Piratas do Caribe E o coração de Nirina escrita por Capitã Nana


Capítulo 21
A quem pertence o coração de Nirina?


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii cheguei!

É com um imenso prazer que trago a voces o último cap. de Piratas do Caribe Eo coração de Nirina ;)


Otima leitura!



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    Desde pequena Moira Brodbeck aderiu o gosto pela leitura, seus livros favoritos eram os que abordavam os temas de romance e aventura, algo que nunca percebeu é que todos eles tinham algo em comum; o mar.

      Em cada livro um conto cheio de mistério sobre as águas salgadas que rodeavam o mundo, fazendo-a admirar os mares e oceanos, mesmo com todo medo que sentia. Agora estava ali, vivendo sua própria história como nunca imaginou ou leu.

     Estava a vários metros de profundidade, em um lugar semelhante a uma caverna, com o chão de areia fina e brilhante, que reluzia em todo ambiente. O que mais chamou sua atenção foi o grande trono a sua frente e nele uma bela mulher de pele negra, cabelos pretos e lisos, e olhos marcantes. Quando a viu, Moira tentou ir até a mulher, mas foi contida por correntes feitas de água, que prendiam seus pulsos.

      –  Acredite, não está sendo fácil vê-la nesse estado, mas para garantir que me ouça, não há outro jeito – Calipso se levanta de seu trono e da alguns passos em direção a filha.

     – Oque você fez comigo?! Por que me transformou em um monstro?!

      – Nirina…

     – Não me chame assim, o meu nome é Moira, Moira Brodbeck!

      –  Mentiras não vão ajudar a acalmar a dor que está sentindo querida…

       Moira brandou sua raiva, fitando Calipso como se pedisse explicação a respeito de tudo que estava acontecendo.

     –  Eu não compreendo… como posso ser… – ela pausou, procurando palavras para sua pergunta – Por que ?

      – Por amor...se está aqui sabe  parte da estória...no entanto é tudo que sei…

      – Mentira! – Moira novamente se enfureceu e tentou desvencilhar das correntes – Você passou todo esse tempo se comunicando comigo, acompanhando todo meu crescimento na surdina. Não me venha dizer que não sabe como me tornei parte da família Brodbeck!!!

       – Quando me despedi de você e a coloquei no mar… voltei a minha casa sentido que havia perdido parte de mim, tão entristecida e magoada… eu estava tão furiosa com os humanos que perdi minha concentração, ela me mantinha estável após o parto. Então acabei passando mal e quando dei por mim você já estava nos braços da criada dos Brodbeck… Moira eu não tive escolha!

   – Escolheu me abandonar! Você, uma das deusas mais temidas de todos os tempos, simplesmente acorvadou-se diante de meras pessoas gananciosas em um futuro incerto! –  Moira conseguiu libertá -se.

     – Eu não poderia perde-la!

     – Suas ações... Eu não podia tocar o mar, você não podia se aproximar de mim, e hoje vários homens lutaram para ter os meus poderes, um deles até me matou! Então me diga Deusa Calipso… tudo que fez teve realmente alguma diferença?! – A garota usou a água para segurar o pescoço de sua mãe.

            Calipso notando as intenções de Nirina, novamente voltou a sua forma original, deixando a filha ainda mais furiosa.

    – Se eu não tivesse aprisionado seus poderes…

   – Você só precisava ter sido mãe! Calipso, o futuro sempre pode ser alterado, basta tomarmos o curso certo… – Ela olhava de um lado para o outro tentando achar a deusa – Mas no fim devo agradece-la, afinal se não fosse por você ter me largado a própria sorte no mar, eu jamais teria conhecido a minha maravilhosa família,ao qual devo minha vida.

     Entristecida, Calipso reapareceu.

      – Me perdoe Nirina, você não faz idéia o quanto eu sofri todos esses anos… Agora que estamos juntas novamente, deixe-me redimir todo meu erro com você, por favor filha.

     – Eu desprezo essa maldição em que me encontro, retire esse poder infernal de mim para sempre, eu não quero ser um monstro!

     – Não posso fazer isso! Uma vez que ele tenha retornado a você, não posso simplesmente tranca-lo em um colar novamente.  E o que você chama de monstro são apenas seus desejos, os poderes estão apenas os realizando.

  – Eu jamais quis matar o Daniel!

       – Sei que não, mas você cresceu sendo ensinada a odiar os piratas, e que a morte seria a única redenção para eles, Daniel se tornou um pirata afinal…

         Nesse instante os olhos de Moira lacrimejaram, a mulher tinha razão, ela sempre odiou piratas, achava que a forca ainda era um castigo falho para condenar os piratas por seus crimes contra a coroa. Por outro lado, nas últimas semanas sua vida se transformara completamente, não conseguia compreender suas ações.

       –  Mas eu o amo…

       – apenas parte de você minha doce criança

       – Do que você está falando? – Nirina Questionou.

      – Existe muito mais mistérios sobre nós deuses do que podemos imaginar, quando conheci Davy Jones o meu coração o escolheu, não eu… é como se ele tivesse vida própria… com você não foi diferente minha filha, mesmo sendo semi-deusa…

     – Seja mais clara por favor...

      – Parte do seu coração está com ele, enquanto a outra parte está com Jack Sparrow.

       – Q-que conversa mais absurda! – Moira passou as mãos sobre os cabelos, afoita.

       – Nunca se perguntou por que não sentia medo do mar quando estava com Jack? Seu coração o escolheu quando você ainda era um bebê.

         Uma lembrança entre borrões surgiu na mente da semi-deusa, um rosto, uma faixa vermelha e olhos penetrantes que somente o pirata possuía.       

      – Não me interessa oque meu lado deusa sente ou quer! Eu condenei um pobre rapaz a morte, um homem que até seu último momento fez tudo para proteger quem ama...para me proteger! – Moira aos prantos ajoelhou – Daniel!!!

    Calipso consumia-se por dentro ao ver a filha infeliz, aos longos dos dezoito anos, ela imaginava  o dia em que se reencontraria com Nirina, porém aquele momento nada se comparava ao que sua mente tanto sonhou. Queria consola-la, afagar seus cabelos ou até mesmo tomar-lhe a dor para si, mas não sabia se tinha esse direito, não depois de perceber que abandonar o pequeno bebê aquela noite havia sido um equívoco incorrigível. Ela ajoelhou-se frente a garota decida a ao menos tentar fazer a coisa certa.

     – Se houvesse um meio de trazê-lo novamente a vida, oque estaria disposta a fazer?

       Moira fitou sua mãe com um brilho de esperança nos olhos

       – Pode trazê-lo de volta?

       – Não, mas você pode… mas ouça atenção, para aquilo que mais se deseja, sempre há um preço a ser pago no final.

       – Nada importa, desde que o Daniel volte a viver.

      –  – –

   Depois da captura de Nirina o mar voltou a seu estado normal, assim como o redemoinho e a tempestade se dissiparam. As nuvem seguiam para o leste, revelando a assim,ainda que sorrateiro, o brilho do novo dia que se iniciava. Após a tormenta, Hector exausto perdeu a consciência e foi socorrido junto aos outros piratas feridos, deixando a capitania em cargo de Gibbs.  O imediato logo tomou a frente do leme para guiar o Pérola de volta a baía das lamentações, afim de resgatar seu capitão.

    Algum tempo depois Jack já estava a bordo e fitava o Holandês Voador se aproximando.

     – Capitão! O Carmem esta fugindo! – Alertou Gibbs.

     – Deixa ir, aquele barquinho não tem nada que nos venha a ser útil, além do mais o Pérola precisa de reparos antes de uma nova batalha.

        – Jack, oque acha que aconteceu com a semi-deusa? – Joshamme arriscou.

       – Eu não sei, mas o garoto não ressuscitaria como um feito bíblico, a menos que acontecesse com ele o mesmo que aconteceu ao Bobby – Jack caminhava pelo convés seguido de Gibbs.

       – Quem é Bobby? – Gibbs ficou intrigado.

         –  Um cão -– Jack finalizou o assunto como se tudo que havia dito fizesse algum sentido.

      Uma grande explosão na água chamou atenção de todos, os homens já assustados preparavam -se para a batalha quando o papagaio de Cotton no alto do mastro principal gritou

    “ Ahaá! Garota do mar, garota no mar ahaá”

        – Quantas vidas tem um papagaio? – Pintell olhava para cima surpreso pela ave sobreviver a mais uma aventura.

     – Ouvi dizer que são sete, assim como os gatos – Ragette pronuncia, também olhando para o céu.

     Todos ficaram apreensivos em trazer a bordo novamente a semi-deusa depois do estrago que causou, mas Jack ameaçou faze-los andar na prancha caso não obedecessem suas ordens, então os marujos se mobilizaram para resgatar a garota inconsciente no mar, com agilidade logo ela estava no convés aos braços do capitão.

       – J-Jack… – Moira balbuciou abrindo os olhos e vendo o rosto conhecido.

      – Bem vinda de volta amor – Sparrow sorriu para a jovem e foi retribuído pelo mesmo gesto.

        – Jack! – Moira deu um pulo, fazendo todos os piratas ficarem em guarda – O Daniel, ele está-

       – Na cabine – O pirata respondeu e imediatamente a viu correr em direção aos aposentos destinado aos capitães.

       Nesse mesmo instante Will e Elizabeth atravessaram a ponte até o outro navio.

     – Oque ouve? – Disse Elizabeth

— – –

     O som  da porta de entrada da cabine se abrindo não chamou a atenção do rapaz que a mantinha sob o outro lado do cômodo onde Barbossa descansava. Moira fechou a porta atrás de si e rumou até seu amigo na intenção de abraça-lo, porém conteve o impulso ao notar que algo em Daniel não existia mais. Sua mão esquerda havia sido amputada pelo cozinheiro do Pérola Negra, pois não havia outra forma de evitar uma infecção  posteriormente. Seu braço estava enfaixado com um pano, mas era evidente que precisava de cuidados.

     – Daniel… – Ela se abaixou na lateral de onde o rapaz se encontrava – Eu sei que minhas palavras de nada valem para você nesse momento mas, me perdoe Daniel, eu não consegui controlar o meu poder, a minha ira pelos piratas… você sabe que eu jamais faria mal a você – As lágrimas no rosto da jovem começavam a escorrer – Me perdoe por trazê-lo para tudo isso, eu estou tão confusa… S-se eu pudesse voltar no tempo  juro que não entraria naquele navio para ir a sua procura… Olha, v-vamos voltar a Port Royal é lá o doutor Nolan  irá tratar seus ferimentos e… Daniel olhe para mim por favor !  

      Daniel fitou a garota ajoelhada e com os olhos encharcados, porém ele não parecia triste, magoado ou qualquer  coisa do tipo, tudo que seu rosto mostrava era uma expressão gélida e indiferente.

       – Eu fracassei senhorita Brodbeck… sabe qual era o meu objetivo ao sair de Port Royal? Me tornar um pirata, mas um pirata diferente de todos os outros, um capitão capaz de escrever seu nome na história e assim...e assim retornar a cidade e leva-la comigo em meu navio para conhecer o mar é quem sabe assim perderia o medo dele – As palavras de Daniel pareciam cortar o coração da jovem como a lâmina mais afiada já forjada – Mas eu não pude ao menos protege-la, não pude vencer Barbossa e agora –  Ele fitou seu braço enfaixado – Tudo chegou ao fim, retornarei a Port Royal como você queria, voltarei para casa dos Connors como você queria, um aleijado… um aleijado como Nirina quis...

   – Meu Deus Daniel, eu sinto muito… aquele maldito poder não existe mais, prometo a você que nunca mais irei machuca-lo. Me diga, a algo que eu possa fazer para...para tentar me redimir? – Moira tentou tocar no rapaz mas ele evitou o contato.

     – Você está bem?

     – Como? Eu estou aqui implorando seu perdão e ainda se preocupa comigo?!

      – Você está bem Moira? – Daniel novamente perguntou.

      – S-sim…

      – Então nada me deve. Agora por favor me deixe sozinho.

    A jovem se levantou e seguiu para a porta, olhou mais uma vez para ele e então abandonou o local. Moira sabia que as consequências eram irreversíveis, mas a dor que lhe causava era algo que ela jamais poderia descrever.

    – – –     

     Quando saiu da cabine ela se deparou com os marujos assustados, então enxugou suas lágrimas e começou a caminhar pelo convés.

      – Ouçam-me todos! Não precisam temer, aquele infernal poder não existe mais. Tudo que vêem aqui é uma jovem, cansada, ferida e confusa assim como os senhores! Capitão Sparrow! – Ela fitou o homem na popa do navio – Peço a você um último favor, deixe-me em uma praia qualquer! como era o plano inicial...

     Jack não a respondeu, apenas via o desespero interno que a pobre moça tentava esconder de todos. De alguma forma o pirata enxergava seu interior de uma maneira que o assustava.

    – Elizabeth, Will, sinto muito... acredito que sei os motivos que os levaram a essa jornada – A jovem novamente marejava os olhos, Elizabeth abraçou a amiga.

       – Obrigada, se não fosse por você eu não teria conseguido me libertar da maldição e encontrar Will… – A loira emocionada partia o contato.

      – O importante é que você e o Daniel estão bem, vocês lutaram bravamente pelo mesmo propósito, fico feliz em ter amigos como vocês – Will também abraçou Moira.

      O brilho do sol refletia no convés junto ao som da  desintegração da baía por completo. Elizabeth e Will se entreolharam entristecidos pois era hora de ir e mais uma vez se viam obrigados a se separarem.

      – Um dia, não é muito, mas foi uma forma de agradecer vocês por tudo – Moira abriu um leve sorriso. Viu a felicidade no rosto do casal que com a permissão de Calipso, teriam mais um dia para ficarem juntos.

     – Tudo depende desse único dia… – Will olhou Elizabeth com um sorriso.

      – Bleh! Calipso sendo boazinha?  Já não se fazem deuses como antigamente– Jack vinha caminhando com seus passos desajeitados.

      – Jack… vai levá-los até um lugar seguro não é mesmo? – Elizabeth expôs

       –Ora Lizzie, pode matar mas não pode me insultar – Jack sorriu.

       – Nos veremos por aí Jack – Disse Will

        – Pode apostar que sim.

   Após se despedirem, Will e sua amada voltaram para o Holandês Voador e partiram para algum lugar  onde teriam a oportunidade de se amarem mais uma vez.     

   – – –

      Moira passou horas fitando o mar, escorada na proa do navio, o vento desalinhava seus cabelos como um toque dos anjos. Ela sorriu ao ver alguns golfinhos pularem  em bando.

    – Então não tem mais seus poderes, interessante...– Jack se aproximou, encostando-se na amurada.

     – Exatamente Jack, estou livre… – Ela o fitou.

      – E o colar? – O objeto estava pendurado em seu pescoço, pois quando Sparrow se jogou no mar junto a moça, ele o deixou com ela

      – Uma lembrança… – Ela sorriu – Sabe capitão, durante essa aventura todos revelaram seus propósitos,Barbossa queria o controle do mar, Will e Elizabeth ficarem juntos, Daniel me proteger e Morgan me destruir. Já você… por que não me deixou na praia se sabia exatamente o fardo que carregaria me mantendo em seu navio?

       – Mô – Ele se aproximou devagar – Honestamente não tenho a mínima ideia, mas posso garantir que cada momento foi inegavelmente inebriante… – um sorriso atraente se formou naqueles lábios que tanto chamavam a atenção da moça.

      – Tenho algo para você – Moira mudou o foco. Retirou da lateral de seu quadril um mapa que estava preso a seu sinto. – pegue

      – O mapa! Como conseguiu? – Jack abriu o mapa arredondado.

          – Pirata – Eles sorriram – Mas não vejo por que tanto interesse nele.

           – Já ouviu falar na fonte da juventude? -– O capitão expôs. A jovem revirou  os olhos com as palavras ouvidas.  Nao acredita nao é? Embora isso não me surpreenda – Ele enrolou o mapa novamente – E como foi o reencontro familiar?

       – Cada coisa há seu tempo… – Moira virou-se de costas para Jack, enquanto fitava o horizonte – Ainda não consigo compreender o amor que ela diz sentir, se amamos alguém, por que deixa-lo ir?

      – Por que é justo – Quando o homem respondeu, a garota rapidamente o fitou –   Estarmos perto nem sempre fará bem a quem amamos – Jack fez uma expressão estranha  após notar o sentimentalismo em suas palavras.

         – Terra a vista! –  Gritou um marujo.

    – Esta é uma rota mercante, logo

aparecerá um navio onde poderão barganhar duas passagens para Port Royal, eu os levaria até lá, mas creio que a minha presença a cidade não agradaria alguns fantasmas do passado ou o comodoro Brodbeck – Sorriu

      – Obrigada Jack… – Moira tentou abraçar o capitão mas ele a interrompeu.

      –  Não me dou muito bem com abraços e despedidas – Ele sorriu mostrando seus dentes amarelos.

     Moira então sorriu e deu as costas para ele indo para a escada. Jack tentou controlar seu desejo, mas já havia mantido auto controle por tempo demais. Sem mais delongas o pirata a puxou pelo braço e a beijou, foi correspondido com um beijo cheio de sentimentos, sua pele arrepiou e a sensação que sentiu quando a viu pela primeira vez, novamente invadia seu ser. A jovem por sua vez sentia que seu coração podia explodir a qualquer momento, aquele beijo que lhe roubava o ar ficaria guardado em sua memória para sempre.

      – Sempre quis fazer isso… – Disse Jack ainda envolvendo Moira em seus braços.

        – Jack nós... nos veremos novamente?

       – O futuro é imprevisível senhorita Jones  – Eles então se afastaram e ela desceu as escadas.

        No convés Daniel assistia toda a cena de romance entre sua amada e o capitão, no fundo o rapaz  sabia  que o coração de Moira a muito estava  comprometido ao rival. Mas por hora pretendia guardar seu sofrimento somente para si.  

      Enquanto Jack descia ele notou o olhar do rapaz para ele então franziu a sobrancelha.

       – Moira espera! Uma pistola – Ele entregou a arma para a garota.

         – Mas por que ?

     – Caso ele te der algum trabalho, procure não errar, só há uma única bala.

      – Não é ela que vai precisar Sparrow – Daniel expôs. Seu tom de voz soou entranho, suas palavras foram quase como uma insinuação. Porém o pirata não retrucou.

        Moira se despediu  de Gibbs com um abraço e desceu para o bote  junto a Daniel, ela sentiu que suas pálpebras começavam a arder, mas respirou fundo para conter o choro, então começou a remar.

    – – –

 Assim como Sparrow havia dito, aquela pequena ilha se situava em uma rota comercial, e no fim daquele dia, quando o sol desaparecia ao longe, um navio mercante apontou, e ao anoitecer a embarcação atracou para um resgate. O rosto de Moira estava espelhado em cartazes em vários portos, sendo assim o capitão a reconheceu de imediato e os levou a bordo de seu navio.

         Em uma sala abaixo do convés os jovens esperavam a chegada a Port Royal, Moira em silêncio observava o amigo, ciente do que havia feito para que ele voltasse a viver e de que havia um preço a ser pago. Mas nada era mais importante para ela do que vê-lo bem, ainda que aquele silêncio entre eles a incomodasse.

      – Quanto tempo mais sem nos falarmos? – A garota iniciou.

     – Me perdoe, não consigo parar de pensar que por um instante em meio a isso tudo, eu pensei ter descoberto minha origem, mesmo sendo difícil de acreditar…

    – Olha Daniel, realmente isso importa? Você foi criado com tanto carinho pelo sr. e  Sra. Connor, eles te deram a oportunidade de ter uma família, e se não queriam  que saísse de Port Royal talvez fosse por medo de não vê-lo mais… eles sabem o filho corajoso e aventureiro que tem. E te amam muito – A jovem sorriu de leve.

     – Como se sente tendo duas famílias?

    – Minha família são aqueles que me acolheram no momento onde mais precisei. Os Brodbecks e você são tudo que tenho.

      Daniel curvou os lábios pela primeira vez desde que reencontrou com Moira. Novamente ambos ficaram em silêncio. O rapaz tinha tantas perguntas para a garota, mas havia uma que assolava sua mente com mais intensidade.

     – Por que você veio? Sei que queria ficar, com ele... – Daniel iniciou, causando espanto a ela.

     –Não Daniel, este é o único lugar do mundo onde eu quero está, com você… – Ambos sorriram.

         A incerteza de que as palavras ouvidas não eram verdadeiras pairavam a mente do pirata, pois temia que a decisão de sua amada fosse por pena ou remorso.

      Eles fitaram um ao outro por alguns segundos até que Daniel notou algo diferente na garota.

         – Moira onde está…

    – – –

         O Pérola Negra seguia para Tortuga, os piratas acharam mais que merecido se afogarem em rum e meretrizes, depois de tudo que passaram, e também precisavam comprar materiais para restaurar o navio de velas negras.

         Sparrow conduzia a embarcação sobre os olhos curiosos de seu imediato.

  – Jack me responda uma coisa, porque a deixou? Tem sentimentos por ela e não negue.

   – Sabe Gibbs, piratas não criam elos, não se prendem ao imaterial, vivem cercados de rum e mulheres salgadas e nunca sabem quando será seu último momento... Moira não pertence a esse mundo, poderia mas não o quis – Jack olhou para a lua que estava bem clara aquela noite e então fitou Gibbs que ainda parecia decepcionado – Mas garanto a você que nossa aventura não foi de todo um infortúnio – Jack retirou do bolso o colar de prata com o pingente de pedra azul.

     – Jack, o coração! Como enganou a semi-deusa?!

      – Sou um pirata amigo, savvy?

     


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Notas finais do capítulo

Calma que tem o Epilogo ;D



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