I'm Here Again escrita por TahRodriguess


Capítulo 13
5. Runaway - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e leiam os avisos no final, plizzz (;



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Dia de neve, tecnicamente dizendo. Na verdade, estamos sem aula por um tempo graças à nevasca que chegou aqui em Ontário.

Quando a neve abaixou, me agasalhei bem e saí rumo à praça, eu não estava aguentando mais ficar trancada em casa depois de três dias sem sair por causa da neve e o tempo frio não era nenhum incomodo, pelo contrário, até me agradava.

Passei a mão tirando uma fina camada de neve do banco que acumulou no pouco tempo entre sei lá quem limpar e eu sentar. Abri meu “O Ladrão de Raios” na página 176 e comecei a ler esperando Percy encontrar com a Medusa e acontecer tudo que eu já sabia, talvez por ser a segunda vez lendo. Não importa, eu gosto, mitologia grega me atrai, posso dizer que é a única matéria de história que eu realmente me interesso e importo, apesar de não gravar muito bem os nomes dos deuses.

– Posso me sentar?

– À vontade.

– Percy Jackson? Não está meio grandinha para isso?

– Não se tem idade para ler, Justin – o olhei. – Isso não é Chapeuzinho Vermelho.

– É bom? – fechei o livro e o pus no meu colo segurando.

– Eu gosto, mitologia grega me agrada.

– Poderia até tentar ler, mas não curto muito leitura.

– Eu sei – abri o livro de novo e tentei recomeçar a ler. – Talvez se você parasse de jogar vídeo game quando está estudando, se interessasse mais.

– Onde viu isso?

– Tem imagem por toda a internet, basta procurar.

– Deve ser disso que a minha mão estava falando então.

– Vou confessar que você deu uma ideia para suas... como é o nome? – parei de ler de novo, na verdade, nem sei mais se estava lendo alguma coisa.

– Beliebers?

– Esse troço aí – voltei para o livro e descobri que eu não fazia à mínima ideia de onde eu lia.

– Uma má ideia, seria!?

– Não, uma boa. Nem todo mundo curte estudar – desisti do livro de uma vez segurando ele em meu colo e me virei para o Justin. – O que você veio fazer aqui?

– Talvez o mesmo que você.

– Não vejo nenhum livro em suas mãos.

– Você só veio aqui para ler?

– Não, ninguém suporta três dias trancados em casa.

– Tenho que concordar, mas para falar a verdade estou até feliz.

– Claro, teve que adiar as viagens por causa da neve. Acertei o motivo?

– É sim, posso ficar mais tempo em casa, pena que foi literalmente em casa – ri, mas logo fechei a cara, senti algo estranho como se estivesse sendo observada. Não gostei nem um pouco daquilo. – Que foi?

– Nada, nada, acho.

– Então ta – Justin continuou falando alguma coisa que eu não consegui prestar atenção, a sensação de que estava sendo observada continuava, eu olhava para os lados e principalmente para uma pequena barreira de arbusto um pouco perto de nós procurando algo. – Lua!?

– Hã? Oi? Que foi?

– Você ouviu alguma coisa que eu disse?

– Desculpa Justin, mas ouvi não. To com uma sensação muito estranha.

– Que sensação?

– Parece que estou sendo observada, que estamos sendo observados e isso está ficando cada vez mais forte – ele franziu o cenho me encarando, talvez por alguns segundos estivesse me achando louca, mas depois olhou por trás de mim.

– Droga.

– O que?

– Droga, droga! Vem! – ele me puxou pelo braço, levantando e me carregando junto.

Quase meu livro cai no chão. Começamos a correr para sei lá onde.

– Onde estamos indo?

– Eu não sei. Põe o capuz.

– Para que?

– Põe o capuz! – resolvi não discutir.

Pus o capuz com a mesma mão que segurava o livro, por isso tive certa dificuldade. Ele corria desesperado e me puxava junto, sendo que eu não estava entendendo nada.

Logo ele subiu o capuz também e olhou pela quarta vez para trás, resolvi olhar também e me arrependi.

Não pude contar exatamente e até preferia não conseguir contar, três paparazzi já são o suficiente para me apavorar ainda mais, o pior, é que eu tinha certeza que não eram apenas três.

Podia ser qualquer outra pessoa, mas por que paparazzi? Por que não podia ter outra pessoa com o Justin agora, tinha que ser justamente eu?

Desespero.

Sabe aqueles momentos em que você pensa que nada pode piorar, mas é aí que piora mesmo? Parece que esses momentos adoram acontecer comigo nas piores situações possíveis, como agora.

A minha sorte era que o capuz da blusa era grande o suficiente para tampar bem o meu rosto, batia em cima dos meus olhos, mas não atrapalhava a visão. Assim, talvez, as várias fotos que aquelas pessoas tiravam de nós dois não revelasse que a garota correndo com Justin, era eu. Meu medo era que tivessem conseguido fotografar meu rosto lá no parque, mas procurei não pensar muito nisso. Era realmente o meu maior medo e parecia que Justin também se preocupava, porque, uma hora ele parou e eu quase desequilibrei, mas fiquei firme. Ele olhou de um lado e de outro, mas ficou parado ali mesmo, a única reação foi me abraçar e eu não pensei duas vezes em enterrar meu rosto em seu peito para acabar com qualquer chance deles tirarem fotos mais “objetivas” de mim.

Podia perceber os flashes, eram mais fortes do que uma câmera digital normal. Não era apenas uma, não era flash suficiente para apenas três câmeras, qual é!

– Para onde vamos agora? Estamos rodeados – a sensação que eu tinha era que ele mexia a cabeça de um lado para o outro procurando uma saída para nós dois de um jeito preocupado, mas isso sua voz já denunciava.

Ele também estava assustado, talvez não tanto quanto eu, talvez mais ou menos, mas assuntado.

Tentei me acalmar, esquecer um pouco do desespero e ver se raciocinava. Comecei pela respiração atualmente ofegante e procurei dar um juízo as minhas ideias.

– Já sei!

Corri sem largar a mão dele um segundo sequer, ou seja, carreguei junto comigo o puxando.

Acabou que os paparazzi ficaram para trás de nós, então a minha frente estava livre, mas não era seguro levantar o capuz, apenas ajeitei o suficiente para que eu pudesse enxergar um pouco melhor.

Eu podia sentir os flashes até de olhos fechados e as pessoas da rua – pelo menos as poucas que observei – olhavam aquilo boquiabertas, como se fosse o evento do ano graças à chuva de luzes brancas que saiam das maquinas profissionais daqueles caras.

Virei em uma esquina e entrei na primeira loja, quase derrubando Justin pelo puxão surpresa. Fui até o balcão e procurei falar rápido, mas menos ofegante possível.

– Precisamos nos esconder.

– Vão para os provadores – ela mal terminou de falar e eu já corria carregando Justin comigo para uma das cabines na lateral de loja.

Ficamos em estado de choque por um tempo olhando um para cara do outro e ofegando, até que voltamos a Terra e separarmos a nossas mãos desviado o olhar.

– Minha mão está suada – comentei a esfregando na minha calça jeans.

– A minha também. Foi...

– A adrenalina, o desespero, a surpresa, o medo. Tudo.

– Foi isso, exatamente tudo.

– Droga! Meu livro! – senti o desespero todo voltar quando vi que não o segurava mais. – Que merda!

– Será que você deixou cair?

– Espero que não, realmente espero que não. Imagina se aqueles caras encontram? Não. Não.

– Tem pelo menos seu nome ou algo assim?

– Já passei da idade de por nomes em livros.

– Isso quer dizer que não. Mas calma, se quiser eu compro outro para você depois.

– Não cara, você não entende. Aquele livro era meu! Eu comprei, quero ele, não sou muito fã de substitutos.

– Certo. Certo. Mas calma, até estar seguro lá fora, não podemos fazer nada – fechei os olhos e tentei respirar fundo.

– Eram quantos? – olhei para Justin.

– No começo eram quatro depois apareceram mais nove – cheguei a xingar mentalmente por isso, se tinham 13 paparazzi, com certeza, pelo menos, algum tirou uma foto me identificando.

– Inferno – de tudo o que eu havia pensado, “inferno” foi o mais leve que eu encontrei para dizer.

Eu olhava para tudo, menos para ele, desde a minha aparência – e as minhas botas mais brancas do que preta por causa da neve – pelo espelho ao detalhe do pano da cortina vermelha que tampava o provador.

Encostei a cabeça na divisória e respirei fundo, louca para sair dali.

– Fiquei assustada e com muito medo – confessei.

– Também fiquei – o olhei.

– Mas você deve está acostumado com ataques de paparazzi.

– Até que estou, mas não assim. Realmente fiquei com medo.

– Por que se está acostumado? Pior foi para mim! O medo de que pudessem tirar foto que me reconheça ainda está em mim.

– E é disso que eu tenho medo. Nunca precisei esconder ninguém, mas estou com você. Não me importo com que tirem fotos de mim, mas eu estava preocupado contigo.

– Isso me lembra uma coisa, tal coisa que nunca entendi muito bem.

– Que coisa seria?

– Por que você nunca disse que eu era eu? Sabe, que a Favorite Girl que tanto fala sou eu?

– É isso que você quer? Que o mundo todo saiba quem é você?

– Não! Não.

– Eu sabia disso, ou melhor, imaginava. Sem contar que não seria certo dizer que você é a garota que eu amava, ou melhor, que é a garota que amo, a minha verdadeira Favorite Girl se nem ao menos juntos estávamos – ele começou a acariciar o meu rosto e deu um curto passo para frente, a questão é que a cabine já era pequena então ele ficou próximo até demais.

– Acho que eu devo agradecer por isso – praticamente sussurrei, nem preciso explicar o porque.

– E eu sei um jeito.

A última visão que tive antes de fechar os olhos foi dele observando o meu rosto e principalmente minha boca já que nossas testas estavam quase grudadas em algum momento.

– Acho que é seguro sairmos – virei o rosto e saí pela cortina vermelha de pano pesado, tirando a minha blusa de frio e jogando no pé de uma arara, para qualquer coisa, não me reconhecerem.

Fui até o balcão e pus meus braços sobre o mesmo falando com a moça que estava tomando conta da loja de roupas.

– É seguro sair?

– Acho que sim, o alvoroço da rua acabou – quando me virei, ainda com um dos meus braços sobre o balcão, vi Justin chegando mais perto com uma expressão muito frustrada.

– Justin, essa é Angelie, ela é prima da Karol, a loja é da mãe dela e bom, parece que a Sra. Clark te deixou em uma encrenca, em Angel!?

– Que nada! Ainda bem que ela pediu para eu ficar aqui, se não teria perdido toda a diversão – rimos, mas Justin ainda continuava com uma expressão frustrada.

– Prazer em conhecer você, Angelie.

– Relaxa, me chama de Angel e o prazer é com certeza todo meu – ele nem sequer a cumprimentou, se a olhou por cinco segundos foi muito, preferia me encarar um pouco zangado enquanto eu sorria tranquila. – Quando Karol me disse que conhecia e era amiga do Justin Bieber eu nunca acreditei, mas é verdade mesmo, né!? – ela sussurrou para mim. Ri.

– É sim. Bom Bieber, melhor ir embora, não?

– Também acho. Vamos?

– Como assim “vamos”?

– Ué, nós dois rumo a nossas casas. Entendeu o “vamos”?

– Bom, entendo que você vai, eu fico e antes que proteste, número um: não estou a fim de ser seguida por paparazzi de novo, foi adrenalina suficiente por um dia. Número dois: vou subir e falar um pouco com a Karol, tenho outros amigos se não sabe.

– Ah que se dane! Não estou a fim de discutir com você e nem sequer fazer coisa parecida. Tchau. Foi bom te conhecer, Angel – ele foi falando e andando em direção a porta super zangado. A fala foi encerrada pelo barulho da porta se fechando.

– O mesmo – Angel respondeu, mas já estávamos o vendo passar pela fachada da loja pelas grandes janelas de vidro ao lado da porta.

Apenas ri da situação.

– O que houve lá dentro? Por que ele saiu tão zangado?

– Nada demais, ele só estava irritado por causa dos fotógrafos. Então Angel, vou subir – bati no balcão com a palma da mão e me afastei indo para uma porta ao lado de onde a garota de cabelos negros e olhos verdes estava.

– Ah! Lua! – a olhei. – Acho que isso é seu – ela levantou um livro de capa verde com o desenho de um garoto dentro da água segurando o um chifre de Minotauro quebrado e em letras douradas grandes dizendo: “O Ladrão de Raios”.

– Meu livro! – praticamente gritei, depois peguei de sua mão e fiquei encarando, com os olhos brilhando provavelmente, aquela capa meio esverdeada.

Mal abri a porta e voltei correndo para a arara onde tinha deixado a minha blusa de frio e depois corri de volta para a porta cinza finalmente subindo as escadas.


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Notas finais do capítulo

Vou por esse capitulo para postar e depois eu reviso ( tenho que revisar o primeiro também) to meio sem tempo agora. Mas depois da semana que vem tudo fica bem, e eu volto a fazer os posts diários, ok?



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