Uma vez, jurei não ter família.
Sonhei que cai de cabeça e furei os olhos
Uma vez, jurei ser feliz
Sonhei que estava voando enquanto o Mundo abaixo sumia lentamente
Uma vez, sonhei que morava sozinha.
E isso me abateu
Eu sonhei que estava dormindo
E acordei enquanto voltava a sonhar
Passei minha vida fechando os olhos
Tentando não ver o correto
Tentando emitir a verdade
Meu bem mais precioso, meu imã perguntou
Foi forjado dos cabelos de um anjo
Loiros como o dia
Foi forjado do pano mais macio
Branca como os raios de um dia
Foi forjado do mais lindo sorriso
Eu sonhei que tinha em minhas mãos a coisa mais estranha do Mundo
Minha consciência se negava a ele
Eu sonhei que estava tudo bem
Quando na verdade minha pele marcava em sangue
Eu vi a luz
Assim como vi a escuridão
A noite, com a lua solitária
Eu vi o raiar do sol
Tão unido a tudo e judiado
Um dia a luz irá se apagar
Eu vi um dia, uma bela moça que sorria com sinceridade
Olhava com seus olhos azuis, cheios de felicidade e esperança
A vi segurar minha mão e me abraçar com força
A vi sonhar comigo e acordar me procurando
Eu vi um sonho se tornando realidade
E assim, somente assim, abri meus olhos.
Abri meu coração.
Um dia, vi um anjo triste parado na porta do metrô.
Um anjo desesperado para poder se corromper.
E eu fui a tola que abriu a porta para esse pecado.
Obrigado meu anjo.
Por me vestir em branco.
O anjo de cabelos loiros, olhos azuis e sorriso sincero.
O anjo de pele branca, mãos macias e corpo quente.
Obrigada meu anjo.
Por me dar minha felicidade.