Sem forças para repetir as mesmas palavras,

Sem coragem para pôr mais uma máscara,

Nem eu me aguento, nunca o fiz, sempre me achei pesada demais

Não entendo porque as pessoas continuam ao meu redor

Talvez seja momentâneo

Ou

Eu apenas não mostro todo o meu peso

Até quando elas continuarão ao meu redor?

Não sei.        

Duvido do tempo

Desconfio do meio

Tenho receio de mim

Esses dias, me peguei pensando

“Se a vida se resume a isso, então, o que se resta para viver? ”

Eu ainda procuro a resposta

Talvez

A encontre

Ou

Viva com a indagação em meu consciente

Mas a angústia sempre vai existir

Eu sempre vou me autoflagelar a cada topada

No fim, mais uma vez, me pergunto

“Até quando...?”

Evito o futuro trágico, mas continuo andando em direção a ele

Que desculpa vou ter quando chegar lá?

Não terei. Só abaixarei a cabeça.

E quando chegar nesse momento, me questiono

O que restará de mim?

Existirá a vergonha, a decepção, o sentimento de fracasso na boca

Mas que tempo perdido. Sim... se resumirá a isso.

Indago mais uma vez: terei forças para me reerguer, estando de volta ao ponto inicial, mas dessa vez menos idealista/otimista/confiante/jovem?

Sim...

Tenho medo do futuro

Na verdade

Tenho medo de mim.

Medo do que não serei.

Medo do que farei quando perceber o que não sou.

Acho que o que sobrará nesse momento

Não é o que posso fazer, mas sim, o que eu não conseguirei fazer.

Ah...

Que peso.

Mais uma vez, me pergunto por que fiz isso comigo

Me critico fortemente, me destruo aos poucos

É um ciclo... e... ninguém se importa de fato

E não há nenhum problema nisso

Afinal,

Não devo ser a única sofrendo em silêncio, não é mesmo?