Supernatural: Segunda Temporada escrita por Mabel_Cullen


Capítulo 3
Capítulo 3: Sede de Sangue.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!! ^.^



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Red Lodge, Montana.

Uma garota que está sendo perseguida corre assustada pela floresta. Ela olha para os lados com medo, mas não pára de correr. De repente, tropeça no galho de uma árvore e cai. Um homem começa a vir em sua direção. A garota se levanta rapidamente e recomeça a correr. O homem corre atrás dela e fica cada vez mais perto. Ela se esconde atrás de uma árvore e o homem passa reto. Ela respira fundo e sai de trás da árvore lentamente. Mas, em seguida o homem aparece em sua frente, tira um gancho enorme de dentro do casaco e corta sua cabeça fora. Seu corpo cai logo em seguida.

...

Dean dirige o Impala novo em folha pela estrada com Sam ao seu lado e Jane no banco de trás.

- Escuta o ronco dela. – diz Dean ouvindo o motor do carro. – Já ouviu algo tão maravilhoso?

- Se vocês quiserem um quarto, só me avisa, Dean. – diz Sam com um sorriso. Jane dá risada.

- Não dê ouvido a eles, boneca. – diz Dean acariciando o volante. – Eles não entendem a gente.

- Você está de bom humor. – diz Jane a ele.

- Porque eu não deveria estar? – pergunta Dean..

- Não... eu fico feliz por você. – diz ela. Dean lhe dá um sorriso pelo retrovisor.

- Eu tenho meu carro, tenho um caso, as coisas estão melhorando. – diz ele.

- Fica sabendo de algumas cabeças cortadas e um monte de vacas mortas e você é o Sr. Alegria? – pergunta Sam. Dean dá risada.

- Estamos a que distância de Red Lodge? – pergunta ele.

- Cerca de outros 428Km. – responde Jane.

- Ótimo. – diz Dean e acelera o carro tranquilamente.

...

Quando chegam na cidade, se trocam como trabalhadores de imprensa e vão falar com o xerife da cidade.

- A investigação do assassinato está em andamento. – diz ele aos três. – E isso é tudo que posso dizer para a imprensa no momento.

- Entendemos isso, mas só para registar, você achou a primeira... cabeça, semana passada, certo? – pergunta Sam.

-  Isso. – confirma o xerife.

- Certo, e a outra, Christina Flanigan. – continua Sam.

- Foi dois dias atrás. – responde o xerife. – Tem...

- Sr. Xerife? – diz uma mulher que entra no escritório e aponta para seu relógio de pulso.

- Obrigado. – agradece ele a ela. Em seguida a moça se retira. – Desculpem, mas terminamos aqui.

- Última pergunta. – diz Jane se levantando. – E o gado?

- Como é? – pergunta o xerife sem entender.

- Sabe, as vacas achadas mortas, abertas, drenadas. Mais de doze casos. – explica Jane.

- O que tem elas? – pergunta o xerife.

- Acha que não tem nenhuma conexão? – pergunta Dean.

- Conexão com... – começa o xerife esperando uma resposta.

- Primeiro a mutilação de gados. – diz Jane. – Agora dois assassinatos? Parece coisa de ritual.

- Sabe, tipo culto religioso satânico e tal. – explica Dean. O xerife olha para os três e começa a rir. Eles se olham.

- Estão... – começa o xerife ainda rindo. -... Não estão brincando, certo?

- Não. – responde Sam sério.

- Aquelas vacas não foram mutiladas. – diz o xerife. – Querem saber como eu sei?

- Como? – pergunta Jane com a expressão séria.

- Porque não existe tal coisa de mutilação de gado. – responde ele. – Vacas abandonadas, deixadas no sol dentro de dois dias, o inchaço delas vão escancarar tanto que vai parecer operação cirúrgica. Os fluídos corporais caem no chão e são absorvidos. Porque é isso que a gravidade faz.

Jane revira os olhos, Dean olha para os lados e Sam arruma a gola da camisa.

- Mas poderia ser o satã. – continua o xerife. – Para que jornal vocês disseram que trabalham?

- World Weekly News... – responde Dean.

- Weekly World News. – corrige Jane rapidamente.

- Eu sou novato. – explica Dean.

- Saiam do meu escritório. – pede o xerife apontando para a porta.

...

Candler County Hospital.

 Jane, Sam e Dean se vestem de médicos e entram em uma sala onde há outro médico. No crachá dele está escrito J. Manners, Dean e Sam olham para Jane que olha para o crachá e olha novamente para o homem.

- Jeff. – diz ela indo até ele.

- Sim, senhora. – diz o médico. Dean e Sam a seguem.

- O Dr. Dworking voltou de suas férias e precisa vê-lo no escritório dele agora mesmo. – diz Jane a ele.

- Tem certeza? – pergunta Jeff.

- Sim e ele está puto e gritando por você. – diz Jane. – Então se eu fosse você, eu estaria...

O médico sai da sala às pressas. Sam beija Jane e lhe dá um sorriso.

- Aqueles satanistas na Florida, eles marcaram suas vítimas, não marcaram? – pergunta Dean.

- Sim, um pentagrama invertido na testa. – responde Sam. Jane entrega duas luvas para eles.

- Muita coisa estranha acontece na Florida. – diz Dean. Os três se aproximam da gaveta em que se encontra o corpo da menina assassinada. Eles pegam uma caixa ao lado do corpo, onde se encontra a cabeça. – Abre a caixa, Sam.

- Abre você. – diz Sam nervoso.

- Medroso. – diz Dean pegando a caixa e colocando em cima de uma mesa. Ele respira fundo. Jane revira os olhos, vai até a caixa e a abre. Sam e Dean fazem cara de nojo. - Sem pentagrama.

- Pobre garota. – diz Sam.

- Talvez devêssemos olhar na boca dela. – diz Jane.

- Ver se tem coisas estranhas na garganta dela? – pergunta Dean. – Que nem na mariposa em ‘’ O Silêncio Dos Inocentes’’.

Sam e Jane o olham. Dean lhes dá um sorriso e vira a caixa com a cabeça para Sam.

- Certo. E eu sou o medroso, né? – diz este último. – Tanto faz.

Sam respira fundo e põe a mão na boca da morta.

- Peguem um balde. – pede ele.

- Achou algo? – pergunta Dean.

- Não, vou vomitar. – responde Sam. Dean revira os olhos. Sam retira sua mão da boca da morta.

- Espera. – diz Jane. – Levanta os lábios de novo, Sam.

-  O que? – pergunta Sam. – Vocês querem mesmo que eu vomite, né?

Jane lhe dá um sorriso e um beijo rápido.

- Não. Eu acho que vi algo. – diz ela e abre a boca da garota novamente. Na gengiva há dois buracos.

- O que é isso? – pergunta Dean. – Buracos?

Jane pressiona a gengiva e de um dos buracos sai uma presa.

- É um dente. – diz Sam.

- Pior. – diz Jane. – É uma presa. Um conjunto de presas retráteis de vampiro.

- Só pode ser brincadeira. – diz Dean. – Isso muda as coisas.

- Você acha? – pergunta Jane ironicamente.

...

À noite, os três vão para um bar para buscar informações.

- Como vão as coisas? – pergunta Dean ao bartender. Jane olha para o homem atrás do balcão que está limpando alguns copos e sente que há algo de errado com ele.

- Vivendo um sonho. – responde ele. – O que vão desejar?

- Três cervejas, por favor. – pede Dean.

-  Estamos procurando por algumas pessoas. – diz Jane.

- Claro. É difícil estar solitário. – diz o bartender a ela. – Apesar de que uma garota como você estar solitária é meio impossível.

Jane dá um sorriso para ele, mas forçado. Ele lhe devolve outro sem perceber. Sam olha nervoso para o bartender.

- É, mas... – começa ele tirando dinheiro do bolso e entregando ao homem. – Não foi o que ela quis dizer.

O bartender pega o dinheiro e guarda no bolso do casaco.

- Certo. – diz Jane. – Então... Essas pessoas podem ter se mudado para cá há seis meses atrás. Provavelmente bastante arruaceiros, gostam de beber.

- Umas verdadeiras corujas, sabe? – pergunta Dean e dá um gole em sua cerveja. – Dormem o dia todo... Festa a noite inteira.

Jane sente que estão sendo vigiados e olha para os lados. Vê um homem alto, negro, fumando charuto em um dos cantos do bar e tomando whisky. Seus olhos se encontram por um momento, mas Jane desvia rapidamente.

- A fazenda Barker foi alugada há alguns meses atrás. – comenta o bartender. – Verdadeiros sortudos. Vieram muito por aqui, bêbados. Barulhentos. Tive que expulsá-los uma ou duas vezes.

- Bom... Obrigado. – agradece Dean. Os três se viram para ir embora e Jane vê que o homem que estava sentado em um dos cantos do bar não está mais lá. Eles saem do bar e vão por trás dele até o estacionamento. O mesmo homem que Jane viu com um charuto começa a seguí-los. Ele olha para os lados, mas os três não estão mais ali. Quando se vira mais uma vez para o estacionamento, Jane está a sua frente, a poucos centímetros de distância com um sorriso no rosto e os braços cruzados.

- Surpreso? – pergunta ela. O homem não responde. Sam e Dean se aproximam dela com facas nas mãos. – O que você quer?

- Calma, eu não sou um vampiro. – diz o homem rapidamente.

- Eu sei. – diz Jane.

- Então, por favor, fala para os seus guarda-costas abaixarem essas facas. – pede o homem. Sam e Dean não abaixam.

- Porque estava nos observando no bar? – pergunta Jane.

- Eu ouvi vocês falarem sobre eles com o bartender. – responde o homem.

- O que sabe sobre os vampiros? – pergunta Sam.

- Sei como matá-los. – responde ele. – Agora sério, abaixem essas facas... Elas me deixam louco.

Sam e Dean olham para Jane.

- Podem abaixar as facas. – diz ela. – Está tudo bem.

- Quem são vocês? – pergunta o homem a eles.

- Eu sou Dean... Winchester. – se apresenta. – Esse é o meu irmão Sam e esta é a namorada dele, Jane.

- Sam e Dean Winchester. – repete o homem surpreso. – Não acredito. Sabiam que conheci o velho de vocês? Grande homem. Ótimo caçador. Fiquei sabendo que ele faleceu. Sinto muito. Difícil substituir. Mas, pelo que fiquei sabendo, vocês substituiram bem. Ótimos perseguidores. Bons em situações difíceis.

- Você sabe muito sobre a nossa família. – diz Dean com uma expressão desconfiada para ele.

- Até demais. – diz Jane.

- Notícias chegam rápido. Sabem o quão caçadores conversam. – diz o homem olhando para Jane.

- Não, na verdade não sabemos. – diz Dean olhando para Sam.

- Acho que tem um monte de coisas que o pai de vocês nunca falou, não é? – pergunta o homem. Dean e Sam o olham sem entender.

- Então... – diz Jane se aproximando. – Esses dois vampiros, eles eram seus?

- O que uma garota tão bonita como você que poderia estar fazendo sucesso na faculdade, está fazendo aqui? Se metendo nisso tudo. – pergunta o homem.

- Só me responda o que eu te perguntei. – diz Jane fuzilando-o com o olhar.

- Sim. Estou aqui há duas semanas. – responde o homem a ela.

- Olhou aquela fazenda Barker? – pergunta Dean.

- Perda de tempo. – responde o homem. – Só um bando de hippies malucos. Apesar de que eles poderiam matá-los com aquele fedor de patchulli.

- Onde é o covil, então? – pergunta Dean.

- Isso já está no papo. – diz o homem com um sorriso. – Não me levem a mal. É um prazer conhecê-los, mas estou nessa há mais de um ano. Matei um dentuço em Austin, rastreei o covil até aqui e vou terminar isso.

- Poderíamos ajudar. – oferece Jane ainda séria.

- Obrigado. – agradece o homem a ela com um sorriso. – Mas eu sou do tipo que trabalha sozinho.

- Sério? – pergunta Jane. – A gente também não é de oferecer ajuda. E nem de desistir de uma caçada.

- Desculpe. – diz o homem. – Mas, fiquei sabendo que tem um Chupacabra a dois estados de distância... Vão se divertir com ele.

Em seguida o homem entra em seu carro.

- Foi muito bom conhecê-los. – diz ele. – Pagarei uma bebida para vocês da próxima vez.

Em seguida ele parte. Dean e Sam se olham.

- Eu poderia explodir aquele carro. – diz Jane ainda olhando o automóvel se afastar pela rua à frente.

- Calma. – diz Sam. – Porque tanta raiva dele?

- Eu não confio nele. – diz Jane se virando para ele. – E não preciso dos meus poderes para saber que estou certa.

...

Em uma usina, perto da cidade, um dos trabalhadores noturnos dorme em sua mesa. Ouve um barulho, levanta e anda para checar. Olha para os lados sempre bem alerta. Houve outro barulho, pega um cano comprido e aponta para frente enquanto anda. De repente uma pomba o assusta voando a sua frente. Fôra enganado por um pássaro. Se vira para voltar a sua mesa, mas o mesmo homem de há pouco com Sam, Dean e Jane aparece a sua frente e o ataca com um facão. O trabalhador se desvia, suas presas de vampiro aparecem e ele começa a atacar o homem, batendo em seu rosto cada vez mais forte. O homem lhe dá um chute na barriga, que resulta em nada. O vampiro aperta um botão, fazendo com que uma serra elétrica presa ao chão ligue. O vampiro a puxa para decepar a cabeça do homem. De repente Jane aparece, levanta os braços e joga o vampiro em uma prateleira cheia de ferramentas. Sam levanta o homem do chão. Jane puxa o vampiro e lhe dá um soco, o fazendo cair no chão. Ela pega uma lança afiada na prateleira e enfia no peito do vampiro o fazendo gritar de dor. Dá mais socos em seu rosto e em seguida puxa a serra elétrica, decepando sua cabeça. Sangue espirra para todos os lados.

- Acho que tenho que pagar aquela bebida. – diz o homem a eles depois de um tempo em silêncio. Jane olha para os três como se acordasse de uma hipnotização. O homem a olha impressionado com um sorriso. Jane fica confusa com o que acabou de fazer. Sam e Dean a olham com os olhos arregalados.

...

No mesmo bar de antes, os quatro bebem suas cervejas. Dean põe a mão no bolso da calça para pegar o dinheiro.

- Não. Não. Deixa comigo. – diz o homem a ele pegando sua carteira.

- Qual é. – diz Dean.

- Eu insisto. – diz ele e entrega o dinheiro à garçonete que se aproxima deles. – Obrigado, querida.

Em seguida, o homem pega seu copo com cerveja e levanta no ar.

- Uma outra para cair duro. – diz ele e aponta o copo para Jane. Esta pega seu copo.

- Isso mesmo. – diz ela, brinda com ele e bebe um longo gole.

- Jane. – diz o homem e dá uma risada. – Você deu um tremendo corte de cabelo naquele dentuço, minha amiga.

- Obrigada. – diz Jane om um sorriso rápido.

- Foi lindo. – continua o homem. – Absolutamente lindo.

- É. – concorda Dean para não ficar sem falar nada. Olha para Sam que olha o vazio com uma expressão séria. – Você está bem, Sammy?

- Estou. – diz ele voltando a realidade. Jane o olha, mas logo desvia o olhar.

- Se anime um pouco, Sammy. – diz o homem com um sorriso.

- Eles são os únicos que podem me chamar assim. – diz Sam. Jane e Dean o olham.

- Certo... Sem ofensas. – diz o homem. – Só celebrando um pouco. Trabalho bem feito. Não está orgulhoso da sua namorada?

- Claro. – diz ele. – Mas... Decapitação não é minha idéia de diversão, eu acho.

- Qual é, cara... Como se aquilo fosse humano. – diz o homem e dá uma risada em seguida. – Tem que se divertir mais com o seu trabalho.

- Viu? – diz Dean. – É isso que tenho tentado falar para ele. Poderia aprender algumas coisas com esse cara.

- É, aposto que sim. – diz Sam sério. – Não vou desapontá-los... Vou voltar para o hotel.

- Tem certeza? – pergunta Dean.

- Sim. – responde Sam e se levanta.

- Sam. – diz Jane se levantando também. Ele pára e se vira para ela. – Eu vou com você.

- Toma a chave. – diz Dean pegando a chave do carro no bolso da calça e entregando a Jane. – Sammy, me lembre de espancá-lo mais tarde até parar de ser estraga prazeres.

Em seguida Sam e Jane saem do bar.

- Algo que eu disse? – pergunta o homem a Dean.

- Não. Eles ficam assim as vezes. – responde Dean com um sorriso. – São namorados, querem ficar sozinhos.

O homem olha por onde os dois saíram um pouco desconfiado.

- É o seguinte. – diz Dean. – Cubro seus 24 centavos na próxima rodada.

...

No hotel.

- Sam. – diz Jane. Ele se vira para ela. – Me desculpa... Não queria que tivesse visto aquilo. Eu nem sei o que deu em mim. Uma hora eu era eu e na outra uma assassina a sangue frio. Eu senti uma sensação estranha como se tivesse que fazer aquilo. Uma raiva cresceu dentro de mim. Eu não sei bem o que é, mas eu faria qualquer coisa para te proteger... Proteger o Dean. Me desculpa, eu...

- Jane. – diz Sam se aproximando dela e botando suas mãos em seu rosto. – Eu só fiquei surpreso com o que você fez... A maneira com que você o matou. Aquela raiva em você. Eu senti que não era a Jane que eu conheço... Você não é assim.

- Não é que eu não seja assim. – diz ela. – É que... Nunca nada, nem ninguém me deu motivo para ficar naquele estado. Mas, se você estiver em perigo... Eu farei qualquer coisa para mantê-lo a salvo.

- Eu sei. – diz Sam e a abraça forte. – Eu sei... Apesar de que era para eu estar dizendo isso para você.

Os dois se olham e se dão um sorriso. Sam a abraça de novo e lhe dá um beijo na cabeça.

- Vai ficar tudo bem. – diz ele passando a mão por seus longos cachos. – Só seja você mesma.

...

- Eu peguei o arco e flecha e atingi naquela filha da mãe com uma ponta prateada. – diz Dean. O homem apenas escuta com um sorriso no rosto. – Bem no seu coração. Sammy estava esperando no carro. Eu eu o papai levamos a coisa para a floresta. E a queimamos até virar cinza. Sentei lá, olhando para o fogo. Pensando comigo mesmo... Tenho 16 anos de idade. A maioria dos garotos da minha idade se preocupavam com espinhas, par de formatura. Estou vendo coisas que eles jamais vão saber. Nunca até sonhar. Então, eu meio que...

- Adotou a vida? – pergunta o homem.

- Sim. – concorda Dean.

- É. – diz o homem.

- E como você começou? – pergunta Dean.

- Na primeira vez que eu vi um vampiro, mal tinha 18 anos. – responde o homem. – Em casa sozinho com minha irmã. Ouvi a janela quebrar no quarto dela. Peguei a arma do meu pai, tentei tirá-lo de cima dela, mas era tarde demais. Então, atirei na maldita coisa. O que deu na mesma que acertá-lo com um elástico. Ele voou em cima de mim, me pegou e me jogou do outro lado da sala, então eu desmaiei. Quando eu acordei, os vampiros tinham ido embora junto com minha irmã.

- E então? – pergunta Dean.

- Então... – continua o homem. -... Tente explicar isso para a sua família. Então, eu saí de casa. Fiquei perambulando atrás de informações. Como pegá-los, como matá-los. E achar aquele dentuço foi a minha primeira caça.

- Sinto muito pela sua irmã. – diz Dean.

- Ela era linda. – relembra o homem. – Ainda posso vê-la, sabe? Do jeito que ela era. Mas faz muito tempo. Digo, seu pai. Tem que ser forte.

- É, sabe. Ele era um desses caras que... – começa Dean. -... Apanha, apanha, mas não desiste. Então, você sempre pensa consigo, ele é indestrutível. Sempre vai estar por perto, nada vai matar meu pai. Então só num estalo ele se foi. Não consigo conversar sobre isso com o Sammy. Tenho que manter as aparências no jogo. Mas a verdade é que não estou enfrentando isso muito bem. Sinto que tenho esse...

- Vazio dentro de você? – pergunta o homem. – E só vai ficando mais grande e escuro? Ótimo. Pode usá-lo. Te mantém com fome. Confie em mim. Tem muitos por aí que precisam morrer. E isso vai ajudar a matá-los. Dean, você viu a reação da Jane com aquele vampiro. Ela estava fazendo o que é certo. Falando nisso... Como ela entrou nessa com vocês dois?

...

No hotel, Sam e Jane ligam para Ellen.

- Roadhouse. – atende ela dando o nome do bar.

- Ellen... É Sam Winchester. – diz ele.

- Sam, que bom falar com você. – diz Ellen com um sorriso. – Vocês estão bem, não estão?

- Sim, está tudo bem. – diz ele. – Tenho uma pergunta.

- Manda bala.

- Você já conheceu um cara chamado Gordon Walker? – pergunta Sam.

- Sim... Conheço o Gordon. – diz Ellen.

- E? – pergunta ele.

- É um ótimo caçador. – diz Ellen. – Porque está perguntando, querido?

- Conhecemos ele através de um trabalho e estamos meio que o ajudando em um caso. – responde Sam.

- Não façam isso, Sam. – diz Ellen.

- Pensei que você tinha dito que ele era um ótimo caçador. – diz ele sem entender.

- E Hannibal Lecter é um ótimo psiquiatra. – diz Ellen. – Ele é perigoso para todo mundo e para tudo ao redor dele. Se ele está trabalhando em um caso... Deixem ele lidar com isso sozinho e sigam em frente.

- Mas, Ellen. – diz Sam.

- Não, Sam! – diz Ellen o interrompendo. – Só escute o que estou te falando, certo?

- Tudo bem. – diz Sam sem entender e deliga o celular. Em seguida ele olha para Jane.

- Eu avisei. – diz ela. – Tem alguma coisa errada.

Sam concorda com a cabeça.

...

- Sabe porque amo essa vida? – pergunta Gordon a Dean.

- Por que? – pergunta Dean.

- É tudo Absolutismo Moral. – responde ele. – Não tem talvez. Ache a coisa ruim e mate. A maioria passa a vida  no Relativismo Moral. Isso é certo? Isso é errado? A gente não.

- Não sei se o Sammy e a Jane concordariam com você. – diz Dean. – Mas...

- Parece que a Jane é mais parecida com a gente do que seu irmão. – diz Gordon. – Não estou dizendo que ele está errado, só diferente. Mas, você, eu e Jane? Fomos nascidos para fazer isso. Está no nosso sangue.

...

Sam sai do quarto do hotel e pega um refrigerante em uma das máquinas lá fora.

- Oi. – diz Jane se aproximando dele.

- Oi. – diz Sam com um sorriso para ela. – Está frio aqui fora, você deveria entrar.

- Você me esquenta. – diz Jane e o abraça.

- Sempre que quiser. – diz Sam com um sorriso e a abraça mais forte. Eles se olham e se beijam. Mas, de repente Jane se afasta e se vira para o outro lado. – O que foi?

- Tem alguém nos vigiando. – diz ela olhando para todos os lados, alerta.

- O que? – pergunta Sam olhando para todos os lados. – Vem... Vamos entrar. Deve ser só o vento nos arbustos.

Os dois entram no quarto.

- Mas, eu podia jurar que tinha alguém vigiando a gente. – diz Jane sem entender.

- Espero que não. – diz Sam com um sorriso e põe seu refrigerante na mesa encostada a parede do quarto. De repente um homem de boné o ataca por trás. Jane se vira rapidamente para ele e o atira na parede. Outro homem vem em sua direção, mas Sam se põe em sua frente e lhe dá um soco. O outro, jogado na parede, se levanta e bate na cabeça de Sam com o telefone, que acaba desmaiando. O vampiro põe uma faca perto da garganta dele enquanto o segura.

- O que vocês querem? – pergunta Jane nervosa.

- Nossos chefes querem conversar com você. – responde o vampiro a ela. – Ou...

- Nem pense em encostar um dedo nele. – diz Jane cerrando os dentes. – Ou eu juro que acabo com você em um piscar de olhos.

- Como quiser. – diz o outro vampiro também levantando do chão. – Mas temos que ir agora.

Jane olha para os dois desconfiada.

- Coloque isto. – diz um dos vampiros lhe entregando uma venda. – Não queremos nos arriscar.

Jane dá um riso irônico, pega a venda e amarra em volta de seus olhos.

- Vamos. – diz o vampiro segurando Sam.

...

Um tempo depois, os quatro chegam no covil dos vampiros. Eles amarram as mãos de Jane para trás e a desvendam. Amarram Sam em uma cadeira e o desvendam também. Em seguida, sam abre os olhos nervoso. Jane olha para os lados e percebe que é apenas uma casa comum. Em seguida, entra um dos vampiros chefes na sala.

- Então é mesmo você. – diz Jane vendo o bartender do bar que estavam,entrar na sala. Ele dá um sorriso para ela e suas presas aparecem. Ele se vira e se aproxima de Sam que tenta se soltar. – Eu vou matar você se você encostar nele! Não estou brincando!

- Espere! Afaste-se, Eli. – diz uma mulher entrando na sala. Jane a olha, tem a mesma idade que eles, cabelos compridos e pretos. Seus olhos castanhos penetrantes se viram para os de Jane.  – Meu nome é Lenore, não vou machucá-los. Só precisamos conversar.

- Não nos machucaria nem se tentasse. – diz Jane. Lenore lhe dá um sorriso e se vira para Eli, que vai até Jane para soltá-la. Mas vê que ela já havia se soltada e a olha desconfiado. Jane lhe dá um sorriso e se vira para Lenore. – Conversar? Está bem!

- Bem? – pergunta Sam. – Vai ser meio difícil prestar atenção em outra coisa além das presas do Eli aqui.

- Ele não vai machucá-los. – repete Lenore. – Vocês tem a minha palavra.

- Sua palavra? – pergunta Sam surpreso. – Sei. Ótimo. Obrigado. Escuta, moça, sem ofensas, mas você não é a primeira vampira que conheçemos.

- Não somos iguais aos outros. – diz ela. – Não matamos humanos. E não bebemos o sangue deles. Não temos bebido por um bom tempo.

Jane a encara e entra em sua cabeça para ver se fala a verdade.

- O que é isso, algum tipo de piada? – pergunta Sam.

- Notou que vocês ainda estão vivos? – pergunta Lenore. Sam olha para ela e Eli, dá uma risada sarcástica.

- É verdade. – diz Jane a Sam. – Ela está dizendo a verdade.

Lenore e Eli olham para ela sem entender.

- Certo. Me corrijam se eu estiver errado. – diz Sam. – Vocês não deveriam estar morrendo de fome?

- Eles acham outras formas. – responde Jane olhando Lenore. – Sangue de gado, certo? Vocês são responsáveis por aquelas vacas, não é?

- Sim. – responde ela. – Não é maravilhoso, na verdade é nojento. Mas nos permite sobreviver.

- Certo. – diz Sam. – Por que?

- Sobrevivência. – responde Jane. - Sem mortes, sem pessoas desaparecidas. Sem razões para nós procurarmos por eles.

- Exato. – concorda Lenore maravilhada com Jane. Sam engole em seco. – Como você faz isso?

- As respostas são óbvias não são? – pergunta Jane com um sorriso. Sam respira aliviado. Lenore lhe dá um sorriso.

- Nós nos entrosamos. – continua Lenore. – Nossa espécie está praticamente extinta. Acabamos não estando tão alto na cadeia alimentar como imaginávamos.

- Por que está contando tudo para esses assassinos? – pergunta Eli nervoso.

- Eli! – diz Lenore o repreendendo.

- Nós bebemos sangue de vaca para que nenhum deles sofra. – continua o rapaz e se vira com um olhar de ódio para Jane. – Hoje assassinaram Conrad e celebraram por isso.

Jane olha para os lados.

- Eli, já chega. – diz Lenore, vendo a expressão dela.

- É, Eli, já chega. – repete Sam.

- O que está feito, está feito. – diz Lenore. – Vamos sair da cidade hoje.

- Então... Por que nos trouxeram até aqui? – pergunta Sam. – Por que estão até falando com a gente?

- Acredite, preferia não estar. – responde Lenore. – Conheço o seu tipo. Depois que nos farejam, não param de seguir. Não importa para onde vamos. Caçadores vão nos achar de qualquer jeito.

- Então... Você está nos pedindo para não seguirmos vocês, certo? – pergunta Jane.

- Temos o direito de viver. – diz Lenore. – Não estamos machucando ninguém.

- Ok... Você não pára de dizer isso. – diz Sam. – Por que deveríamos acreditar em você?

- Certo. – diz Lenore se aproximando dele. Jane começa a se aproximar, mas Eli dá um passo em sua direção. – Sabem o que eu vou fazer?

- Nos soltar? – pergunta Jane. Lenore a olha e lhe dá um sorriso.

- Sim... Vou soltá-los. – concorda ela. Sam a olha sem entender. Lenore olha para Eli. – Leve-os de volta. Sem nenhum arranhão.

Eli vai até Jane e lhe entrega a venda. Esta amarra nos olhos novamente. Lenore faz o mesmo com Sam. Em seguida colocam os dois no carro e os levam para o hotel de novo.

...

No quarto do hotel.

- Esse é o melhor padrão que eu posso estabelecer. – diz Gordon sentado em uma mesa com Dean de frente para ele, passando a mão em um mapa da cidade que ele mesmo desenhou. – É só um rascunho.

- Parece que estão vindo do outro lado da cidade. – diz Dean. – Significa que o covil estaria por aqui em algum lugar, certo?

- É o que eu acho. – diz Gordon. – O problema é que tem 35 ou 40 fazendas por lá. Eu já procurei metade delas, mas nada ainda. Estão escondendo suas pegadas muito bem.

- Acho que vamos ter que procurar na outra metade. – diz Dean com um sorriso. Gordon lhe devolve outro. – Que horas são? Cadê o Sam e a Jane?

- O carro está lá fora. – diz Gordon olhando pela janela. – Devem ter ido dar uma volta. Eles parecem gostar de fazer isso... Se você me entende.

Dean dá risada.

- Ooo se entendo. – diz ele com um sorriso. Em seguida, Sam e Jane entram no quarto.

- Onde vocês foram? – pergunta Dean preocupado. – Estavamos falando sobre vocês nesse exato momento.

- Podemos conversar com você a sós? – pergunta Sam a ele.

- Se importa de darmos uma pausa por alguns minutos? – pergunta Dean a Gordon.

- Claro. – diz Gordon com um sorriso, mas ainda assim desconfiado. – Vá em frente.

Sam e Dean saem do quarto com Jane logo atrás.

- Dean, talvez devêssemos repensar sobre essa caçada. – diz Sam.

- Do que está falando? – pergunta Dean. – Onde vocês dois estiveram?

- No covil. – responde Jane. Dean a olha surpreso.

- Vocês acharam? – pergunta Dean.

- Eles nos acharam. – corrige Sam.

- Como vocês escaparam? – pergunta Dean. – Mataram quantos?

- Nenhum. – responde Jane.

- O que? – pergunta Dean sem entender. – Eles não podem ter soltado vocês assim... Do nada.

- Foi exatamente o que fizeram. – diz Jane.

- Certo. – diz Dean sem acreditar ainda. – Onde é o covil?

- Estávamos vendados. – diz Sam. – Não sabemos.

- Ok, mas... Jane. – diz Dean se virando para ela. – Tem como você saber onde é, não é?

- Sim, mas... Eu não os usei. – diz ela mentindo. – Eles são diferentes, Dean.

- Diferentes? Tá brincando, né? – pergunta ele com uma risada. – Você pode usar seus poderes agora, para saber onde eles estão, não pode?

- Sim. – diz Jane.

- Ótimo. – diz Dean aliviado.

- Mas... Eu não vou usá-los. – diz Jane.

- O que? – pergunta Dean se aproximando dela.

- Fomos por aquela ponte fora da cidade. – diz Sam se pondo a frente dela.

- Sam! – diz Jane nervosa.

- Mas, Dean, escuta. – pede ele. – Talvez não devêssemos ir atrás deles.

- Por que não? – pergunta Dean.

- Não acho que sejam iguais aos outros vampiros, que matam gente. – responde Sam.

- Do que está falando? – pergunta Dean.

- Sabe... Eu poderia hipnotizá-lo se quisesse... Mas, não vou. – diz Jane se pondo na frente de Dean. – Porque confio em você e sei que confia na gente.

- Então... Como eles ainda estão vivos? – pergunta Dean mais calmo. – Ou mortos-vivos... Ou sei lá o que eles são.

- Mutilando os gados. – responde Jane. – Eles se alimentam de sangue animal.

- E vocês acreditaram? – pergunta Dean.

- Olhe para a gente, Dean. – pede Sam impaciente. – Nos soltaram sem um arranhão.

- Então... estão dizendo que... – começa Dean. -... Não. Nem pensar! Não sei porque soltaram vocês e nem quero saber, mas vamos achá-los e matá-los.

- Por que? – pergunta Sam nervoso. Gordon sai silenciosamente do quarto e os vigia. Jane sente sua presença.

- Qual parte dos ‘’vampiros’’ vocês não entenderam? – pergunta Dean. – Se é sobrenatural, nós matamos, fim de papo. É o nosso trabalho.

- Não, Dean. – diz Jane. – Esse não é o nosso trabalho. Nosso trabalho é caçar o mal. E se não estão matando pessoas, então não são más.

- Claro que estão matando pessoas. – diz Dean. – É o que fazem. São todos iguais, Jane. Eles não são humanos, está bem? Temos que exterminar até o último deles.

- Não, Dean. – diz Sam. – Não dessa vez.

- O Gordon tem estado nessa com os vampiros há um ano. – diz Dean. – Ele conhece.

- Gordon? – pergunta Sam.

- Sim. – confirma Dean.

- Aceita a palavra dele sem questionar? – pergunta Jane.

- Isso mesmo. – diz Dean.

- Bom... Ellen diz que ele não é confiável. – sussurra Jane para ele. – Assim como eu também não confio nele.

- Ligaram para a Ellen? – pergunta Dean. Sam faz que sim com a cabeça. – E devemos escutá-la? Nós mal a conhecemos... Não obrigado. Eu fico com o Gordon.

- Certo. – diz Jane. – Porque o Gordon é um velho amigo nosso. Acha que não sabemos o que é isso?

- Do que está falando? – pergunta Dean a ela.

- Ele é um substituto para o papai, não é? – completa Sam. – Nem se compara.

- Cala a boca, Sam. – manda Dean nervoso.

- Nem em sua melhor forma, ele chega perto de John, Dean. – diz Jane.

- Querem saber? – pergunta ele. – Eu não quero nem ouvir isso.

- Sabe... Esse sorrisão falso não esconde nada. – diz Sam. – Porque sei como se sente, Dean. Papai está morto. E ele deixou um vazio tão grande que você não consegue suportar. Mas você não pode preencher esse vazio com qualquer coisa que queira. É um insulto para a memória dele.

- Certo. – diz Dean. Finge que se vira para o quarto, mas se vira novamente para dar um soco em Sam. Jane põe a mão na frente, parando a mão de Dean facilmente.

- Bata em mim, se quiser. – diz Jane com raiva e apertando a mão de Dean que faz uma careta de dor. – Mas fique sabendo que nada vai mudar.

Jane solta a mão de Dean o empurrando forte para trás.

- Vou naquele covil. – diz Dean. – Se não querem me dizer onde é, beleza. Eu mesmo vou achá-lo.

Em seguida ele se vira e entra no quarto.

- Gordon não está mais no quarto. – diz Jane. Dean se vira para ela. – Ele foi atrás dos vampiros. Ele ficou nos vigiando pela fresta da porta.

- Porque não nos avisou? – pergunta Dean nervoso. Jane se aproxima dele com um sorriso.

- Porque que eu queria que ele te deixasse aqui... Sozinho. – responde Jane olhando bem em seus olhos. – Para você aprender a não confiar em todo mundo que finge que te entende... Entendeu agora?

Em seguida ela se vira para o carro. Sam dá uma última olhada no irmão e vai atrás de Jane. Dean olha para os lados nervoso, mas os segue.

- Temos que detê-lo. – diz Sam.

- Eu acho que demos uma mãozinha a ele. – diz Dean.

- Bom... Na dúvida. – diz Jane a ele. – Fique ao meu favor, você me deve essa por não acabar com você.

Dean engole em seco. Jane liga o carro, mas ele não pega.

- Ótimo. – diz Sam e sai do carro. – Ele furou todos os pneus do carro também. E agora, Dean... Ainda confia nele?

- Cala a boca. – repete Dean nervoso e arrependido. Jane sai do carro e põe suas mãos no capô. De repente, todos os fios cortados se juntam novamente e os pneus voltam a se encher.

- Vamos. – diz ela e entra no carro. Em seguida eles partem.

- Ainda bem que nós temos você. – diz Dean com um sorriso.

- Não me agradeça ainda. – diz Jane nervosa. – Se Gordon fizer alguma coisa com os vampiros... E eu to falando sério... Eu mato você.

Sam arregala os olhos para o irmão.

- Como vamos chegar lá? – pergunta Dean. Jane o olha pelo retrovisor. Dean lhe dá um sorriso e olha pela janela, parando de falar bobagens.

...

No covil, Lenore e Eli arrumam as coisas para irem embora da cidade.

- Não podemos partir assim, Lenore. – diz Eli. – Precisamos ficar e lutar.

- Também eram meus amigos, Eli. – diz ela pondo uma das mãos no ombro dele. – Minha família.

- Não é disso que estou falando. – diz ele se afastando. – É auto-defesa. Matar ou morrer. Não podem nos caçar estando mortos.

- Matando aqueles quatro, não adiantaria nada. – diz Lenore. – Tem mais de onde eles vieram. Estamos em menor número. É tudo que podemos fazer. Tente raciocinar.

- Não dá para ser racional com essa gente. – diz Eli. – Vão nos matar de qualquer jeito. Deveríamos pelo menos levar alguns deles conosco.

- Não vou desistir da esperança. – diz Lenore pondo sua mão no rosto dele. – Se podemos mudar, eles também podem. Vá na cidade e reúna os outros. Partiremos antes do amanhecer.

Eli se afasta para fazer o que ela mandou.

...

Jane dirige o mais rápido que pode. Dean olha para os dois, vê a aflição em seus rostos e pensa se deve mesmo acreditar que esses vampiros são diferentes.

...

Lenore sai da casa para colocar as caixas no porta-malas, mas Gordon aparece em sua frente a pegando de surpresa. Ele lhe mostra uma faca com sangue e atravessa em sua barriga.

- Sangue de homem morto, vadia. – diz com um sorriso. Em seguida ele a leva para dentro, a amarra num cadeira e com a faca começa a fazer cortes em seus braços com o mesmo sangue, deixando-a muito fraca e com dor.

Sam, Jane e Dean entram um tempo depois na casa.

- Ei! Entrem. – diz Gordon com um sorriso a eles.

- Gordon, o que está acontecendo? – pergunta Dean.

- Só estou envenenando essa vampira com sangue de homem morto. – responde ele. – Ela vai nos dizer onde os amiguinhos dela estão, não vai? Querem me ajudar?

- Olha, cara. – diz Dean.

- Peguem uma faca cada um. – diz Gordon. – Estava prestes a começar com os dedos.

Ele faz outro corte no braço de Lenore a fazendo gritar de dor.

- Vamos nos acalmar, certo? – pede Dean a ele.

- Estou completamente calmo. – diz Gordon.

- Abaixe a faca, Gordon. – manda Jane nervosa. Sam segura a mão dela.

- Parece que a Jane aqui precisa se acalmar. – diz Gordon apontando uma faca para ela.

- Afaste-se dela. – manda Sam quando Gordon se aproxima novamente da vampira.

- É mesmo. – concorda Gordon. – Estou perdendo meu tempo aqui. Essa vadia nunca vai falar.

Em seguida ele pega uma faca maior ainda em sua mochila.

- É melhor acabar com o sofrimento dela logo. – diz. – Acabei de afiar. Vai ser bem humano.

- Gordon, solte-a. – manda Jane se aproximando. Ele se põe em sua frente.

- Você não vai fazer nada. – diz e aponta sua faca novamente para Jane que sorri para ele.

- Ei, Gordon. – diz Dean aflito. – Vamos conversar sobre isso.

- O que há para conversar? – pergunta ele. – É como eu disse. Não existe Relativismo Moral.

- É, você me falou. – diz Dean. – Sei como se sente.

- Sabe mesmo? – pergunta Gordon sem acreditar.

- O vampiro que matou sua irmã, merece morrer. – diz Dean. – Mas não essa aí.

- Matou a irmã dele? – pergunta Jane sem se movimentar, ainda com uma faca sendo apontada para ela. Em seguida ela olha bem para Gordon que a olha também. Jane entra em sua cabeça. – Ele não apenas matou sua irmã, não é mesmo? Ele a transformou em um deles.

- Como você sabe disso? – pergunta Gordon assustado.

- E você mesmo a caçou e a matou. – continua Jane se aproximando dele enquanto Gordon recua. – Sua própria irmã.

- O que? – diz Dean e olha para Gordon sem acreditar. – É verdade?

- Não era mais minha irmã. – diz ele nervoso e parando de recuar. – E nem mais um humano. Eu nem pisquei. Nem vocês piscariam. Nem mesmo você, Jane. Faria tudo para proteger seu Sam e o irmão dele. Ela o olha com nojo.

- Você sempre soube. – diz Sam. – Sabia sobre os vampiros. Sabia que não estavam matando ninguém. Sabia sobre os gados e simplesmente nem se importou.

- Se importar com o que? – pergunta Gordon. – Um covil de vampiros que subitamente ficaram bonzinhos? Tomando umas férias de sugar pessoas inocentes? Deveríamos confiar neles? Confiem em mim. Não muda o que eles são, posso provar isso.

Em seguida, Gordon se vira e faz um corte no braço de Jane, que nem se mexe.

- Não! – grita Sam correndo até ela. Dean o puxa e aponta sua arma para Gordon.

- Solte-a. – manda ele. – Porque não revidou, Jane?

- Eu não me importo. – diz Jane. – É apenas um corte.

- Solte-a, agora! – grita Sam com raiva.

- Relaxa. – diz Gordon. – Se eu quisesse matá-la, já estaria no chão.

Jane prende uma risada.

- Só quero provar meu ponto de vista. – continua ele. Em seguida Gordon aperta o braço de Jane, o que faz o sangue cair no rosto tombado para trás de Lenore. Gotas pingam em suas pálidas maçãs do rosto. De repente, as presas da vampira ficam a mostra e ela vira completamente outra pessoa. - Ainda acham que ela é diferente? Olhem para ela. Ainda querem poupá-la? São todos iguais. Maus e sedentos por sangue.

De repente, as presas desaparecem e seus dentes normais voltam.

- Não. – diz Lenore. – Não.

- Ouviu, Gordon? – pergunta Jane.

- Não. – continua Lenore desesperada. – Não!

Jane tira a mão de Gordon de seu braço e se afasta dele.

- Terminamos aqui. – diz ela. – Sam, tire-a daqui.

- Certo. – diz ele e carrega Lenore para fora da casa. Gordon dá um passo na direção deles, mas Jane não sai de sua frente.

- Gordon. – diz Dean ainda mirando sua arma nele. – Acho que temos que conversar.

- Saiam da minha frente. – manda ele nervoso.

- Desculpe. – pede Jane com um sorriso.

- Não podem estar falando sério. – diz Gordon sem acreditar.

- Foi bem difícil para eu acreditar. – diz Dean. – Mas eu sei o que eu vi.

- Se quer aqueles vampiros, vai ter que passar por cima de nós. – completa Jane.

Gordon olha para sua faca e a crava na mesa a sua frente.

- Está bem. – diz ele. Dean abaixa sua arma lentamente. Tira as balas da arma e as guarda no bolso do casaco. De repente Gordon se vira para lhe dar um soco. Jane vai até ele e o joga na parede antes disso. Bate seu braço várias vezes nela, fazendo com que a faca caia de sua mão. – Como você pode ser tão forte? Você não pode ser normal.

- E não sou. – diz Jane com um sorriso e lhe dá uma cabeçada.

-Pode deixar o resto comigo. – diz Dean indo até eles.

- Ok. – concorda ela com um sorriso para ele.

- Qual é, Dean.  – diz Gordon fraco e com dor. – Estamos do mesmo lado aqui.

- Acho que não, seu canalha sádico. – diz ele e lhe dá um soco. Mas de repente, Gordon revida e lhe derruba no chão. Jane levanta os braços e faz com que o homem sobrevoe até uma cadeira e não saia de lá. Uma força o impede de se levantar.

- Você não é igual ao seu irmão, Dean, nem você Jane. – diz Gordon rapidamente. – Vocês são assassinos, assim como eu.

Jane dá um sorriso para ele, mas lhe dá um soco bem forte em seguida. O pega da cadeira e o joga em uma prateleira com vasos e pratos de porcelana que se quebram.

- Dean. – diz Jane. Gordon os olha, prestes a desmaiar.

- Com prazer. – diz Dean e da um último soco na cara do homem que desmaia. Jane põe a cabeça de Gordon de baixo de seu braço e o carrega pelo pescoço. Os três voltam para a sala de antes, mas antes Jane bate com a cabeça de Gordon, na lateral da porta propositalmente.

- Opa, desculpa. – pede ela ironicamente. – Erro meu.

Em seguida, ela e Dean, amarram Gordon em uma cadeira novamente.

- Sabe, posso ser igual a você, ou não. – diz Dean a ele. – Mas é você que está amarrado nesse momento.

...

O dia amanhece e Gordon continua amarrado, olhando para a frente, sem falar. Jane e Dean o olham. O homem retribui o olhar. Sam entra na casa.

- Perdi alguma coisa? – pergunta ele.

- Não muito. – responde Jane com um sorriso. Sam vai até ela e lhe dá um longo beijo. – Lenore foi embora numa boa?

- Sim. – responde Sam. – Todos foram.

- Então... Acho que nosso trabalho aqui acabou. – diz Dean. Gordon o olha com raiva. – Como está indo, Gordy? Ainda tem energia?

Dean começa a dar a volta na mesa.

- Fique a vontade. – diz ele. – Vamos ligar para alguém em 2 ou 3 dias... Para eles virem desamarrá-lo.

- Ou não. – diz Jane rindo, abraçada a Sam. – Se não estivermos a fim.

Dean sorri para ela e crava a faca de Gordon na mesa.

- Já podemos ir? – pergunta Sam.

- Ainda não. – responde Dean e vai a frente de Gordon mais uma vez. – Acho que isso é um adeus.

Dean coça a cabeça com um sorriso.

- Foi muito intenso. – diz ele e em seguida dá um último soco em Gordon, fazendo-o cair de costas no chão duro com a cadeira. Sam e Jane arregalam os olhos. Dean fica olhando o homem caído e dá uma última respirada. – Certo... Agora podemos ir.

Em seguida os três saem da casa.

- Sam? – diz Dean. O irmão o olha - Me dê uma porrada.

- O que? – pergunta Sam sem entender.

- Vamos lá. – diz Dean. – Não vou revidar. Vamos.

- Não. – diz Sam com um sorriso sarcástico.

- Vamos. Eu mereço. – insiste Dean. – Me bate.

- Parece que você lutou 42 assaltos com um bloco de cimento, Dean. – diz Sam. – Fica para a próxima.

Jane dá um sorriso para eles.

- Queria que nunca tivéssemos pego esse trabalho. – diz Dean. – Abalou minhas crenças.

- O que quer dizer? – pergunta Sam.

- Pensem em todas as caçadas que fizemos. – continua Dean e os três encostam no capô do Impala. – E se matamos coisas que não mereciam ser mortas? Sabe? Do jeito que o papai nos criou...

- Dean, depois do que aconteceu com a mamãe... – começa Sam. –

- Papai fez o melhor que pode. – completa Dean o olhando.

- Sei que ele fez. – concorda Sam.

- Mas ele não era perfeito. – continua Dean. – E do jeito que ele nos criou para odiar essas coisas... E puxa vida, eu as odeio. Odeio mesmo. Quando a Jane matou aquele vampiro na usina, eu até gostei.

- Você não matou a Lenore. – diz Sam.

- Não, mas meu instinto me dizia para matar. – diz Dean. – Eu ia matá-la. Eu ia matar todos eles.

- Mas não matou. – diz Jane. Dean a olha. – É isso o que importa.

- É. – diz Dean e dá um sorriso. – Porque vocês dois são um pé no saco.

- E vamos continuar sendo. – diz Jane com um sorriso também.

- Obrigado. – agradece Dean a eles.

- Não há de quê. – dizem Sam e Jane juntos. Dean olha para o horizontea frente deles.

- Dean. – diz Jane. Ele a olha. De repente ela lhe dá um soco.

- Au! – grita ele e põe a mão no nariz que sangra.

- Não é só porque o Sam foi bonzinho que eu vou ser também. – diz ela com um sorriso. Sam ri entrando no carro. Jane põe a mão no ombro de Dean. – Mas eu não quero você machucado, então...

- Não parece. – diz Dean nervoso. De repente ele nota que seu nariz não sangra mais, que está em perfeitas condições. – Mas...

- Pura ilusão... Eu nem encostei em você. – responde Jane sem deixar ele terminar. Ela lhe dá um último sorriso e entra no carro. Dean faz o mesmo aind aintrigado e eles partem.

Fim do Terceiro Capítulo da Segunda T. de Supernatural


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Notas finais do capítulo

Reviews??? Bjsss e continuem lendo...



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