100 Dias com Oliver Queen escrita por daisyantera


Capítulo 6
Resgate


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO NÃO REVISADO [como sempre]
Leiam as notas finais, com certeza absoluta tenho algo a dizer - geralmente, spoiler porque eu falo mesmo pelos cotovelos. Fazer o que né?! Não consigo controlar a minha língua, ou no caso, meus dedos.
MAS ANTES DISSO: “Felicity Smoak, would you make me the happiest man on the face of the Earth?" o tiro foi certeiro viu, Arrow.



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Felicity's Pov

Eu olhava para Oliver.

Ele olhava para mim.

E ficamos nessa dança, até Diggle limpar a garganta alto, marcando sua presença também na sala.

Eu diria que o feitiço se quebrou naquele instante, mas os olhos que me fitavam intensamente, não era de um príncipe. E sim de uma fera.

Dei um passo para trás, só por precaução, sabe?

― Felicity, como conhece Ra's Al Ghul?

Será que ele não cansava de ser um tocador de fitas quebrado? Soltando sempre as mesmas perguntas!

Cocei a cabeça, dando mais um passo para trás. Tinha esperanças que ele esquecesse sobre o assunto, se eu continuasse enrolando na minha resposta, mas obviamente, o tirano não estava comprando nada daquilo.

Droga, hora de partir para o plano b!

Olhei de um lado para o outro, procurando possíveis rotas de fuga. Diggle, estava parado estrategicamente perto da porta - o que era incomum, já que ele parecia ter uma coisa por janelas. Sei lá, um fetiche talvez? Okay, foco.

Mudei minha visão para Oliver, que com certeza me alcançaria numa passada de perna só, caso eu pensasse em sair correndo. Então... Inclinei a cabeça levemente, contemplando a janela. Ela parecia ser a minha única rota de fuga no momento.

E estaria tudo bem, caso, nós não estivéssemos no último andar da QC.

Merda! Não tinha para onde correr!

― Continue sem me responder, que eu mesmo te jogarei dessa janela.

Pisquei os olhos, atordoada ao ouvir a ameaça velada do sádico ao perceber para onde os meus pensamentos estavam me levando. Ele parecia um tipo de demônio capaz de ficar espreitando na minha mente e me sabotando, logo em seguida. Estremeci, aquilo me dava um certo medo e uma certeza grotesca que eu ficava vulnerável ao seu redor.

Maldito sádico!

― Olh-

Abri a boca, pronta para acabar com aquilo de uma vez, quando fui interrompida pelo o toque do celular dele. Fechei a boca imediatamente, ótimo, agora eu tinha algum tempo para bolar um plano para me livrar dessa situação caótica.

Não sabia quem era do outro lado da linha, mas já estava agradecendo infinitamente.

Aproveitando a chance, comecei a catar os papéis de cima da mesa, os deixaria bem guardados e fora de alcance dos olhos de Oliver. Além, de claro, adiantar de uma vez por todas o meu serviço, já que era bastante óbvio que ele me faria guardar toda aquela papelada depois.

O cargo de secretária-pau-pra-toda-obra, nunca me foi tão útil quanto agora. Como um furacão, catei tudo e me dirigi para fora da sala de reuniões, mas não deixei de notar o olhar inquisidor que Diggle havia me jogado, ao passar por ele. O ignorei completamente. Nada sobre Ra's Angu sairia da minha boca, pelo menos, nada que fosse me prejudicar - mais do que eu já estava prejudicada. Sabia que o Oliver levava a arte de vingança a sério demais - que foi? Uma hora a gente aprende! - e definitivamente, falar que eu estava querendo fazer umas feitiçarias pra ele, iriam atiçar o seu lado vingativo de um modo que as labaredas do inferno iriam subir descontroladamente.

Ou seja, não sobraria Felicity Smoak para contar história. 

Soltei uma risada histérica, quando aquele pensamento cruzou minha mente e me arrependi imediatamente, quando minha risada se propagou por todo aquele extenso corredor, fazendo um eco horripilante. Havia me esquecido que éramos só três na QC hoje.

Um arrepio serpenteou a minha coluna e mais apressada que antes, aumentei os meus passos para chegar no escritório do sádico e me livrar daqueles papéis que continha as informações do trevoso. Estrategicamente, escolhi guardar - esconder - os papéis num armário antigo, que ficava num canto do escritório. Oliver não gostava de ter documentos importantes guardados nos armários e sim na sua gaveta, exatamente por isso, ele sequer procuraria ali.

Bem, ao menos eu esperava.

Quando estava prestes a sair do seu escritório e rumar para a sala de reuniões, Oliver apareceu no meu caminho, me bloqueando.

Seu olhar era sombrio e aquilo imediatamente me fez congelar no lugar, o fitando. Era agora ou depois que ele ia me jogar da janela?

― Depois.

Bati o meu lábio, eu havia feito de novo! Sentia a tensão no escritório crescer gradativamente, portanto, escolhi que aquela seria uma boa hora de me mandar. Seja quem fosse que havia ligado para Oliver, não o alegrou - e isso me alegrou, porque convenhamos, Oliver merecia um pouco de estresse, após me submeter a coisas ridículas nos últimos três dias.

― Bem, estou indo embora. ― Declarei, ao reavaliar os olhares tensos dos dois homens a minha frente. Eu que não ficaria ali durante o fogo cruzado! Ainda mais agora que o Oliver esqueceu sobre o assunto "Ra's Angu"...

― Não tão cedo assim, Srta. Smoak.

Merda! O tom de advertência de Oliver, me fez retroceder os meus passos e deixar minha mente frenética, já começando a pensar numa mentira muito boa para explicar como conhecia o possível mancomunado com o diabo que gostava de comer mulheres casadas.

― Pois não, Sr. Queen? ― Tentei soar o mais solícita possível, parando na sua frente com um sorriso agradável. Aprendi que nas piores situações tudo que você deve fazer é: Sorrir.

Sorria, mesmo que o mundo esteja caindo ao seu redor.

Sorria, mesmo que estejam apontando uma arma na sua cabeça.

Sorria, mesmo que você tenha sido pega em flagrante fazendo feitiçaria para o seu chefe.

E mais importante, sorria, mesmo que você queira matar o seu chefe de porrada.

― Arrume suas malas, estamos saindo de viagem daqui há duas horas. ― Anunciou com a cara mais limpa do universo e eu faltei despencar ali mesmo.

Viagem? Que tipo de viagem? Por que? Era agora que ele iria resolver me matar?

Mais uma vez, como se soubesse o que se passava na minha mente, Oliver resolveu esclarecer as coisas - o que era um milagre, já que ele nunca me explicava nada e esperava que eu adivinhasse tudo sozinha.

― Preciso buscar um amigo meu em um lugar fora de Star City. ― Deu a explicação à lá Oliver Queen, ou seja, completamente vaga e nada satisfatória.

Franzi o cenho.

― E o que eu tenho a ver com isso? Quer dizer, por que eu tenho que ir com você? ― Emendei rapidamente, ao perceber que minha primeira pergunta havia saído mais rude que o esperado.

― Porque eu quero.

E foi embora, trajando um sorriso impertinente ao notar o meu olhar chocado, diante àquela arrogância que parecia nunca ter fim.

― Bem, você escutou o chefe, é melhor se apressar e arrumar suas malas logo. ― Diggle avisou, dando uma batidinha de leve no meu ombro, ao passar por mim e ir embora.

Cadê o respeito? Cadê a minha moral?!

Soltei um grunhido, irada. Eu tinha planos para esse final de semana! Tá que metade do meu sábado já havia ido pro brejo com aquela missão de destruir da Isabitch, mas ainda havia o domingo!

Já tinha tudo planejado: Passearia com Barry mais cedo, assistiria algumas séries durante a tarde e de noite, sairia para me divertir com Curtis.

Eram coisas simples, mas essenciais para conseguir manter minha sanidade para enfrentar mais uma semana com Oliver. Ou seja, viajar com ele para Deus-sabe-aonde, não parecia ser uma boa ideia se eu não queria me transformar numa homicida nas próximas semanas de contrato.

Contando de 1 até 10, girei os calcanhares e saí correndo em direção ao elevador, tendo esperanças que pelo menos Diggle, o havia segurado para mim, mas...

Mas os desgraçados se mandaram e me deixaram pra trás!

― Filhos da mãe! ― Gritei possessa e se não soubesse que estava sozinha naquele prédio, e que Oliver já havia se mandado há muito tempo, podia jurar que ouvi uma risada debochada - bem típica do sádico Queen.

Engoli em seco, começando a apertar o botão pra chamar o elevador. Eu que não ficaria nem mais um minuto parada, sozinha, naquele prédio!

(...)

― Espera, você está me dizendo que passou o dia inteiro espionando a vadia que o seu chefe odeia e que agora, vai viajar com ele?

Respirei fundo, jogando algumas roupas na minha mala.

― Sim, Curtis. ― Respondi de má vontade. Estive contando a mesma história há meia hora e ele parecia ter dificuldades de assimilar que eu estava indo viajar com Oliver, um possível serial killer, sem saber o meu destino e não estava surtando por isso.

Bem, mas a seu favor, eu também estava estranhando a minha atitude de não estar surtando ainda. Não era boba, sabia que os ricos - principalmente serial killers, como Oliver - podiam sair impune de um crime facilmente - e sim, eu vou continuar achando que aquele sadista narcisista era um tipo de serial killer. Quero dizer, ele era assustadoramente amedrontante quando gritava comigo, ou pior, quando sorria na minha direção. Uh-hum. Ele definitivamente, era um serial killer em potencial.

Fechei minha mala, ao constatar que estava tudo dentro e olhei tristemente Barry deitado na minha cama, ele também me olhava triste.

― Aw, garoto, não vamos poder passear como planejamos! ― Fui na sua direção, para o afagar. ― Mas tenho certeza que Curtis irá sair com você amanhã. ― Completei, dessa vez olhando significantemente para Curtis.

Sabia muito bem que ele detestava acordar cedo, mas alguém definitivamente tinha que passear com Barry. Eu era contra deixar o meu filho preso dentro de um apartamento durante toda a semana. Pelo menos um dia, ele tinha que se divertir!

― Felicity, você sabe que eu não acordo cedo nos finais de semana. ― Fez uma careta, mas eu não estava comprando nada daquilo. ― Finais de semana são sagrados!

― Os meus também eram, até Oliver Queen estragar tudo! ― Apontei.

― Mas eu não tenho culpa disso!

― Se você é o meu amigo, vai me ajudar, ajudando a entreter o meu cachorro! ― Soltei em disparada, colocando Barry sentado no meu colo, protetoramente. Okay, eu havia jogado sujo mas não podia fazer nada quanto a isso. ― Amigos servem para essas coisas. ― Emendei, ao perceber seus olhos suavizarem.

Ele já estava vacilando.

― Okay, você venceu dessa vez. ― Se rendeu e eu levantei as patinhas de Barry, em sinal de comemoração.

― Yaaaaay!!!

― Mas não vá comemorando muito rápido, porque acabei de ouvir uma buzina de carro. ― Cortou o meu barato imediatamente e como se fosse mágica, senti o meu celular vibrar.

Olhei o visor e como o esperado, o sádico já estava me esperando.

"Desça."

Ridículo! Crispei os lábios, o tom de comando na mensagem era inegável - e mais inegável ainda era minha vontade de surrar a cara dele todinha.

Custava escrever mais de duas linhas?

Senti o celular vibrar novamente na minha mão.

"Rápido!"

― Imbecil! ― Xinguei, recolando Barry deitado na minha cama e pegando minha mala, pronta para enfrentar mais uma provação.

Curtis me acompanhou até a porta do apartamento.

― Não esqueça de dar a ração de Barry! ― Eu pedi, arrastando minha mala para fora da porta. De resposta, recebi uma revirada de olhos. ― Eu tô falando sério, Curtis! Se eu chegar aqui e o meu cachorro tiver morrido de fome, ai sim eu irei virar uma homicida de verdade! ― Ralhei, verdadeiramente chateada.

Mas não estava chateada realmente com Curtis e sim com o demônio me esperando no andar debaixo. E debaixo quero dizer, no térreo. Não no inferno.

Ou no térreo do inferno...

― Felicity, tá mais fácil eu morrer de fome, do que esse cachorro! ― Curtis me fez acordar dos meus devaneios. ― Ele come tudo que encontra pela frente!

Empinei o nariz.

― Por isso que você precisa dar ração pra ele, estou tentando mudar esse seu velho hábito.

Como Curtis havia mencionado, Barry tinha a tendência de comer tudo que encontrasse pela frente - e quando eu dizia tudo, era tudo. Por isso, estava testando algumas rações com ele, pra ver se ele parava com aquele hábito.

― Tá, tá, tá bom! Entendi, Felicity! ― Ele exclamou impaciente. Eita, se me queria ver longe, era só falar, eu ein... ― Agora, pode ir.

Ingrato!

― Traidor. ― Resmunguei baixinho, pegando minha mala e indo em direção ao meu calvário.

― Felicity!

Ouvi Curtis me gritar, no fim do corredor. Oh, oh, seria agora que ele imploraria pra eu ficar e diria que me ajudaria a matar o Queen? Virei, com um sorriso no rosto, esperando pelas boas novas.

Ele também exibia um sorriso.

― Sim? ― Gritei de volta.

― Espero que esteja levando camisinhas!

E fechou a porta do apartamento, soltando uma sonora gargalhada.

FILHO DA MÃE!

― #@@@@!! ― Soltei a baixaria que há muito tempo estava segurando, mas como sou uma sortuda desgraçada, o elevador chegou bem naquele momento e dentro dele, tinha um casal de idosos me olhando como se eu fosse alguma louca.

Ah, ótimo! Agora a mais nova louca do prédio, ao invés de Nyssa, seria eu!

Valeu Deus, muito obrigada! Mesmo.

Quando cheguei em frente ao prédio, já queria estar morta. Tanto por ter dado de cara com um Oliver impaciente, encostado perigosamente sexy, no seu carro; quanto pelo o seu olhar irado na minha direção.

Fiquei na defensiva.

― Ei, tente arrastar uma mala dessas dentro do meu corpo! ― Opa, falei merda! ― Não exatamente dentro, dentro do meu corpo e sim sendo eu.

Agora ele exibia um sorriso petulante, claramente se divertindo com a minha troca de palavras.

Bastardo!

― Cuidado com a língua, Srta. Smoak.

Merda, por que eu nunca me controlava ao redor dele?

― Desculpe. ― Pedi no automático e ele apenas assentiu com a cabeça. Depois de eu colocar sozinha - e vamos ressaltar o sozinha - minha mala no porta-malas do carro, entrei no mesmo. Diggle era o nosso 'motorista' e por isso, acabei me vendo sentada ao lado de Oliver.

Oh céus, eu estava sentada ao lado de Oliver Queen, dentro de um carro. Não sabia se pulava dele durante movimento, ou jogava o sádico para fora, na primeira oportunidade.

Em menos de uma hora, chegamos ao nosso destino e não fiquei nem um pouco impressionada ao constatar que iríamos pegar um jatinho corporativo da QC. Ele optara por privacidade e descartou um voo comercial onde haveria testemunhas.

Isso era bom pra mim, caso eu quisesse o matar.

Mas também era péssimo pra mim, no caso se ele tivesse a minha mesma ideia.

Mil vezes merda!

― Quem é o seu amigo que vamos buscar? ― Perguntei de repente, enquanto Diggle retirava minha mala do carro - porque sim, ele era um homem de verdade e era capaz de uma gentileza como aquela.

Oliver que até agora olhava algum ponto qualquer ao meu lado, bastante concentrado, me fitou. 

― Tommy Merlyn.

Tommy Merlyn... Merlyn... Merlyn! Arregalei os olhos. Eu conhecia aquele sobrenome! Okay que o nome do indivíduo não queria dizer absolutamente nada para mim, mas o sobrenome...

Ao notar minha reação, o interesse na face de Oliver, cresceu.

― O conhece?

― Não. ― Neguei e imediatamente, seu olhar voltou a ser o de sempre: Entediado e desinteressado. Idiota! ― Mas já ouvi falar da Global Merlyn. ― Acrescentei rapidamente e logo me senti estúpida por isso. Não tinha que provar nenhum ponto a Oliver!

― Quer um biscoito por isso? ― Zombou.

Idiota!

― Só um pouco.

Merda!

Okay, respira e tente manter a mente em branco. Mantenha a mente em branco, mantenha a mente em br-

― Afinal de contas, por que você precisa de mim para viajar com você? ― Soltei na lata, pro inferno se manter paciente!

Aqueles cristais brilhantes, se fixaram no meu rosto com intensidade e algo no meu íntimo gritava para eu me afastar. Odiava quando Oliver me encarava daquele jeito! Era como se ele pudesse desnudar minha alma, e isso, era horrível.

E o pior, é que ele nos últimos tempos pareceu tornar daquilo o seu passatempo favorito.

― Você será o meu disfarce. ― Declarou, finalmente desviando o olhar. E eu pude soltar a respiração que nem sequer notei estar segurando.

― Disfarce? ― Falei com dificuldade. 

Ugh, por que eu estava daquele jeito?! Não era grande coisa ter Oliver Queen me olhando daquele jeito... Pffft.

― Sim. ― Confirmou, com um breve aceno de cabeça, me aborrecendo.

― Explique melhor para eu entender. ― Exigi, cruzando os braços e deixando claro que não iria mover um dedo dali, caso ele não me contasse aquela história direito.

Estava arriscando o meu pescoço? Estava.

Iria valer a pena? Duvido muito, mas quem não arrisca, não cisca... Não pera...

― Se me verem com a minha secretária, vão pensar que eu estou indo numa viagem de negócios. ― Falou de maneira sucinta, parecendo ignorar completamente os prós - inexistentes, vamos ressaltar - e contras daquele plano cheio de falhas.

Eu não era ingênua, sabia muito bem o que as pessoas iriam pensar caso me flagrassem ao lado de Oliver, fora de Star City. Haveria só eu, ele, Diggle e aparentemente, o seu amigo. Aquilo era faísca o suficiente para começar um completo incêndio.

― Não acho essa uma boa ideia. ― Expus minha opinião ― As pessoas são maldosas, não vão acreditar nisso. Vão pensar que eu e você estamos fazendo algo... Além de buscar o seu amigo.

Eu não precisava ter um espelho para saber que estava completamente escarlate após minha insinuação explícita da situação.

Ele soltou uma risada curta e eu arqueei uma sobrancelha, diante aquela atitude atípica. Quer dizer, óbvio que o Queen gostava de debochar de mim, mas eu havia levantado uma questão importante ali. Eu era uma mulher e ele um homem, as pessoas falavam!

Ele só podia ser tão lógico quanto eu sobre esse assunto!

― Oras, Srta. Smoak, você não faz o meu tipo. ― Me olhou de cima a baixo ― E você tem cara de inexperiente, quem vai acreditar que eu estou deflorando a minha secretária tagarela que eu odeio? Sua fama de me deixar doido já se espalhou pela QC inteira.

Filho da mãe!

― Eu não sou inexperiente! ― Gritei, sem nem perceber. Não precisava nem olhar para trás, pra saber que agora Diggle observava a cena.

E que eu erroneamente havia focado na parte menos importante da sua declaração. Mas... Simplesmente não conseguia focar em outra parte.

― Ah, não? ― Ele soltou mais outra risada, me olhando analiticamente.

Okay, não tinha motivo algum para eu me sentir ofendida por ele dizer que eu não fazia seu tipo. O motivo real da minha revolta, era saber que ele pensava aquilo de mim. Pra ele, eu não passava apenas de uma virgem ingênua - e veja bem, não tinha nada de errado em ser uma virgem, mas o caso... Era que eu não era! Admitia que não era a Miss Experiente, mas sabia uma coisa ou outra.

― Não.

― Parabéns então, Srta. Smoak. Fico feliz por você saber dos prazeres da vida. ― Apesar de não exibir nenhum sorrisinho debochado, seus olhos riam para mim ― Mas o que a imprensa não sabe, minha reputação não sente. Agora, vamos.

Não deu nem tempo de eu retrucar ou me constranger por estar conversando aquele tipo de coisa com o meu chefe, já que ele me deu as costas e foi em direção ao jatinho.

Eu deveria agradecer ou me sentir ofendida por ele ter cortado o assunto daquele jeito?

 Felicity, se mexa!

Acordei pra vida, ao ouvir o berro impaciente do meu chefinho. Ele estava de braços cruzados, parado perto das escadinhas do jatinho, me olhando como se fosse me triturar. Imediatamente, saí do meu lugar e apressei os passos para o alcançar.

Seja o que Deus quiser, pensei ao passar por ele e entrar no jatinho. Tinha um leve pressentimento que aquela viagem não seria nada, nada normal.

(...)

Durante a viagem inteira, fui esperta o suficiente para não fazer mais perguntas a Oliver. Ao invés, escolhi estrategicamente, um assento bem longe do dele e para a minha sorte, comecei a bater um papo com Diggle - que foi? Tinha que ganhar aliados e território!

Ainda não sabia para onde estava indo, mas considerei que assim que chegasse ao meu destino final, aquilo não faria muita diferença. Descobriria de qualquer jeito, né?

Olhei para a paisagem lá fora, enquanto as rodas do avião fazia contato com a pista. Mesmo de longe, eu notava os prédios ao nosso redor brilharem com suas luzes ofuscantes. 

Abri o cinto de segurança e num pulo, me levantei do meu lugar, pronta para sair daquele jatinho e descobrir de uma vez onde estava. Precisava ligar para Curtis mais tarde, pra ver se ele ainda não tinha matado o pobre do Barry de fome. Ou vice versa.

Como o previsto, Diggle saiu na frente - alguma coisa haver com ele ser militar e ter de estudar o perímetro - e logo em seguida, eu e Oliver.

E quando eu identifiquei o lugar onde eu estava...

― Diz que isso é uma brincadeira! ― Segurei o braço de Oliver, alarmada.

Alarmada? Essa era a palavra certa? Não! Eu estava completamente surtada!

N-Ã-O.

Eu não podia tá ali! Não, não e não! Mil vezes não!

― Que foi, Felicity? ― O tirano parou na minha frente, retirando minha mão do seu braço. ― Não tão experiente assim para enfrentar a cidade do pecado?

Minha garganta ficou seca e eu me senti incapaz de lhe dar uma resposta à altura.

Na realidade, não existia resposta pra aquilo.

Não quando eu tinha consciência que eu estava em Vegas e há poucos quilômetros da minha mãe.

Merda, se Oliver e ela se encontrassem, eu estaria absolutamente arruinada!

― Como diabos você teve essa ideia ridícula de me trazer com você para Vegas?! ― Ataquei, quando finalmente recuperei minha voz. Ele só podia ser muito idiota e estar fazendo aquilo para me testar.

Nunca, ninguém, acreditaria naquela história onde ele foi fazer negócios em Vegas e teve que levar a secretária. Nunca.

― Já falei, você não faz o meu tipo. ― Me olhou azedo ― Portanto, se alguém registrar minha passagem por aqui, não vai se achar tentado a escrever um artigo falando de como saí pra farrear com a minha secretária. O máximo, vai ser como eu saí pra farrear. Sozinho. Solo. Me, myself and I.

Ele me achava tão insignificante daquele jeito, pra duvidar que eu fosse sair num artigo com ele? Ótimo! Então, o poderia matar facilmente e colocaria a culpa numa pessoa qualquer!

― Onde está o seu amigo? ― Perguntei, resolvendo que o mais rápido que saíssemos de Vegas, mais rápido eu poderia evitar um desastre de proporções gigantescas - porque sim, minha mãe se encontrar com Oliver seria o maior desastre da minha vida.  Não eu o assassinando.

E não, não é porque ela é toda avoada e nem uma maníaca por transformar qualquer amigo meu, em meu namorado. Não que Oliver Queen seja o meu amigo, porque claramente, ele não era. E sim, porque no meu currículo de trabalho, escrevi uma pequena mentirinha...

E caso Oliver descobrisse isso, eu estaria ferrada - mais!

Tá que eu e ele estávamos presos a um contrato de 100 dias e era evidente que o sádico teria de me pagar minha quantia estipulada, mas... Eu ainda precisava de uma carta de recomendação.

E adivinhem só quem teria de escrevê-la? Exatamente, Oliver!

Se ele descobrisse que eu, sorrateiramente, coloquei no meu currículo que o meu lugar de origem era uma pequena cidade no sul - e que eu cresci numa fazenda -, quando na realidade cresci em Vegas... Não tinha dúvidas que ele iria me detonar!

Eu odiava mentiras, mas odiava mais ainda não ter dinheiro para finalizar a minha faculdade, ou seja, foi preciso eu colocar aquela pequena mentira. Afinal, quem contrataria uma mulher, que cresceu em Vegas, para ser secretária de Oliver Queen, uma vez que ele era um belo passaporte para uma vida de riquezas e alvo de mulheres interesseiras? Na época, achei meu raciocínio bom - e era, porque duvido até hoje, que eu teria sido contratada caso botasse com honestidade meu lugar de origem e como eu trabalhei por alguns meses de garçonete, em Vegas. -, mas agora eu achava que havia metido os pés pelas mãos.

― Em um cassino conhecido aqui. ― Respondeu.

Cacete!

― Qual?

Fechei os olhos e comecei a fazer minhas preces. Que ele não diga Grand Atlas, que ele não diga Grand Atlas, que ele não dig-

― Grand Atlas.

Puta merda!

Valeu Deus, valeu mesmo!

Eu estava perdida.


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Notas finais do capítulo

TOMMY MERLYN ESTÁ CHEGANDO MINHA GENTE!!!!! AEEEEE!!!! [berros de carnaval]
E logo vai começar as confusões com o Barry-Cão com o Barry-Humano...Planejando aqui também o debut da Sara, podem aguardar que logo ela chega (E eu tô falando isso sempre, mas é verdade né)

SERÁ QUE DONNA SMOAK VAI CHEGAR NA ÁREA E EXPOR SEM QUERER QUERENDO A MENTIRINHA DA FELICITY???????????

E falando em tiro....(Ninguém falou) MINHA GENTE QUE TIRO FOI AQUELE EPISÓDIO 9 DE ARROW?????? #ARROW VOLTA LOGO! Chega de hiatus, quero logo ver a sofrência do Oliver (a outra sadista aqui) e não, a Felicity não vai morrer, então não, não é ela naquele túmulo. E eu poderia citar todos os motivos para não ser ela, mas...Tô tentando acalmar o faixo e não deixar as minhas notas finais tããão grandes.

PS1: Grand Atlas não existe. Eu acho.
PS2: Eu não tô errando quando digito Ra's Angu kkkkkkkkkkkkk é o apelido dele na fic, gente!
PS3: Tommy chegando só quer dizer uma coisa: Laurel chegando. P-R-E-P-A-R-A!
E com ela, as ex-namoradinhas do Oliver.
PS4: Tô super planejando uma interação entre a Felicity e a Thea, mais pra frente. O que vocês acham? Tem dicas de como querem esse encontro entre as duas? Tá em aberto, já que ainda eu não pensei na cena, só pensei que EU QUERO AS DUAS INTERAGINDO!
PS5: Mudei a capa da fic, por motivos...Não tem motivo, eu quis trocar. Sou doida. Mas a capa no whattpad permanecerá a mesma. (Capaz daqui há uma semana, eu recolocar a outra porque como disse anteriormente: Sou doida.)
Então né, beijos e até o próximo capítulo, queridas ♥