“ - Nos últimos dias, grandes desastres naturais e não naturais vem afetando o mundo inteiro. Religiosos acreditam que são sinais, os mesmos descritos nas escrituras sagradas como os sinais do apocalipse e da volta de Cristo. Nesta tarde, vários deles se reuniram em Roma para pedir orações...” _ Elves ouvia as notícias na tv.

— Desde quando você se interessa por essas coisas meu filho? _ Sua mãe perguntava.

— Eu sempre me interessei, ou de repente é a idade. Sei lá. Talvez, eu esteja amadurecendo. _ Tentava disfarçar.

— Mas você só tem 15 anos Elves! _ Marinalva estava assustada com a suposta mudança repentina do garoto.

...

“ – Ainda sem nenhuma resposta sobre os atentados de dias atrás na cidade de Nova Iorque e sem nenhuma pista da comunidade islâmica, os Estados Unidos enviaram tropas para Israel, na tentativa de confrontar o mais provável dos inimigos.”

Zack estava com medo. Ele era o único que sabia o que realmente havia acontecido na cidade americana e provavelmente, os ataques ocorridos na Arábia Saudita antes mesmo de Nova Iorque haviam sido ocasionados pelo mesmo digimon que enfrentara. O Seijinmon. Mas como ele avisaria às autoridades sobre aquilo? Se ele contasse que ele tinha um digimon, elas poderiam tirar o Tigerusmon dele. Era uma decisão difícil.

...

“ – O desaparecimento de centenas de crianças ao redor do mundo nos últimos dias, também tem nos deixado intrigados, comprovando que o mistério realmente pode ter ligação com as profecias bíblicas.”

— Isso é de dar medo. _ Lohan assistia as mesmas notícias na televisão de seu apartamento, ao lado de Mattheus.

— Será que isso também tem ligação com a chegada dos digimons? _ Felipe indagou.

— Eu não sei, mas há tantas coisas estranhas ocorrendo ao mesmo tempo que fica difícil responder todas.

Enquanto os dois acompanhavam o telejornal, um carro estacionava na frente do apartamento do líder da guild.

— Obrigada! _ Uma garota agradecia.

“Ding Dong” _ Tocavam a campainha.

— Será que são eles? _ Mattheus perguntou ansioso.

— Pera que eu vou ver. _ Lohan se dirigia até a porta.

Pelo olho mágico ele já sabia quem era. Girando as chaves e depois a maçaneta, a porta se abria.

— Oi Loooooooo! Que saudade.

— Oi Jhe! Fico feliz que tenha mesmo vindo.

Eles já não se viam pessoalmente há meses.

— Hehehehe. Foi meio difícil convencer os pais dela dessa vez, mas eles a deixaram vir porque a Jhessica passou de ano com boas notas. É por isso que eu digo, sempre estudem muito. _ Rodrigo, o mesmo homem que havia alugado o apartamento pro Lohan ficar, foi quem havia ido buscá-la em São Paulo.

— Sim, foi isso. _ Ela estava contente.

— Pena que eu fiquei de recuperação em uma matéria e vou ter que voltar na escola pra refazer uma prova ainda. _ Mattheus dizia, se aproximando da parceira de equipe, acanhado, puxando assunto.

— Lipe é você??? _ Jhessica estava eufórica por vê-lo frente a frente pela primeira vez e estendeu alto os braços para lhe dar um abraço.

— Prazer em conhecê-la de verdade. “Risos”

— O prazer é meu maninho.

— Essa é a Blackpollemon? _ Lohan perguntava.

— Sim é ela. Mas ela é um pouco tímida. _ A digimon da garota estava escondida atrás de sua perna, igual criança com medo do bicho papão.

— Onde estão os de vocês? Estou doida para vê-los. _ Jhessica pedia.

— Eles estão no quarto. Eles adoram jogar videogames. _ Mattheus sorria.

O trio estava alegre pelo encontro e Blackpollemon tinha ido brincar com os outros dois digimons, deixando os jovens pôr o papo em dia.

— Tudo bem crianças, mas agora vamos esclarecer algumas coisas. Conte-me tudo o que está acontecendo, com todos os detalhes. _ Rodrigo, conseguia ver todos os digimons, mas não sabia da história da garota ainda.

...

Em Nova Iorque, Zack pesquisava mais sobre fatos estranhos recentes ao redor do mundo, quando percebera que tinha 8 mensagens no seu e-mail particular.

“Entre em contato, assim que possível“ _ Eram todos de Lohan.

...

De volta à casa de Lohan...

— Hmmm. É bem provável que da mesma forma que vocês três tenham recebido digimons após aquele dia, que os outros dois garotos também tenham conseguido os deles. Alguém já tentou ligar pro Zack? _ Perguntava Rodrigo.

— Eu já liguei pra casa dele no Rio Grande do Sul, mas a empregada atendeu e disse que ele estava viajando para fora do país, então resolvi mandar e-mails pro endereço que ele me passou, mas até agora ele ainda não respondeu.

— E quanto ao Elves? _ Retrucou o responsável pelas crianças.

— Eu não tenho o telefone dele. Você tem? _ Perguntou Lohan olhando pra menina.

— Eu também não. _ Fez cara triste.

— Ok. Então pelo que sabemos de vocês até agora é que Moonemon disse que há um digimon maligno muito poderoso procurando pelas crianças digiescolhidas, que são vocês cinco, com o intuito de derrotá-las. E que vocês foram escolhidos porque estavam naquela dungeon onde encontraram um digimon estranho durante o jogo. Os celulares de vocês se transformaram num aparelho diferente que Blackpollemon disse ser um “digivice” que tem o mesmo nome do game que vocês jogavam, o Overclock. E também me disseram que é possível usar os antigos Battle-Cards durante as lutas contra os inimigos, que funcionam em turnos como atributos, da mesma forma que funcionavam nos pvp’s ( player versus player ) de rua.

— Isso mesmo. _ Os três concordaram.

— Vocês disseram também que os digimons só podem ser vistos pelos digiescolhidos ou por aqueles que eles querem que os vejam, no caso eu.

— Exato. _ Mattheus confirmava.

— Isso vai ser muito difícil de explicar pra policia. (¬¬ ) _ Encerrou com uma piada.

Ele estava a par de tudo agora. Ele conhecia os três digimons e já tinha reunido três dos cinco digiescolhidos.

— Esperem um pouco. O telefone está tocando. _ Disse ele, se levantando do sofá.

Retirando seu celular do bolso da calça ele via o número desconhecido.

— Alô!

— Rodrigo, aqui é o Zack.

— Zack!!! Como você está? Onde está? Está bem? _ Rodrigo não acreditava na coincidência.

— Sim, tudo bem. Os outros estão ai contigo? _ Perguntou o menino.

— Sim, eles estão.

— Ok. Diga à eles que vou pedir o meu pai pra me buscar de volta e que em breve estou chegando ai para resolvermos isso. _ O rapaz explicava, se lembrando do que havia lido sobre os outros digimons nos e-mails recebidos.

— Pode deixar que eu digo, mas você não prefere que eu vá te buscar?

— Acho que não precisa, se meu pai não puder vir eu peço à outro responsável pelo clã e escondo o Tigerusmon no digivice pra que somente a gente fique sabendo.

— Esconder no digivice? _ Rodrigo não tinha entendido.

— Sim, vocês não sabiam disso? É possível guardar o digimon dentro do aparelho overclock através do comando “Descansar”, assim como podemos pedi-lo pra sair dizendo “Materializar”.

Aquilo era novidade para todos que já estavam juntos de Lohan.

— Não, não sabíamos. Mas você não precisa escondê-lo de pessoas normais, porque só podem vê-los aqueles que eles permitem. _ Rodrigo compartilhava a informação com o jovem distante.

— Então não preciso escondê-lo de ninguém? _ Zack não tinha certeza, repetindo.

— Não, não precisa, pelo menos, por enquanto. _ Rodrigo explicava.

— Tudo bem.

— Pergunta sobre o Elves. _ Felipe sussurrava ao lado.

— Ah, é mesmo! Antes que você desligue, você tem o telefone do Elves?

— Preciso confirmar, mas acho que tenho. Ele ainda não está ai? _ Zack indagou.

— Nenhum de nós tínhamos o número dele, nem e-mail e precisamos que ele venha pra cá o mais rápido que puder.

— Quer que eu mande alguém buscá-lo? _ Disse o garoto.

— Não, só me passe o endereço e avise à ele, eu mesmo o faço. _ Contou Rodrigo.

— Anote ai. _ Zack ia falando.

Agora que tudo estava explicado, os cinco jovens deveriam se reunir para encontrar os digimons que os procuravam e derrotá-los, antes que eles causassem danos mais graves para a humanidade.

Fim do capítulo 8... Continuará!