Contato escrita por Aleksa


Capítulo 31
Capítulo 31




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Capítulo 31 - Procura

 

 

Não importa o quanto eu ligasse, Yura não atendia minhas ligações. O colégio me disse que ele se transferiu, se mudou, e não deixou endereço de contato.

Eu estava morta por dentro, eu sentia uma dor que não posso explicar, me sentia perdida, me sentia vazia, nada prendia meus pés no chão, meu mundo ficou cinza, preto e branco, eu me tornei uma sombra...

Eu precisava encontrá-lo! Ou eu definharia lentamente! Me desfazia aos poucos, e quanto mais eu pensava nisso, mais me esquecia de Stephan, pra pensar somente e tão somente em Yura... Doía tanto que sentia todos os dias meu desejo de me levantar se despedaçar cada vez mais, tanto que me esqueci que meu aniversario seria dali a quatro semanas... Mas o que importava isso afinal?! Eu não tinha um único motivo que fosse pra comemorar! Eu o amava! E ele estava fugindo de mim!

- O que eu faço agora...? - murmurei, sozinha em meu quarto.

Eu não me importava, eu o caçaria até o fim do mundo se fosse necessário!

E naquela semana, eu comecei minha busca pra encontrar a única coisa que eu queria: Yura. Pra isso eu fiz todas e todas as coisas que se pode imaginar, até encontrar o endereço de Estela, e era com ela que eu falaria...

Em frente a casa de Estela, eu toquei a imensa campainha, que fez o eco de um sino dentro da casa, na porta surgiu uma mulher com as roupas de uma governanta, e perguntou:

- Eu preciso falar com Estela.

- Quem deseja?

- Alice.

- Vou ver se a senhorita Rokerlot pode lhe atender.

Me postei de frente àquela porta, de onde só sairia arrastada. Pouco tempo depois a mulher voltou e disse:

- Entre.

Entrei na gigante casa em estilo colonial, mas não dei importância a nada, só queria falar com Estela.

Subi cada um dos lances de escada até o escritório, onde a governanta me deixou:

- Estela? - perguntei batendo na porta.

- Aqui Alice. - ela me disse do sofá no lado oposto da sala.

Eu entrei, fechei a porta atrás de mim, e me dirigi até onde Estela estava sentada, me sentado ao seu lado.

- O que foi Alice? - ela perguntou ao ver o vazio nos meus olhos.

- Yura me odeia. - eu disse diretamente. - Eu preciso explicar a ele que não tive a intenção de nada daquilo, foi Stephan...

Meus olhos começaram a marejar, senti minhas mãos ficarem trêmulas, me virei pra Estela e disse:

- Eu sei que dizendo assim não justifica nada... Mas eu realmente não fiz nada! Preciso falar com ele!

- Perdão Alice, mas Yura viajou, e não me disse quando ou se pretende voltar...

Meu chão ruiu abaixo dos meus pés, meu coração parou por um segundo antes de voltar a bater, inexpressiva, depois de ter minha alma pisoteada disse:

- Entendo... Obrigada Estela.

- Existe alguma coisa que eu possa fazer? - ela ofereceu.

Balancei negativamente a cabeça, me dirigi a porta, e saí daquela casa, com os frangalhos do meu coração doendo tanto que poderiam me matar.

Faltei no colégio por alguns dias, não conseguiria fingir que estava tudo bem. E, durante todo esse tempo, eu chorei, chorei, chorei e chorei até que não houvesse mais como chorar. Queria me desfazer junto com as minhas lágrimas, e desaparecer...

Duas semanas depois, o meu aniversario se aproximava, e eu nunca me importei tão pouco com isso... Eu já era capaz de fingir que estava tudo bem, pelo menos na frente dos outros. Eu havia caçado todo e qualquer possível vestígio de Yura, mas ele não queria me ver...

Foi ai que eu recebi uma ligação...

- Alice. - era Estela no telefone.

- Ah, oi Estela...

- Yura está aqui em casa. - meu coração gelou. - Ele não queria que eu lhe contasse, mas eu acredito em você.

- Estou indo Estela!

Eu corri ao longo de todo o caminho até a casa de Estela, não tinha tempo para me preocupar com o fato de estar respirando ou não, precisava vê-lo!

Na porta da casa de Estela, a governanta me recebeu, abriu a porta, e eu corri desesperadamente, como se fosse salvar a minha própria vida, até o escritório de Estela. Estava com o coração na mão, quando abri a porta, vi Yura sentado numa poltrona em frente a mesa de papéis...

- Yura! - eu gritei, ofegante, tentado pensar no que dizer.

Os olhos de Yura vidraram em mim, ele soltou a caneta que tinha em mãos, e lançou um olhar de dor a Estela, que desviou o  olhar.

- Yura eu...

Ele me cortou, gritando e se encolhendo na cadeira.

- Não! Não quero ouvir! Você mentiu pra mim! Eu a odeio! Você está morta pra mim desde de aquele dia!

Eu me senti empalidecer, senti meus olhos se inundarem, minhas tremerem tanto que era como se eu estivesse em meio a uma nevasca, e meu coração novamente se partir, em milhões de pedaços, irremediavelmente morto...

Não entendo como, ou de onde, mas sai de lá, e corri, corri, corri, corri, corri até que não pudesse mais correr, depois me deixei cair, queria ficar lá, no chão de um lugar desconhecido até que eu chorasse minha alma pra fora, queria me esquecer lá e ficar, mas por alguma razão, liguei pra Sarah, que imediatamente veio me salvar.

- Sarah... - eu disse aos soluços.

- Alice! - ela gritou correndo em minha direção. - O que houve?!

- Eu quero sumir Sarah. - chorei desesperadamente. - Quero desaparecer...

Sarah me abraçou, eu chorei, chorei mais do que poderia, chorei e me despedacei, e me culpei, e sofri, e morri por dentro. Até que finalmente fui parar no hospital...

- Alice, você precisa comer alguma coisa... - minha mãe disse ao meu lado.

- Eu não quero...

Eu estava vazia, oca, não tinha nada que me desse algum objetivo, não sabia que era tão dependente assim de Yura...

Passei meu aniversario no hospital, e quando finalmente os pensamentos suicidas pararam um pouco, eu escrevi uma carta:

Yura,

Mesmo que agora me encontre em frangalhos, quero que saiba de tudo como realmente aconteceu...

Stephan já havia me dito que tentaria fazer alguma coisa, não por minha vontade, mas para atingi-lo, até onde pude entender, ele se mudou pra algum lugar na Alemanha, e que caso você não acredite no que eu acabo de dizer, pergunte a ele, garanto que ele ficará feliz em lhe dizer tudo...

Posse imaginar que nesse momento isso não signifique muito para você mas... A cada dia que se passa eu perco mais um pouco de mim.

Caso esta carta nem chegue as suas mãos, e você a rasgue, queime, ou destrua de qualquer forma que eu não citei, direi a minha própria consciência que não fui mentirosa em nenhum momento.

Eu o amo, todo o meu universo gira ao seu redor, por isso para mim, você sempre será meu gatinho, e eu lhe amarei enquanto houver ar em meus pulmões.

                              Alice. 

 Pedi a minha mãe que enviasse essa carta, ela levou até a casa de Estela, ele provavelmente ainda estaria lá, eu não poderia sustentar mais nenhuma expectativa...


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Notas finais do capítulo

Só falta o último capítulo!
[depois eu faço um capítulo extra de informações q n foram bem explicadas, e tbm o ponto de vista do Yura do dia em que eles se conheceram ;p]