O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 2
Capítulo 2 - As nuvens acinzentadas


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Cá estou eu para trazer o segundo capítulo desta narrativa.
Então sem mais delongas, boa leitura!



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As nuvens acinzentadas faziam um dia frio e escuro, ocupando todo o céu até perdesse de vista. Da sacada espaçosa e repleta de belas plantas que harmonizavam o ambiente, era possível ver o tranquilo movimento dos carros que passavam pela avenida e das pessoas que dali de cima pareciam minúsculas. Luana estava sentada em uma das cadeiras da mesa de centro, e com o notebook posto sobre a mesma, ela revia alguns de seus vídeos preferidos no Youtube. Os vídeos que em determinados momentos faziam escapar-lhe sorrisos instantâneos, levando sua barriga a doer e seus olhos a transbordarem lágrimas em razão das risadas.

A Cia. Barbixas de Humor estava presente na vida de Luana há muitos anos desde que os conheceu e assim como Ellen e Lucas, ela era uma fã hílare.

A jovem então começou a sentir alguns pingos de chuva, que eram levados pela força do vento gélido e consequentemente que começaram a molhar suas roupas e seu notebook. Ela levantou-se rapidamente, entrou sala a dentro e fechou a porta de vidro. Pôs o aparelho em um dos braços do sofá enquanto buscava nas gavetas uma toalha para enxuga-lo e enxugar-se também. Enquanto o fazia, ouviu a batida da porta e logo se deparou com Ellen e Lucas que traziam consigo várias sacolas de supermercado.

– Onde vocês foram? – Ela perguntou mesmo tendo evidências de onde.

– Ao supermercado. Eu disse que iria sozinha mas o Lucas quis ir comigo e eu acabei aceitando, afinal eu precisava de ajuda. Decidimos não te acordar.

– Mas poderiam ter deixado um aviso ou sei lá.

– E deixamos. – Disse Lucas se defendendo de qualquer acusação, enquanto punha as compras nos armários.

– Onde?

– Do lado do rádio. – Ellen disse indo em direção ao rádio e pegando um pequeno papel com algumas palavras escritas, as quais Luana não conseguiu decifrar de longe.

– Ah e vocês acham que eu tenho bola de cristal pra saber que tinha um aviso perto do rádio que eu nem sequer uso? – Lucas fingiu que não ouviu e Ellen deu de ombros.

Depois de dias esperando por hoje, eles finalmente iriam viajar. E embora o clima de ambos os amigos não devesse ser tão animador devido o mal tempo, eles pouco se importavam. Após aquela tarde cheia de ocupações, confirmando reservas, escolhendo roupas, procurando documentos e arrumando malas, Lucas chamou um taxi e o trio pode pegar seus pertences e partir para o aeroporto. Milagrosamente, o trânsito não tão movimentado possibilitou que chegassem meia hora adiantados.

– Chegamos até cedo. – Disse Lucas dando uma breve olhada no relógio de pulso, logo após descerem do taxi.

– Vamos logo para a sala de embarque. – Ellen disse atravessando as portas de entrada e saída do aeroporto, enquanto carregava suas bagagens.

Depois de um longo percurso até chegar à sala, sentaram-se nas poltronas e começaram a conversar até que chegasse o horário do embarque. A conversa interativa entre os três envolvia os possíveis acontecimentos que marcariam não só a viajem, mas também as férias como um todo.

Luana também fertilizava o diálogo, até que enquanto falava, começou suar frio, o que veio junto de um leve desconforto interno em pequenas intensidades. Não se importou de inicio e continuou falando sem dar chance de se auto interromper. Ela transpirava cada vez mais e foi então que seu mal estar aumentou de vez. Sem saber ao certo o que sentia, ela interrompeu a conversa levantando-se e afirmando que iria ao banheiro, sem transparecer o que estava acontecendo. Levantou-se subitamente e antes mesmo de dar o segundo passo sentiu sua visão embaçada e suas pernas bambas. Ainda sim tentou seguir até o banheiro, sem sucesso, já que desequilibrou-se levemente, apoiando-se na cadeira da frente e atraindo os olhares dos outros dois.

– Luana! – Em um gesto rápido, Lucas segurou a amiga pelo braço.

– Está bem, Lua? – Ellen perguntou enquanto analisava as condições de Luana, constatando que ela não estava nada bem. – Olha só, você está pálida. Está suando frio. Lucas, eu acho melhor a gente...

– Não, espera! Eu estou bem. – Luana a interrompeu.

– Está bem? Ah claro você tá ótima! – Lucas disse com ironia. – Está passando mal e caindo por cima das coisas! – O rapaz alterou a voz, e por mais que não parecesse, ele estava preocupado, não só com Luana mas também o modo como ela reagia à tudo aquilo.

– Lua, a gente vai te levar pra enfermaria do aeroporto. – Ellen disse calmamente puxando a amiga pelo braço para que a seguisse.

– Eu já disse que estou melhor! Não quero ir pra enfermaria nenhuma.

Não dando atenção ao que ela dizia, levaram-na até lá. Uma moça de olhos castanhos, cabelos tingidos de loiro e presos num rabo de cavalo, logo apareceu para atendê-los. Muito educada, ela lhe fez algumas perguntas. A ruiva respondeu com sinceridade, detalhando o suor frio, o mal estar, a vista alterada e as pernas trêmulas. A enfermeira, com suspeitas do que poderia ter ocorrido, fez exames simples na jovem e deu uma resposta firme:

– Fiquem tranquilos. Não foi nada grave. Pelos exames e pelo que ela disse, parece que o que ocorreu foi uma queda brusca de pressão. Acontece com muita gente e é mais comum do que se imagina. É até uma das principais causas que levam as pessoas a virem para cá.

– Então eu ainda posso viajar? Não queria estragar as férias de vocês por causa disso. – Luana disse referindo-se a enfermeira e em seguida a Lucas e Ellen, que estavam sentados nas cadeiras ao seu lado.

– Claro que pode. Esperem um pouco, eu vou dar um papel a vocês para comprovar que passaram por aqui antes de embarcar. – Ela disse retirando um papel de dentro da gaveta que ficava sob a bancada de mármore e escreveu algo à caneta, carimbando-o em seguida.

– Obrigado, moça. Tenha um bom trabalho. – Lucas disse pegando o papel e lhe dando um aperto de mão.

– De nada. E boas férias pra vocês. – A moça disse com uma voz extremamente suave e retirando-se da sala.

A terceira e última chamada do voo para o Ceará foi ouvida e rapidamente os três se direcionaram à área de embarque. Entregaram o atestado a um dos comissários assim como a enfermeira havia recomendado, procuraram seus respectivos assentos, guardaram as bagagens nos compartimentos do avião e puseram os cintos, à espera da decolagem.

– Viu só? Eu disse que não era nada grave. – Luana se defendeu.

– É, mas isso quase nos custou a viajem. – Retrucou Lucas, que estava sentado confortavelmente na poltrona ao lado, enquanto olhava seriamente nos olhos verdes da outra.

– Desculpa. – Ela disse, voltando a olhar para o próprio colo.

– Tudo bem Lua, não é culpa sua. – Ellen disse a ela, enquanto olhava para Lucas como quem diz: “Vê se não estraga tudo!”. Ele entendeu o recado e voltou a palavra à Luana.

– Claro que não foi. Eu só me preocupo com você. Por que VOCÊ É A MELHOR AMIGA DO MUNDO! – Ele disse animado, abraçando a garota de lado e beijando sua bochecha, fazendo-a esboçar um tímido sorriso.

– Ah, então quer dizer que ELA é a melhor amiga do mundo, não é? – Ellen disse irônica.

– É que eu sou mais legal. – Luana brincou.

– E eu sou a mais magra.

– E eu tenho o QI mais alto!

– Mas eu sou mais organizada!

– Eu sou ruiva!

– Eu tenho fobia de baratas! – A morena disse sem pensar, fazendo os outros dois olharem para ela com uma cara um tanto duvidosa, rindo em seguida. Um senhor que passava por eles procurando sua poltrona olhou com a mesma expressão, porém logo os ignorou, e voltou a procurar seu assento. Por segundos o trio tentou a agir com normalidade, porém ao se entreolharem, as risadas vieram ainda mais intensamente.

Só então o avião alçou voo, partindo em direção a uma das melhores férias que ambos já tiveram. Ou, quem sabe, as piores. Afinal, o destino é algo improvável.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Eu espero que sim!
Muito mais ainda está por vir. Esse é só o começo.
Enfim, obrigada por lerem e até a próxima!



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