiça-la e correr o risco de ser desmascarada. 

Apressei mais os passos, não vendo a hora de finalmente me ver bem longe de Grand Atlas. A entrada já estava perto, podia já sentir o cheiro de liberdade, quando vi dois jovenzinhos parados na porta. Assim que nossos olhares se cruzaram, os reconheci imediatamente e fiquei entre parar e me esconder, ou quem sabe, fingir que não os conhecia.

Optei pela segunda opção.

― Olha só se não é a moça da revista pornô! ― Um deles apontou para mim.

Puta que o pariu!

Passei por eles, não me atrevendo a olhar pra nenhum lugar, estando consciente do olhar indagador que Oliver e Diggle me lançavam. Quem sabe se eu fingisse que não era comigo, eles acreditassem né?

― Ô loirinha pervertida, volta aqui, estamos falando com você!

Desgraçados! Crispei os lábios e acelerei mais ainda meus passos, determinada a ir para bem longe dali.

Eu odiava Vegas.

Quando eu finalmente me vi fora do Grand Atlas, respirei aliviada. Ótimo, eu havia sobrevivido.

Senti vontade de me ajoelhar e agradecer Deus por ter me deixado sobreviver àquele martírio. Mas é como o ditado diz, né? A alegria do pobre dura pouco.

Sem perder tempo para me provocar, Oliver passou por mim e soltou em tom debochado a frase que iria me fazer querer ser enterrada viva, mas não sem antes de o matar:

― Loirinha pervertida, ein?

Idiota!

― EQMOQ! ― Berrei na sua direção e ele soltou uma gargalhada alta, claramente se deliciando com a minha desgraça.

Oliver 2 x SecEscrava 0

Eu sabia que tinha que ter rabiscado a cara toda do filha da mãe quando tive oportunidade, eu sabia!


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Notas finais do capítulo

Agora, sobre as leitoras novas: SEJAM MUITO BEM VINDAS!!!
Sobre as leitoras antigas, que estão acompanhando essa loucura de fic desde sempre: OBRIGADA e espero do fundo da minha alma, que vocês continuem comigo até o fim da fanfic (POIS EU JÁ PENSEI COMO SERÁ O FIM DA FANFIC). Me perguntaram se eu penso em abandonar a fanfic, por conta dessa minha 'demora' em postar esse novo capítulo e eu garanto a vocês: NÃO VOU ABANDONAR A FANFIC! Demoro, mas posto. Abandonar? Jamais. Fiquem 100% tranquilas.

Enfim, obrigada pela paciência, pelos reviews, capítulo novinho está aí e perdão pela a demora!
Beijos e até o próximo capítulo, queridas ♥