I'm Here Again escrita por TahRodriguess


Capítulo 25
7. Are You Gonna Kiss and Tell? - Parte Final.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! (e preparem os corações)



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Pov's Bieber

Eu adorava momentos assim, saí da escola, fui para casa de amigos, como um dia normal na época em que eu era um adolescente normal. Nessa época era comum coisas do tipo, mas agora é tão raro que eu não penso duas vezes quando convidam, afinal, me sinto um adolescente normal, coisa que nem na minha própria casa eu sinto. É sempre:”Justin! Você tem show não sei quando”, “Justin! Você tem evento para ir sei lá quando”, “Justin! Você tem que ir para sei lá onde não sei quando!”, “Justin! Precisa agilizar o CD novo!” Arght! Isso me dava nos nervos! Eu sempre tinha que estar ou ir para algum lugar, nunca podia ficar quieto! Eu sentia falta de não fazer nada.

Mas a última coisa que me irritava ainda mais, minha mãe e ainda mais o Scott me pressionava sobre o CD novo. Já passou do tempo de marcar uma data de lançamento, mas, com a volta da Lua eu passei a achar a seleção de música pobre demais. Ela sempre me inspirou, não vou negar isso – nunca neguei – então acho que agora posso incrementar canções a mais, por isso não sei quando marcar, porque não tenho mais a impressão que ele está completo, pelo contrário.

Foi assim com “Never Let You Go”, eu sequer lembrava da música até o Chris me contar que a Lua estaria de volta e então eu lembrei de quando ela partiu e consequentemente da canção que escrevi naquela noite. Ela deveria ter entrado no “My World” se eu não tivesse praticamente a enterrado em coisas que eu guardava como lembranças de “nunca ver a não ser que quer sofrer mais”, coisas do ano que me mudei, que me faziam ficar depressivo – não literalmente, apenas um exagero para “triste” – enfim, coisas nem todas tristes, mas, com a falta de tempo também nem se eu quisesse podia ficar olhando ali.

E há outra música também, uma especial demais que não sei se estou pronto para mostrar para o mundo, apesar de já ter quase dois anos.

Ok, melhor eu esquecer isso por enquanto, não é justo enquanto eu possa me divertir ficar pensando em problemas e trabalhos, ou melhor, problemas de trabalho.

Estávamos no apartamento da Hayley, eu nunca havia ido lá apesar de a conhecer fazia tempo. Era um lugar espaçoso, bem iluminado e grande. Quando chegamos, além do sofá preto combinando com o carpete bege, havia vários pufes coloridos e uma televisão de 52 LCD – assistir jogos e filmes ali deveria ser muito irado – em um móvel de cor escura – um marrom quase preto – onde tinha vários enfeites, como objetos de vidros, alguns livros na parte direita e uma porta – onde mais tarde descobri ser onde o pai dela guarda os DVDs – à esquerda.

Decidimos ver um filme depois de tanta conversa jogada fora, Kyle – Lua veio com ele de moto e eu sinceramente, prefiro não comentar sobre isso – escolheu um filme com um ator que a Lua conhecia – eu não lembro o nome do filme, nem do ator, e ela conhecer o ator não é algo de se estranhar –, mas faltava pipoca e refrigerante, para não ficarmos na seca olhando o filme.

– Já voltamos – Chris disse antes dele e do Kyle saírem pela porta para irem comprar refrigerante.

– Ok – respondi, Karol disse um “tudo bem” e o Luka um “tanto faz”.

– E eu vou lá fazer a pipoca – Lua se levantou.

– Precisa de ajuda?

– Não Halle, eu me viro – ela sorriu e foi para a cozinha.

Karol, Luka, Hayley e eu ficamos na sala e me senti entediado quase de imediato, então me levantei e fui para a cozinha.

– Oi – senti um sorriso bobo transparecer em meus lábios assim que disse. Foi involuntário, eu juro.

– Oi – ela me olhou e sorriu.

– Desde quando sabe fazer pipoca? – ela riu. Eu atravessei a cozinha me encostando em um pedaço de mármore suspenso apoiado na parede, ao lado do fogão.

– Qual a dificuldade de fazer pipoca? – ela pegou um pote grande no armário em cima da pia, e ficou olhando meio perdida para a manteiga, o pacote de milho e o pote. – Cadê a panela? – começou a olhar para os lados procurando.

– Pelo jeito você está bem perdida – ri.

– Eu sei fazer pipoca, ok? Só não sei onde está a panela – ela se virou olhando para tudo, depois deu um passo a frente e se inclinou para abrir um armário de chão de onde tirou a tal panela.

Quando ela levantou um colar pulou do decote raso da blusa, era uma corrente de prata com uma letra de pingente.

– Você ainda usa – fiquei sério olhando para o pingente e ela parou de analisar a panela e olhou para mim, depois olhou para baixo e de repente perdeu o interesse pela panela.

– É, sempre – se virou e pôs a panela junto com as outras coisas. – Nunca tirei – ela se virou e olhou para baixo, como se fosse difícil admitir isso.

– Mas quando fomos para a Califórnia você estava sem.

– Ok, nem sempre. Cordões de prata sujam, eu tirei para limpar e acabei não pondo de volta. – E então ele me olhou. – Pelo jeito você não usa mais – ela deu um sorrisinho constrangido depois se virou e começou a por as coisas na panela.

Comecei a mexer nos bolsos, procurando as minhas chaves. Bati em tudo, enfiei as mãos em todos, até encostar em algo frio no bolso da frente que era mais fundo.

Quando ela veio até o meu lado para por no fogão, puxei o molho e a mostrei. Ela olhou e ficou surpresa a ponto de não dizer nada, uma coisa que não é característica dela.

– Bem que eu queria ainda usar o colar, mas, achei que iriam desconfiar já que não conheço ninguém cujo nome começa com L, ou melhor, eles não sabem que conheço. Então, achei que nas chaves seria algo mais privativo já que ninguém iria ficar querendo tirar fotos delas. – ela riu, mas logo parou.

– Eu nunca consegui tirar – admitiu olhando para baixo, depois começou a mexer os milhos dentro da panela.

– Como assim “nunca conseguiu”? – ela fechou a panela, a única coisa agora era esperar estourar, e se afastou, encostando ao lado da pia.

– Eu – ela respirou fundo e levantou a cabeça com o olhar completamente disperso – nunca consegui tirar, oras. Eu me sentia incompleta, era difícil ficar, vamos dizer “em paz”. Acabou que depois de um tempo, fiquei tão acostumada a usar que eu ficava perdida quando estava sem. Como eu disse, prata suja. – e então voltou a se interessar por mais um dos seus all star.

– Eu nunca consegui me desfazer do pingente – desencostei do mármore e fui até ela. – Pode parecer idiota, mas já cheguei a ficar horas encarando o L lembrando do que aconteceu – pus as minhas mãos entre seu corpo e mexi a cabeça de um jeito que fizesse ela erguer também. – Eu realmente fiquei feliz por você ainda usar – nossos rostos estavam próximos a ponto de eu poder sussurrar – isso quer dizer que você sempre se importou e ainda se importa.

E então não havia mais distância. Pressionei seu corpo um pouco mais contra o balcão e pus uma das minhas mãos em seu pescoço intensificando um pouco mais o beijo.

A questão é: desde quando voltamos de Los Angeles, Lua estava me evitando, agindo como se não fossemos nada mais do que amigos. Eu correspondi, sei que forçar a barra com ela não é a melhor decisão, mas não resisto e ela sabia que uma hora ou outra eu iria fazer isso ou algo parecido. Lua sabe que eu corro atrás do que eu quero e não sossego até conseguir e eu a quero.

Afastei meus lábios cauteloso por causa da possível reação que ela teria e logo a que eu achava mais improvável ela teve.

Lua levantou umas das mãos e a embolou na medida que pode em meus cabelos curtos e forçou uma aproximação rápida, me beijando de novo. A outra mão ela pôs nas minhas costas e aproximou o meu corpo ainda mais do dela. Se era isso que ela queria...

A gente parecia combinar perfeitamente ainda, cada movimento era correspondido do jeito exatamente certo e sentimentos foram renascendo em mim e mais alguns foram acabando com a minha capacidade de pensar. As drogas faziam isso, ouvi em algum lugar que esse era um dos piores efeitos – se não a pior –, além de viciar ela te impede de tomar decisões, e era mais ou menos isso que estava acontecendo comigo agora. Eu esqueci onde estava, esqueci os riscos, se bobear esqueci até mesmo de quem eu era, mas sabia o mais importante: eu ainda a amava com cada pedaço do meu corpo, cada centímetro do meu coração e sou completamente viciado em tudo nela.

Isso me fez chegar a uma conclusão: ela é a pior droga para mim, uma droga que eu estava completamente viciado e assumo isso.

– Lua – paramos na hora, mas minhas mãos não saíram do balcão e nem as delas saíram de onde estavam agora e olhamos para a porta da cozinha. – Ah! Desculpa! Eu não... – Karol colocou as mãos em frente aos olhos mesmo os fechando e deu meia volta, fechando a porta de novo e saiu.

Nós rimos pelo nariz abrindo um sorrisinho, ela abaixou os braços e distanciamos um pouco os nossos corpos.

– Isso foi um pouquinho constrangedor – ela disse.

– Fato – concordei.

– Droga! A pipoca! – sorriso dela desapareceu na hora e ela correu para o fogão, logo o desligando. – Ops, queimou um pouquinho, culpa sua, Bieber! – ela ria.

– Minha? – ri também. – Você que me agarrou de novo.

– Sim, sua! – ela pegou dois panos de prato e segurou as alças da panela, tirando do fogão e me olhando ao dizer.

Dei-lhe um beijo rápido, não resisti! Simples assim. Mas ela não pareceu se importar, apenas riu e foi em direção ao pote ao lado da pia. Jogou toda a panela lá e mais um pouco em um outro pote, retirou algumas queimadas, colocou um pouco de sal e comeu uma de uns dos potes.

– Apesar de ter queimado e de muitas terem ficados cruas porque alguém não deixou eu mexer mais, está boa. – ri.

– Quer dizer que a culpa ainda é minha?

– Claro! – olhei para cima fazendo um sinal negativo com a cabeça mais ainda sim sorrindo. Fui até ela e dei outro beijo. – Espera aí Justin, ainda preciso fazer outra panela e você pode sair daqui! Não quero queimar outra outra vez.

– Ah não! Prometo me comportar!

– Sai! – ela apontou para a porta.

– Tudo bem, tudo bem – ergui minhas mãos me rendendo e saí de lá indo até a sala ainda com um sorriso no rosto.

Quando cheguei lá, Luka se levantou.

– Justin, quero falar com você.

– Eu também – Chris se levantou do sofá.

Os dois querendo falar comigo? Tipo, Luka e Chris? Isso não pode prestar! Os dois se detestam.

– Vem cá rapidinho – Luka me puxou para um canto, nem tão canto assim e Chris veio junto.

– Agora vocês podem falar? – perguntei.

– Karol nos contou o que viu na cozinha.

– E o que tem demais nisso?

– Você está namorando com a Lua?

– Espera aí! – parece que Kyle estava próximo demais aponto de ouvir tudo, a estratégia deles de nos distanciar para ninguém ouvir, não funcionou. – Você é namorado da Lua? – ele chegou mais perto e me olhou surpreso.

– Ex e provável futuro – falei como se fosse a coisa mais normal do mundo, o que para mim era, mas para ele não, e voltei a atenção para os meus amigos. – Bem que eu queria, mas, de onde vocês tiraram essa ideia?

– Sei lá, andou acontecendo tanta coisa entre vocês dois, em Los Angeles então!

– Do que você está sabendo, Chris? – perguntei.

– Eu sou o seu melhor amigo e o dela, por mais que vocês não me contam eu conheço bem vocês dois!

– Não foi nada! Foi apenas um beijo.

– Pelo que soubemos não foi “apenas um beijo” – Luka falou.

– Você e a Lua... namorados... você... ela... por isso... juntos – Kyle ainda estava perplexo, isso quer dizer que nosso comportamento “somos apenas colegas de classe” estava funcionando, mas essa não era a questão agora.

– Não cara, eu namorei ela ano retrasado e só estamos ficando agora. Mas qual é a de vocês? Nós só estamos ficando e acabou, de qualquer jeito, isso não interessa a vocês. Parem de ser chatos! Me surpreende você está no meio dessa chatice, Chris.

– Só queria saber, eu já estava ficando meio confuso com isso. Eu até quero que vocês fiquem juntos, mas não quero ficar bancando baba de coração partido – ele deu de ombros.

– Está tudo bem, garanto. E Kyle, calma, você se acostuma, mas não conte isso a ninguém nem sobre tortura entendeu? – ele assentiu.

– A pipoca está pronta!

Pov's Houston

Certo, eu não tenho o que comentar sobre o filme ou sobre o ocorrido na cozinha, simplesmente foi aquilo. Justin descobriu que eu ainda usava o bendito colar que ele me deu de aniversário. Eu me apaguei a aquela joia de uma forma inexplicável, assim como a minha pulseira, mas ela não vem ao caso agora. Já sobre o filme, Jake Gyllenhaal é bonito, excelente ator, Halle e Karol babaram e os meninos ficaram com inveja. No final das contas fiquei apenas rindo, já conhecia tudo mesmo.

– Melhor irmos para casa. Já está tarde – Justin olhou no celular e foi o primeiro a se levantar depois do fim do filme.

– Concordo. Chris, vamos!? – me levantei, me espreguiçando do jeito que dava. Estava tudo dolorido por causa de horas do mesmo jeito sentada no pufe.

– Espera – ele se levantou e começou a se espreguiçar também quando parei. – Estou todo dolorido! – ele fez uma cara engraçada e nós rimos.

– Ta, enquanto se dá um jeito aí eu já volto – fui até a cozinha amenizar a bagunça que fiz, tinha pipoca espalhada, panela queimada e sal por todo balcão da cozinha. Eu nunca consegui cozinhar alguma coisa sem fazer bagunça.

– Lua, Karol e eu queremos falar contigo.

– Então falem – virei para as duas que me olhava bem sérias.

– O que está acontecendo entre você e o Justin? – arqueei a sobrancelha um pouco confusa, como assim elas me perguntando uma coisa dessas?

– Bom, nada...

– Nada? O que eu vi foi muita coisa para você chamar de “nada”.

– Hey! Calma, Karol! Paz e amor!

– Não fica de brincadeira, Lua – Hayley falou em um tom menos desesperado do que a Karol.

– Espera aí, para mim quem está de brincadeira aqui são vocês, como assim o que está acontecendo entre Justin e eu?

– Por que você dá tanta volta? Para de enrolar, Lua Houston! – Karol ordenou, é isso mesmo? Ela mandou eu responder essa coisa idiota?

– É porque eu não entendo vocês! As duas vêm de repente tirando satisfações de coisas que sabem muito bem como são! Vocês sabem o que aconteceu entre Justin e eu! Achavam mesmo que iriam acabar ali? – espera aí, eu achava isso.

– Lua, uma coisa foi a um ano atrás, outra é agora, as coisas estão diferentes demais não vê? – isso está mais estranho ainda, era exatamente isso que eu pensava!

Eu tenho total consciência que Justin e eu, definitivamente, não somos as mesmas pessoas que namoraram, que ficaram juntos e que se magoaram de tal forma que ainda há cicatriz. Mas olha onde estou agora, com Halle dizendo exatamente tudo o que eu já sabia e com as duas me questionando sobre estar junto com o Justin. Isso é confuso demais para mim por agora.

– Vejo Halle! Claro que vejo! Não sei por que a preocupação de vocês.

– Não parece! Justin é famoso agora Lua, eu sempre achei vocês dois super fofos juntos, mas não quero te ver magoada e do jeito que é a fama dele, as namoradas não levam a boa.

– Hayley tem razão Lua, apesar de ficarem fofos juntos, eu não quero ver você mal. É melhor se afastarem – ok, elas me irritaram.

– E vocês acham que isso é possível, né? – ri com desdém. – Eu tentei! Eu juro que tentei! Mas Justin não desiste! O que posso fazer? É confusão e medo demais numa pessoa só para jogá-lo de escanteio, e não adianta fazer essas caras porque eu não vou explicar! E o que adiantaria? Vocês não iriam entender mesmo. Ah! E respondendo a pergunta de vocês, o que está acontecendo entre Justin e eu são beijos, no caso agora, desde que voltamos, um beijo, nem sei se “ficando” é a palavra correta. E afastados? Eu só vou o ver sexta de novo! Querem mais afastados ainda?

– Lua! Vamos! – ouvi a voz do Justin vinda da sala, então as olhei e elas pareciam preocupadas.

– Calma garotas, está tudo bem. Eu tenho tudo sobre controle.


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Notas finais do capítulo

A partir de agora eu prometo a história deles vão se firmar, amém! Ou não, porque mesmo juntos eles são tão instáveis... a vida né. Enfim! Até a próxima.



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