Piratas do Caribe E o coração de Nirina escrita por Capitã Nana


Capítulo 15
Baía das lamentações


Notas iniciais do capítulo

Olá damas e cavalheiros!

Aliás, fico me perguntando se tem algum cavalheiro entre os leitores fantasmas da fic kkkkkkkk

DUAS RECOMENDAÇÕES! *Abre a champanhe*

Meu Deus, é um prazer inenarrável saber que minha fanfic agradou tanto essas duas lindas, a ponto de recomendarem ela ♥
Meu muitíssimos obrigada, prometo me esforçar bastante para essa fanfic valer cada palavra escrita na recomendações de vocês.

OBS: Capítulo grande eu sei, juntei os ultimos dois que já havia escrito, espero que não achem a leitura cansativa.


Boa leitura!



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   Horas se passaram desde a última batalha que enfrentaram, e mesmo com muitos feridos, o Holandês Voador e o Pérola Negra continuavam a navegar a todo pano. Muitas dúvidas foram criadas na mente de cada marujo, dentre elas, como fora possível os jovens sobreviverem a onda gigante. Era certo para eles que Daniel era um semideus, mas até então um semideus sem poderes e tendo ele negado a participação de Calipso, tornava-se tudo ainda mais complexo. Mas em geral parecia  está tranquilo nas embarcações, entretanto...

 

         No Holandês

 

        Daniel passou a maior parte do tempo evitando contato com a tripulação e sentado à beira da amurada, seus pensamentos pareciam distantes e preocupados. O rapaz nunca acreditou de fato ser a  criança da profecia, mas com a conclusão precipitada de Barbossa e outros, sentiu que isso o ajudaria a ganhar tempo para arquitetar um plano a fim de salvar Moira e pegar o colar para si. Entretanto, agora que havia descoberto a verdade sobre sua preciosa amiga, ele estava confuso. Era apenas questão  de tempo  até que os capitães notassem que Daniel era uma farsa, e ele nada tinha em mente para virar o jogo a seu favor.

      O que mais castigava o jovem rapaz era não conseguir encaixar as peças daquele quebra cabeça. Heloísa havia dito ao filho que trabalhava para a família Brodbeck, antes mesmo do nascimento de Moira. Mas nunca mencionou o fato da menina ser adotada ou algo semelhante. Embora falar a verdade não fosse algo que a mulher fizesse com frequência.

        Daniel revirou os olhos ao lembrar sobre seu passado escondido. Certa vez, ela chegou a comentar o quanto a senhora Brodbeck ficava encantadora em suas gestações e agora nada mais fazia sentido. Mais do que nunca, o jovem desejava retornar a Port Royal para obter respostas. Porém já havia ido longe demais e tudo que lhe restara no momento era assegurar-se que Moira ficaria bem.

    – Podemos conversar? – Will se aproximou tirando o rapaz de seus pensamentos enigmáticos.

    –  Se quer o colar terá que entrar na disputa junto a esses malditos capitães. Não pense que nossa amizade lhe dará algum benefício. – Daniel respondeu com indiferença. Não estava com raiva de William, mas desapontado por descobrir no último momento que seu amigo também tinha interesse no colar e que pretendia usá-lo para obter o objeto místico.

      – Eu sei que está chateado. Me perdoe Daniel... – Will ponderou alguns instantes. Sabia o quanto havia sido desonesto com o amigo, mas agora pretendia reparar o erro cometido. – Garanto a você que não é o poder dos mares e oceanos que me interessa. Minhas intenções são unicamente por amor.

      Nesse instante, o jovem curioso fitou o outro.

      – Amor?

      – Sim...
        

 

            No Pérola

 

        Jack estava sentado em uma cadeira com os pés apoiados sobre a mesa. Pensativo girava o cordão que prendia sua bússola que agora apontava para o Holandês Voador. Era evidente que o capitão não tinha mais interesse algum no navio fantasma entretanto, havia alguém a bordo da embarcação que pairava em seus pensamentos a algum tempo.

      Gibbs analisava o mapa arredondado a fim de confirmar se estavam no curso certo. O velho imediato estava afoito para ver o fim daquela aventura, não por conta do colar já que isso não lhe interessava tanto. Mas sim porque queria saber o que Jack faria a respeito dos sentimentos que negava a si próprio.

      – Sinto o cheiro de algo ruim se aproximando. – Gibbs propõe.

      – Barbossa – Jack fez uma expressão contrariada. Antes que Gibbs pudesse questionar algo, o homem de barba grisalha adentrou a cabine.

        – Sem comida, água ou rum. Espero que nossa rota esteja certa Sparrow ou não me importarei em mandá-lo para morte novamente.

        – Veja com seus próprios olhos, amigo. – Jack jogou a bússola para o outro capitão que a pegou em seguida. Porém Barbossa fitou o objeto sem abri-lo e então o colocou sobre a mesa com certa irritação. – Oh! Então ter o domínio dos mares não é o maior desejo do sanguinário capitão Barbossa... Estou curioso.

      – Vê-lo fora do meu caminho de uma vez por todas, Jack Sparrow.– O homem de barba grisalha replicou revirando os olhos em seguida.

     – Tamanha conversa fiada capitão, se esse fosse o motivo já teria o feito. Mas ao contrário disso estou aqui... Vivo. – Jack sorriu – Então devo entender que o senhor já não é tão cruel como antes ou está mentindo. Façam suas apostas!

      Joshamme apenas observava a conversa entre os capitães.

      – Jack, Jack... Lembra-se do motivo que pelo qual não matei o garoto naquela ilha? O mesmo aplica-se a você. – Barbossa pegou uma maçã verde de um pequeno cesto de frutas que estava sobre a mesa – Depois que eu tiver o colar em minhas mãos todos vocês serão mortos, inclusive o semideus – Ele mordeu a fruta que já estava um pouco murcha e seu gosto nada agradável fez com que o pirata retorcesse os lábios.
         
      – Ideia pouco inteligente para um futuro rei dos mares. – Jack disse em desdém já esperando que Barbossa pedisse por maiores explicações, e a expressão do homem abria espaço para que ele prosseguisse como desejava. – Bem, matando o rapaz, o senhor terá que lidar com o poder feroz e indomável de Calipso que ainda será a dona majoritária dos mares e oceanos. O que causaria sua morte sem dúvidas. Deixando-o viver, mas matando sua amada, seria pouco cruel e tal feito também resultaria em sua morte. Uma vez que o garoto ainda tenha parte de seus poderes e a proteção da deusa. Então nesse caso, sugiro que se preocupe com Elizabeth e a tripulação do escocês voador, eles sim serão um infortúnio para vossa alteza.

      Barbossa arqueou a sobrancelha ao analisar as palavras do capitão a sua frente. Estava certo que Jack mais uma vez tentava persuadir a seu favor, entretanto, Hector não pretendia participar dos planos de Sparrow mais uma vez.

       – Todos. Mortos. – Hector gargalhou e caminhou para fora da cabine deixando Jack contrariado.

        – Maldição...

 

        No Holandês

 

    – Não posso deixar que vá! Elizabeth, é muito arriscado! Escute, contei ao Daniel sobre nossos planos e ele disse que irá nos ajudar. – Will mantinha suas mãos firmes nos braços cobertos de sua amada.

       – Daniel?! Tsc... Ele prometeu o colar a Barbossa, por que acha que não nos trairia?

        – Porque ele é um pirata. O fato de ter feito um trato com Barbossa não significa que vai cumpri-lo. Confio nele...

      Elizabeth se soltou das mãos do pirata e fitou um canto qualquer da embarcação.

        – Novamente fazendo escolhas sem mim...

       – Eu só achei que fosse o melhor para nós. – Will tentou tocar o rosto da loira, mas ela recuou.

       – Vou desembarcar naquela ilha e trarei o colar William Turner. – Elizabeth concluiu com expressão séria e deu as costas para Will seguindo a diante.

       –Elizabeth!

 

           No Pérola

 

       Como as embarcações navegavam lado a lado, Daniel subiu ao mezena e agarrado a uma corda saltou para o Pérola sem que ninguém notasse. Assim que chegou ao navio, avistou Jack saindo da cabine seguido de Gibbs e então rumou até eles.

        – Sparrow!

         –  Senhor Jones – Jack fez uma reverência com as mãos. O garoto não gostou do sobrenome dado a ele, mas preferiu não replicar.

         – Preciso da sua ajuda.

         – Minha ajuda?

         – Sim. Moira, Will e Elizabeth confiaram em você.

          – E mesmo assim os trai, por que acha que com você será diferente?

          – Porque eu tenho o que você quer.

           – Não. O que você diz ter não é o que realmente tem, porque se realmente tivesse não estaria aqui. Estaria? Claro que não estaria. Não poderia estar aqui, portanto você não tem o que quero savvy?. – Jack disse enquanto articulava suas mãos. O mais novo parecia um pouco perdido com as palavras do pirata, mas procurou manter o foco em seu objetivo inicial. Porém Sparrow não parecia interessado no que o outro tinha a dizer, pois em passos desajeitados seguia entre os marujos pelo convés.

      – Droga! – Daniel respirou pesadamente enquanto passava as mãos nos cabelos. Aquele maldito pirata era sua última esperança embora ainda tivesse dúvidas se estava fazendo a coisa certa.

      – Hey garoto, parece que Jack não simpatiza nenhum pouco com você. – Disse Gibbs sorrindo.

     – Não me importa o que ele pensa a meu respeito. Eu só queria negociar a segurança da senhorita Brodbeck, ela confiava nele, talvez tivesse um bom motivo para isso já que sempre desconfiou de todos. – Daniel observava o astuto capitão novamente entrar em conflito com Barbossa frente ao leme.

     – Tolice. Creio que não será necessário pedir isso a ele. – Comentou Gibbs pousando sua mão direita no ombro do rapaz. Ele fitou o imediato de Sparrow em silêncio, apenas perguntando a si mesmo o que Gibbs teria insinuado ao dizer tais palavras.
      

           No Holandês

        Já havia perdido as contas de quantas vezes esteve tão próxima de seu corpo, sentindo aquele calor emanar e o aroma de rum lhe anestesiar lentamente. Aqueles olhos escuros focados nos seus e os lábios entreabertos  já não podiam ser evitados, pois o desejo no seu ser era maior do que qualquer resistência que tenha criado no longo dos dias em que esteve em alto mar em sua companhia. Jack lentamente tomara os lábios da jovem para si, saboreando cada segundo e explorando toda a boca quente e úmida de Moira. O coração dela palpitava de maneira intensa que quase a sufocava, mas não queria parar o beijo de Jack, pois ele era infinitamente seu maior desejo no mar.

       – Sempre quis fazer isso... – O pirata sussurrou com um sorriso
 

      – JACK! – Moira ergueu o corpo rapidamente e com os olhos arregalados vasculhou o ambiente em que se encontrara, notando por fim que estava na cabine do Holandês. Jogou-se novamente sobre os lençóis abarrotados permitindo- se relaxar ao ver que tudo não havia passado de um sonho qualquer – Espera! – Ela se sentou outra vez quando a realidade assolou em sua mente. A maioria de seus sonhos eram prelúdios do que viria a acontecer no futuro. – Não posso beijar o Jack!

        De pressa ela levantou calçou suas botas, pegou seus pertences sobre um piano velho e abandonou a cabine em seguida. Fez uma careta ao ter contato com a luz solar em seu rosto, porém continuou a caminhar ignorando os piratas que perguntavam como ela estava se sentindo. Foi até a lateral oposta de onde estava e viu o navio de velas negras, logo procurou pelo seu capitão o  mais rápido que pode, então de repente foi surpreendida pelo timbre do mesmo.

      – Oe Brodbeck! – Jack acenava despreocupadamente.

      – Sparrow a bússola! Preciso da bússola agora! – A garota exclamou sem explicar nada ao pirata.

       Ele fez uma expressão pensativa mas não criou maiores problemas, jogou o apetrecho de navegação em direção ao outro navio e a garota com destreza o pegou. Moira fechou os olhos com força e abriu a bússola, em seguida, olhou para onde o objeto apontava e ficou incrédula.

      – Pelos deuses... – Assustada fechou a bússola e voltou a fitar o Pérola Negra percebendo que Daniel agora estava ao lado de Jack sorrindo por vê-la desperta. Nada estava fazendo sentido em sua cabeça então apenas se afastou da amurada sem retribuir o sorriso do amigo. Ele estava ali, então seria Daniel seu maior desejo na vida? Embora essa explicação seria a mais plausível afinal de contas, não fora Daniel o motivo de sua partida?

      Enquanto se distraía em seus devaneios, Will vinha em sua direção quando o  navio colidiu  bruscamente com algo levando alguns tripulantes ao piso encardido de madeira. Turner correu  para ajudar a moça a ficar de pé, quando de repente notou algo cair da roupa dela.

        – Onde encontrou isso? – Ele perguntou vendo a caixinha de música prateada semiaberta tocando a calma melodia.

       – Eu... – Moira se abaixou e pegou o objeto fechando-o em seguida – Eu o achei no Baú de Jones... Na verdade e-

       – William! – Bootstrap o gritou a frente do leme. O homem fitou mais alguns segundos a garota e então foi de encontro a seu pai.

      
                No Pérola

 

        Agitados os piratas procuravam saber no que ambos os navios haviam batido, porém sem sucesso.

      – Será que batemos em um recife? – Daniel apoiava seu copo na lateral do navio enquanto olhava para baixo na esperança de ver algo.

        – Há essa altura no mar e sem qualquer visão de terra? Pouco provável eu diria. – Responde Joshamme.

       – Creio está errado mestre Gibbs – Barbossa sorria vendo uma espécie de campo protetor desaparecer, revelando uma gigantesca ilha surgir ao norte.
  
       – Baía das lamentações... – Jack fitou a garota no Holandês. Sendo correspondido pelo mesmo ato.

         Finalmente os aventureiros piratas estavam a poucos metros da terra firme. E agora teriam que se preparar para a verdadeira batalha. Cada pirata ali presente tinha seus próprios planos para o colar tão almejado.
  
            – – –

       Os botes chegaram à costa com ambas as tripulações. Os homens estavam apreensivos, não notavam nada incomum a princípio, entretanto, isso não era motivo para achar que estavam livres de quaisquer perigo naquele pedaço de terra esquecido por Deus. O semblante de Barbossa mostrava o quanto estava contente em superar as barreiras postas pela Deusa.

       Durante o trajeto até a praia Moira e Daniel apenas trocavam olhares. Era incomum esse comportamento entre os amigos,  mas Moira sentiu que por algum motivo o rapaz a evitava. Porém, naquele momento não teriam tempo para discutir sobre seja lá oque fosse que preocupava ele. Daniel por sua vez sentia-se incomodado com a distância entre eles, mas se fazia preciso. Temia que Moira se lembrasse do que ouve dentro do mar e colocasse sua vida em perigo. Optou então evitar aproximações que dariam inícios a perguntas ou lembranças.

     – Então essa é a Baía das Lamentações? Não me parece grande coisa. – Daniel comentou fitando as rochas e a floresta logo à frente.

     – Que nem você. Não subestime Calipso. – Jack retrucou ao lado do rapaz que apenas fitou o capitão sem maior intenção de continuar o diálogo.
    
    – Ela não deixaria aqui algo tão valioso se não tivesse certeza de que estaria seguro. – Disse Elizabeth com o semblante preocupado. Deixou-se do Holandês ainda magoada com Will e mesmo sabendo que se falhasse na busca do colar também perderia a chance de estar com ele, a mulher não voltou atrás em sua decisão de ir  junto com parte da tripulação do navio fantasma para a ilha misteriosa.

  – Está prestes a anoitecer. É melhor seguirmos. – Moira começou a caminhar pela areia com os outros fitando os rochedos que teriam que subir até entrarem na floresta. Jack tomou a liderança subindo primeiro e em uma tentativa de reaproximação estendeu a mão para ajudar ela a subir, mas a garota o ignorou friamente. Ele não poderia culpá-la por está indiferente, mas não pretendia desistir. Fez uma de suas expressões estranhas e continuou seu caminho.

      Quando todos subiram alguns subordinados cessaram os passos assustados.

       – O que as senhoritas estão esperando? – Barbossa ironizou.

      – S-senhor... e se for verdade tudo que dizem sobre a Baía? – Um dos homens tremia ao imaginar o quão perigoso era aquele lugar.

          Hector revirou os olhos decepcionado com a covardia do marujo. Então pegou sua pistola e atirou nele, o ferindo mortalmente. Moira tapou a boca abafando o grito de espanto com a frieza do pirata em matar um dos seus.

       – Mais alguém?

       – N-não s-senhor c-capitão...

       – Continuem andando ratos imundos! – Com a ordem de Barbossa todos continuaram a seguir pela  mata.

       A floresta apresentava vegetação densa e repleta de aranhas, cobras e outras espécies de insetos e animais. Moira estremeceu ao ver os bichos, pois não estava acostuma com aquilo e por mais que a aventura tenha a feito amadurecer, ainda existia dentro dela a jovem delicada dama de Port Royal.
Durante o trajeto acenderam tochas para ajudar na visualização do local com pouco acesso a luz solar. Seguiram por uma gruta que de suas rochas minavam água límpida na tonalidade azul turquesa

      – É lindo... – A garota de olhos azuis apreciava a gruta com um sorriso no rosto. As águas refletiam nas paredes criando formas abstratas incríveis.

     – Ouviram isso? – Daniel parou atento.

       – O que foi? Não ouço nada – Elizabeth olhava de um lado para o outro.

      – Shhh quietos... – Ordenou Hector.

       Todos permaneceram parados e em  silêncio. Uns ouviam ruídos estranhos enquanto outros apenas esperavam  novas ordens. De repente as rochas se romperam e uma grande quantidade de água doce atingiu todo o bando, os empurrando por duas passagens distintas da gruta. Tentavam segurar nas pedras, mas a pressão da água era muito forte para resistirem.

     Depois de alguns minutos Jack, Barbossa, Bootstrap, Moira, Ragette e outros marujos foram jogados para fora da gruta em uma área ainda não explorada por eles.

     – Cof, cof. M-mas o que foi isso? – Moira tentava levantar retirando os cabelos molhados do rosto.

     – Nunca me senti tão limpo. – Jack estava de braços abertos fitando o céu, então rolou na areia ficando de barriga para baixo para apoiar as mãos nela quando avistou um navio ao longe.

         – Temos companhia! – Ragette exclamou alertando-os.

  – Capitão, o navio! – Um dos homens apontou para a embarcação.

        – Quem foi o salafrário, maldito, miserável que ousa a chegar aqui antes de nós? Por Calipso, juro que não terei misericórdia! – Barbossa empunhou sua espada, irritado.
         
       –  Então vire-se  e encare seu adversário. – Uma voz grave e com sotaque arrastado foi ouvida pelos piratas.

       – Essa voz?... – Jack levantou rapidamente e fitou o homem acompanhado de vários bucaneiros. O pirata arregalou os olhos e fez uma expressão de espanto. – Corsário Morgan?

       – N-não é possível... – Moira assustada encolhia-se atrás de Bootstrap. Hector notou o medo da jovem mas não se pronunciou.  Lembranças daquela noite em Tortuga apareceram na  mente dela, e o medo tomou conta de seu interior.

          – Pensou que sairia impune dessa, não é mesmo Jack Sparrow ? – O corsário sorria passando os dedos na lâmina afiada de sua espada.

        – Capitão. – Corrigiu.

        – Que seja. Homens... – O bando de Morgan apontaram suas pistolas para Jack e os outros.

       – Um momento! Se o quer, mate-o. – Barbossa sugeriu e logo teve os olhos de Jack sobre si. – Mas poupe a mim e a tripulação. Garanto que não terá nenhuma intervenção, afinal defender Sparrow não é uma causa pela qual eu pretenda morrer.

        Jack queria novamente enfiar uma bala no peito de Hector. Não que esperasse que ele o  defendesse, mas o velho capitão poderia no mínimo manter-se calado.

        – Senhores... Creio que deve está havendo algum mal entendido, talvez se conversarmos  a respeit- – Jack engoliu suas palavras assim que uma bala de pistola passou zumbido próximo a seu ouvido. Morgan abriu um sorriso após assoprar a fumaça do cano de sua arma. – Parolá?       
      
Os bucaneiros pegaram Jack pelos braços e o arrastaram até o corsário. O homem olhou nos olhos de Sparrow refletindo todo seu ódio ao pirata e a menina.

      – Onde está a garota?

      – Não está aqui pelo coração? – Jack mostrou-se curioso. Não esperava que Morgan ainda tivesse planos para Moira.

        – Não me interessa essas lendas de deuses pagãos. O único motivo de eu ter vindo até essa maldita baía foi para mandar você e aquela vadia para o inferno. Agora me diga onde está a garota?! –Morgan juntou seu punho ao nariz de Jack. O capitão colocou a mão sobre a região atingida na esperança falha de conter a dor, mas permaneceu firme em silêncio, então o homem novamente apontou sua pistola para ele e dessa vez não pretendia errar. Mas então notou que na cintura do rival havia algo que poderia lhe ser útil. Puxou e então percebeu que era um mapa arredondado.

        Hector incrédulo arregalou os olhos, o mapa uma vez roubado por Jack estava agora em posse do maldito corsário.

       – Maldito seja... Morgan, preciso desse mapa! – Gritou. O homem fitou o outro com indiferença.

       – Já ouvi sobre esse mapa capitão Barbossa, ele nos leva a destinos inimagináveis. O item em questão não está à venda ou troca. Vamos homem, tragam Sparrow! – Ele deu as costas ao outros.

       – Talvez eu esteja em posse de algo que lhe interessa muito senhor corsário. – Barbossa sorriu quando notou o homem parar e voltar sua atenção a ele.

      – E o que seria?

       – Ela! – Hector puxou a garota pelo braço a revelando para Morgan e seu bando – Caso seja quem procura é claro.

        – Barbossa seu miserável! – Moira tentou se safar das mãos do pirata, mas não conseguiu.

       – Você... – Os olhos de Morgan estavam brilhando ao ver que finalmente havia encontrado a garota.

       – Temos um acordo então? Ou posso matá-la arruinando assim a sua vingança? – Barbossa sorriu ciente de sua vitória.  O capitão de dreads tentou soltar-se dos bucaneiros, mas fracassou.

         – Pegue! – Morgan jogou o mapa para Barbossa enquanto ele empurrou Moira para os bucaneiros. Eles a levaram até o corsário que ria de forma assustadora. – Finalmente... – ele a segurou pelo queixo, fitando os olhos assustados e a boca rosada – Prendam-na! – Ordenou. Morgan fitou Barbossa uma última vez antes de seguir com seus homens em direção oposta aos outros.

        – Precisamos fazer alguma coisa. – Disse Bootstrap.

       – Se Sparrow e a menina foram tolos o bastante para cruzarem o caminho do corsário Morgan, não é problema nosso... – Barbossa enrolou o mapa e colocou em sua cintura – O colar nos espera. Vamos embora!
                
       
             Contra suas vontades os piratas seguiram a diante. Moira e Jack agora estavam à mercê de Morgan e seus patifes e sem qualquer prelúdio do futuro que os aguardavam. O corsário estava obcecado em sua vingança e nada o faria ter clemência. Talvez  Gibbs e os outros aparecessem para salvá-los, porém nem se quer sabiam se ainda estavam vivos. Poucas opções comparado a sede se sangue que emanava entre o bando inimigo.


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Notas finais do capítulo

Amores AINDA NÃO TENHO CERTEZA mas, acredito que o proximo cap. será dedicado a Sparrowbeck