Friendzone escrita por moonrian


Capítulo 3
Enigma de Cabelos Ruivos


Notas iniciais do capítulo

Olááá, pessoas lindas!!!
Cá estou eu para postar mais um capítulo de Friendzone, para vocês pessoas lindas que ainda leem :3
Deixe-me começar agradecendo a todas as lindas que comentaram: Lilith, Mei e Haleth *-*
E também a Tonb e minha xará MillaScorpions que está acompanhando o/
O capítulo de hoje será uma continuação do primeiro dia do lindo do Milo que se verá ainda mais curioso quanto a Camus :3
Chega de spoiler u.u
*Boa Leitura*



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Quando o sinal soou, Camus quase se derrete com o alívio em sua cadeira por estar livre da presença incômoda de Milo, e embora estivesse com muita pressa para sair e por um mundo de distância entre ele e o loiro, o aquariano não sairia correndo pateticamente como uma garotinha desesperada; ele é orgulhoso demais para fazer um papel tão ridículo.

O rapaz de olhos castanhos avermelhados inexpressivos junta suas coisas com o máximo de calma que conseguira extrair de si, o que não é grande coisa.

— Será que temos mais alguma aula juntos? – Inquere Milo, que também guardava seu material na mochila verde escura e puída.

“Eu espero sinceramente que não”, pensa Camus, mas ao invés disso ele diz:

— Não faço ideia...

— Seria legal se tivéssemos mais uma aula juntos, não acha? Daria para nos conhecermos, fazermos amizade e tudo mais... Mas não pense que eu estou aqui por desespero, porque se eu quiser posso fazer amigos – “Então por que não faz?”, pensa Camus –, mas eu acho que você parece ser uma pessoa bem legal e seria maneiro que pudéssemos nos tornar amigos, Camus.

“Zeus, como ele fala!”, resmunga Camus em pensamento.

Desde que apareceu em sua vida, parece que o loiro não se incomoda que Camus não responda nenhuma de suas perguntas com respostas mais explicativas ou faça comentários esporádicos quando termina sua falação, contentando-se com o seu quase monólogo e instigando-o (lê-se: obrigando-o) a conversar também.

Milo deixa a mochila já com todos os seus pertences em cima da mesa cor de creme e vasculha os bolsos da sua calça jeans a procura de algo.

— Cadê a droga do meu horário? – resmunga para si mesmo.

Camus termina de guardar seu material e está prestes a sair sem olhar para trás ou se importar que sua atitude fosse mal-educada, quando Milo começa a remexer os quadris para que sua mão adentrasse mais o bolso da frente de sua calça – se o aquariano estivesse comendo ou bebendo alguma coisa, ele tinha certeza que teria engasgado.

— Há! Achei – puxa um papel pequeno e amassado.

Camus encara o rapaz mais novo um tanto catatônico, enquanto este põe a bolinha de papel sobre a mesa e faz o seu melhor para desamassa-la e descobrir onde seria a sua próxima aula, sem perceber que conseguiu deixar abobalhada a pessoa mais sensata desse colégio.

— Cálculo com o professor Shura. – Anuncia o escorpiano antes de erguer os olhos azuis para Camus, que já havia se recomposto e jogava a mochila sobre o ombro. – Sabe onde fica?

O mais velho caminha para fora da sala, ainda irritado consigo mesmo por ter ficado olhando apatetado para o balanço dos quadris do mais novo, sentindo a presença de Milo as suas costas esperando sua resposta. Ambos não reparam os olhares admirados e/ou surpresos por verem que o aluno novo está andando ao lado do ruivo antissocial como se já fossem amigos. As expressões catatônicas de todos com a cena não se deve apenas por o mais velho ter aquela aura intimidante, mas sim porque embora ele seja educado com qualquer um que venha a lhe dirigir a palavra, Camus está sempre aparentando indiferença ou apatia como se colocasse um muro entre ele e o mundo, e só troca palavras com alguém quando é realmente necessário.

O aquariano se pergunta se seria indelicado demais dizer a Milo que sabia onde a sala fica, mas que não está interessado em leva-lo até lá, que não deseja ser seu amigo e prefere que ele o deixe em paz.

Mas infelizmente ele não está com coragem o suficiente esta manhã para enxota-lo, mesmo que esta seja sua especialidade há três anos.

— Fica a três salas antes de para onde vou – Anuncia, desejando se socar por ainda estar dando condição para que Milo continuasse lhe importunando.

Milo abre mais um dos seus muitos sorrisos, mas aquele é apenas grato, mesmo que o toque malicioso nunca fuja de seus olhos e lábios.

— Ótimo, então eu vou com você. – Declara.

Camus caminha pelos corredores do quilométrico Colégio Santuário com Milo tagarelando sobre sua vida na Grécia, as coisas que sentirá saudade de seu país, sobre seu irmão “irritante com mania de limpeza e um possível TOC”, e o namorado que deixou em seu país.

Os olhos castanhos avermelhados do aquariano se abrem um pouco mais em surpresa.

— Você tem um namorado? – Inquere.

Milo vira seu rosto para Camus e abre aquele sorriso matreiro e arrogante que o mais velho odeia.

— Por que? Está interessado em mim? – Brinca.

Camus fica sobressaltado com a brincadeira de Milo e vira seu rosto para o outro lado, longe da vista do escorpiano para que ele não registre o maldito rubor que aflora em suas bochechas uma segunda vez no dia – aquilo estava começando a deixar o aquariano muito irritado.

— É claro que não – Responde ainda sem olha-lo. – Só estava surpreso por você ser atraído por homens.

Milo sacode a cabeça, achando divertido que Camus esteja tão constrangido, mesmo que ele tentasse esconder. O rapaz de olhos azuis ardentes opta por fingir que não reparou para não deixar o ruivo ainda mais desconfortável.

— Surpreso por eu ser gay — corrigi Milo. – Pode dizer a palavra, Camus, não é nenhuma ofensa. Não precisa explicar o conceito das minhas preferências com medo de ferir meus sentimentos.

O rubor finalmente acaba e Camus volta seu rosto de traços marcados e elegantes para o caminho à frente, deixando que as palavras de Milo se mantivessem pairando no ar. Ele se vira para descer o lance de escadas para o primeiro andar, o cabelo vermelho e sedoso sacudindo enquanto desce rapidamente os degraus.

Assim que finalmente entra no novo corredor onde sua próxima aula vai acontecer, ainda com a companhia de Milo ao seu lado, Camus ergue a mão esquerda para tirar uma mecha irritante que cai em seus olhos e prende-a atrás da orelha. O escorpiano capta o movimento e então algo nos detalhes da mão bronzeada do ruivo chama a sua atenção.

— O que aconteceu com sua mão? – Inquere Milo sem pensar, e ao perceber que está sendo inconveniente, acrescenta: – Se me permite perguntar.

Camus abaixa sua mão rapidamente e olha para o rapaz de feições angelicais ao seu lado, sobressaltado por este ter notado – se bem que é quase impossível não perceber.

Aquela manhã o ruivo havia se esquecido de enrolar dois de seus dedos com gaze, assim como a sua luva imobilizadora cinza que esconde sua palma e deixa seus dedos descobertos; por isso é possível ver a cicatriz horrível que lhe corta a palma um pouco abaixo dos longos e também marcados dedos anelar e médio, que exibem quatro cicatrizes enviesadas de diferentes tamanhos em sua extensão, além de serem um pouco tortos – há uma também no comecinho do dedo mindinho e outra bem pequena abaixo do indicador, mas elas não são tão evidentes quanto às outras. Sua mão magra parece ter sido tão elegante quanto a direita um dia, embora não viesse a se tornar realmente feia; mas na visão de Camus parece um cover da mão do Frankenstein.

Ele a fecha em um punho não tão forte quanto poderia fazer antigamente para esconder a maioria das marcas da vista do escorpiano (embora algumas sejam grandes o bastante para semicircular seu dedo) e pôs em seu rosto aquela máscara endurecida e inexpressiva.

— Um acidente – responde evasivo.

“Por que os corredores dessa maldita escola tem que ser tão longos?”, pergunta aos céus.

Mas Milo parece compreender que ele não deseja falar sobre isso e decide não força-lo a explicar melhor esse acidente, mesmo quando a curiosidade o corrói as entranhas. Não deve ter sido algo tão simples quanto Camus está tentando fazê-lo acreditar, está na cara que não havia sido algo como derrubar uma lata de tinta no chão ou cortar o dedo com uma faca na cozinha.

A situação entre eles ficou esquisita, um silêncio incômodo paira entre eles depois que o rapaz de olhos azuis flamejantes resolveu ceder a sua curiosidade de saber os motivos da mão do aquariano ser tão brutalmente marcada; assunto que remete novamente as coisas que o mais velho não gosta de lembrar.

Com certo alívio Camus aponta com o queixo para uma porta um pouco a frente.

— Sua aula é ali – anuncia.

Milo assente e então se despede de Camus com um aceno, ainda se sentindo arrependido por ter tocado em um assunto que parece incomodar tanto o rapaz de madeixas vermelhas intensas.

Quando entra na sala descobre que novamente a maioria dos alunos está em seus respectivos lugares e que atraiu a atenção de todos para a sua figura, algo que ele não se importa.

Milo vê um chumaço de cabelos escuros conjunto de olhos azuis incomuns olhando para ele, o que o faz abrir um sorriso largo de alegria por saber que dessa vez teria uma companhia mais comunicativa e bagunceira naquela aula – e não existe nada melhor do que um amigo com senso-de-humor em uma aula de matemática. O loiro caminha para perto do seu amigo com toda aquela pose autoconfiante que faz as pessoas repararem nele, então enxota um garoto moreno que mais parece um duende de cabelos castanhos rebeldes do lugar ao lado de Ikki com um “Sai daí, idiota”. O rapaz não fica nada feliz em ser expulso do seu lugar, mas não deseja arrumar briga com alguém como Milo que além de ser vários centímetros mais alto que ele, aparenta ser a encrenca em pessoa.

Ikki sacode a cabeça lentamente.

— Seiya é meu amigo – declara Ikki, apontando para o rapaz revoltado que agora sentava na carteira da frente.

Milo lança um olhar vago para o duende de jardim e então volta a olhar para Ikki com uma expressão dissimulada de surpresa enquanto joga sua mochila puída sobre a mesa e o corpo na cadeira desocupada.

— Oh, desculpe... Seu amigo estava no meu lugar.

Ikki arqueia uma sobrancelha irônica.

— Você acabou de chegar nessa escola – retorque o leonino. – Não tem um lugar para chamar de seu.

Milo abre um meio sorriso arrogante.

— Agora eu tenho.

Então Ikki não resiste à vontade de dar uma breve e baixa risada com as loucuras do escorpiano, enquanto bagunça suas madeixas que já não estão muito arrumadas.

— Só espero que você não seja tão insano quanto na época que você estudava na Grécia – fala Ikki, embora não parecesse estar torcendo mesmo para isso. – Quebrar a mão de um garoto porque ele se sentou a mesa que você titulava sua?

O escorpiano revira os olhos.

— E lá vem mais um com essa história de novo! Para começar, eu pedi educadamente para ele sair do meu lugar...

— “Vaza daí, estrupício” não é considerado “pedir educadamente”, Milo – interrompe Ikki.

Milo deu de ombros.

— No meu mundo é, porque meu pedido indelicado é “socar a cara do idiota” – e sorri cruelmente. – E olha quem fala! O garoto que triturou um cara no show do Slipknot porque ele não quis sair da sua frente.

— Ao contrário de você, eu pedi educadamente primeiro.

O loiro fez uma falsa expressão admirada.

— Oh, claro! – Fez um joinha. – Porque “Tira a cabeça oca da frente, palerma” é altamente delicado e requintado.

Ambos riem, enquanto Seiya encara boquiaberto e um bocado chocado – para não dizer muito – os dois insanos de cabeça quente e com costume de socar pessoas que não atendem seus pedidos “educados”.

Quando os risos cessam, Milo dá mais alguns segundos para que o “momento diversão e provocação” acabe, e ele possa entrar em assuntos diferentes sem que se torne um desvio de assunto tão gritante.

— O que vocês sabem sobre Camus de Lenfent? – Inquere Milo depois de um tempinho.

Seiya, que se manteve silencioso e emburrado por ter sido expulso de seu lugar, vira-se para trás com a intenção de participar das conversas do leonino e do escorpiano – alias, é sempre bom ter amigos tão malucos quanto eles na hora de problemas.

— Ninguém sabe muita coisa sobre Camus – fala Seiya com aquela voz meio infantil – As únicas informações disponíveis são as coisas mais óbvias: que ele é francês e que é um libertino.

Milo fica chocado.

— Camus é um libertino?

Aquilo é algo impossível de imaginar quando observa apenas a postura e maneiras do aquariano. Como poderia ele imaginar que aquele garoto sério e antissocial escondia uma alma depravada e sem-vergonha?

— Eu sei – fala Ikki com um meio sorriso –, é difícil imaginar o seu cara frígido sendo um garanhão pervertido, não é?

Milo aperta os olhos azuis para a figura de Ikki.

— Para começar, ele não é o meu cara sério, valeu? E depois, é realmente estranho tentar imagina-lo sendo uma espécie de fanfarrão.

Então surgiu uma imagem completamente hilariante de Camus vestido como um daqueles rappers, sentados na área VIP da balada e cheios de cordões de ouro; e Milo teria desatado em uma risada alta e fora de hora se ele não soubesse que tanto o leonino quanto o sagitariano o olhariam como se ele fosse um completo maluco.

— Mas é o que ele é – Seiya dá de ombros, indiferente – A maioria das vezes são as pessoas que se aproximam dele querendo uma noite inesquecível, outros chegam com a esperança de fazer com que Camus venha a se encantar por eles; mas aparentemente ninguém é bom o bastante para namora-lo.

— E as cicatrizes na mão esquerda? – Insiste Milo. – Alguém sabe o que causou aquelas horríveis cicatrizes na mão dele?

Ikki franze o cenho, confuso, enquanto Seiya coça a parte de trás da cabeça e tenta se lembrar de se já viu alguma cicatriz na mão do garoto de cabelos ruivos.

— Ele tem cicatrizes na mão? – Pergunta Ikki. – Eu nunca vi. Aliás, eu sequer reparo nesse garoto.

De repente o rosto de Seiya se acende, lembrando-se de algo.

— Quando ele entrou no Colégio Santuário, me lembro de que dois dedos dele estavam engessados e a mão direita toda enfaixada. Ninguém nunca soube o que aconteceu com ele… na verdade ninguém sabe quase nada sobre ele ou o que ele faz da vida. Camus sempre foi muito fechado e taciturno.

Então o professor Shura entra na sala, fazendo com que todos se virassem para frente da sala e as conversas aleatórias cessassem – ninguém tinha coragem de dizer um piu na aula do homem sem uma autorização, pois o capricorniano é intimidante e com um olhar afiado que corta até pensamento.

Felizmente o professor não pede que o escorpiano se levante e se apresente, perguntando apenas o nome dele de onde está e desejando as mais apáticas boas-vindas que ele já ouviu na vida – claro, porque Camus não te desejou tal coisa, pois o loiro tinha certeza que seriam tão pouco calorosas quanto às de Shura.

Camus...

O mistério que cerca o aquariano está instigando-o a cada segundo mais, e as grandes lacunas nas informações sobre quem é realmente aquele rapaz e porque ele tem um reconhecimento tão forte quando olha para aquele rosto apático.

Mas por onde Milo poderia começar para entender quem Camus é realmente?


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Notas finais do capítulo

Huummm.... O que será que Camus está escondendo, hein? Qual será o mistério da vida desse menino lindo :3
Agora temos que conversar seriamente sobre Milo e Ikki, e essa educação que eles acham que tem... Sério, CUMASSIM?? Pessoas mais rebeldes u.u E o duendezinho do Seiya poderia ter arrumado encrenca >.>
hahaha brinks :v
Espero que vocês tenham gostado do capítulo e que eu mereça reviews *3*
Beijos



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