Nossa Primeira Série escrita por Matthew McCarty


Capítulo 16
Passado


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todos que leem e que comentam esta fics. Seu carinho é o que me motiva a continuar escrevendo.

Boa leitura!



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O pequeno de cabelos pretos estava abraçado ao braço do ruivinho no banco traseiro do carro e Kise entendia bem o por que. Depois de saber do perigo que Masaki passou durante aquela madrugada, só para protegê-lo, Kouta literalmente babava pelo amigo. "Tinha que ser um Akashi" pensou o loiro, lembrando como seu ex-capitão saía conquistando corações em todo lugar que ia. Enquanto o modelo tinha fãs por causa de sua beleza, Akashi tinha admiradores por... Tudo. Aparência, personalidade, poder, sucesso. Podia apostar que também tinha inimigos por causa disso, e foi um deles que estava tentando tudo de valioso do ruivo.

Estacionou o carro na rua da escola e saiu com os meninos. Kouta outra vez se pendurou no braço do amigo e ambos caminharam na frente, com um muito atento Kise logo atrás deles. Quando passaram o portão em segurança e os pequenos se juntaram a seus amigos, foi surpreendido por uma mão em seu ombro.

— Hey, Kise - ah, justamente a última pessoa que desejava ver naquele dia. Mesmo assim, sorriu como lhe era normal.

— Oi, Aominecchi!

— Eu soube do que aconteceu ontem na casa do Akashi. Você está bem? - o moreno parecia preocupado e Kise, bom, para o loiro aquilo também era algo que ele não precisava. Para sua sorte, Himuro se aproximou deles.

— Oi. Kise, o Murasakibara...

— Ah, ele pediu para lhe avisar que Noacchi dormirá com Masakicchi esta noite. E que está tudo bem, logo eles terão notícias do Furihatacchi - o de cabelos pretos assentiu aliviado. Kise tinha omitido a parte de que seu colega dissera isso enquanto se dedicava a afogar um dos invasores. Aquilo era bem desnecessário.

— Obrigado. Como o Masaki está? Deve ter sido horrível para ele, o Kou-chan desaparecido há semanas e agora tentam sequestrá-lo...

— Você deveria estar mais preocupado com Noa, Himuro-san - foi Kuroko quem se intrometeu, chamando a atenção dos outros para um bicudo Noa.

— Masaki normalmente percebe essas coisas e sabe que meu bebê é muito possessivo, em especial com ele.

— Oh, não é culpa dele. O Koutacchi não vai largar do Masakicchi tão cedo, o garoto é o herói dele - Kise riu um pouco, junto aos outros, mas seu celular tocou e ele suspirou pela mensagem. - Aominecchi, Akashicchi está nos chamando.

— Sabem do Kou-chan?

— Não sei, Himurocchi. Só diz aqui para irmos. Será que quer ajuda com aqueles caras?

— Akashi pedir ajuda nossa? Não enquanto ele tiver Murasakibara, aquele cara é muito assustador quando cumpre ordens - aquilo era fato. - Vamos na minha moto, Kise. A gente chega mais rápido assim.

Mais uma coisa desnecessária na vida do loiro.

— Motos não entram nos arredores da casa de Akashi. Elas são proibidas no bairro todo. Você é policial e não sabe disso, Aomine-kun? - avisou o de cabelos azuis claros. O maior fez uma cara estranha, antes de negar com a cabeça.

— Policiais podem, devo ter me confundido. Tudo isto me deixa nervoso...

— Mantenha a calma, Aomine. E, Kuroko, ouvi que vai ajudar Momoi com as crianças hoje - Himuro, um expert em ler ambientes, logo mudou o assunto.

— Sim, ela quer ensinar a eles como identificar casos de perigo e como agir neles. E, como estou de férias, me pediu ajuda. Uma grande coincidência, mas é algo bom para as crianças. Nem todos são como Masaki... - o sinal da escola tocou e Kuroko se despediu. Himuro também o fez, indo para o orfanato. E ficaram apenas Kise e Aomine no portão da escola.

— Bom, Aominecchi. Nos vemos na casa do Akashicchi?

— Posso ir com você? De carro - o loiro piscou duas vezes, indeciso. "Se acalme, Kise Ryouta. É só uma carona. Só isso, não fique pirando por coisa pouca".

— Claro! Vamos logo, ou o Akashicchi vai ficar bravo.

— Eu acho que ele já estará irritado quando chegarmos lá - riu o policial, entrando no carro depois do loiro. Acelerando, Kise dirigiu o mais rápido que pôde.

— Não é uma boa ideia irritá-lo mais. Será que ele conseguiu arrancar algo dos caras? – não podia deixar o assunto morrer ou um silêncio tremendamente incômodo se instalaria ali y alguma besteira podia sair de sua boca.

— Saberemos quando chegarmos lá – Aomine abriu a janela e ficou olhando para fora, como se algo o incomodasse. Mesmo sabendo que não deveria perguntar, Kise terminou abrindo a boca.

— Aconteceu algo, Aominecchi?

— Anh? – o moreno olhou para ele e ficou calado por um tempo. O loiro decidiu ficar quieto também, e o silêncio durou até que chegaram aos portões da casa de Akashi. O carro não podia passar pelos jardins, então desceram e foram a pé pelo caminho de pedras. Aquele silêncio era tão incômodo e Kise estava se segurando para não falar nada. Era melhor assim, porém quando chegaram perto das escadarias que levavam à porta da mansão do ruivo, Aomine o segurou pelo pulso, virando-o. Agora estavam de frente um pro outro.

— Aominecchi?

— Já chega disso, Kise – o moreno estava sério e um pouco irritado. – Você fica agindo como se tudo estivesse normal entre nós dois e não est...

— Está sim – o menor sorriu um pouco, irritando ainda mais o policial.

— Claro que não está! Droga, Kise, eu não consigo parar de pensar em você e no que aconteceu quando estivemos juntos!

— Isso é passado agora, Aominecchi – Kise não sabia de onde raios estava tirando a força para falar daquele tema. Nunca havia comentado sobre isso com ninguém, os únicos que sabiam era o resto da Geração dos Milagres. E o maldito de Haizaki. Kasamatsu? Bom, ele sabia da sua curta relação com Aomine durante a Teikou, mas não sabia dos detalhes daquilo.

— Você nunca me perdoou depois daquilo! Continua fingindo que nada aconteceu...

— Nada aconteceu.

— ... Mas todos sabemos que ainda guarda rancor de mim!

— E como não guardar? – a resposta foi dura para Daiki, e dali pra frente só pioraria. – Você quase arruinou minha vida. Se tivesse sido só aquela maldita aposta, eu teria te perdoado, mas o que você fez depois...

— Não fui eu! Akashi provou que não fui eu!

— Você sabia daquilo e mesmo assim aceitou! – a raiva queimava nos olhos dourados. – Aquilo poderia ter me destruído e mesmo assim você fez!

— Eu não sabia que Haizaki ia fazer aquilo, eu juro!

— Jurou que me amava naquela época também! Acha que consigo acreditar nas suas juras agora?!

— Eu amava você!

— Mentiroso! Maldito mentiroso! Você só queria ganhar aquela aposta com Haizaki! – o loiro puxou o braço com força, virando-se de costas para o outro, para que este não visse que estava a ponto de desabar.

— Eu sofri anos depois daquilo! Sabia que tinha sido um idiota, fui um idiota com você, mas eu me apaixonei por você de verdade! Você tem que acreditar em mim, eu nunca fui tão sincero como estou sendo agora!

— Eu ainda tenho medo, sabia? Se aquilo cair em mãos erradas, minha vida será arruinada. Eu serei julgado e abandonado de novo, por sua culpa. E não saberia como encarar meu filho outra vez se ele...

— É impossível! Procuramos e aniquilamos qualquer cópia daquilo! – a culpa e o desespero de ter feito Kise sofrer tanto por uma idiotice sua o consumiam. Se pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente... Mas não podia e agora teria que aguentar as consequências disso o resto da vida.

— Acha que isso é suficiente para me acalmar? Você é mesmo um idiota...

— Eu sei que eu sou! Droga, Kise! Eu perdi você e todo nosso futuro juntos por causa daquilo! Acha que estou muito feliz por isso?! Acha mesmo que se eu pudesse não te conquistaria do jeito certo e teria tudo o que Kasamatsu tem hoje com você?!

— Do que está falando?! – Kise se virou, mas não foi uma boa ideia, não mesmo. Aomine o segurou pela cintura e de repente os dois estavam colados, com seus rostos separados por apenas alguns centímetros.

— Estou falando que eu ainda não fui capaz de esquecer vo...

— CALA A BOCA! – Ryouta se liberou facilmente daqueles braços, se afastando dele. – VOCÊ ENLOUQUECEU! ACASO ESQUECEU QUEM SOMOS AGORA?!

— Kise...

— ISSO TUDO É PASSADO, AOMINE! PASSADO! ISSO NÃO VAI VOLTAR A ACONTECER, NÃO PODE VOLTAR A ACONTECER! DROGA!

— TEM CERTEZA QUE É PASSADO?! – o loiro congelou ao ouvi-lo. Oh, não, não podia cair nessa de novo. – Porque eu sei muito bem quem somos agora, mas eu também sei que nenhum de nós dois viramos a nossa página. Consigo ver em seus olhos, mesmo que grite negando.

— Maldito... – estava procurando seu próximo argumento contra o moreno, mas foram interrompidos por uma voz familiar.

— Neee, Mine-chin, Kise-chin... Aka-chin vai ficar irritado se continuarem gritando na porta da casa dele.

Os dois olharam para Murasakibara e assentiram. O maior não tinha aguentado ver os dois discutindo daquilo, era um tema perigoso. Assim como ele perdeu seu Himuro por sua ilusão de amar outro, aqueles dois poderiam acabar com sua felicidade caindo na armadilha dos sentimentos mal resolvidos.

— Desculpa, Murasakibaracchi – o loiro foi o primeiro a se mexer, subindo as escadas, mas logo uma sirene de polícia os fez olhar para o caminho por onde entraram. O carro freou, cantando pneus, e apenas o vidro desceu.

— Aomine-dono! Uma escola está pegando fogo, temos que ir agora!

— Ah, cara, hoje é meu dia de folga...

— Eu não vim te chamar como policial – o moreno olhou confundido para o colega. – É a escola onde seu filho estuda.

========

— AHHHHHHH! – os gritos das crianças de sua sala começavam a desesperá-la. A fumaça entrava pela porta aberta e os gritos e “fogo, fogo” vindos de fora assustavam ainda mais seus pequenos. Mas aquilo não era o pior: o incêndio tomara a biblioteca da escola, se alastrando rapidamente. A biblioteca abarcava os dois andares, com entradas em ambos, uma porta na base da escada curva que levava ao segundo andar e a outra porta no topo da escada. Escada essa que agora estava sendo tomada pelo fogo. E, que os deuses a ajudassem, sua sala ficava no final do corredor do segundo andar.

Descer as crianças pela janela era impossível: além das grades protetoras, era muito alto para descê-las em segurança. Kuroko tentava acalmar as crianças enquanto ela tentava pensar em uma saída. Nunca se perdoaria se perdesse um de seus pequenos...

— Momoi-sensei – a voz baixa a seu lado a surpreendeu.

— Hikari...

— A fumaça vai nos sufocar. Temos que molhar algo e colocar no rosto - o pequeno falou com pressa, mas segurança na voz. É claro! O garoto era filho de um bombeiro, provavelmente saberia como lidar com a situação.

— Muito bem! – o banheiro do segundo andar, por sorte, ficava de frente com a sala onde estavam. – Kuroko! Leve os garotos até o banheiro! Que molhem suas toalhas ou blusas e coloquem no rosto! Meninas vocês vem comigo, rápido, rápido!

Não que isso os deixasse a salvo, mas lhes dava mais tempo para pensar em como salvar seus pequenos. Em algum lugar de sua mente, Momoi se perguntava como raios a biblioteca tinha começado a pegar fogo e por que o sistema contra incêndio não estava funcionando.

Não muito longe dali, do topo de um prédio, um homem fazia uma ligação, enquanto assistia o fogo consumir a escola e os bombeiros e a polícia começarem a trabalhar ali.

— Tudo feito, senhor.

— A sala do pequeno...

— Sem saída. Já devem ter crianças morrendo asfixiadas pela fumaça, senhor. A imprensa está começando a chegar agora.

— Bem na hora do meu café da tarde, fez um bom trabalho.

— Agradeço, senhor. Voltarei agora para o galpão.

— Sim, sim. Faça aquele verme chorar de verdade enquanto vê isso na TV.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste capítulo! Como me empolguei, acho que logo postarei o próximo!