Nossa Primeira Série escrita por Matthew McCarty


Capítulo 14
Avisos




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“Você sabia que isto aconteceria, eu lhe avisei.”

Furihata repetia em sua mente as palavras daquele homem desprezível que viera vê-lo mais cedo. Com as mãos atadas acima da cabeça, o corpo esticado no ar e os pés a poucos centímetros do chão, estava parecendo um pedaço de carne num açougue. Os homens ao seu redor eram os açougueiros e o homem desprezível era o cliente. E não precisava ser um gênio pra saber que o pedido seria “Furihata moído”. Era óbvio pelos bastões de baseball, pedaços de madeira, pedras, chicotes e alguns outros instrumentos que sequer queria imaginar como seriam empregados consigo.

Como o homem dissera, ele fora avisado. Na verdade, prometera que aquilo jamais ocorreria se dependesse dele. O ponto era que não dependeu, não fora ele a quebrar sua promessa e sim a outra parte que o fez, sem sequer perceber, sem saber as consequências daquela decisão. 

Não tinha escolha a não ser aguentar. Não seria morto, disso estava certo, mas com certeza sofreria o bastante para desejar que fosse assim. Quando invadiram sua casa, ele não se deu o trabalho de lutar contra aqueles caras. A única coisa que fez foi agradecer aos deuses por seu pequeno Masaki estar numa fazenda bem distante e que, até o retorno dele, Akashi-kun já teria percebido seu sumiço. Os homens reviraram a casa mesmo assim, em busca de Masaki, mas ao não encontra-lo, se contentaram com o castanho.

O primeiro golpe foi na lateral direita de seu corpo e o fez cuspir sangue. Quase revirou os olhos de dor e a garganta fez seu trabalho ao gritar o mais alto possível.

— Não gaste sua voz. Ninguém além de nós vai te ouvir.

Mesmo assim, Kouki continuou gritando a cada golpe recebido até desmaiar.

==♥==

A entrada da escola estava novamente cheia de alunos, afinal mesmo que tivessem ido a um passeio, ainda teriam aulas naquela semana. Kasamatsu beijou a testa do filho e ele logo saiu para conversar com seus colegas, enquanto Sakurai se aproximava com um sorriso gentil. 

—Senpai...

—Já disse que pode me chamar de Kasamatsu. Tudo bem, Sakurai? 

—Sim, eu acho – o castanho se sentou em um dos bancos dali, sendo acompanhado pelo outro. - Daiki-san voltou a ficar estranho comigo...

—Deixa eu adivinhar. Desde ontem de manhã? 

—S-Sim. Como soube, senpai? - Yukio suspirou diante da pergunta. O motivo por trás do comportamento estranho de Aomine era complicado e Sakurai... Bom, Sakurai parecia não ter percebido isso. 

—Com o caso de Kouki, todos estão estressados ou preocupados de alguma maneira. Especialmente Aomine, que é um policial - não era mentira, mas também não era verdade.

—Oh, claro. Devia ter percebido antes, o trabalho dele exige muita responsabilidade, sempre pressionando ele – o sorriso aliviado do castanho fez o coração do moreno se encolher. 

Queria tanto que Sakurai soubesse daquilo que os afligia. Estava cada vez mais difícil para Aomine e Kise tolerarem a presença um do outro sem relembrar o passado. E não, não precisava que o loiro contasse alguma coisa para ele, aquilo era óbvio. A maneira como trocavam olhares quando se encontravam deixava mais do que exposto os sentimentos de ambos. Sakurai não era tonto, sabia que aqueles dois tiveram um caso desastroso no passado, mas acreditava que seu marido apenas sentia culpa pelo que fizera com Kise. Não passava por sua mente que sentimentos mal resolvidos estavam brotando de onde já deveriam ter sido arrancados. Mas Ryou já tinha suficiente para se preocupar, a última coisa que ele precisava era se perguntar se seu marido estava de fato trabalhando ou se estava rolando na cama de outro homem. Já bastava ele mesmo ficar pensando isso. 

De repente, Sakurai abriu os olhos, surpreso, antes de olhar para seu senpai. O que significava aquilo?! Com o rostinho triste e olhando para o chão, Masaki passou pelo portão da escola, sendo seguido por Akashi. Junto deles, Murasakibara e Noa. Os dois menores caminharam até seus colegas enquanto Kuroko se aproximava de Akashi rapidamente. 

— Akashi-kun! O que pensa que está fazendo?! – o ruivo nunca tinha ouvido Tetsuya tão irritado. Ambos estavam no pátio da escola de seus filhos, com Murasakibara bem atrás deles. 

— Eu tentei convencê-lo a não vir, mas ele insistiu que não queria perder aula – os três adultos olhavam para Masaki, que estava calado ao lado de seus amigos. – Os meninos sabem de alguma coisa?

— Achei melhor não dizer nada, mas isso porque pensei que Masaki se afastaria da escola até encontrarmos Kouki – era impossível acreditar que Akashi trouxera o pequeno garoto pra escola, na situação atual do menino.

— Masa-chin quer. Masa-chin tem. É assim que funciona com ele – comentou o arroxeado, chupando um pirulito. O celular do maior tocou e ele se afastou para atender. 

— Pelo visto, puxou isso do Akashi-kun – Kuroko suspirou, passando a caminhar até a saída com o ruivo do lado dele. – Como ele reagiu?

— Só se apavorou quando descobriu que os sequestradores não pediram nenhuma recompensa por Kouki. 

— Ele é um menino muito esperto para ter só seis anos. Tinha que ser seu filho – o azulado ergueu o olhar para Murasakibara, que se aproximou e colocou uma mão no ombro de Akashi. 

— Kise-chin disse que Furi-chin não esteve em nenhum dos aeroportos do país. Mine-chin falou com os soldados da marinha e não há registros que tenham levado o Furi-chin pelo mar. E Mido-chin já enviou um alerta para todos os hospitais do país, com a foto de Furi-chin. 

— Ele está dentro do país. Ótimo – isso foi um alívio para o ruivo.

— O encontrarão logo, Akashi-kun, vocês estão movendo os céus e a terra para conseguir acha-lo. 

— Não é questão de encontrar Kouki logo, Tetsuya. É questão de encontrar ele vivo.

==♥==

Midorima destrancou a porta de casa por volta das duas da tarde, entrando em silêncio. Naturalmente, a casa estava vazia naquele horário: Kazunari estava trabalhando e Seitarou estava na escola. Deixou a maleta em cima do sofá e estava pronto para ir até o quarto, quando avistou algo diferente sobre a mesa da cozinha.

Flores. Um jarro de vidro cheio de rosas brancas e vermelhas. Aquelas flores não estavam ali de noite...

“Rosas vermelhas para agradar seus olhos e rosas brancas para provar a pureza dos meus sentimentos”.

— Mas que palhaçada é essa?! 

O cartão não tinha assinatura e qualquer pessoa romântica pensaria que fora seu companheiro, Takao, quem deixara aquelas flores para ele. Só que aquela letra não era de seu esposo e, mesmo que tivessem se passado anos, ainda reconhecia aquela caligrafia.

Miyaji. O muito desgraçado já começara a jogar suas cartas naquele jogo. E o prêmio para o ganhador seria o amor de Takao Kazunari.

— POR CIMA DO MEU CADÁVER! – gritou o esverdeado, sem controlar a raiva que sentia. Sua mão bateu forte contra o vaso de flores e este voou pela cozinha, se espatifando na parede. Midorima olhou para o desastre que eram aquelas flores e decidiu deixa-las ali. Era um aviso para seu esposo e que chegaria, de uma maneira ou outra, aos ouvidos de Miyaji. Não deixaria ninguém arrancar seus preciosos garotos do seu lado. Nem que tivesse que recorrer aos métodos sujos de Akashi para isso. 


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Notas finais do capítulo

Perdoem minha demora.

Problemas particulares me impediram de escrever estes ultimos dois meses.

Espero que não tenham desistido de mim.



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