100 Dias com Oliver Queen escrita por daisyantera


Capítulo 17
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

PRIMEIRAMENTE, UM MUITO OBRIGADO A LEITORA Vick Queen PELA A LINDA RECOMENDAÇÃO A FANFIC! Como eu canso de dizer sempre.....VOCÊS SÃO DESTRUIDORAS VIU???? ♥♥♥

SEGUNDAMENTE, o de sempre: CAPÍTULO NÃO REVISADO! E boa leitura!



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Felicity's  Pov

Lançando olhares raivosos para Curtis, socava algumas roupas na minha mochila recém-chegada de viagem. Iria fazer duas horas que eu havia explicado nossa situação para ele e estávamos nisso. Ainda não havia me esquecido do tapão que ele me dera.

― Em minha defesa, o gostosão-todo-poderoso quem autorizou que você fosse acordada à base de porrada. ― Ele tentava se justificar, socando suas roupas numa mochila, assim como eu.

Rangi os dentes, com raiva.

― Ele não tem que autorizar nada quando o assunto é o meu corpo!

― Ou, mas como eu ia saber que você não estava desmaiada? ― Me olhou na defensiva e eu lhe lancei a única coisa que tinha em mãos: Meu pente.

― Seu idiota! Até o Queen percebeu que era tudo fingimento! ― Gritei, irritada ― Como você, sendo o meu melhor amigo, não percebeu?

― Ei! Eu não sofro de tensão sexual por você, pra ficar gravando cada detalhe do seu corpo! ― Se esquivou do desodorante que eu acabara de atacar, também. ― Não é a minha culpa se não fico te tarando com os olhos! Eu gosto de coisa compacta, não rachada!

Crispei os lábios, contento a vontade insana de o xingar em ordem alfabética. Me seguraria por Barry, que estava na sala todo feliz, arrumando sua própria mochila e imaginando que estava indo numa viagem de trabalho. Usei a desculpa tosca de que íamos fazer uma pesquisa no solo da fazenda para talvez num futuro distante, a QC investir na agropecuária. Avá.

Oliver Queen, virando agropecuarista? Sei. Não conseguia nem o imaginar colocando a mão na lama, imagine, analisando um boi de perto! Claro, tirando o amigo corno dele. Ok, isso foi cruel.

De qualquer forma, havia conseguido convencer Barry que ele e o seu super cérebro, seriam necessários em algum ponto da pesquisa. Agora, em qual ponto, eu não fazia ideia e ele nem se dignou a questionar também. O coitado havia ficado tão feliz por ter sido incluído no tal projeto inexistente e tão excitado ao mesmo tempo, por finalmente poder reencontrar Cisco e Caitlin, que não deveria ter pensado em nada além disso.

E eu que não faria a crista dele cair!

Se tudo desse errado, pelo menos um ali morreria feliz e na inocência.

Suspirei, cansada.

― Você é um idiota.

Resmunguei alto o suficiente para ele me ouvir, enquanto saia do quarto e ia para a sala. Barry estava com Barry-cão no colo, parecendo desolado demais por saber que passaria algum tempo longe do cão.

― Barry, não precisa ficar preocupado! ― Comecei a dizer, sentindo pena do homem-garoto. ― Sra. Gonçalez irá cuidar muito bem dele. Sem contar, é claro, que ela tem uma cadela pra fazer companhia para Barry. ― Acrescentei rapidamente, tentando o reanimar. E com o alívio, percebi que conseguira fazer exatamente isso.

― Será que até voltarmos, Barry será papai?

Enruguei o nariz, detestando a ideia. Um Barry-cão eu poderia lidar, mas vários? Acabaria pedindo exílio em algum lugar isolado do mundo.

― Eu espero que não.

O tremor na minha voz foi indisfarçável, o que causou uma risada em Barry. Acho que ele não estava me levando à sério.

― Não aposte muito nisso. ― Acariciou a cabeça do cão, carinhosamente. ― Nosso amigão aqui pode nos surpreender!

Fiz careta. ― Odeio surpresas.

Eu e surpresas, desde que me entendo por gente, nunca fizemos uma combinação boa. E creio que minha mãe teve contribuição o suficiente para isso. Ela e suas surpresas, geralmente, me faziam ficar constrangida ou até mesmo ganhar alguns arranhões - nunca me esqueceria do dia em que ela me surpreendeu na porta de casa e eu rolei escada à baixo. A cena foi dolorosamente ridícula, pois haviam testemunhas.

Passei mais de três meses sendo chacota do colégio inteiro. Não é coisa que uma criança esqueça e nem que uma adulta supere.

― Felicity só não odeia o mundo, porque acha que se o fizer, ela vai se ferrar mais ainda na vida. ― Curtis chegou na sala, com a sua mochila nas costas. Revirei os olhos com as suas palavras.

Não era como se eu odiasse tudo. Isso aí era com Oliver!

Mais uma vez, Barry riu, não acreditando nas palavras de Curtis. E dessa vez, ele fez bem.

(...)

Meia hora depois, recebi uma mensagem de Oliver dizendo que já estava nos esperando em frente ao prédio. Já havia deixado Barry-cão com a Sra. Gonçalez, nossa vizinha que ficou contente até demais com a presença do cão - que estranhamente, não conseguia lidar muito bem com desconhecidos, mas com ela não sofrera desse problema. Compreendi, tardiamente, que o cão estava apenas sendo esperto - uma vez que Sra. Gonçalez realmente tinha uma yorkshire encantadora.

― Mais que cachorro!

Ainda lembrava do comentário de Curtis cheio de malícia, quando viu a cadela e o quão feliz Barry-cão ficou no mesmo ambiente que ela. Começava a achar que Barry-Jack tinha razão: Quando eu voltasse para casa, talvez encontrasse Barry-cão, grávido.

Descemos discutindo se Barry-cão acabaria sendo papai ou não até o fim daquela viagem forçada, quando notamos uma van do outro lado da rua, e Oliver encostado nela, nos esperando.

Havia o visto há menos de algumas horinhas e mesmo assim, ele conseguia roubar o meu fôlego. O discípulo de Lúcifer já havia trocado seu traje de gala, para uma  roupa bem mais social. Seu vestuário era constituído por um jeans que destacava as partes certas daquele corpo pecaminosamente escultural. Gemi, com a visão.

― Meu Deus, será que a temperatura subiu aqui ou foi só eu? ― Curtis murmurou pelo canto da boca, solvendo da mesma visão que a minha.

Aquela viagem seria o inferno.

― A única coisa que vai subir aqui, vai ser a minha mão na sua cara! ― Sussurrei de volta, recomeçando a andar lentamente em direção ao sádico-mor. Eu sequer percebera que havia estagnado no lugar.

Prontamente, Curtis tratou de ignorar minha ameaça e foi cumprimentar o sádico, todo feliz. Deveria tá se borrando todo. Sem esboçar nenhuma emoção, Oliver cumprimentou Curtis e Barry, e quando eu pensei que passaria livre do seu radar, ele barrou minha passagem na van.

O mesmo sentimento de mais cedo, se enraizou no meu ser. Seria agora que ele finalmente me abordaria sobre minha paixão desenfreada por ele? Prendi a respiração, esperando pela a humilhação, mas ela nunca chegou.

― Você já avisou sua prima que estamos chegando? ― Questionou, com um olhar condescendente que ao invés de me tranquilizar, me deixava o completo oposto. Ainda estava esperando por algum movimento seu.

Devagar, eu balancei a cabeça.

― Sim.

Minha ligação com Caitlin fora breve e assim como o esperado, ela não pestanejou um momento sequer para nos ajudar. Entretanto, antes que pudéssemos finalizar nossa conversa, a ligação foi cortada. Segundo ela, tinha algo importante para me dizer. Tentei ligar novamente, porém meu esforço foi inútil, o telefone só dava ocupado. Aquilo não era incomum naquela época do ano, só indicava que chegaríamos lá em mal tempo.

As tempestades que arremetiam aquele lugarzinho no meio do nada, costumavam ser violentas.

― Ótimo. ― Falou, finalmente abrindo espaço para que eu entrasse na van. Não sabia se eu agradecia ou o amaldiçoava por isso, pois assim que pus os meus pés lá dentro daquela nave, fui recepcionada por olhares curiosos dos seus amigos, tanto dos meus.

Ah não...Quase chorei ao ver as Lance's sentadas, lado a lado. Que droga o Queen tinha na cabeça para resolver carregar com ele suas ex-namoradas? Tinha a impressão que eu acabaria me lascando com aquelas duas juntas. Esperava estar errada.

Constrangida, cumprimentei toda aquela corja, aproveitando a oportunidade para também apresentar Barry e Curtis a todos - apesar de eu ter a leve desconfiança que ambos já haviam sido devidamente apresentados após o meu teatrinho com o Palmer. Eu e Oliver havíamos dado tempo o suficiente, dentro daquele escritório infernal, para que todos interagissem do lado de fora.

― Felicity! Você já está melhor? ― Thea soltou assim que me viu, sentando ao lado de Curtis, na van.

Ensaiei um sorriso gentil na sua direção, pensando que melhor eu só ficaria há quilômetros longe do seu irmão.

― Eu est-

― Ela está muito bem sim! ― Curtis me interrompeu ― Na realidade, está ótima! Nem parece que sofreu um desmaio...

Seria crime jogá-lo para fora com o carro em movimento?

― Obrigada, Curtis. ― Falei, entre dentes e soltando raio lasers pelos olhos. ― Mas eu posso falar por mim mesma.

Deu de ombros, ignorando o perigo.

― Se você tá falando...

― Ei, loirinha! ― Tommy acenava na minha direção, como se eu estivesse do outro lado do mundo. ― Onde fica essa tua fazenda? Tem cavalos? Melhor, tem eletricidade?

Ele estava me chamando indiretamente de bicho do mato? O olhei ofendida.

― É claro que tem eletricidade! ― Pausa ― E o meu nome é Felicity.  

Laurel notando o meu desconforto com aquela questão nem um pouco delicada do namorado corno, o deu um tapa no braço.

― Tenha modos, Tommy!

― Pedir isso para Tommy, é pedir demais. ― O sádico-mor falou, finalmente entrando na van. Como sempre, Diggle estava no volante, esperando apenas por alguma instrução do Queen.

― Como se você fosse algum exemplo... ― Resmunguei baixinho, ou não tão baixinho assim, já que logo pude ouvir risadinhas.

Senti o meu rosto esquentar de vergonha.

― Você falou alguma coisa, Felicity? ― O Queen me olhava com uma sobrancelha arqueada, me desafiando a repetir minha gafe. Tão rápido quanto o olhei, desviei o olhar.

Era inaceitável o quanto o cretino mexia com os meus nervos! Bastava um olharzinho, para todo o meu ser entrar em curto-circuito. Era ridículo. E mais ridículo ainda agora, que ele já sabia do poder que exercia sobre mim. Talvez, eu devesse convencer Curtis a me jogar para fora do carro.

― Falou o que você deveria ouvir da gente. ― Thea disparou, também olhando o irmão de maneira desafiante. Concluí que aquilo fazia parte dos genes Queen.

Ótimo.

Ao total teria de aturar duas Lance's, dois Queen's temperamentais, o amigo corno do sádico, um cara fissurado por armas, outro fissurado por pintos alheios e tudo isso numa fazenda. Legal. Valeu, Deus. Muito obrigada.

O único que salvava - e me salvava, vale frisar - era Barry.

― Um "Obrigado e você é a melhor pessoa do mundo"? ― Replicou, com um sorrisinho cínico e eu girei os olhos com o seu tom arrogante.

― Esse daí deve ter o ego do tamanho da Muralha da China. ― Curtis murmurou baixinho para eu ouvir.

― Não, chega a ser maior. ― Discordei e pela primeira vez na noite, Curtis concordou comigo.

Thea bufou, mas seus olhos sorriam para o irmão.  

― Nem em sonhos. ― Retrucou, arrancando um sorriso satisfeito de Oliver.

― Foi o que eu esperava.

Não iria negar, ver aquele lado brincalhão de Oliver com a irmã, era no mínimo perturbador. Quantas facetas aquele bilionário cretino escondia? Tinha medo que acabasse me apaixonando por todas elas, assim como já estava me apaixonando por essa.

Mal notei que encarava fixamente o sádico-mor todo esse tempo, até ele curvar os lábios num sorriso debochado e me fitar diretamente. Me preparei para o comentário impertinente, mas mais uma vez, ele não veio. Diabos, aquilo começava a me preocupar! Quando, o Queen iria comentar sobre eu e o meu abismo por ele?!

Como se soubesse o que eu estava pensando, o cretino ampliou mais ainda o sorriso e eu tratei de rapidamente desviar o olhar. Fitar minhas unhas agora parecia uma tarefa muito interessante.

Após isso, a van permaneceu em silêncio por uns bons minutos, até Curtis se mexer incomodado ao meu lado.

Já previ a merda vindo...

― Barry, vamos jogar um jogo? ― O viado esperto virou para Barry, que parecia muito concentrado também nas próprias unhas. O coitado estava tão ou mais desconfortável quanto eu, naquele ambiente atípico.

― Jogo? ― Levantou a cabeça interessado ― Que jogo?

O jogo: Feche os seus ouvidos e ignore Curtis.

Para a minha total desgraça, além de Barry parecer muito interessado no tal jogo, os demais presentes também pareciam estar. Incluindo o sádico.

― O jogo do PORQUÊ. ― Respondeu, com os olhos brilhando e foi o suficiente para fazer o meu coração sofrer um solavanco. Eu conhecia muito bem aquele jogo.

― Não acho que o Sr. Queen e os seus amigos estejam interessados nesse jogo, Curtis. ― Falei diplomaticamente, tentando ao máximo, esconder a nota desesperada que ameaçava sobressair na minha voz.

― Ao contrário, eu estou muito interessado neste jogo. ― O Queen me contrariou, cruzando os braços e exibindo aqueles bíceps que tinham o poder de me distrair facilmente.  ― Nos conte mais sobre, Curtis, por favor.

Eu ouvi sair da boca do sádico um Por Favor? Olhei para a janela da van, tentando ver se nenhuma vaca estava voando pelos ares ou se a lua não tinha caído no meio da estrada. Quando constatei que não, voltei a prestar atenção naquela perigosa interação entre Curtis e o sádico.

― Cada um faz uma pergunta para o outro, iniciada com POR QUE e as respostas também devem serem iniciadas com PORQUE. ― Contou todo empolgado e eu franzi o cenho, notando que ele havia resumido a brincadeira e a adaptado.

Não era exatamente assim que se jogava aquele jogo.

― Hmmm, parece legal! ― A fadinha dos dentes se manifestou, com um sorriso no rosto. ― Ao menos, vamos conseguir nos distrair durante essa viagem.

Como se fossemos ficar com o pé na estrada durante dias, quis soltar esse comentário ácido, mas mordi a minha língua.

― Sim, gostei da ideia! ― O amigo corno falou, visivelmente animado. Mal conseguia se manter parado no lugar.

― É, mas Curtis não explicou que para brincar disso, devemos ter papel e caneta. ― Avisei, azeda. ― Teríamos que sortear um nome para evitar trapaças ou quem sabe, a mesma pessoa sempre ser escolhida para responder as questões. Contudo, não vejo ninguém aqui com papel ou caneta, portanto...

Eu que não iria facilitar para que a minha batata fervesse! Tinha a completa certeza que se desse mole, seria o grande alvo naquela brincadeira.

― Ei, eu tenho papel e caneta! ― Barry exclamou, cortando minha frase e consequentemente, o meu barato.

Merda! Fiz uma careta, ao ouvir as palminhas empolgadas de Curtis e Thea, os mais contentes com a tal brincadeira. Pela primeira vez, Barry havia usado sua tábua salvadora para me apunhalar.

O fulminei com os olhos, mas ele estava concentrado demais na sua nova tarefa, para notar.

― Okay, okay! Eu começo! ― Sara gritou animada, assistindo Barry sacudir os papeizinhos com os nomes, na mão dele. Quando notou que havia embaralhado o suficiente os nomes, em sua mão, Barry deixou que Sara pegasse um.

Imediatamente, cruzei os dedos, esperando que ela não tivesse tirado o meu nome. Queria mesmo que Barry tirasse o meu nome, de todos aqueles presentes.

Barry pelo menos não me ferraria tanto...Certo?

― Ahhh, tirei Thea! ― Anunciou, parecendo chateada. E eu comemorei aquela pequena vitória internamente. Não tinha certeza se queria Sara me perguntando alguma coisa. Clareou a garganta e tomou um ar sério, fitando diretamente Thea. ― Okay, lá vai...Por que você estava em Vegas há alguns meses atrás?

Arregalei os olhos, ao ouvir aquela questão. Como Sara sabia que Thea estivera em Vegas há pouco tempo atrás? Alarmada, relancei um olhar para o sádico, que também parecia alarmado com aquela questão. Disfarçadamente, olhei para Tommy, e ele também parecia prestes a ter um ataque do coração ali mesmo.

Provavelmente, Laurel não fazia ideia da sua aventurazinha em Vegas. Oh aquilo iria ficar bom...

― Porque comprei passagens áreas e peguei um avião. ― Foi a resposta zombeteira da Queen mais nova e eu me segurei para não rir alto ali. A cada segundo, ficava mais óbvio que Thea era irmã de Oliver.

Sara fechou a cara ao ouvir a resposta malcriada e Thea deu de ombros, pegando um papel da mão de Barry.

Expectativa engoliu todo o meu ser e mais uma vez, cruzei os dedos, rezando para que a Queen, não tirasse o meu nome.

Não tire o meu nome, não tire o meu nome, não tire o meu-

― Curtis! ― Ela gritou, balançando o papel de um lado para o outro, como se fosse uma bandeira. Suspirei aliviada. Ótimo, agora o único da jogada que não poderia tirar o meu nome, era Oliver.

― Manda ver, Ligeirinha! ― Curtis comemorou e eu franzi o cenho com o novo apelidinho que ele havia inventado. Podia ter algo melhor, não?

― Okay, tudo bem, lá vai. Vou pegar leve contigo, já que eu não te conheço tanto... ― Respirou fundo ― Por que você divide o apartamento com Felicity e Barry?

Como ela sabia disso?! Pisquei os olhos, abismada. Muita informação sobre a minha vida, parecia transitar no clã Queen.

― Porque é mais econômico assim. ― Piscou um olho em sua direção ― Nem todo mundo nasceu em berço de ouro.

Obrigada, Curtis, muito obrigada por deixar claro para o meu chefe e os seus amiguinhos, que quase ninguém nascia com a sorte deles.

Thea não pareceu ofendida com a observação do viado fofoqueiro, muito menos Oliver, que continuava com aquele mesmo olhar indiferente de sempre.

Voltando ao jogo, Curtis pegou um papelzinho na mão de Barry e seguindo o ritual, cruzei os dedos.

O meu nome não, o meu nome não, o meu nome n-

― BARRY! ― Berrou, batendo palminhas e eu comecei a comemorar internamente. Isso, isso, isso!

Após sua breve comemoração, Curtis estreitou os olhos, parando para analisar o nosso amigo, que parecia bastante tranquilo em toda aquela situação. Bem, se eu fosse ele, também estaria.

Barry não tinha nada à temer. Afinal, ele era a única alma inocente naquela van, ao que parecia.

― Por que você se atrasou para encontrar eu e Felicity, pela primeira vez, naquela estação?

Eu disse que o nosso Jack não tinha nada a temer...

Com a face avermelhada, ele respondeu:

― Porque me perdi na estação.

Ouvi exclamações de "Aww que fofo!" para Barry-Jack, e todas elas vinham de Thea e Sara, deixando o garoto mais constrangido ainda. Acho que ele acabava de ganhar um fã clube.

― Minha vez agora! ― Disse feliz, pegando um papelzinho da sua mão.

Tire o meu nome, tire o meu nome, tire o meu nome...

― Laurel!

NÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!!!

P##%$$!!!!%%%%%##@@@@

Isso ai era sacanagem! Apreensiva, notei que agora só me restavam Tommy, Laurel e sádico. Qualquer um dos dois primeiros, serviria.

Todos, menos o Queen.

Barry endireitou os ombros e pôs-se a questionar:

― Por que hoje mais cedo, você, seu namorado e o Sr. Queen estavam espionando a Felicity no coquetel?

SIM!!!

NÃO!!!

Não sabia como avaliar aquela questão. Era boa, só que ruim.

Ao mesmo tempo que eu queria ouvir a sua resposta, eu também não queria. E se o Queen tivesse contado toda a verdade sobre o Palmer para os seus amigos? Mas e se ele não tivesse? Que droga de desculpa ele haveria usado para me espionar mais cedo junto com os seus amigos?

A mente do sádico era um labirinto um tanto quanto interessante para se desvendar. Mas um lugar muito perigoso para querer estar, isso eu conseguia ao menos, reconhecer.

Antes de responder, Laurel relanceou um olhar para Oliver, que momento algum deixou transparecer alguma emoção. Entretanto, era inegável que uma conversa silenciosa rolava ali.

Cerrei os olhos, sentindo aquele bicho indecoroso chamado ciúmes, espreitando-se na minha pele.

Merda! Como se soubesse que estava sendo observado, Oliver olhou na minha direção e flagrou o exato momento em que eu o queimava com os olhos. Mil vezes, merda!

Sem dizer nada, ele apenas arqueou uma sobrancelha num sinal arrogante e para ajudar mais ainda o meu estado de espírito entrar em ebulição, curvou os lábios num sorriso que poderia ser facilmente comparado com o Gato de Cheshire.

Maldito infeliz!

― Porque não é espionar, quando você está por perto e escuta casualmente uma conversa.

Abri a boca, chocada. Sua resposta havia sido brilhante! E como se pensasse o mesmo que eu, Tommy-Chifres-Lapidados bateu palmas, elogiando a namorada.

Oliver revirou os olhos com o gesto exagerado do amigo-corno.

― Okay, minha vez agora! ― Laurel se inclinou na direção de Barry, pronta para sortear um nome. Prendi a respiração, voltando a cruzar os dedos.

Tire o meu nome, tire o meu nome, tire o meu nome, tir-

― TOMMY!

NÃO, NÃO E NÃO!!!!!!

PUTA MERDA!

Se Tommy não me tirasse na próxima rodada, quem acabaria me tirando, seria o sádico! E aí, eu seria obrigada a me ATIRAR pra fora do carro em movimento.

― Por que você estava em Vegas, meses atrás? ― Laurel disparou a pergunta, tão rápida quanto um revólver carregado e a reação tanto de Tommy quanto a minha e do sádico, foram dignas de oscar.

Como diabos ela sabia daquilo?!

Parecendo notar o olhar chocado de Tommy, ela lhe lançou um sorriso irônico, explicando o motivo da sua pergunta:

― Eu vi o extrato do seu cartão...Consta que você gastou uma quantia considerável, há alguns meses num hotel em Vegas. Agora, eu quero saber exatamente o motivo de você ter ido lá.

Alguém aqui ficaria sem namorada e sexo por muito tempo, não consegui evitar o pensamento maldoso, mesmo também estando na faixa de gaza...Apesar, de momento algum, Tommy ter demonstrado que lembrava-se de eu ter ajudado no seu resgate em Vegas.

O corno tava tão pinguço, que sequer lembrava o próprio nome em Vegas, imagine da loirinha que havia o ajudado a sair do seu estado lamentável...Portanto, dei um suspiro aliviado, sabendo que daquela eu havia me livrado.

Diferente de Oliver, que à qualquer momento poderia ser acusado de ser um cúmplice em potencial na ida do amigo para Vegas.

― Quero ver você se livrar dessa... ― Oliver provocou e eu não sabia ainda porque me surpreendia com a falta de amor à própria vida o sádico aparentava ter.

Tommy abria e fechava a boca sem parar, não sabendo como responder a questão. Quando achou que havia já feito cosplay de peixe fora d'água o suficiente, franziu o cenho e fitou sério a namorada:

― Porque estava tentando me recuperar de uns chifres. ― Murmurou, cortante. E eu mordi o lábio para não soltar uma gargalhada com a cara de indignada que Laurel começava a trajar. Já Oliver, soltou uma gargalhada com vontade, colocando mais lenha ainda na fogueira.

O cara era um homicida mesmo.

― Por que você está rindo? ― Laurel lançava adagas pelos os olhos, olhando Oliver com raiva. ― Você é um grande culpado nisso também, pelo que eu me lembre.

A tensão no ambiente era palpável, todos prestavam atenção ao desenrolar daquela discussão, em completo silêncio.

Oliver deu um sorriso travesso.

― Até onde eu me lembre, você só pode fazer uma pergunta, por vez. Tente a próxima rodada para me perguntar isso.

Abafei o riso, aquele demônio de língua ferina!

― Tá bom, gente, já chega. Vamos terminar com essa discussão e voltar ao jogo. ― Tommy pediu, pegando um papel da mão de Barry e fazendo-me voltar à minha tormenta.

Me tire, me tire, me tire!

Fez uma careta ao ler o papel:

― Oliver.

INFERNO!

Não precisava nem ter um espelho para saber que o meu rosto havia adotado uma palidez mortal.

Agora, só sobrava eu para o sádico elaborar alguma questão. Não, não e não!

― Manda. ― Apesar de se dirigir para o corno, Oliver tinha os olhos fixos no meu rosto.

Eu estava tão fodida.

― Por que você nos convidou para essa viagem? Não acredito que uma fazenda seria seu primeiro destino nem em um bilhão de anos. ― Acrescentou rapidamente, inspecionando o Queen.

Estalei a língua nos dentes, tentando imaginar que desculpa podre Oliver poderia ter usado para atrair seus amigos e irmã para essa viagem.

Com uma dignidade indecorosa, Oliver endireitou os ombros e respondeu a questão, de modo altivo:

― Porque achei que seria muito interessante ter uma visão sua ao lado dos bois que com certeza existem na fazenda.

Dessa vez, eu não consegui me conter. Soltei uma gargalhada estrondosa.

Era bastante perceptível o tom de brincadeira que Oliver usara, mas ele ter dito aquilo em voz alta para o corno em questão, deixou tudo muito mais engraçado. E maldoso.

Percebi que não era a única rindo da resposta do sádico, quando vi Thea e Sara segurando-se uma na outra e Curtis quase caindo do seu assento, de tanto rir. A veia humorística do Queen era perigosamente engraçada, às vezes.

Quando todos nós conseguimos nos recuperar do nosso acesso de riso, Oliver girou os calcanhares na minha direção. E foi o suficiente para eu me desesperar.

Minha hora havia chegado!

Puta merda, seria tarde demais para Diggle me jogar para fora da van e me atropelar seguidas vezes?

― Agora, Felicity...Já que você é a única que sobrou para ser sorteada no jogo, não vejo necessidade alguma de pegar um papelzinho, concorda? ― Levantou as sobrancelhas, com um ar de deboche.

Quis dizer que não concordava com nada que ele dizia, mas a única coisa que consegui fazer, foi balançar a cabeça afirmativamente.

Satisfeito, ele inspirou fundo e fitou os meus olhos profundamente, parecendo querer desnudar a minha alma.

― Por que você gosta de mim? ― Seu tom não era de deboche e os seus olhos estava completamente desprovido de malícia.

Ele parecia...Realmente curioso.

Me angustiei, sabendo que não tinha saída para fugir daquela pergunta. O Queen fora certeiro na sua armadilha.

Eu não poderia sequer o retrucar com "Por que você acha isso?", que não seria uma resposta nos termos do jogo.

C-A-R-A-L-H-O.

Comprimi os meus lábios numa linha e apertei os olhos, tentando não chorar de desespero. Eu estava completamente encurralada. Se eu desistisse do jogo, daria o gostinho de vitória para o Queen e assinaria o meu atestado de: Insanamente apaixonada por Oliver. Mas se eu não recuasse, estaria me humilhando abertamente também, uma vez que não tinha como responder aquela questão, sem colocar os meus sentimentos mais profundos pelo Queen, à margem.

― Vish, a racha vai logo ter um piripaque!

Ouvi o comentário maldoso, mas completamente verdadeiro de Curtis, ao meu lado. Minha mente estava frenética, pensando em respostas boladas para me tirar daquela aflição, enquanto o Queen continuava a me fitar intensamente, esperando por sua resposta.

― Felicity? ― Oliver chamou, me pressionando a preencher o ambiente que tornara-se de repente muito silencioso.

Com raiva, explodi:

― PORQUE VOCÊ É UM IDIOTA!

Só tardiamente notei que havia acabado de confessar em alto e bom som, para todos ouvir, que eu era apaixonada por Oliver Queen.

O lancei meu melhor olhar de: Eu odeio você! E recebi em troca, uma gargalhada alta do próprio.

No final, todos voltaram a arriscar uma segunda rodada, exceto eu e Queen. Mas de longe achei aquilo ruim.

(...)

Iria fazer 24 horas que eu estava enfurnada dentro de uma van com o Queen e toda sua corja. Falar que conseguir dormir foi uma tarefa mais complicada que encontrar o próprio Barack Obama ao vivo e à cores, era eufemismo. Havia sido impossível!

Tanto que no momento, eu estava quase beijando a janela da lata de ferro, enquanto notava um carro todo preto nos seguindo há horas. Tentei até falar para Diggle - comandante daquela nave - que estávamos sendo seguidos, mas ele ignorou completamente o meu aviso com uma risada, seguida de um "Não se preocupe, Felicity."

Falar aquilo para mim quando eu sabia estar na mira de dois assassinos, era o mesmo de dizer: Felicity, fique acordada durante a viagem inteira vigiando a estrada e esse tal carro. Foi o que eu fiz.

Estava paranoica e precisava urgentemente parar de beber cafeína.

― Já estamos chegando! ― Diggle anunciou, despertando todos. Inclusive o Queen, que dormira durante a madrugada inteira, sem demonstrar uma linhazinha de preocupação no rosto.

Maldito!

Mais uma vez, me peguei olhando através da janela e suspirei resignada, ao olhar a paisagem. Um sentimento nostálgico se instalou sobre mim, ao notar toda aquela vastidão verde e amarelada das plantações. Mesmo que o clima estivesse nublado e houvesse bastante lama na estrada precária - o que indicava o tempo ruim que nos esperava -, era inegável que o lugar tinha sua própria beleza mesmo com o tempo nublado.  

― Olha só, há uma porteira! ― Thea apontava em direção a janela, excitada com a nova descoberta. De cenho franzido, me inclinei no lugar, para observar o mesmo que ela.

De fato, havia uma porteira e ao lado dela, uma placa indicando a fazenda dos Smoak's. Quis rir, ao ler aquilo. Meu tio de fato fora um sujeito presunçoso ao colocar aquela placa ali antes de morrer.

Não me recordava de tê-la visto na última vez que estivera por aqui.

― Quem vai descer para abrir a porteira? ― Diggle questionou, em alto e bom som,  lançando olhares significativos na minha direção, pelo retrovisor do carro.

Revirei os olhos, sacando a indireta direta.

― Eu abro. ― Murmurei, me levantando do lugar e foi inevitável que não sentisse todos os meus ossos estalarem.

― Eu te acompanho. ― Surpreendentemente, o sádico falou, colocando-se de pé. Estreitei os olhos, tentando desvendar qual próximo plano diabólico ele estava tramando para conseguir me encurralar.

― Não é preciso. ― Retruquei, fazendo um movimento negligente com as mãos. Diante ao meu gesto, ele arqueou uma sobrancelha.

― Anda passando muito tempo em minha companhia, srta. Smoak. ― Observou, com a sua voz emitindo uma nota de censura. Mais uma vez, revirei os olhos num curto período de tempo.

― Sim, por isso, vamos evitar mais alguns minutos desnecessários na companhia um do outro.

Oliver sustentou seu olhar, não recuando um instante sequer.

― E arriscar que você fique mais de duas horas, tentando abrir aquela porteira de madeira, com esses seus bracinhos? ― Me olhou com desdém e eu fechei a cara. O que tinha de demais nos meus braços? Tá bom que não chegavam nem perto dos bíceps malhados dele, mas eu com certeza conseguiria sim empurrar uma porteira! ― Não, muito obrigado. Prefiro ir e fazer o serviço eu mesmo, ou quem sabe, te auxiliar. ― Completou, com um sorriso irônico que eu devolvi.

― Se você insiste... ― Falei, me afastando a passos largos, pronta para finalizar minha missão do momento.

Assim que pus os pés para fora da van, dei graças a Deus por estar calçando tênis - apesar de uma bota, ser mais adequada àquela situação -, ou já estaria atolada com lama nos meus saltos.

Com toda a dignidade possível que uma pessoa podia ter caminhando na lama, fui até a porteira, consciente do Queen atrás de mim, observando cada movimento meu.

Assim que cheguei ao meu destino, tentei puxar a porteira, mas pra minha desgraça, ela não se mexeu nem um pouquinho. Sabendo que Oliver provavelmente já estava rindo silenciosamente da minha pessoa, tentei puxar aquela maldita porteira novamente, e mais uma vez, ela sequer balançara.

― Inferno! ― Xinguei, com raiva.

― Eu falei que você não conseguiria. ― O maldito cantarolou, parando ao meu lado e abrindo a porteira numa puxada só.

Apertei os olhos, irada.

― Maldito arrogante!

― Mas você gosta.

Fiquei vermelha.

― Você não vai parar de jogar isso na minha cara, né?

Piscou os olhos deliberadamente devagar na minha direção.

― Não mesmo.

Girei os calcanhares, pronta para entrar naquela maldita van e finalizar aquela viagem maldita. Mas algo me fez estancar no lugar. O mesmo carro preto, de minutos atrás, estava parado logo atrás da van.

Puta merda!

Retrocedi os meus passos, parando ao lado do Queen novamente e agarrando o seu braço:

― Acho que fomos seguidos, Queen.

Quando a coisa ficava preta, a melhor coisa era apelar para alguém muito maior que você. E mais forte.

O senti retesar os músculos, tenso.

― Por que você acha isso?

Apontei com a cabeça o carro preto logo atrás do nosso. Mais uma vez, contrariando todas as minhas expectativas, o Queen explodiu numa risada. E para completar mais ainda o cenário, as pessoas que estavam dentro do carro preto, saíram.

Quase caí pra trás quando identifiquei os seres.

― Que merda deu em Floyd e Carrie para nos seguir? ― Gritei, indignada.

Só após se recuperar, o Queen resolveu sanar minha curiosidade:

― Eles estão aqui para nos proteger.

De mãos dadas, o casalzinho fake caminhava na nossa direção, afundando os pés na lama também. Quando eles chegaram perto o suficiente, fui tomada pelo o choque novamente.

― VOCÊ NÃO ESTÁ USANDO O TAPA-OLHO! ― Arregalei os olhos, abismada, apontando um dedo em direção ao rosto de Floyd. Ao que parecia, ele tinha os dois olhos sim, muito obrigada.

Ele riu com a minha observação.

― Não, não estou. ― Afirmou.

― Senti sua falta, querida. ― Carrie me olhou com um sorrisão "Eu uso colgate."

Não retribui o sorriso.

― Vocês me enganaram! ― Acusei, ao relembrar que mais cedo, antes de eu e Oliver acertamos todo o lance da viagem, ele havia revelado todo o seu plano de "distração" que consistia com aquele casal me enganando durante toda a tarde, com táticas mentirosas de sedução. Eu ainda não havia me esquecido daquele micão.

Carrie me olhou ofendida.

― Ei, nós n-

― Duas vezes contando com hoje! ― A interrompi, erguendo dois dedos. ― Vocês na verdade, fazem parte da equipe de segurança do lunático aqui, não é mesmo? ― Cutuquei o Queen no braço e recebi em troca, um olhar de aviso, que fiz questão de ignorar. ― Naquele dia, vocês também estavam me vigiando!

― Oras, você não achou mesmo que eu só apareci para te distrair naquele dia, né? ― Floyd me olhava com um ar risonho, o que me emputeceu mais ainda.

― Claro que eu pe-

― Eu pensava que você conhecia o Queen... ― Me interrompeu, com um falso olhar desolador ― Ele não dá um ponto sem nó, querida.

E eu já não sabia disso? Só ficava impressionada com quantas pessoas ele podia brincar de xadrez no seu tabuleiro.

Esfreguei o rosto, impaciente. Tinha a impressão que o Queen nunca cansaria daqueles seus joguinhos.

Virei para ele, o olhando interessada.

― Por que você os trouxe? Pensei que só confiasse em Diggle o suficiente para ficar a par da nossa situação.

Oliver franziu os lábios, me desconcentrando por alguns segundos.

― Não confio somente em Diggle para ficar a par da nossa situação, Felicity. ― Mostrou os seus dentes, num sorriso divertido que fez os seus olhos brilharem e as minhas bochechas pinicarem. ― E os trouxe para nos vigiar de longe.

Hein?

― Não seria mais fácil os manter perto da gente?

― Não, eles estarão longe o suficiente para assistir tudo ao redor e se preciso, acertar o alvo tendo uma vantagem mais ampla de distância. ― Piscou ― E nós já temos pessoas por perto para nos proteger.

Ele havia dito pessoas? No plural? À menos que o seu amiguinho corno fosse um faixa preta e eu não sabia, não via ninguém além de Diggle apto para nos proteger.

― Quem?

― Diggle e Sara.

Ele disse Sara?! Gargalhei alto.

― Sara? Nos proteger? ― Ri mais uma vez ― Você já viu o tamanho dela?

Ele não me respondeu, se limitou em apenas jogar um sorrisinho de "Você não sabe de nada, Felicity" na minha direção.

(...)

Meia hora depois, já podíamos ver a fazenda ao longe. Como eu me lembrava, a fazenda dava um ar de grandeza, com uma escada alta que levava até uma varanda muito bem desenhada e que consistia assim como toda a casa, de madeira mogno escura. O lugar tinha grande árvores ao seu redor, junto com um estábulo vermelho, além de um lago na horizontal da fazenda.

Era realmente de tirar o fôlego! Meu falecido tio, havia feito um trabalho e tanto, construindo e preservando aquele lugar.

Em ordem, descemos um atrás do outro, se acostumando com o novo lugar. Olhei ao redor, estranhando o fato de Caitlin e nem Cisco terem aparecido ao ouvir o som de carro se aproximando. Era costume eles recepcionarem a visita já na porta de casa. 

― Ual, esse lugar é bem legal! ― Barry exclamou, com os olhos brilhando de alegria. Sorri com a sua reação entusiasmada.

― Ei, naquele estábulo tem cavalos? Ou vacas? Espera, por aqui há galinhas? ― Curtis curvou os lábios num sorriso malicioso ― Seria muito interessante ver suas parentas, Felicity.

Dei um tapa no seu braço, pronta pra lhe dar uma resposta muito boa também, quando um berro escandaloso que eu conhecia muito bem, me impediu de fazer qualquer coisa coerente.

― FEEEEEEEEELICITY, MEU AMORZINHOOOOO!!!!!!!

PUTA QUE PARIU!

CACETE!

P@@#$%%%%&&&!!!!!!

Ou eu estava tendo alucinações ou eu estava realmente vendo Donna Smoak, saindo correndo porta à fora, de braços abertos, na minha direção.

Senti necessidade de correr na direção oposta, para escapar daquele destino cruel. Que porra minha mãe fazia ali? Agora parecia fazer sentido sua sumida misteriosa em Vegas!

Falando em Vegas...Olhei desesperada para Oliver, Diggle e Tommy, que olhavam a cena abismado. Eles não pareciam reconhecer a loira escandalosa, o que era bom, mas ainda não me garantia carta branca. Memória de bêbado era traiçoeira.

― MINHA BALA DE COCO! COMO EU SENTI SUA FALTA! ― Me alcançou finalmente, agarrando-me num abraço sufocante.

― Mãe, o que diabos você está fazendo aqui? ― Perguntei, tentando me separar da doida, que com muito custo, se separou de mim.

― Filhinha querida, se não aqui, onde mais eu estaria? ― Retrucou, com um bico infantil no rosto, pelo canto dos olhos, notava todo o pessoal prestando atenção na nossa conversa.

Bati os lábios, segurando a vontade de dizer que ela deveria estar em Vegas e não aqui. Satisfeita com a minha cooperação em acobertar sua mentira - juntamente com a minha, é claro - mamãe sorriu na direção do Team Queen.

― Querida, esses são os seus amigos que você contou sobre? ― Olhou com nítido interesse para o Queen. ― Olá, sou Donna Smoak, mamãe da Felicity. ― Antes que eu pudesse a responder, ela se apressou em apresentar-se para a corja que assistia tudo com um ar risonho.

Oliver se aproximou lentamente de mamãe, oferecendo a mão para apertar.

Mamãe de Felicity? ― Seus lábios tremeram e eu quis enfiar minha cabeça nas pastagens. Ela poderia ter me constrangido mais?  ― Prazer, Oliver Queen.

Idiota, se soubesse que ela já o conhecia, tanto que também já o havia drogado...Não estaria destilando aquele sorrisinho venenoso!

O mesmo procedimento se repetiu com os outros e só quando entramos na casa, que pude ter um vislumbre de Caitlin e Cisco.

― BARRY!!!!!! ― Cisco gritou, correndo em direção ao amigo que já o esperava de braços abertos. A cena seria um tanto quanto suspeita, se eu já não conhecesse Cisco.

― Caitlin!!! ― Corri na sua direção, lhe dando um abraço também. Fazia tanto tempo que eu não a via, e mesmo assim, sentia como se nada tivesse mudado entre nós.

― Felicity, senti sua falta! ― Me apertou mais forte ― E sobre a sua mãe, tentei te avisar, mas a ligação acabou sendo cortada pela tempestade. ― Completou num sussurro baixo perto do meu ouvido.

Foi o que desconfiei, suspirei, me conformando com a situação. O negócio agora era rezar para que Caitlin ou Cisco não desse nenhum mole. E que mamãe soubesse se controlar.

Se eles conseguissem dançar conforme a música, eu não sairia perdendo nada ali. Ou ao menos, esperava que não.

(...)

Como se fosse a dona da casa, de fato, mamãe acompanhou cada um ao seu quarto e eu fiquei impressionada por não lembrar o quão grande era aquele lugar. Tinha quarto para todos, o que fez Oliver soltar um comentário impertinente que repercutia até agora:

― É uma pena ter quartos para todos. Tinha esperanças de dividir um quarto com Felicity novamente. ― Sorriu malicioso e minha mãe quicou no lugar ― Foi interessante, da última vez.

Tive que me segurar para não lhe jogar a primeira coisa que encontrasse no meu caminho.

Após conferir se todos estavam mesmo bem instalados, minha mãe me arrastou até a cozinha, com a desculpa de que iria preparar o almoço, mas nós duas sabíamos muito bem que quem executaria aquela tarefa, seria Caitlin.

Quando ficamos finalmente à sós, resolvi soltar os cachorros:

― Que diabos você está fazendo aqui?!

― Felicity Smoak, olha a sua boca ao falar com sua mãe! ― Me lançou um olhar severo e pôs as mãos na cintura ― Eu não te criei assim! Menina malcriada!

― Hã?

Desmanchando sua postura severa, ela sorriu na minha direção, jogando o cabelo para o lado.

― Como eu me saí na minha interpretação? Pareci aquelas dondocas psicóticas por controle?

Oh, meu Deus...Coloquei uma mão na testa, eu estava rodeada de loucos!

― Mamãe! ― Minha voz saiu fina até para os meus próprios ouvidos. Respirei fundo, tentando ganhar compostura ― Você ainda não respondeu a minha pergunta. Pare de dar voltas!

Com um suspiro dramático, ela resolveu se explicar:

― Quando o seu tio morreu, deixou metade da propriedade para mim. Depois que te vi em Vegas, achei que o melhor seria voltar para cá. ― Deu de ombros ― Não queria correr o risco de te meter em problemas, continuando em Vegas. Eu sei muito bem as mentiras e...sacrifícios que você andou fazendo para manter o seu álibi e emprego.

Pestanejei.

― Você veio para cá...por minha causa?

Era até um pouco lisonjeiro ouvir aquilo, uma vez que Donna sempre deixara claro que sua vida era na cidade e não no campo, motivo esse por ter me criado junto à ela na cidade do pecado.

― É claro, meu bebê! ― Pausa ― E também porque cansei de ficar servindo bebidas e preciso urgentemente de achar um cowboy para me laçar. Já tô ficando velha demais para ficar escolhendo os admiradores.

Balancei a cabeça negativamente. Mamãe era uma peça incorrigível e infelizmente, tinha a certeza que o Queen já havia pensado o mesmo de mim, diversas vezes.

Passamos mais algum tempo conversando - ou melhor, trocando loucuras -, até Caitlin entrar na cozinha e por a mão na massa. Eu e mamãe tentávamos ajudar da melhor maneira possível, mas era tão óbvio quanto o sol que iria nascer no outro dia, que éramos um completo desastre na arte da culinária.

― Tia Donna, tem como você ir no galinheiro buscar alguns ovos? ― Caitlin pediu gentilmente, ao perceber a bagunça que mamãe estava fazendo na cozinha, enquanto eu assistia tudo em silêncio, sentada numa cadeira, fingindo descascar uma maça.

Ao invés de mamãe acatar imediatamente a "ordem" de Caitlin, ela parou ao meu lado da mesa, me olhando sem sequer piscar.

Franzi o cenho.

― O que foi?

― Me acompanhe até o galinheiro. ― Pediu, cutucando o meu ombro levemente. Olhei para fora da janela, notando que o céu continuava nublado. Logo, iria chover.

― Não, muito obrigada. ― Voltei a fazer minha tarefa imaginária, muito consciente de Donna ainda parada ao meu lado.

― Felicity... ― Voltou a cutucar o meu ombro, demonstrando que não cederia até que eu fizesse o que ela queria.

Resoluta, suspirei, me levantando da mesa.

― Okay, vamos até ao maldito galinheiro!

Não precisou dizer nem duas vezes. Logo eu estava sendo arrastada o caminho inteiro, tendo de ouvir mamãe tagarelar sobre galinhas voadoras e ovos sobrenaturais.  

―...eu juro que elas não são normais! ― Parou em frente ao galinheiro, me empurrando para dentro do mesmo com força e quase me fazendo comer titica de galinha por isso.

― Mãe! ― Chiei indignada, tentando voltar ao meu equilíbrio normal.

― O que foi, querida? ― Fingia olhar as próprias unhas, enquanto encostava-se num cerco do galinheiro.

Apertei os olhos, com raiva.

― Por que você está parada aí?

Amorzinho, você não achou mesmo que eu iria buscar os ovos, né? ― Piscava os olhos, de modo teatral. 

― Até onde eu lembre, não foi à mim que Caitlin pediu os ovos. ― Retruquei irônica, estremecendo ao notar que a cada dia, soava mais e mais igual Oliver.

Droga!

Donna franziu os lábios, indicando que logo falaria algo desagradável.

Docinho, eu sou um desastre no quesito caçar ovo de mulher, digo, galinha. ― Soltou uma risadinha ― Durante todo esse tempo em que estive por aqui, quem fazia essa tarefa por mim, era Cisco... ― Fez um bico e os seus olhos começaram a marejar ―...mas desde que aquele seu amiguinho, Barry, chegou, ele não liga mais pra mim! ― Tirou um lencinho do bolso e começou a fingir limpar as lágrimas invisíveis, acrescentando logo em seguida ― E querida, você tem que ir treinando...Sabe como é né? Tem que fingir ser uma garota do campo para os seus amigos não desconfiarem da sua mentira...Estou te dando uma oportunidade e tanto agora!

Ah, sim, claro. E aquilo nada tinha a ver com a sua vontade de se livrar daquela tarefa...

Cruzei os braços e empinei o nariz.

― Eu não sei fazer isso e nem vou!

― Mas bebê, nem eu! ― Choramingou, se desencostando da cerca e entrando no galinheiro. Bastou ela dar um passo, para todas as galinhas enlouquecerem e começarem a voarem ao nosso redor.

Fiz a coisa que qualquer pessoa normal faria: Me agarrei à ela e comecei a gritar. Logo, fui acompanhada no meu coro de misericórdia.

― AAAAAAAAAAAAAAAAA O DEMÔNIO TEM ASAS! ― Mamãe gritava na minha cara e eu na dela, apavorada.

― E OVOS! ― Completei num berro ― OS SEUS DISCÍPULOS VÃO SAIR VOANDO DELES E VAI NOS ARRUINAR PARA SEMPRE!

― OS OVOS, FELICITY, VOCÊ TEM QUE PEGAR OS OVOS! ― Ela me lembrou, numa sacudida violenta que me deixou aturdida.

― EU NÃO VOU PEGAR OS OVOS DO DEMÔNIO! SAI DE RETRO! ― Me recusei, saindo em disparada quando vi uma galinha voadora vindo diretamente na direção da minha cabeça. Com agilidade, abaixei e o troço por sua vez, acabou aterrissando bem na cara de Donna.

― AAAAAAAAAAAA!!! TIRA! TIRA! ― Ela recomeçara a gritar, correndo de um lado para o outro, tentando livrar-se da galinha agarrada no seu cabelo.

Arregalei os olhos, aterrorizada com a cena.

Não sabia se saía ao seu socorro ou saía correndo mesmo. Optei pela segunda opção.

― FELICITY SMOAK, VOLTE AQUI E ME AJUDE! ― Ouvia mamãe se esgoelar, enquanto eu cruzava a cerca do galinheiro e saía correndo para bem longe dali, muito consciente dos meus pés afundando na lama e da garoa caindo sobre a minha cabeça.

Não me atrevi a olhar para trás um minuto sequer, ou para os lados. Na realidade, estava preocupada demais em não pisar em algum buraco, que acabei não percebendo uma parede bem no meu caminho.

Caí para trás, de bunda na lama, na hora.

Oh...

Eu conhecia aquela voz.

Olhei para cima e primeiro dei de cara com a espada de greyskull naquele jeans apertado. Depois, de um esforço máximo para não ficar apreciando minha visão privilegiada, esquadrinhei o seu rosto. Como sempre, os seus olhos riam de  mim.

Provavelmente, o infeliz havia notado para onde minha atenção estava segundos atrás. I-D-I-O-T-A. Nós nos encaramos por alguns momentos, até ele quebrar o silêncio com a desculpa mais linda de todo o universo:

― Não havia te visto.

Havia sim! Impossível o sádico não ter visto uma vara pau no meio do quintal, vindo em sua direção! Se não havia desviado, foi porque não quis.

Rangi os dentes.

― O que você está fazendo aqui?

― Por que tem pena de galinha na sua cabeça? ― Respondeu minha pergunta com outra e foi o suficiente para fazer o meu rosto pinicar de raiva. E vergonha.

― Eu perguntei primeiro! ― Resmunguei, tentando me livrar das tal penas o mais discretamente possível. Deveria ser uma visão e tanto, eu agora sentada na lama e com pena de galinha na cabeça.

Muito obrigada, Deus; pensei com ironia.

― Sua prima pediu para conferir o motivo da demora entre você e a sua mãe. ― Respondeu simplesmente, dando de ombros e não movendo nem um dedinho para me ajudar a levantar.

Aquilo era tão Oliver...

― Acredito que não estava nos planos dela, você me atropelar também no meio do caminho.

― Para te atropelar, eu teria de passar por cima de você. ― Explicou, com um ar monótono, como se conversar comigo o cansasse de alguma forma.

Emputeci com aquele pensamento. Eu entediava o Queen?

― Ao contrário, Felicity. Você consegue me desentediar muito fácil, na realidade.

 De novo, havia pensado em voz alta. Era agora ou depois que enfiava minha cara na lama?

― Depois, Felicity, depois. ― Seus olhos brilhavam divertidos na minha direção. 

Puta que pariu, cacete! Mordi a minha bochecha com força, esperando dessa vez não deixar escapar nada inconveniente, para a diversão do sádico.

― Depois? ― O olhei confusa. Por que ele achava que depois, eu teria de enfiar minha cara na lama e não agora?

― Sim, depois. ― Disse ― Não quero estar por perto e ser acusado injustamente por você ter enfiado o rosto na lama.

Atônita, o olhei dando as costas para mim e andando despreocupadamente em direção a casa, me deixando sozinha com o rabo enfiado na lama.

― Eu não acredito nisso... ― Murmurei, incrédula. Minha mãe provavelmente estava tendo sua vingança triunfal por eu ter a deixado minutos atrás, sozinha num galinheiro cenário do filme O Exorcista. ― INFERNO, VÁ MESMO, EU NÃO PRECISO DA SUA AJUDA! ― Comecei a gritar, enlouquecida, esperando de verdade que aquele lunático me ouvisse. ― QUANDO EU TIRAR O MEU DIPLOMA, VOU FAZER QUESTÃO DE TE ATROPELAR E PASSAR POR CIMA DE VOCÊ!

Achei que havia ido longe demais com a minha ameaça, ao ver o sádico-mor parar abruptamente sua caminhada. Merda, era agora que eu morria? Olhei de um lado para o outro, esperando que alguém saísse ao meu socorro, após toda aquela gritaria, mas não tinha sinal de ninguém nem nas janelas espionando a cena.

Tentei me levantar ao perceber o Queen retrocedendo os seus passos e vindo na minha direção. Entretanto, como eu já havia comprovado diversas vezes, eu e a força da gravidade não éramos amigas. Em segundos, já estava com a bunda na lama novamente.

― Você está tirando algum diploma? ― Ele parou na minha frente, olhando-me de maneira...Espantada? Filho da mãe, prepotente!

Bufei, ofendida.

― Só porque sou sua secretária não quer dizer que eu seja burra. Na verdade, da onde vocês tiram que secretárias são burras? ― Grunhi, e notei quando ele abriu a boca para me retrucar, mas fui mais rápida, continuando meu discurso indignado: ― Acha mesmo que eu fui feita para ficar a vida toda atendendo telefone pra você?

Eu estava mais que irritada por ter minha inteligência questionada, eu estava possessa.

― Está tirando diploma de quê? ― Ignorou minha pergunta e se possível, fiquei mais lívida de raiva ainda.

― TI.

Apertou aqueles olhinhos diabólicos.

― Desde quando?

― Desde há muito tempo. Estou no meu último período! ― Informei orgulhosa e recebi em troca, uma olhadela indecifrável.

― Então é por isso que você ainda está cumprindo o contrato?

Rolei os olhos. Ele tinha mesmo que levantar aquele calvário?

― Óbvio.

Tentava ler o seu rosto, mas era inútil. Seus olhos havia adquirido uma coloração e um brilho que eu jamais havia visto antes e eu não sabia exatamente se deveria começar a me preocupar com o friozinho que sentia na barriga.

Maldito. Queen. Com. Os. Seus. Genes. Grego. De merda.

― E você não me contou nada, por quê?

Hein?

― Por que eu te contaria algo? Posso ter uma quedinha por você, mas isso não quer dizer que eu vou sair escancarando os meus problemas econômicos pra você. ― Pausa ― Merda, foi o que eu acabei de fazer! Mas ei, escute, só porque eu gosto um pouquinhozinho de você, não quer dizer nada! Não preciso ficar compartilhando o quanto foi difícil juntar dinheiro para pagar minha faculdade e muito menos escancarar para você, o fato de agora estar sem nenhum tostão furado no banco para pagar a minha formatura. Nem é como se eu quisesse uma formatura mesmo...Ou me escancarar de alguma outra forma pra você. ― Bati minha mão contra a testa. Que merda estava acontecendo com o meu cérebro? Tava entrando em pane! Respirei fundo, tentando voltar a tomar o controle da situação... Se é que alguma vez eu estivera no controle ali.

― Você não assinou o contrato porque estava com medo de ser presa por não pagar a multa e sim, porque estava com medo de não ter dinheiro para pagar o restante da sua faculdade. ― Repôs lentamente, ainda com um olhar indecifrável. Contudo, eu podia ver nitidamente as engrenagens trabalhando na cabeça do Queen.

Seu pensamento estava correto, mas havia uma pequena falha.

― Não valorizo tanto uma faculdade assim. Eu também estava com medo de ir presa por não ter dinheiro para reembolsar o contrato que arruinei. ― Admiti a contragosto.

Observei quando ele esfregou o próprio rosto, com aquele mesmo ar cansado de antes.

― Felicity, você não seria presa. ― Suspirou ― Teria o amparo da lei.

O QUE?

― Do que você tá falando, Queen? ― Quis saber, odiando sentir-me completamente confusa e perdida.

― Estou falando que você teria o amparo da lei. ― Repetiu e eu continuei com a minha cara de babaca. Com um sorriso depreciativo, o lunático inclinou-se levemente na minha direção. ― Querida, quer que eu desenhe pra você entender melhor? Ou entrou lama no seu ouvido?

FILHO DUMA RAMEIRA DESGRAÇADA! Era hora pra ele tá tirando umazinha com a minha cara?!

Ele ia ver só...

― Não, a única coisa que eu quero é que você me ajude a sair dessa lama. ― Determinei, esticando a minha mão para ele puxar. Sabia que tinha várias chances dele ignorar meu pedido mudo de ajuda e deixar-me plantada - literalmente -, ali. Afinal, não seria a primeira vez... Mas algo me dizia que dessa vez, seria diferente.

E foi diferente. Ele também ofereceu a mão para me puxar, entretanto, ao invés de seguir a ordem natural da coisa, eu reuni todas as minhas forças - e vale ressaltar que eram poucas -,  num braço só e puxei o sádico para baixo.

Estava na hora de um acerto de contas.


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Notas finais do capítulo

Badum tzzzzzz. Finalmente, a ceninha que todo mundo queria: Oliver descobrindo o motivo da Felicity se sujeitar à todas as suas birras.
E ouvi a opinião de vocês sobre os dois terem uma briguinha na lama, pena que a cena toda só poderá ser lida no próximo capítulo... Aguardem com muito suco de maracujá e imaginando a barrinha de chocolate que é a barriga do Channing Tatum. Ou não. Comam mesmo barrinhas de chocolates, deixem a barriga do Tatum para a minha pessoa.
Mas ein...O QUE FOI DE VOCÊS ME MANDAREM MPS ESSA SEMANA, VIU? Ganhei uma até com título EQMDA (Bonitas, demorei meia hora pra decifrar essa, agora quero ver vocês...Acho que vocês demorarão menos, já que me amam. Me amam mais que o tanquinho do Channing. Sei. Ahhh mas podem continuar a me mandarem mps, eu gosto de lê-las. Às vezes, vocês me fazem recordar de algo importante que deixei de lado na fanfic. E também às vezes, vocês me fazem recordar que eu tenho uma bíblia e deveria usá-la sempre quando penso nos meus bonecos de vodu.), fiquei abismada. E cheguei a conclusão que é impossível ter um capítulo de qualidade, fazendo-o às pressas. Por isso, amadas, gostaria que vocês renovassem o estoque de maracujá de vocês. Paciência que essa tortura já está chegando ao fim, acalmem um pouquinho, 100DCOQ tá acabando gente. Vamos com calma, muita calma. Tratemos essa adorável fic com muita paciência e calma, okay? Ela é virgem. (Tá bom, admito, essa piadinha foi péssima e ridícula. E se alguém se ofendeu, não se ofenda. Oi?)

Se o circo não tava completo, agora temos DONNA SMOAK! Falei que ela iria aparecer novamente! Pois é, desde o início ela já estava nos meus planos para aparecer exatamente aí: Na fazenda.
Nossa Mama Smoak lacradora desde Vegas, havia se enfiado no mato com Caitlin e Cisco, já imaginando mil merdas que a nossa outra loirinha poderosa poderia fazer. Tá vendo? Intuição de mãe não falha!

O QUE DIZER SOBRE JOHN DIGGLE CALADÃO DURANTE ESSE CAPÍTULO EIN???? HMMM???? Uma coisa é certa: Quando ele começar a falar, não vai parar #Pronto Falei.
O Ministério da saúde adverte: Brincar de PORQUE com Oliver Queen e Curtis Holt, sendo Felicity Smoak numa roda, é perigoso.
Coitada da nossa loirinha pervertida, né non? Teve que admitir na frente de TODO MUNDO - até da irmã do sádico - que gostava dele. É cada provação que a coitada passa...Juro que tento parar de torturar ela, mas não consigo. Perdão, pessoal.

Sei que o nome desse capítulo é "Surpresa!" mas surpresa total será o próximo. Apesar de não ser muita surpresa o que vai acontecer....Por que eventualmente teria de acontecer, né? (Vocês já sabem do que eu estou falando entre estrelinhas? Espero que sim. Ou não. Não sei, tô em dúvida.)
Ahhhhh, quem viu o episódio de Arrow ontem? Acabei de assistir e: AMEI! Nosso casal está poderosíssimo assim como antes. Amei, amei, amei!

Agora, acabo minhas notas finais aqui (Acho que é a nota final mais curta que eu já escrevi desde o início da fanfic MENTIRA NÃO FOI NADA), espero que vocês apreciem..um pouco o capítulo, mesmo ele estando...Esse desastre colossal. Queria o ter feito de maneira melhor, mas...Minha consciência não deixou que eu continuasse escrevendo mais e consequentemente, fazendo vocês esperarem mais dias para a atualização. ENFIM, DEIXANDO DE LADO AS MINHAS LAMENTAÇÕES NORMALESCAS (QUE?), gostaria de desejar uma ótima semana para todas, dizer obrigada pelas recomendações e reviews e...Até mais, garotas! ♥♥♥
(Larguem. O. Meu. Boneco. De. Vodu. Dou uma pizza tamanho família.)