No Amor e na Guerra escrita por Sheilinha


Capítulo 4
EPILOGO - Após a guerra


Notas iniciais do capítulo

Sim, sim, sim o epilogo já saiu não é uma miragem !!!!

Vivi obrigado por betar, obrigado a todos que leram e obrigado a todos que comentaram.

Dedico este capítulo a linda Haleth Jhaeion que curtiu cada capítulo tanto quanto eu curti em escrevê-los, muito obrigado pelo carinho!



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Epílogo

Com o fim da guerra, os prisioneiros finalmente foram libertados. Ikki, após longos anos de cativeiro teve a tão sonhada liberdade e durante estes quatro anos ele pensou muito em sua vida, em seu pai, em sua família e em Hyoga... estaria o loiro soviético lhe esperando durante tanto tempo?

Ikki sentia que algo não estava bem, quando pegou o navio que levaria os ex-prisioneiros de guerra para o Japão sentia o olhar de pesar das pessoas, mas achava que era apenas por ele ser um ex-prisioneiro e ter passado tantos anos preso.

Ikki desembarcou no porto de Tóquio e seguiu para Hiroshima, sua cidade natal, pegou carona com um senhor que estava indo para aqueles lados levando mantimentos, o ex-prisioneiro sabia apenas que enfrentaria o pai, estava disposto a recomeçar a vida em outro lugar, procuraria Hyoga e seria feliz com seu anjo de gelo.

Quando saiu dos seus devaneios Ikki percebeu que o caminho estava diferente, muito diferente. - Senhor, estamos indo para Hiroshima? Não me lembro desse caminho.

– Sim, meu jovem, estamos indo para Hiroshima... ou o que sobrou dela. - Finalizou o homem sem dar maiores explicações.

A sensação de aperto no peito e nó na garganta se avolumava.

Quando o jovem chegou ao local em que deveria estar sua casa, as lágrimas não paravam de cair.

Não havia mais nada ali, apenas destruição. Todo o quarteirão havia sumido, dizimado, Ikki nunca pensou que o ser humano fosse capaz de algo assim, ele sofreu muito no campo de prisioneiros, mas todos diziam que os alemães faziam muito pior com os seus prisioneiros e com os judeus.

Mas nada, nada no mundo poderia preparar Ikki para aquilo, não só sua família havia morrido como seus vizinhos, amigos de infância não restava nada ali. Ajoelhado no chão Ikki chorava sua dor quando sentiu que alguém se aproximava, mas Ikki não se virou para ver quem era, estava envolvido com sua dor.

– Ikki? Irmão é você? - Uma doce voz o chamou.

– Shun? - Ikki virou e viu seu irmão caçula a sua frente, seria uma miragem, um milagre?

Os irmãos se abraçaram Shun contou a Ikki que estava na escola quando a bomba explodiu, que ele havia se abaixado para pegar um lápis que caiu no chão quando tudo aconteceu, alguns amigos deixaram de existir desapareceram ali mesmo, quando ele se levantou tudo estava acabado, Shun não sabia dizer se havia desmaiado ou quanto tempo levou até que ele conseguiu sair da escola e seguir para sua casa, mas não havia mais casa, tudo acabara, desintegrara, sumira.*

– Eu achei que estava só no mundo, irmão, fiquei com tanto medo, mas agora você voltou, e eu não estou mais só no mundo. - Shun emocionado abraçou o irmão.

– Não, Shun você não está sozinho, agora somos eu e você vamos recomeçar, de um jeito ou de outro, vamos recomeçar. - Ikki correspondeu ao abraço, sentia vontade de ir atrás de Hyoga, mas o que ofereceria a ele? Que vida poderia oferecer? Isso sem contar que não sabia se Hyoga estava vivo, se estava em uma fortaleza impenetrável agora, ou se teria ido para França seguindo aqueles dois malucos do Milo e do Camus.

Lembrava-se dos momentos na cabana e apesar de tudo foram os momentos mais felizes de sua vida.

– Vamos recomeçar, Shun. - falou saindo do seu devaneio.

Ajoelhados no local onde existia sua casa, Shun e Ikki fizeram uma oração aos pais mortos, Ikki havia voltado vivo, mas o pai não vivera para ver seu regresso.

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– Camus, esse rapaz é perfeito, me lembra tanto você quando começou. - Falava Afrodite, ele havia cuidado de Hyoga desde que Camus o enviara da guerra, Dite cuidou dele com o carinho que Camus pediu, e não demorou para Hyoga tomar gosto pelo teatro e Afrodite perceber que o rapaz tinha aptidão para a dança e agora, quatro anos depois, o rapaz ensaiava o Lago do Cisne, era a atração principal da casa de espetáculos que estava retomando às atividades com força total após a guerra.

– Ele é infinitamente melhor que eu, Dite! Olha os movimentos dele, são leves e precisos, isso sem contar como ele evolui a cada dia... é impressionante. - Comentou Camus assistindo aos ensaios.

– Ninguém é melhor que você, meu amor. - A voz de Milo surgiu atrás deles enquanto o loiro abraçava o ruivo por trás, beijando seu pescoço.

– Milo, por favor, contenha-se, - Pediu Camus bravo, se soltando do abraço.

Milo e Afrodite riram.

– Estamos entre amigos, e eu lutei nessa maldita guerra para termos a liberdade de fazer isso: nos beijarmos quando e onde quisermos. - Falou Milo sério.

– Meu amor, temo que esse dia esteja bem longe. - Camus falou acariciando o rosto de Milo.

– Pode ser, mas não aqui e não agora. - Milo falou entrelaçando os braços na cintura de Camus e tomando sua boca num beijo quente.

Afrodite sorriu e os deixou a sós.

Ele foi ter com seu amado Matteu, que chegará da Itália onde havia lutado contra os nazistas.

– Esse espetáculo será perfeito! Todos estão comentando sobre isso! - Falou Matteu.

Após um dia de exaustivo ensaio, Hyoga foi descansar.

– Pelos Deuses, estou exausto! Afrodite e Camus estão tirando meu coro. - Hyoga comentou com o amigo Mu, que cuidava dos figurinos do teatro.

– Eles sabem do seu potencial, por isso cobram tanto. Mas você não pode reclamar, nunca o vi sair, ou se divertir, não tem ninguém Hyoga, nem uma namorada ou um namorado? - Rebateu Mu.

– Namorado, Mu. - Explicou Hyoga, - Estou esperando, Mu... ele prometeu que viria a mim e eu estou esperando.

– Sim, o jovem galante da cabana. - Mu sorriu, - Se ele não tiver sobrevivido a guerra Hyoga, o que vai fazer?

– Se ele não voltar eu vou morrer só, Mu, simples assim. - Tornou Hyoga.

Mu entendia o que o jovem russo falava, seu grande amor também havia partido, Aldebaran teve ordem de voltar ao Brasil, mas prometeu que voltaria para ele, e a Mu também só cabia esperar.

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A noite do espetáculo chegou.

A casa estava cheia, a vida boêmia de Paris começava a voltar aos eixos.

Camus e Hyoga se apresentavam no palco junto com outros bailarinos e bailarinas, mas Hyoga era o bailarino principal, Camus e Afrodite fizeram questão disso, visto o talento nato do jovem russo.

Milo assistia a tudo hipnotizado quando seu ruivo fazia movimentos graciosos no palco, quando Hyoga começou seu solo do lago do cisne, Milo sentiu a presença de alguém ao seu lado.

– Seu Camus dança muito bem, mas o Hyoga ele sim é um anjo. - Falou Ikki emocionado com os olhos marejados.

Milo olhou para Ikki e sorriu. Viu que o rapaz estava acompanhado de outro jovem, ficou tenso, mas pensando bem, Ikki não reencontraria Hyoga com outro namorado, certo?

Não perguntou nada durante o espetáculo, Hyoga não viu Ikki na plateia.

Assim que as cortinas baixaram, Milo deu um caloroso abraço em Ikki.

– Ficamos preocupados com você, tentamos tudo que estava ao nosso alcance, mas fomos separados também, só nos reencontramos no final de tudo. - Revelou Milo.

– Eu sei, Milo, não se preocupe, imagino o que passaram... nada foi fácil pra ninguém. Este é meu irmão Shun, ele foi tudo o que sobrou da minha família. - Falou Ikki apresentando seu irmão.

Milo cumprimentou Shun, sabia que o país de Ikki fora devastado na guerra, por vezes pensou no jovem com compaixão.

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Hyoga estava recebendo os cumprimentos no camarim quando Milo deu um jeito de fazer todos saírem dali, quando se viu só, Hyoga foi questionar Milo que apenas falou.

– Tenho uma surpresa, Hyoga.

Quando Hyoga viu Ikki entrando pela porta seu coração quase saiu pela boca de tão acelerado.

– Ikki!!!

– Hyoga, eu disse que te acharia, não disse? - Falou Ikki sorrindo e Hyoga correu para seus braços o beijando com amor, todo amor que estava guardado em seu peito durante todos aqueles anos.

Camus, Milo e Shun observavam a cena também emocionados, o amor havia vencido a guerra!

Fim.


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Notas finais do capítulo

* Essa historia do Shun é real vi num documentário, um senhor contanto que era criança quando a bomba explodiu ele estava em sala de aula lembra de ter abaixado para apanhar uma borracha e quando ele levantou tudo havia sumido.

Espero que tenham curtido tanto quando eu, se puder comente e me diga o que achou isso é realmente importante.

Beijo. (Comente).



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