O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 24
Capítulo 24 - Debaixo de chuva


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
No capítulo de hoje teremos letras, parágrafos, orações subordinadas, travessões, acentos agudos e uma pitada de romantismo.
Boa leitura.



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Ele dirigia o carro, ainda pensando em como falar com ela. Logo chegou no prédio e foi até a portaria.

– Opa, tudo bom? – Dirigiu-se a Gil, o porteiro.

– Ah oi seu Daniel. Quanto tempo. Como vai o senhor? – Ele respondeu simpaticamente.

– Vou bem, eu acho. É... o senhor pode avisar pra Luana que eu estou aqui?

– Ah sinto muito seu Daniel, mas ela não está.

– Ah não? – Ele perguntou desapontado.

– Não.

– E ela não disse onde ia?

– Não, sinto muito. Mas o senhor pode voltar aqui mais tarde.

– Mais tarde eu trabalho, não posso vir.

– Ah então o senhor pode voltar amanhã.

– É que eu preciso falar com ela hoje. – O barbixa baixou a cabeça, desanimado. – Então... eu vou procurar por ela.

– Mas o senhor nem sabe onde ela foi e a cidade é muito grande.

– Não custa tentar.

– Então boa sorte.

– Obrigado! Eu vou precisar.

E agora? Onde iria? Realmente a cidade era muito grande e populosa. Seria um trabalho em tanto procura-la em meio a multidão de São Paulo, mas ele não aguentava mais esperar.

Andando pelos lugares mais prováveis, ele a procurava com os olhos e dava atenção ao trânsito agitado ao mesmo tempo.

Depois de alguns minutos, viu uma pessoa de costas. Esta que tinha os cabelos ruivos, uma estatura média e um corpo magro, porém não tão escultural. Devia ser ela. Parou o carro no acostamento e foi atrás. Tinha que ser rápido, pois podia perdê-la de vista. Quase correndo, ele enfim a alcançou e a puxou delicadamente pelo braço.

– Luana... – A moça virou-se, confusa. Não era ela. Muito parecida, mas não era. – Ah... perdão eu pensei que fosse outra pessoa. – Disse soltando seu braço. Ela se foi e o deixou sozinho lá, entre as demais pessoas que andavam com pressa, na correria da cidade grande.

Não tinha como encontra-la dessa forma. Ele desistiu. Voltou para o carro, disposto a voltar para casa, porém resolveu ir para outro lugar. Não sabia por que queria ir para lá, mas se ele queria, não havia motivos para não ir. Afinal ainda tinha algum tempo livre.

Tempos depois ele chegou. O clima não estava muito bom, o céu estava nublado. Provavelmente choveria horrores dali a alguns minutos. Os pingos de água já começavam a cair. No lugar aberto, ele temia o risco de caírem raios. De fato, ele poderia sim ser atingido a qualquer momento e não era aconselhável ficar ali, mas não se importou. Caminhava na areia plana e molhada, junto ao mar que vez ou outra lhe alcançava os pés descalços. Com o chinelo em mãos e o olhar direcionado ao horizonte daquelas águas azuis, ele lembrava-se daquele lugar com zelo.

Os pingos de chuva aumentavam a intensidade a cada minuto, logo começou a cair o temporal. O mar tonava-se agitado e formava ondas extremamente fortes e grandes. Seu cabelo e sua roupa já estavam ensopados, porém ele andava cada vez mais e mais sobre a orla da praia.

Não havia ninguém ali, somente uns dois ou três surfistas que tiravam proveito das ondas e uma pessoa um pouco distante, sentada na areia. Estava praticamente sozinho no lugar. A chuva só piorava e prejudicava sua visão. Até que em certo ponto ele aproximou-se metros da tal pessoa que avistara ao longe e chegou a desconfiar de quem seria. Aproximou-se um pouco mais e teve certeza. Seu coração acelerou e seu sorriso se abriu.

– Não acredito! É ela! – Era Luana quem estava sentada ali. Ela tinha o olhar voltado para a areia molhada e parecia ainda não ter percebido sua aproximação. Quando olhou para cima, e o viu, ficou surpresa. Ele estava parado de pé ao seu lado. Um trovão pôde ser ouvido a quilômetros de distancia dali. O estrondo assustou os dois, porém não deram muita atenção a isso. Só se importavam com a presença um do outro. – O mundo é muito pequeno. – Disse ele sorrindo de lado.

– O que veio fazer aqui? – Ela perguntou seriamente.

– Eu precisava ficar um pouco aqui. E... te encontrei.

– E porque veio até mim? Pensei que não quisesse mais me ver.

– Antes eu realmente não queria, mas agora precisava te ver. Aquela sua amiga, Ellen, me convenceu a te procurar. Então eu fui até o seu prédio, mas o porteiro disse que você tinha saído. Daí eu resolvi te procurar por aí. E como eu não te encontrei, vim pra cá. Era como se... eu soubesse que precisava vir. – Ele tirou os olhos dos dela por um segundo, e olhou para o chão de terra, mas logo voltou a fitá-la, esperando que ela dissesse algo. Tinha medo que ela houvesse desistido dele, que fosse tarde demais para correr atrás. Quando ela sorriu, ele renovou as esperanças. Era como se fosse a porta para o paraíso, que lhe estava a dois metros de distancia. – Desculpa. Eu me recusei a ouvir qualquer coisa que você tinha pra me dizer, e isso foi errado. – Daniel disse aproximando-se ainda mais de Luana e pondo os dois joelhos sobre a areia fofa, ao seu lado.

Ela, em silêncio, deixou as lágrimas que caíam de seus olhos misturarem-se às gotas de chuva que caíram em seu rosto. O abraçou assim que o teve junto de si. Os dois ajoelhados, abraçavam-se debaixo da chuva forte que caía e os banhava por inteiro.

Ele afastou a franja de seu rosto, e com os lábios gelados, depositou um beijo demorado em sua testa. Em seguida, enfim beijou seus lábios rosados, abraçando-a pela cintura. Ela por sua vez, abraçou seu pescoço com os braços, enquanto desfrutava de seu maravilhoso beijo.

Os relâmpagos eram altos, o céu cinza de nuvens carregadas, o mar agitado e a chuva caía plena alcançando o horizonte das águas, onde a vista não podia alcançar. O segundo beijo, foi dado ali, no lugar onde também foi dado o primeiro, naquela praia vasta e sem a presença de outros, onde ambos poderiam desfrutar da privacidade, do som das gotas de chuva que caíam no solo, das carícias e da beleza que havia no encanto de se apaixonar.


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Notas finais do capítulo

Cute, não?
Obrigada por lerem e até a próxima.



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