I'm Here Again escrita por TahRodriguess


Capítulo 11
4. Merry Christmas and Happy New Year - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura (;



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(...)

– Já vai amanhecer, notou?

– Sim. E eu aqui, sentada na cama grudada no telefone contigo desde as 3:00 da manhã.

– Se estivesse achando ruim já teria desligado.

– Ta.

Desliguei o telefone, olhei para a janela e contei até três, quando resolvi contar o quatro, o celular vibra na minha mão.

– Eu só estava brincado! – disse revoltado, mordi o lábio para não rir.

– Ta, da próxima explica que é brincadeira.

– Ah claro! Pode deixar! – ele ainda estava revoltado, acabei não resistindo e ri.

– Cala a boca! – uma almofada voou até mim quase me acertando. – Desgruda dessa merda de telefone! Sei que vocês se amam, mas pelo menos me deixem dormir!

– Para de show, Halle! Dorme vai!

– Se você deixar!

– Estava dormindo até agora, só continue – ela não respondeu.

– O que houve aí?

– Nada, só a Halle revoltada com a vida por eu estar falando com você e supostamente atrapalhando ela a dormir.

– E a Karol?

– Capotada em todos sentidos possíveis e impossíveis! Essa só amanhã, ou melhor, hoje, na hora em que eu deveria acordar se quando eu fosse dormir alguém não tivesse me ligado.

– Então desliga oras!

Sim, desliguei de novo, o que deveria ter o deixado bastante revoltado. Um... Dois... Três...

– Pode parar de desligar na minha cara, por favor?

– Pois não cavalo, para de dizer para eu desligar então.

– Cavalo? – o irritei ainda mais.

– Que eu saiba quem tem cara é cavalo, pelo menos é o que meu pai diz.

– Qual é em!? – sim, eu o revoltei ainda mais.

Ah Justin! Eu estou com sono, você sabe como fico quando estou com sono e você não me deixa dormir! Não diz para desligar a chamada de novo se não dessa vez desligo o celular e quero só ver! – avisei logo.

– Tudo bem, tudo bem.

– Mudando de assunto, e o Chris?

– Para que você quer saber?

– Aí meu Deus! Quem fica irritada aqui por estar com sono sou eu! Para de fogo e me diz logo.

– Outcha! Você com sono fica mais chata do que quando está de TPM.

– Você já me viu de TPM?

– Não... acho...

– Então cala a boca – outro fato sobre mim: eu me irrito quando alguém diz que estou de TPM ou algo do tipo como agora e não é simplesmente irritada, é revoltadamente irritada.

– Ok, não está mais aqui quem falou.

– Mas você ainda está falando comigo!

– Lua, calma aí, você deu um belo nó na minha cabeça, primeiro me dá várias respostas uma seguida da outra e agora diz nesse tom de brincadeira?

– É o sono, é o sono.

– Tenho medo de você quando está nesse estado.

– Me diga uma novidade? Vou te contar um segredo... às vezes até eu me surpreendo com a minha educação.

– Educação? Onde que eu nunca vejo?

– Ah! Com você eu não preciso ser tão educada assim, me sinto mais livre e à vontade para ser como eu sou, mas nunca trato ninguém desse jeito.

– Não sei se isso é bom ou ruim para mim.

– Eu acho que é bom, pelo menos acho que eu acharia legal. Credo, nunca falei tanto “acho” e derivados numa frase só, mas enfim... – riu. – Acho bom, eu sou tão eu! Impossível ser mais verdadeira.

– Me sinto privilegiado.

– Se eu fosse você não se acharia tanto, Chris está começando a ter esse espaço.

– Até nisso eu tenho que competir com ele?

– Competir? Em que?

– Seu tempo... sua atenção... Já não tenho muito tempo aqui e quando estou, tem sempre o Chris no meio.

– Esqueci que você tem esse ciúme idiota dele.

– Não é ciúme.

– Ah claro! E a minha avó é a mamãe Noel. Me poupe, né Justin.

– É sério! Eu não tenho ciúmes desse tampinha!

– Falando nele, você ainda não me respondeu como ele está.

– Para que quer saber?

– E depois diz que não tem ciúme.

– Tudo bem, foi só curiosidade.

– Sei... Diz como se eu não te conhecesse.

– É sério! E caso queira saber ele está capotado aqui que mal respira, sem contar que posso jurar que está babando – ri.

– Imagino a cena, deve está engraçada e fofa.

– Não tem nada de fofo nisso daqui.

– Ah para! Deve ter sim – bocejei. – Justin, me deixa dormir! Estou necessitado de algum tempo de sono.

– Ah não!

– Putz, não me culpe por estar sem sono! Justin, vai dar 7:30* já, o sol está nascendo e eu não dormi nada, desde às 1:00 p.m de ontem.

– Ah...

– Por favor!

– Ok, ok... tudo bem... bom sonhos então.

– Obrigada e vê se dorme também.

– Ta, ta. Tchau.

– Tchau.

Desliguei e deslizei na cama já com os olhos fechados sem não ao menos tirar o celular da mão. Nem notei, apenas dormi.

Na noite de natal – ou madrugada, dependendo do ponto de vista – estávamos apenas Chris, Justin e eu, mas depois chegou Hayley e Karol. Sei lá, parece que os pais delas resolveram que a nossa “festa” estava melhor, enfim, realmente não sei, mas o que importa é que quando se está a galera reunida – ou quase toda ela – tudo se tornar melhor! O que eu quero dizer é que depois da chegada das duas, saiu o do bom e do melhor daquela rodinha de cinco. Em plena noite de natal estávamos mais loucos do que se estivéssemos bêbados – ou não.

Meus pais foram para casa, só aí, Justin me devolveu a chave que eu havia deixado na porta, então fiquei até só Deus sabe que horas. Todos saíram, um por um ia embora e nós na sala, falando o menos de besteira possível – apesar de que sempre saia umas palavrinhas sujas ou qualquer outra que fazia com que olhassem para nós – o que era bem difícil. Enfim, saí bem de madrugada, Hayley e Karol também ficaram até que Pattie se despedisse do último ser vivo naquela festa com exceção de nós e ela ali, só então dissemos boa noite e fomos para casa. Chris ficou para dormir na casa do Justin e as meninas foram para minha casa.

Assim que a ideia de dormir foi cogitada o sono bateu em todas nós, então arrumamos tudo para podermos deitar e conversamos um pouco até que ninguém mais aguentava e chegamos à conclusão quer era melhor dormir. Parecia que, só pelo fato, de que eu pensei, por frações de segundo, que não estava com tanto sono assim, Justin resolveu me ligar, isso era lá pelas três – na verdade, exatamente 4:30 – da manhã e me prendeu no telefone até que amanhecesse.

No começo, tudo bem, conversamos numa boa, as meninas dormiam feito pedras então nem se moviam com algumas risadas escandalosas que eu deixava sair, mas depois de quatro horas eu não me aguentava sentada, tive até a pequena impressão de cochilar algumas vezes, mas o infeliz não me deixava dormir! Eu gosto de conversar com o Justin, sempre gostei, mas tenho prioridades: comer e dormir.

Quando acordei a minha cara dizia bem como tinha sido a noite, ou melhor, dizia bem que eu não havia tido uma noite. Não dormi mais de duas horas – uma hora e meia? Quem sabe? Do mesmo modo, não é o suficiente e a minha vontade de matar o Justin aumentava a cada minuto que eu pensava na minha cama.

Daqui a quase uma semana seria o ano novo, o que eu esperava ansiosamente! No começo eu estava bem longe do meu lugar agora implorando para que tudo desse certo – esse foi o meu pedido no Reveillon – e até que deu, mas esse ano o pedido é o mesmo, mas com sentido diferente. Eu estaria mentindo se dissesse que não estava com medo, é tudo tão igual e tão diferente ao mesmo tempo. Tenho mais medo do diferente, claro, mas quer dizer que algo é novo e o igual é sempre a mesma coisa, mas enfim, essa não é a questão. Se eu parar para pensar, perguntas e mais perguntas vão lotar a minha cabeça e isso é tudo o que eu menos quero. Bom, por eu não querer isso, tomei a decisão de não ser a Lua que morava em Stratford e sim a que voltou, mas não ser a garota de Manhattan, ou seja, completamente outra pessoa.

Quero que lágrimas sejam banidas do meu rosto, que meu coração fique inteiro e que um sorriso verdadeiro nunca abandone os meus lábios, o problema é que querer nem sempre é poder.

– Acorda! – Karol gritou no meu ouvido e quando fui notar os dedos da Halle estavam vermelhos de tanto estalá-los na minha cara.

– Desculpa, é que não dormi bem essa noite.

– Por quê? – Karol perguntou.

– Eu sei bem porque – levantei meus olhos cansados e vi Halle de olhos semicerrados e braços cruzando me encarando. E daí, silêncio.

– E algumas das duas podem me dizer o por quê?

Não falei nada, abaixei a cabeça e me esforcei para que meus olhos não se fechassem, vendo isso, Hayley me dedurou.

– Ela e amorzinho da vida dela ficaram a madrugada inteira no telefone.

– E esse “amorzinho” seria...? – Karol perguntou, mas já sabendo a resposta.

– Justin, é claro.

– Ah claro, que novidade – Karol falou como se fosse obvio, o que sim, era, mas não precisava falar daquele jeito tão... “estou de saco cheio desses dois”.

– Vão para o inferno vocês duas – escorreguei no degrau da escada apoiando meus cotovelos no de cima e virando a cara de olhos fechados para o teto deixando bater um vento gelado do meu rosto, o que era a única coisa que me mantinha acordada, e o sono era tanto que a minha voz saiu meio grave, sem preocupações, uma simples resposta direta.

– Olha lá o Chris! – Hayley se virou e eu levantei o rosto vendo aquele tampinha saindo da casa do Justin.

– Chris! Chris! Seu veado, não me faça gritar mais alto! Não estou em condições – agora ele olhou. – Vem cá!? – ele veio andando na nossa direção e Hayley se virou para Karol e para mim que estávamos sentadas.

– Chris está muito gato, ele tinha uma cara muito criança desde a última vez, agora não tem nada de criança.

– Nem vem Halle, deixa o Chris em paz – respondi séria a encarando nos olhos e ela não respondeu nada.

– E aí, garotas!?

– Oi – Karol disse com um sorrisinho.

– Oi – o que foi diferente da Hayley que nem olhou para a cara do menino.

– Ownin – isso foi uma tentativa de “oi” de minha parte.

– Putz, o que houve, Lua?

– Seu amiguinho te contou, não?

– Quem? Justin? – assenti. – Aquele lá ta morto, não levanta da cama por nada!

– Justin está dormindo!? – gritei e ele se assustou.

– Ta sim.

– Filho de uma pu... – enchi a boca, mas respirei fundo, gosto da Pattie e ela não merece tal “titulo”. – Fica aqui, Chris.

– Mas está frio.

– Mas fica aqui...

– Ah nã... – olhei e arqueei a sobrancelha, então ele nem completou a frase. – Tudo bem – e se sentou ao meu lado. – Por quanto tempo aqui no frio?

– Só até o... – olhei a esquina e vi um carro dobrando. – Aquele não é o carro do seu pai, Karol?

– É sim – ela se levantou.

– Alegre-se Chris, já vamos sair daqui.

– E ir para onde?

– Para casa do Justin.

– Mas acabei de sair de lá!

– E vai voltar.

– Mas...

– Ah! Cala a boca, estou sem dormir, então não me irrite.

– Irritar mais? Impossível – ele respondeu.

– Já disse para ficar quieto.

– Cara, se eu não soubesse que você me ama iria embora agora mesmo.

– Mas você sabe que te amo.

– Sei, mas que jeitinho estranho de mostrar! – consegui sorrir e nesse exato momento o carro do Sr. Clark parou na frente da minha casa.

– Bom, tchau Lua! Tchau Chris.

– Tchau Karol – respondi.

– Tchau Lua, Chris – dessa vez foi a Halle.

– Tchau – respondi mais uma vez.

– Tchau, tchau – enfim Chris.

As duas entraram no carro e nós dois nem nos movemos até o pai dela ir a curva para manobrar e passar de novo pela frente da minha casa. Alguns tchauzinhos e observamos o carro virar a outra curva.

– Agora vem – comecei a atravessar a rua e Chris veio atrás de mim.

– Mas o que vamos fazer na casa do Justin?

– Você vai ver – atravessei o mais depressa que pude e entrei na casa, tipo, maior invasão, mas a porta estava aberta. – Invadindo! – Pattie olhou da cozinha e sorriu quando viu que era eu.

– Oi, querida! Você é sempre bem vinda, sabe disso.

– Obrigada, senhora Pattie. Só para certificar, Justin está lá em cima, né?

– Está sim, não sei como consegue dormir tanto!

– Eu sei, e sei muito bem – disse já subindo as escadas.

– Ué, Chris? Voltou? – ela perguntou.

– O que eu não faço pelos amigos? – ele deu de ombros e começou a subir as escadas atrás de mim.

Fui depressa até o quarto do Justin, abri a porta até que devagar e lá estava ele esparramado na cama dormindo perfeitamente. Aquela cena fez com que subisse uma raiva tremenda, ele iria me pagar e iria ser agora.

Corri até a cama só para pegar impulso e pulei em cima dele fazendo com que tomasse um susto, mas antes que pudesse se recuperar comecei a tentar fazer cócegas no tanquinho seco e ia para o pescoço. Ele ficou tão desesperado que se mexia para lá e para cá, movendo os braços tentando pegar os meus até que conseguiu.

– Você é louca!? – ele praticamente gritou irritado, mas eu ria tanto que nem me importei. – Putz Lua, eu tava dormindo! – ele se acalmou e lamentou.

– Eu sei, era para eu estar fazendo a mesma coisa.

– E por que não vai?

– Por que não vão deixar. E nessa altura também, duvido que consiga.

– Então me deixa dormir – ele soltou meus braços e se levantou sentando na cama e eu sentei abraçando as minhas pernas, saindo de cima dele.

– Não! Você me segurou a noite toda não foi? Agora não vai dormir também.

– Isso não é justo.

– É justo sim! Você dormir enquanto eu morro de insônia que não é.

– Ok, Ok! Você venceu! Não vou dormir! Feliz agora? – sorri em resposta e pulei da cama indo em direção da porta.

– O Chris vai vigiar você.

– Eu!?

– Ele!?

– Sim, você – respondi para um. – Sim, ele – respondi para outro.

– Por que eu?

– E você?

– Eu vou para casa, meus pais nem sabem que to aqui.

– Espera aí! Eu fico de babá do grandalhão ali, que nem é tão grande assim e você vai para casa ficar a toa? – fingi pensar e assenti. – Isso não vele!

– Não vale mesmo, Lua. O que me garante que você não vai dormir?

– A minha palavra, ora!

– Não conta. Eu não durmo, tudo bem, mas você precisa ficar aqui.

– Vish! Vou ter que vigiar dois agora! To vendo que vou ficar com um spray de água igual usava com o gato da vizinha.

– Para que isso? – perguntei.

– Para assim que os dois pegarem no sono e tacar na cara de vocês!

– Quem tem cara é cavalo – Justin e eu falamos juntos, depois disso ficamos nos encarando por segundos antes de cair na gargalhada.

– Vou fingir que eu entendi vocês – Chris cruzou os braços emburrado.

– Mas então – Justin respirou fundo. – Srta. Houston?

– O que, Sr. Bieber? – ele riu.

– Para de gracinha, menina! Essa é a minha condição, aceita? – olhei para ele, depois para o Chris, depois para ele, Chris e ele de novo até me dar por vencida.

– Ok, ok, vocês venceram! Vou falar com os meus pais e já volto...

Fui para casa e depois, realmente voltei, não iria contrariar a minha própria palavra. O mais interessante é que as coisas foram legais, as palhaçadas do Chris me deixavam “ligada” e ele realmente espirrava água na nossa cara quando ameaçávamos dormir. Sei lá, foi idiota. Sei lá, foi legal. Eu não me divertia igual há muito tempo, pena que a noite acabou cedo, na verdade, foi um alivio para a minha mente e corpo, eu estava cansada e praticamente me rastejei até a minha casa, porque mais de 24h acordada depois e eu não me aguentava em pé.


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Notas finais do capítulo

* n/a: pelo o que encontrei no Google é mais ou menos essa hora que o sol nasce lá, pelo menos quando não é horário de verão

Ainda falta uma parte, calma aê!



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