Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 31
Queimem as bruxas! (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Então... espero que estejam curtindo o fim de semana. Boa leitura e... não me matem. :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654754/chapter/31

Sharon abriu os olhos lentamente por causa da luz que caia sobre seu rosto. Ficou confusa no começo, pois não se recordava de ter deixado a cortina aberta. Ouviu um barulho do lado da cama e ao constatar que Sarah ainda dormia, levantou-se bruscamente.

—Hill? Sussurrou ao dar de cara com a agente.

Hill fez um sinal para que fossem para outro cômodo.

—O que faz aqui? Perguntou quando chegaram na sala.

—Vim te dar um aviso, Carter. Fury não está nada satisfeito com a sua atuação nesta missão e só não irá te tirar daqui porque a Viúva Negra solicitou a ele um agente para proteger Helena Ocean, e como você já estava em campo, ele decidiu por sua permanência.

—E porque você veio pessoalmente me dar esse recado? Sharon perguntou desconfiada.

—Já ia chegar justamente nesse ponto. Quero aquele fragmento com o sangue de Sarah Ocean.

—Então me vigiaram o tempo todo? Perguntou arqueando uma sombrancelha.

—O que gostaria que tivéssemos feito? Você se envolveu emocionalmente e escondeu informações. Sharon ficou sem um mínimo de reação. –Sim, nós também sabemos da gravação de uma conversa entre Helena e Steve, na qual ela revela coisas bem...pessoais.

—O que pretendem fazer com tudo isso?

—Isso não lhe diz mais respeito, Carter. Esta avisada, agora me entregue o fragmento.

Enquanto isso em um apartamento próximo dali, Helena vivia um pesadelo.

Estava em um tipo de praça na qual três mulheres estavam amarradas a tocos de madeira, e uma multidão enfurecida gritava palavras de ódio, parecia estar em um lugar na idade média. O ambiente estava carregado de uma energia tão negativa que fazia o estômago virar de até quem estivesse observando de longe como Helena estava.  

—Não pode mais ignorar o que está acontecendo a nossa volta Alta Sacerdotisa. Helena Ouviu uma voz feminina atrás dela. –Logo eles irão atrás de nós e das nossas irmãs. Temos que...ir embora daqui.

—Você quer disser...fugir? Respondeu relutante.

—Eu quero disser salvar a todas, logo alguém nos apontará como bruxas também.

—E não é o que somos irmã?

—Sim, mas não do modo como eles falam que somos.

A conversa foi interrompida pelos gritos das mulheres que começavam a tomar conta do lugar. Haviam acabado de acender as fogueiras. Helena foi invadida por uma imensa tristeza, mais três inocentes assassinadas. Elas eram apenas simples camponesas que deram o azar de uma doença ter caído sobre os animais que ficavam próximos as suas casas, logo foram apontadas como bruxas, e sob constante tortura haviam confessado um crime que não havia a menor possibilidade de acontecer, afinal ela era a líder do Coven, e espalhar doenças não era o que faziam.

—Que fique claro. Gritou o inquisidor apontando para os corpos inertes que queimavam. –Não descansaremos até livrar o mundo deste mal! Não sobrará pedra sobre pedra até que todas as Bruxas sejam exterminadas! E a multidão caiu em euforia assim que ele disse aquilo.

—Convoque todo o Coven irmã...está na hora de partir. Helena disse antes de se virar e sair daquele lugar.

Acordou e teve a sensação de que estava dormindo dentro de uma poça d’agua. Notou na verdade que seu corpo estava completamente coberto de suor e que sua respiração estava acelerada.

Sentiu duas mãos enormes e frias, por causa da temperatura de seu corpo, tocar delicadamente seu rosto. Era Steve e ele parecia estar preocupado.

—Helena? Helena você consegue me ouvir?

Ela balançou a cabeça em afirmação e Steve respirou um pouco aliviado.

—Acho que você estava tendo um pesadelo. Já tem um tempo que estou tentando te acordar.

—Obrigada. E sim, realmente foi um pesadelo. Puxou um pouco de ar. –Mas agora já passou.

—Você está bem mesmo? Quer falar sobre isso?

—Acho melhor não. Foi só...um sonho. Passou a mão pela cabeça. Vem vamos nos aprontar, preparar o café da manhã porque daqui a pouco a Sarah vai acordar.

—Ok. Mas se quiser falar sobre esse assunto, estarei aqui. Falou e fez um caminho de beijos do ombro ao pescoço de Helena, levantando-se de vez da cama em seguida.

Se arrumaram e decidiram ir até um mercado comprar comida fresca. Retornaram quase meia hora depois e quando iam pegar o elevador, o porteiro gritou o nome de Helena.

—Senhorita Ocean. Falou quase sem fôlego pela corridinha que tinha dado até ali. –Desculpe te atrapalhar, mas seu amigo me pediu para te entregar algumas caixas.

—Caixas?

—Sim. Respondeu já com a respiração quase normalizada.- Ele disse que você sabe o que são e que não poderia te entregar depois porque irá viajar com a noiva Alice hoje.

—Steve você poderia me dar uma ajudinha?

—Claro. Passou as sacolas que segurava para Helena e foi com porteiro buscar as caixas.

—Nossa. Vó Lena guardava bastante coisa. Tem certeza que dá para você levar?

—Não se preocupe Helena. Disse dando uma piscadinha para ela.

Steve deixou as caixas na sala e foi “ajudar” Helena com o café da manhã.

Rogers ficou atrás dela e afastou os seus cabelos para o lado. A envolveu pela cintura e começou a beijar seu pescoço, causando uma série de arrepios.

—Steve... disse com a voz um pouco alterada. –Assim não vamos terminar de preparar o café da manhã hoje. Falou tentando disfarçar um sorriso maroto, diminuindo a velocidade que batia a massa de biscoitos.

—Por min não será problema algum. Não estou com fome mesmo. Disse com os lábios próximos ao ouvido de Helena a fazendo suspirar.

—Quer saber de uma? Eu também não. Parou de bater a massa e virou-se para Steve. Deu um pequeno salto e foi aparada por ele que segurava suas coxas a ajudando a apoiar suas pernas em sua cintura. Rogers a carregou em direção ao quarto... mas caiu em si sobre o que iria acontecer a seguir e soltou Helena.

—Steve? Falou confusa e ofegante.

Antes que ele respondesse, ouviram algumas batidas na porta e Helena foi atender.

—Mais tarde continuaremos o que começamos. Helena disse sapeca, dando um selinho nele e indo atender da porta.

—Oi. Sharon, meu amorzinho se comportou bem?

—Sua filha é ótima Helena, sempre um anjinho.

—Eu sei. Desculpe eu não ter ido busca-la antes. Estava terminando de preparar o café antes de ir até seu apartamento. Obrigada por cuidar dela.

—Tudo bem. Falou entregando Sarah, dando um beijo em sua bochecha. –Tchau minha fofa. E saiu.

—Tchau tia Sharon.

—Ei... Sharon. Helena disse antes que ela fosse embora de vez. –Gostaria de fazer o desjejum conosco?

—É bem...

—Eu insisto.

—Ok. Você precisa de ajuda com o que?

—Bem... poderia preparar a salada de frutas?

Nem parecia que Sharon e Helena haviam tido alguma tensão anteriormente. Quem não conhecesse, diria que as duas eram velhas amigas. Sharon se sentiu mal por ter soltado palavras tão venenosas para Helena, mas agora parece já estava perdoada. O café da manhã ocorreu tranquilamente. Exceto pelo pezinho que Helena ficava passando uma hora ou outra na perna de Steve em baixo da mesa, o fazendo engasgar. As vezes ela mexia os lábios sem emitir nenhum som um: “É hoje”, quando apenas Rogers estava olhando para ela. Ninguém percebia, mas ele estava ficando nervoso.

Foram para sala e ficaram jogando conversa fora, até que sem perceberem, Sarah saiu de fininho e abriu uma das caixas. Ela estava tentando olhar o conteúdo da mesma, quando Helena a viu quase dentro da caixa aberta.

—Sarah minha linda. Disse se levantando e tirando a filha dali. –Isso está cheio de poeira, você vai ficar a noite toda espirrando.

—Mas eu queria ver o que a voz disse que tinha para min.

—Voz? Oh minha fofinha você deve ter imaginado coisas.

—Eu não ouvi nada Sarah. Steve se manifestou.

—Ué, mas não era para você ouvir mesmo...

Helena achou graça da imaginação de sua filha e se agachou para fechar aquela caixa quando se deparou com um livro antigo. Não soube explicar o que sentiu no momento, mas se sentiu atraída por ele. Se aproximou lentamente, seus olhos pareciam estar em chamas e finalmente ela estendeu sua mão o pegando.

—É lindo. Comentou com um sussurro.

—Sua avó tinha bom gosto. Steve falou já se aproximando dela.

Helena passou a mão pela capa dura do livro, ainda impressionada com sua beleza e sem mais demora, o abriu. Soltou o livro... e no momento seguinte, caiu já desacordada.  

Extra capítulo.

Helena não se lembrava como havia chegado naquele lugar. Estava no meio de uma floresta fechada, com pouco luminosidade já que parecia que estava anoitecendo também.

—Steve!!! Gritou com toda força.

—Ele não está aqui...Criança. Ouviu uma voz feminina. Virou-se no mesmo momento e deu de cara com uma mulher.

—Quem é você?

—Eu sou a primeira... A primeira Ocean. Sua ancestral.

—Estou sonhando novamente? Isso não é possível.

—Não é um sonho...nem sua imaginação. Disse antes que Helena falasse justamente aquilo.

—Então o que? Não estou entendendo nada.

—Eu sei que pode estar confusa. Isso daqui é... um feitiço. Entendo que ache um absurdo, mas foi necessário.

—Você quer disser que enfeitiçou o livro? Porque se a minha memória não estiver tão ruim assim, abrir ele foi a última coisa que lembro de ter feito, antes de chegar não sei como neste lugar.

—Sim.

—Isso é uma loucura.

—Mais louco que estar em seu apartamento e vir parar no meio de uma floresta de uma hora para outra?

—Bem... Ok. Estou te ouvindo, se me trouxe até aqui deve ser que quer me contar alguma coisa.

—Ótimo, era isso que eu estava esperando. Você lembra do sonho que teve a pouco tempo?

—Como sabe...esquece. Lembro sim, mas foi apenas isso... um sonho.

—Não foi. Na verdade, era uma lembrança minha. Aquilo realmente aconteceu. Você viu através de min.

Helena ficou chocada, e a tal mulher continuou a falar.

—Minha criança...isso faz parte da nossa história, e este é o momento da verdade. Falou docemente. Helena nada disse e ela prosseguiu. – Eu entendo que você recebeu uma bomba a pouco tempo, descobriu sobre a sua verdadeira mãe, mas ainda restam coisas que você precisa saber.

Helena ficou pensativa, sem entender como aquela desconhecida e supostamente uma ancestral sua sabia de tudo aquilo.

—Espere um momento...Você é uma mutante! Helena conseguiu se pronunciar por fim.

A mulher sorriu amavelmente e caminhou até Helena, segurando a sua mão em seguida. – Mutante é como vocês nos chamam hoje. Soltou um riso sem graça. -Mas no passado éramos conhecidas como... Bruxas...e esse é o seu legado, Helena Ocean.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E awe odiaram, amaram... nem um e nem outro?
Eu sei parece ser uma viagem bem louca... mas fazer o que? Rsrsrs.
—Sim, Sharon agora é gente.
—Lena ficou um pouco saidinha... aauahuahau
E enfim... devo fazer pelo menos mais um capítulo para fechar essa parte, e se ficar grande devo dividir novamente.
Espero que não tenha causado ofensa para quem é Católico, mas esse tipo de coisa realmente aconteceu.
Bjins e até.