Fate escrita por anyoneelse


Capítulo 7
Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Está tudo muito lindo e maravilhoso, mas daqui a pouco algumas coisas vão mudar...

E aqui está, uma das minhas músicas mais calminhas favoritas, especialmente para esse capítulo!

https://youtu.be/Ptg0zmMFltM



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"Home is where the heart is, it's where we started and where we belong"

Fomos rápidos, na medida do possível, ainda sendo os últimos a chegar ao apartamento.

– Querido, cheguei! – disse ao entrar, trazendo a atenção dos que estavam ali para mim.

– Uau, que pernas hein! – Kise exclamou do sofá, fazendo um assovio logo em seguida.

– Viu só? Tô podendo! – brinquei, dando uma voltinha e indo em sua direção com um bico pronto.

– Ainda fui o primeiro a te elogiar? – perguntou, fazendo careta ao receber um beijo na bochecha e um peteleco no nariz.

– Tem coisas que nunca vão mudar, pelo visto... – respondi fitando o moreno, que apenas virou o rosto, sentando-se em um sofá ao lado de Kuroko.

– Sorte a minha! – piscou o loiro, me fazendo rir.

Cumprimentei Midorima e Kuroko, além de Murasakibara que também estava ali hoje. Os três estavam compenetrados em alguma conversa sobre o filme Jurassic Park, e eu não me dei o trabalho de entender o contexto. Fui em direção ao cozinheiro e abracei-o por trás. Mais precisamente encoxando-o, como sempre.

– Seu casaco tá ali no sofá, ok?

– Obrigado, Ina. – ele sorriu, depositando um beijo em minha testa.

– E esse aventalzinho de dona de casa? – perguntei, recebendo um chute fraco nas pernas

– É avental de chef de cozinha, tem diferença – virou o rosto de lado e se abaixou um pouco, separando o lugar para que deixasse seu beijo.

– Sei, sei... – observei a panela que ele mexia e a curiosidade bateu rapidamente – O que tem de prato hoje?

– Nada que você vá entender! – repreendeu minha mão sorrateira que ia em direção à panela com um beliscão – Agora xispa pra eu terminar isso logo e a gente assistir o filme que Kise trouxe

– Quem deixou ele escolher o filme de novo? – fiz bico, acariciando o local recém-beliscado

– Ninguém, ele simplesmente escolheu e não vai deixar a gente em paz até assistirmos.

– Qual vai ser dessa vez?

– Um tal de Orgulho e Preconceito mas...

– Aimeusenhoramadonãoacredito... – murmurei em voz baixa, tentando me controlar – Não acredito, não acredito, não a-cre-di-to! – comecei a pular freneticamente em direção aos sofás, deixando um Kagami totalmente confuso.

Me joguei no loiro e comecei a enchê-lo de beijos no rosto todo, deixando todos ali sem entender nada. Midorima e Kagami pareciam um pouco desconfortáveis com a minha atitude, visto que eu estava montada em cima do colo do loiro, pouco ligando para o que estava acontecendo. Murasakibara e Kuroko apenas continuaram em suas devidas expressões, ou a falta delas.

De canto de olho notei que Aomine estava achando graça de tudo, reprovando meu escândalo com a cabeça, mas com um meio sorriso.

– Parece que a Ina gosta do filme – Kuroko pontuou, trazendo gargalhadas de todos e me fazendo sossegar um pouco.

– Se eu gosto? Eu simplesmente amo esse filme! – constatei com brilho nos olhos – Elizabeth começa tão indiferente a tudo e depois descobre que está amando um homem fora dos seus padrões e ideiais! Fora que o Mr. Darcy também cai do cavalo ao colocar ela nos seus estereótipos...

– Bom, já que a Ina deu spoiler de tudo acho melhor nem assistirmos mais... – Kagami retrucou da cozinha

– Não se atreva, altão – respondi fuzilando-o com o olhar mais mortal do mundo – Volta pra sua comida aí que eu quero ver o filme logo!

– Pra sua sorte, esquentadinha, já ta tudo na mesa. – ele conferiu com os olhos e depois retirou o avental, se dirigindo a todos – Vamos?

Sentamos à mesa e aproveitamos a janta. Óbvio que estava tudo uma delicia, aquele homem tinha o dom de fazer qualquer prato comum ficar maravilhoso. Todos nós repetimos diversas vezes, até a porção acabar.

Enquanto lavávamos a louça, Kagami ia ajeitando o filme. Quando eu ouvi a música de início do menu, comecei a ficar histérica de novo, sacudindo um Kuroko que por infortúnio estava do meu lado no momento.

Por fim, nos aconchegamos todos nos sofás e no chão.

– Estão todos prontos? – Kise perguntava, com um brilho no olhar.

– Me avisem quando o filme acabar... – Aomine resmungou, já se espreguiçando no tradicional sofá exclusivo para ele.

– Ne-ga-ti-vo – me levantei de onde estava e fui até ele – Chega pra lá que hoje você vai assistir esse filme, nem que eu tenha que te manter acordado!

Puxei-o pela camiseta e me sentei onde estava anteriormente sua cabeça, fazendo com que ele bufasse, irritado.

– Pelo menos me deixa deitar, mulher sem coração! – ele juntou uma almofada e a colocou no meu colo, deitando de frente para a televisão.

Confesso que me surpreendi com sua atitude, mas estava muito concentrada no filme que estava prestes a começar pra pensar qualquer coisa. Inclusive, quando a introdução começou eu comecei a sacudir o menino que estava no meu colo pelos ombros.

– Olha, olha, olha, olha, tá começando! – sussurrava, vidrada na tela

– Me sacudindo assim não dá pra ver mesmo, saco! – reclamou

Parei e deixei um dos meus antebraços apoiado no braço de lado dele, já que ele ocupava todo o espaço disponível. Ao perceber que eu já tinha me posicionado, ele ficou me olhando por muito tempo, o suficiente pra eu tirar os olhos do meu precioso filme e olhar para baixo.

– Fica ruim assim? – perguntei, recebendo uma negação com a cabeça.

Ele continuava me olhando de canto, mas já que não havia nada de errado, dei de ombros e voltei minha atenção para onde mais importava.

Como o filme tinha 2 horas de duração, em alguns momentos tive que cutucar o corpo mole em cima de mim, me certificando que ele pelo menos não dormisse tão pesado. Porém, na maioria do tempo eu nem prestava atenção nele, deixando escapar alguns suspiros ou sorrisos bobos em cenas específicas, que eu já sabia de cor.

Inconscientemente, na cena final do campo, enquanto uma de minhas mãos tapava minha boca e o bico de choro que se formava, a outra foi para os cabelos azuis em meu colo, passando as mãos levemente pelos fios. Mal eu sabia, mas o rapaz em questão me observava cuidadosamente com um sorriso baixo, notando o meu lado extremamente derretido que eu nunca havia mostrado tão perfeitamente.

– Essa é a melhor parte... – ouvi Kise sussurrar de onde estava e não pude deixar de concordar

O final, exclusivo da versão americana, começou a aparecer. Durante esses poucos minutos eu sorri mais do que no meu dia inteiro, seguido por uma lágrima teimosa. Limpei-a antes que ascendessem as luzes, mas meu rosto transparecia tudo.

– Confesso que não achei tão ruim – Kagami disse, com a expressão leve, retirando o dvd do player.

Kuroko assentiu, concordando, e Kise apenas sorria. Murasakibara e Midorima não comentaram nada sobre o filme, o que não foi nenhuma novidade. Pelo menos não acharam horrível, ao menos não verbalizaram durante as duas horas que assistimos.

Por falar nos dois, eles logo saíram aproveitando o término do filme, deixando nosso tradicional grupinho de cinco pessoas.

– O que acham de fazermos um verdade ou desafio aqui?

– Eu topo! – falei, encorajando os outros três.

– Tô fora... – resmungou Aomine

– Ah, por que? – miou Kise

– Não tenho interesse em descobrir nada de vocês.

– Essa doeu, viu? – o loiro se fingiu, recebendo um revirar dos olhos

– Ué, ta com medo de eu perguntar alguma coisa ou de você ter que encarar algum desafio? – ameacei

Claro que ele caiu como um patinho, como o esperado.

Perguntas vai, perguntas vem, o jogo estava bem morno, a maioria acabava respondendo verdade mesmo. Os desafios, por mais raros que fossem, eram todos sobre relacionamentos. Ninguém queria se expor demais, pelo visto todo mundo tinha culpa no cartório.

– Vai lá Kagami, não quis arcar com a verdade agora só te resta o desafio! – Kise declarava

A pergunta era com quem ele tinha dado o primeiro beijo, mas ele não respondeu, então desafiaram-no a ligar pra ela e soltar uma cantada barata que o loiro havia preparado. O ruivo me olhava de vez em quando, tentando ver se eu estava tão nervosa quanto ele, mas eu apenas ria alto de tudo isso. Resolvi acabar com o enigma e com o sofrimento do tímidozinho...

– Já chega suas fofoqueiras, não precisa ligar pra ela!

– Nem vem proteger ele agora, Ina!

– Não estou protegendo ninguém, só estou dizendo que não precisa ligar pra ela! – eles ficaram processando por um tempo, mas não conseguiram chegar a conclusão sozinhos, então comecei a apontar pra mim mesma com as sobrancelhas arqueadas e sugestivas – Ela está bem aqui, dã.

Comecei a gargalhar alto com as aberturas de bocas que vieram a seguir. Kagami ficou um pouco vermelho com a facilidade que eu falava do assunto

– É o que!? – Aomine e Kise conseguiram dizer em uníssono, enquanto Kuroko apenas ficava boquiaberto mesmo.

– Não foi nada de mais, idiotas – dei de ombros, ignorando os olhares que me seguiam – Somos amigos e eu dei um beijo nele, qual a dificuldade de entender?

– Ina é liberal – Kuroko comentou, finalizando o rebuliço com algumas risadas.

– Mereço... – Aomine suspirou, negando com um sorriso baixo.

– Sua vez agora, Ina – Kise declarou.

– Tá, minha pergunta é simples – ergui o tom de voz – Quem de vocês já se pegou? – a reposta que recebi foi um monte de risadas, o que me deixou meio desconfiada – Ah não, nem vem! Certeza que alguém aqui já tascou um beijo no outro!

– Não mesmo! Que eu saiba todo mundo aqui gosta de mulher – respondeu o moreno, e vendo que eu não tinha engolido, perguntou – Vamos lá, qual é o seu palpite?

– Eu diria... – ponderei por alguns segundos – Kise! – apontei para o loiro que caiu na gargalhada – Você é o mais mulherengo na aparência, mas tenho minhas dúvidas se internamente seja assim também...

– Acho que palavras não vão te convencer de nada – explicou, me olhando marotamente – Teria a coragem de saber por si mesma? – desafiou, com um meio sorriso nos lábios

De princípio fiquei um pouco chocada com a ousadia do rapaz, mas, já que estávamos ali mesmo, o que custava tirar a prova? Mas eu não deixaria barato, afinal meu gay-dar já estava ativado e não se desligava com qualquer bitoquinha meia boca.

– Essa eu quero ver. – respondi estreitando os olhos

Ele deu um suspiro e se levantou, pegando em minha mão para que o seguisse.

– Ah, não quer plateia? – perguntou ironicamente o moreno, fazendo a maior cara de tristeza que sua atuação falseta permitia.

– Não entrem no quarto! – gritou um Kagami, enquanto eu era arrastada até o fim do corredor e colocada contra a parede.

– Tem certeza, Inacchi? Kise Ryouta não brinca em serviço... – perguntou se curvando um pouco, de modo que seus olhos ficassem da altura dos meus, abandonando o tom brincalhão aos poucos.

– Eu não dou pra trás, modelinho. – desafiei-o.

Antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, o loiro arqueou os lábios num pequeno sorriso, colocando uma mão na parede ao meu lado e a outra na minha cintura, encurtando as nossas distâncias. Seus olhos iam fechando na medida em que nos aproximávamos. Pude sentir sua respiração passar pela minha nuca e sua boca roçar de leve ali, me proporcionando um arrepio.

Lentamente posicionou seus lábios quentes nos meus, de primeira apenas fazendo-os se unir por completo. Tão rápido quanto começou, ele me virou de modo que ele ficasse de costas na parede e me puxou para perto de si, agora com ambas as mãos posicionadas na minha faixa de cintura, junto com a fita branca amarrada ao vestido.

Seus lábios começaram um movimento intenso, porém suave, no mínimo contagiante. Mas não me daria por vencido. Até ali, qualquer homem conseguiria fazer, independente de gostar ou não de mulheres. Resolvi esquentar as coisas.

Diminui as nossa distância para zero, fazendo nossos corpos se sentirem em cada centímetro. Com isso, coloquei as mãos em seu pescoço e pedi passagem com a língua, sendo correspondida imediatamente. Meu teste estava quase completo, então joguei minha carta final: uma respirada mais ofegante e um ruído mínimo saindo pela minha garganta. O famoso gemido.

No mesmo instante pude sentir a protuberância de sua calça se ressaltar um pouco, e com isso me afastei abruptamente de seus lábios.

– Não se empolgue, foi só um teste – sorri esfregando meu lábio superior no inferior, de modo a retirar qualquer resquício do momento dali.

– Que malandra... – balbuciou, processando – E fui aprovado? – perguntou se endireitando e tirando as mãos da minha cintura, com um sorriso no rosto.

– Com mérito – indiquei seu membro com os olhos, já menos acentuado pelo momento. Fomos interrompidos de nossa brincadeira esquentada com um grito da sala.

– Vocês já demoraram muito aí, podem voltar! – Kagami exclamou, com um tom de preocupação mal disfarçado.

– Boa sorte pra acalmar a fera... – sussurrei, fazendo com que ele risse abertamente, olhando pra seu membro, que aos poucos baixava.

Voltamos para a sala e eu arrumei meu cinto antes de sentar novamente à roda. Kise fazia sua melhor cara de indiferença, sem nenhum comentário de sua parte.

– E então? – perguntou um Aomine malicioso, revezando o olhar do loiro para mim.

– Kise Ryouta não brinca em serviço – repeti as palavras recém-ditas no momento anterior, recebendo uma risada de desaprovação do loiro – Definitivamente hétero – terminei sem esboçar reação e sem maiores detalhes.

Para compensar, todos ali demonstraram mil e uma reações ao mesmo tempo, o que nos fez cair na gargalhada. Decretamos assim o fim do desafio. Ou pelo menos daquele desafio. Agora Kagami havia ligado seu Xbox e iniciado um jogo de corrida de carro, depois de algumas provocações de Aomine sobre sua falta de coordenação.

O nome “Blur” aparecia na tela enquanto preparávamos os três controles ali disponíveis. Tiramos no dois ou um quem iriam ser os primeiros corredores, resultando em Kagami, Aomine e eu, para a infelicidade deles.

Depois de pegar a prática do negócio, eu explodia todos na corrida, literalmente. Era um jogo meio maluco onde você fazia uma corrida e no meio do caminho ia pegando uns poderes, podendo explodir, atirar e até mesmo eletrocutar os outros carros da pista. Resumindo: era tão polêmico quanto jogar Uno.

Algumas corridas depois, o trio se revezou diversas vezes. Kuroko e Kise se mantinham na liderança da pontuação geral, sendo seguidos por mim, e depois os lanterninhas empatados.

– Seu filho da puta, para de atirar! – Aomine gritava

– É só ficar atrás que nada te atinge, bocó – retrucou Kagami

– Ai, ai... – Kise cantarolou, apertando um botão com força e fazendo com que raios caíssem dos céus no meio da pista, atingindo os outros dois enquanto os ultrapassava.

Os três estavam empolgados com o jogo, eu estava de reserva assim como Kuroko. Aos poucos, um som meramente familiar soou abafado embaixo de algumas almofadas do sofá menor, em meio a gritaria dos pilotos da vez. Reconheci que era meu celular somente quando estava nos toques finais. Peguei-o apressadamente ao notar o número que discava.

– Oi seu sumido! – exclamei, me levantando rapidamente, tentando encontrar um caminho para me desvencilhar da bagunça que estava ali – Como que estão as coisas, vô?

– Desculpe, aqui quem fala é o médico do seu avô. – uma voz grossa e estranha respondeu – É Ina quem está falando, correto?


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Notas finais do capítulo

Eita.

https://youtu.be/Ptg0zmMFltM

McFly, senhoras e senhores, escutem que vale a pena!

Inté ^^



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