O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana
Notas iniciais do capítulo
Olá leitores, como vão?
Deliciem-se com o capítulo de hoje e boa leitura.
O lugar estava movimentado aquele dia. Daniel estacionou o carro na outra rua e logo que saiu do veículo conferiu sua aparência: usava um blazer preto, uma calça jeans da mesma cor e uma blusa cinza com discretas listras. Os cabelos penteados para o lado, o óculos o qual não saía sem, e o perfume exalante também marcavam presença.
Andou pela calçada até a entrada do estabelecimento onde sua acompanhante provavelmente o esperava.
— Boa noite. – Disse o recepcionista, educadamente.
— Boa noite. – O barbixa respondeu no mesmo tom. – Ham... minha acompanhante já deve ter chegado.
— Qual o nome?
— Anastácia.
— Anastácia... – Ele procurou pelo nome em um fino caderno escuro. – ...Anastácia Pires?
— Creio que sim. – Daniel concordou, porém há pouco tempo mal sabia seu nome, quanto mais o sobrenome.
— Ela chegou, sim. Posso lhe levar até lá?
— Por favor.
— Por aqui. – O homem o levou até uma das muitas mesas do lugar, onde de longe ele a avistou sentada, enquanto “brincava” com uma taça de champagne, ostentando o líquido de cor neutra e sabor suave. – Aqui, senhor. Tenham um bom jantar.
— Obrigado.
— Ora ora... vejam só quem resolveu aparecer. Um pouco atrasado, não?
— Bem, um pouco. – O barbixa conferiu em seu relógio de pulso. De fato, estava quase vinte minutos atrasado. – Perdão pela demora.
— Sem problema. Já estou acostumada a atrasos. Minha família toda é a maior prova disso. Mas enfim, sente. – Daniel então sentou-se na mesa à sua frente e passou a fitá-la. Ela estava belíssima. Com uma maquiagem muito bem feita e um batom de cor sangue, Anastácia usava um vestido azul marinho, o qual favorecia seu belo busto. Era inevitável olhá-la sem dar atenção àquele belo decote.
— Você cortou o cabelo?
— E você reparou. – A felicidade estava estampada em seus olhos negros.
— Costumam dizer que sou bem perfeccionista. – O outro sorriu de canto. – Você tem estilo. Ficou muito bom.
— Obrigada. – Agradeceu enquanto tomava mais um gole do champagne em sua taça.
Ambos logo fizeram seus pedidos, que em pouco tempo chegaram. Aquele era um lugar bem frequentado e um pouco luxuoso até. Enquanto conversavam sobre assuntos diversos, os dois riam e sorriam a todo minuto.
— Então quer dizer que você tem uma iguana?
— Isso. Skitter já tem 9 anos. Ganhei de um velho amigo quando ele era ainda filhote.
— É meio exótico, não? – Ele sorriu simpaticamente.
— E é disso mesmo que eu gosto. Pra falar a verdade, desde criança crio animais em casa e todos eles foram desse... “estilo”, se é que podemos dizer assim.
— Então você já teve outros animais.
— Sim. Já tive um sagui, uma tartaruga, uma chinchila e dois furões.
— Uau! Pelo visto você gosta mesmo de bichos.
— Muito. E você? Tem algum?
— Não. Infelizmente não tenho tempo pra criar um.
— É uma pena. Mas enfim. Outro dia passe lá em casa pra conhecer o Skitter. Tenho certeza que vai adorar ele.
— Claro. – Daniel disse enquanto provava a última porção de comida em seu prato.
— Já podemos pedir sobremesa?
— Eu adoraria. – Após pedi-la ao garçom, ambos ficaram a sós novamente, embora estivessem cercados por algumas dezenas de pessoas nas demais mesas.
— Você vem aqui com frequência? – Perguntou ela.
— Na verdade nunca vim aqui. Só conhecia esse lugar de fora.
— Bem, nesse caso podemos vir aqui mais vezes. – O outro apenas formou um sorriso discreto em seus lábios, indicando um possível “sim”.
Mais alguns minutos e as sobremesas chegaram.
— Olhe só essa belezura. – Disse ele ao ver o capricho que havia na preparação dos pratos.
— É divino mesmo. De dar água na boca.
— Simplesmente adoro doces. São irresistíveis.
— Então somos dois. – Era notável que o que Anastácia dissera tinha duplo sentido. E como tinha. Porém o barbixa preferiu levar aquilo no sentido mais ingênuo possível.
Ao final do jantar, ele fez questão de pagar a conta, no entanto ela não aceitou bem a ideia.
— Eu pago. – Ana disse já tirando o dinheiro de sua bolsa.
— Mas...
— Xiu. Você tem o direito de ficar calado. – Era quase impossível não sorrir com seu jeito descontraído.
Depois disso, ambos levantaram-se e retiraram-se do lugar.
— Pode ir na frente. – Disse ele, visto que o corredor entre as mesas era estreito.
Era inevitável caminhar sem dar atenção aos atributos traseiros daquela jovem. Seu vestido justo e curto dava ainda mais destaque àquela parte de seu corpo. O cabelo ousado e o modo feminino ao andar sobre aquele salto, davam-na ainda mais formosura. Definitivamente, uma mulher de subir à cabeça.
— Veio de carro? – Ele assentiu. – Pra que lado ele está? – Ela perguntou ao virar-se, quando já estavam na rua em frente ao restaurante.
— Pra lá. – Ele apontou para o quarteirão seguinte.
— O meu também. Vamos, vou até lá com você.
Hora ou outra ele voltava sua atenção para seus lábios tingidos por aquele batom deslumbrante e aqueles olhos ainda mais negros à escuridão noturna.
— Aqui. Esse é meu carro.
— Bom, então parece que encerramos nossa noite por aqui.
— Obrigado pelo jantar. Eu adorei sua companhia. – Simpatizante, ele agradeceu, endireitando o óculos em sua face.
— Não há de que. Aliás, sua companhia também me agradou muito. – Ela aproximou-se dele, lhe dando um abraço breve e um beijo no canto do rosto. Mais alguns centímetros e com facilidade alcançaria sua boca. Meio sem reação, ele afastou-se e sorriu inibido.
— Tchau, Ana.
— Tchau. E boa noite.
Daniel abriu a porta de seu veículo e entrou. No caminho de volta para casa, havia um engarrafamento que parecia não ter mais fim. Ao menos isso serviu de alguma coisa: teve tempo de sobra para pensar.
Logo ao chegar em sua residência, encontrou o local fechado, escuro e vazio, como já era de se esperar. Jogou as chaves sobre o rack da sala e andou pelo longo corredor que dava acesso ao quarto.
Enquanto caminhava, já tirava o blazer, o cinto, e tudo o que estivesse disposto a livrar-se. Tomou um banho de água fria e em pouco tempo já estava a postos para dormir. Simplesmente se jogou contra a cama e puxou o edredom para si. Estava exausto, e sem dúvida alguma dormiria em pouco tempo.
Contudo, antes de adormecer, ainda relembrou de cada segundo daquele encontro, se é que poderia se dizer assim. Já não sabia se o que fazia era certo ou errado. Mas fosse o que fosse, ele estava indo. E não sabia sequer onde isso ia dar.
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Reflitam.
Obrigada por lerem e até a próxima!