Você Pode Ouvir Meu Coração? escrita por SandyC


Capítulo 51
capítulo 51




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/656249/chapter/51

Eu fico pensando que solução seria essa que Bill tem pra mim,então digo:

—_Fala ái!

Ele se senta de frente pra mim e começa a falar:

—_Vocês sabem que eu me separei há algum tempo da minha última esposa não é?

Ele sabe que sabemos disso,mas eu não o interrompo, apenas balanço minha cabeça afirmativamente. Não sei aonde isso irá nos levar,mas juro que estou muito curioso e...

Bill me traz pra realidade outra vez, enquanto continua o que dizia:

—_Então, quando nos separamos, ela meio que ficou com quase tudo que eu tinha.

Ele ri meio sem graça.

 Ainda não entendi,mas ele continua:

—_Ela só me deixou uma casa, que fica em um vilarejo próximo daqui! Um lugar calmo e tranquilo.

Ele nos olha com expectativa. Eu e Louis olhamos um para o outro sem entendermos onde ele quer chegar com isso. Ele vê que estamos meio aéreos com isso tudo e continua:

—_Quando eu não estou me sentindo muito bem, eu vou até lá, porque aquele ar puro das montanhas me faz sentir bem.

Juro que nunca ouvi o Bill falar assim. Soa até meio engraçado.

Ele olha pra mim.

Ele enfim diz:

—_Eu só disse isso porque... ouvi você dizendo que queria dar um tempo, então achei que talvez você quisesse ir até lá, ou sei lá...

Bill ainda olha pra mim, eu penso um pouco e olho pro Louis, depois olho de volta pro Bill e digo:

—_Isso seria incrível, cara! É exatamente o que eu tô precisando!

Ele parece satisfeito com minha reação e juro que isso veio realmente na hora certa. Preciso urgentemente dar um tempo disso tudo aqui.

...

Eu volto pro meu apartamento me sentindo animado com essa possibilidade de sair daqui por um tempo, para poder pensar em tudo o que vem acontecendo em minha vida e tentar dar um rumo pra tudo.

...

São seis e meia. Já faz algum tempo que cheguei da casa do Louis.Resolvo tomar um banho. De repente me lembro de uma coisa, uma coisa que tenho tentado esquecer e não estou tendo o resultado esperado.

 Emilly tinha alguma coisa pra me dizer e eu tentei ignorar isso o dia inteiro,mas infelizmente eu não consigo.

Tento não pensar mais nisso enquanto termino meu banho.

Estou deitado nesse sofá há um bom tempo depois que cheguei da casa do Louis. Eu apenas vou pra casa do Bill amanhã ao meio dia, ele me pediu pra esperar ele pedir alguém para fazer uma limpeza por lá.

...

Eu fico olhando o teto por um tempo, de repente penso novamente naquilo que tenho tentado esquecer.

"O que será que a Emilly ia me dizer quando telefone dela tocou?"

Esse pensamento se repete diversas vezes.

...

Eu me levanto pego as chaves do meu carro e tenho apenas um pensamento: ir até a casa dela e perguntar o que ela tinha pra me dizer.

Acho que gosto de sofrer.

...

No meio do caminho penso em desistir disso,mas sei que não vou conseguir fazer essa viagem sem resolver isso antes.

...

Eu fico de frente ao prédio dela por um tempo.

Um longo tempo.

Ainda estou procurando a coragem que eu tinha quando saí do meu apartamento hoje mais cedo.

...

As luzes da rua já estão acesas e eu sinto que se eu não for falar com ela agora,não irei encontrar essa coragem nunca mais.

As luzes do apartamento dela estão se apagando, penso que talvez ela possa estar descendo e tento me preparar emocionalmente para falar com ela.

Ela desce sim, depois de um tempo,mas desce acompanhada daquele cara. Eu não sei porque eu tô irritado...

Mas eu tô.

Acho que eu imagino que as conversas que tenho mentalmente com ela, realmente acontecem, o problema é que em todas essas conversas tudo se resolve,mas na realidade tudo sempre está da mesma forma complicada de sempre.

E eles estão de mãos dadas.

E eles estão se abraçando.

E eu acho que não quero mais ficar aqui me torturando com isso.

Eu fecho meus olhos.

 Acho que realmente "gosto" de sofrer.

...

Eu dou meia volta no carro e vou em direção ao meu apartamento.

Mas no meio do caminho decido dar meia volta e ir até o The Red Lion.

Chegando lá, vejo uma garota loira de costas detrás do balcão. 

Vou até ela. 

Ela se vira de repente e ao me ver tem um sorriso perfeito no rosto.

Gosto disso. Ela diz oi, meio envergonhada de repente. Eu respondo:

—_Oi!

Ela continua:

—_Desculpa por ter saído daquela maneira, eu...

Eu a interrompo:

—_Não, tudo bem!

Ela me olha por um tempo sorrindo e de repente eu tenho muita vontade de convidá-la para ir pra casa do Bill comigo. Seria uma ótima forma de passar um fim de semana...

Ela interrompe meus pensamentos, dizendo:

—_E você como está?

Eu apenas sorrio de volta e ficamos assim conversando sobre coisas aleatórias por um bom tempo e eu descubro que, não posso "usá-la" pra esquecer a Emilly, porque isso não seria justo com nenhum de nós.

...

Na volta passo de frente a loja de conveniências, que já está se tornando um ponto de referência pra mim, depois dessas conversas ou "não-conversas" com a Emilly. 

Mas eu não entro ali.Não vou beber por causa disso e nem por nenhuma outra causa hoje.

...

Acordo cedo no sábado e vou até a casa do Louis. Bill disse que vai me emprestar o carro dele, para confundir os paparazzi. Eles sempre estão por perto mesmo.

Chego e vou pra cozinha procurar alguma coisa pra beber na geladeira, Louis aparece depois de um tempo.

—_E aí cara, você vai mesmo?

Eu me viro pra ele e digo:

—_É, vou sim!

Ele se senta e eu pergunto:

—_Onde é que tá o Liam?

—_Tá na casa da Jullliet!

Ele ri e eu também acabo rindo. Ele diz depois de um tempo:

—_Mas e você e a Emilly...

Eu abaixo meus olhos por um tempo, respiro fundo,depois digo:

—_Ela vai se casar, cara!

Louis me olha surpreso.

—_Como é que é?

Eu digo:

—_Isso que você ouviu!

—_Mas ela te disse isso? Como assim?

—_Não, ela não me disse, eu vi aquele cara pedindo ela em casamento...

Ele me interrompe:

—_Cara, por quê você não falou nada?...Eu vou ligar pro Liam agora e confirmar isso. Ele deve saber com certeza e...

Eu o interrompo:

—_Não! Já chega disso Louis, eu tô cansado. Só quero mesmo me afastar dela e..

Eu nem tenho palavras mais pra descrever como me sinto toda vez que penso nisso.

Ouço ele respirar fundo. Bill chega e pergunta se tá tudo pronto, eu respondo que sim.

Ele diz:

—_Eu vou te acompanhar até lá, em outro carro.

Eu sei que ele nunca me deixaria ir sozinho. Típico dele. Eu não questiono, acho que é melhor assim.

Louis se levanta, me dá um abraço rápido e diz:

—_Por favor não chega de ressaca aqui amanhã cara, porque você sabe que temos show ás seis!

Eu afirmo que sim e digo:

—_Okay, mamãe!

Ele revira os olhos.

Acho graça.

...

Assim que chegamos Bill me mostra a casa, me entrega as chaves e diz:

—_Como o Louis disse, estamos te esperando. Não faça nenhuma besteira!

Eu faço sinal de continência.

Ele também revira os olhos. Eu acabo rindo outra vez. Ele entra no carro e vai embora.

...

A casa fica em uma vila bem pequena, com várias outras casas por perto,mas não tão perto uma das outras como em uma cidade. Eu gosto daqui.

Entro e percebo que, talvez esse seja realmente um bom lugar pra pensar.

...

Depois de um tempo, vou até o meu carro na garagem para pegar aquela garrafa de uísque.

Tá, eu sei que prometi pra todos que eu não faria nenhuma besteira ou chegaria de ressaca e eu vou cumprir isso. Só trouxe essa garrafa, pra um caso de extrema necessidade mesmo.

Repito isso pra mim, até eu mesmo me convencer de que não vou beber nada.

Abro a porta do carro para pegar a garrafa que escondi no banco detrás do carro para que Bill não visse. Mas assim que a tenho em minhas mãos,vejo mais alguma coisa ali, debaixo do banco detrás do carro: o cachecol dela!

Eu digo pra mim mesmo olhando pra cima:

—_Só pode tá de brincadeira!

...

Fico sentado no sofá da sala por um tempo, olhando aquele cachecol na mesa de centro e a garrafa do lado dele.

E eu penso em como ela estava naquele dia em que ela estava usando ele.

Penso em como ela estava tão linda quando sorriu pra mim dentro do meu carro.

Penso em como ela estava refletida naquele espelho no apartamento dela...

Droga! não foi pra pensar nisso tudo que eu vim aqui, foi pra tirar isso de mim!

Decido tomar um banho.

...

Assim que saio do banho, vejo minha garrafa de uísque ainda ali, vou até a cozinha pegar um copo. São apenas cinco e meia da tarde e eu fiz de tudo pra não ter um motivo para não abri-la, mas juro que toda esse silêncio, essa neblina e esse cachecol com o cheiro dela não está me deixando com muitas opções.

Abaixo e pego a garrafa, abro e coloco uma dose no copo. 

Coloco a garrafa novamente ali.

 Depois olho para o copo por um tempo. Assim que vou levá-lo à boca, ouço um voz.

Uma voz que, sempre acaba com as minhas estruturas, principalmente quando fala meu nome assim:

—_Harry?!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Você Pode Ouvir Meu Coração?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.