Fate escrita por anyoneelse


Capítulo 3
Primeiras Impressões


Notas iniciais do capítulo

Como podem perceber, minha criatividade se limita ao texto e não chega nem perto da sessão do título, fazer o que, né...

https://youtu.be/KDKva-s_khY?t=17s

Boa leitura!



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"Do you come here much? I swear I've seen your face before"

Não acreditei naquilo, nem por um segundo. Só voltei à realidade quando o time de basquete de Seirin veio até mim, me pegando no colo e levando para trás da faixa. Riko correu com o timer da câmera e a deixou na arquibancada.

Quando o flash saiu, estava eu sentada nos ombros de dois desconhecidos que se ajoelharam atrás da faixa, e tinha meus braços erguidos para o alto pelos outros que faziam caretas.

Após o tumulto começar e Riko perceber que estavam muito eufóricos para o gosto dela, me puxou tomando alguma distância e pigarrou, para que pudessem ouvi-la.

– É com muito prazer que apresento a vocês, Watanabe Ina, minha irmã-prima-amiga de longa data! – quase morri de vergonha, mas pude ouvir algumas palmas e gritos de empolgação – Ela estará com a gente a partir de agora, e acho que poderá contribuir bastante com os treinos do time. – terminou, com um risinho e voltando seu olhar sugestivo pra mim.

Pelo que eu entendi ali, aquilo era uma novidade pra todos. Não o fato de eu estar chegando a Seirin, mas sim de fazer parte do time. Eu fiquei sem palavras.

– Prometo que vou me esforçar... – respondi fazendo uma reverência – Arigatou! – exclamei no máximo som que pude proferir naquele instante em que minha voz tentava me abandonar, sendo seguida de comemorações e vários abraços.

Eu não fazia ideia do que teria de ser feito para ajudar o time. Nem mesmo sabia o nome daquelas pessoas! Só tinha certeza de uma coisa: daria tudo pra voltar às quadras novamente!

Aos poucos os ânimos se acalmaram e pude ser apresentada devidamente às pessoas que ali estavam. O time de basquete da Seirin era muito amistoso, me fez sentir realmente em casa.

Por fim, fui apresentada aos dois “intrusos”.

– Ina! – a garota de cabelo rosa já veio pulando em mim, esfregando o cachorro na minha cara e, hm... Um par de outras coisas volumosas também. Quanta intimidade moça, que isso – Sou Momoi, e esse é Kuroko 2! – disse me oferecendo o cachorro para que pudesse fazer carinho. Não precisei perguntar o porquê do nome, era só olhar praqueles olhinhos azuis.

Kawaii! – disse acariciando-o na cabeça de leve, recebendo um latido animadamente em troca.

– Falaram muito de você, sabia? – disse um loiro bonitão, pegando na minha outra mão e beijando-a – Se precisar de alguma coisa é só me procurar, sou Kise Ryouta – aquilo era uma piscadinha marota? Loirinho, loirinho, mal sabe que eu não brinco em serviço.

– Pode ter certeza de que vou – sorri, fitando-o com olhar baixo. Afastei-me deixando um Kise desacreditado que sua cantada barata tinha me feito ao menos rir. Percebi um sorriso vitorioso em seus lábios.

Fui até Kagami e Kuroko, que já me eram familiar, então só tivemos que nos situar naquela confusão toda.

– Então você é a parenta da treinadora? – Kagami riu.

– Pois é! E vocês fazem parte do tal time em ascensão? – eles confirmaram com a cabeça – Bem que eu fiquei curiosa do que essas mãos musculosas seriam capazes... – pensei em voz alta, fazendo um Kagami corar e um Kuroko achar graça.

– Não espere muita coisa do Kagamicchi aqui – disse Kise, se aproximando da nossa conversa e incomodando o ruivo com cutucões.

– Até parece, Kise! Eu já ganhei de você, lembra? – retrucou empolgado e se empenhando num bate boca com o loiro.

– Eles... Fazem isso sempre? – perguntei a Kuroko, que apenas observava.

– Quase sempre. Mas acho que estão querendo se aparecer dessa vez. – respondeu calmamente.

– Kuroko! – disseram ambos em uníssono, reprovando a sinceridade do azulado. Não pude deixar de rir com essa cena.

Estava pronta pra atacar um lanche quando as portas se abriram lentamente, entrando um cara esbelto e de aparência desleixada.

– Dai-kun! Está atrasado para a surpresa de Ina-chan! – disse Momoi, inflando as bochechas e juntando os pés. Pera, ela estava no ensino médio mesmo né? – Já até tiramos foto juntos!

Ignorando-a, o moreno recém-chegado deu de ombros e veio em minha direção, tirando lentamente as mãos de trás da cabeça enquanto me olhava com um meio sorriso.

Olhava? Não, aquilo ali era mais uma avaliação do que uma simples olhada. Ótimo, mais um metido a garanhão pra cima de mim. Revirei os olhos e larguei o sanduíche, ficando de frente pra ele.

– Não seja por isso, Satsuki – pegou a câmera, que estava largada em um canto qualquer, com uma mão e meu rosto com outra – Aomine Daiki. – apontou a câmera para nós e se aproximou – E o prazer é todo meu. – sussurrou enquanto beijava minha bochecha, olhando para a câmera segundos antes de ela registrar o momento com um flash.

– Watanabe Ina – disse me desvencilhando dele e voltando a pegar meu sanduíche.

Pelo visto essa não era a reação que estava esperando, porque ficou me encarando com um misto de incredulidade e ofensa. Virou a câmera para ver a foto que havia tirado e percebeu que seu plano de me deixar encabulada não deu certo.

Na foto, eu fazia uma cara de semi-nojo para o beijo, arqueando o lábio superior de leve, e encarava a câmera séria.

Aqui não, meu bem! Achou que podia chegar chegando na maior pinta de moreno alto bonito e sensual, talvez sendo a solução dos meus problemas? Bom, isso nós não sabemos ainda, mas por hora a resposta era negativa.

Fiquei aliviada ao ver que não era a única que ria da expressão de choque do moreno, que foi logo cercado pelos três que havia conversado agora a pouco.

– Levando corte da estrangeira, é? – Kagami o pentelhava, bagunçando seu cabelo com força.

– Aposto que o Kise também levou, do jeito que é atirado – Aomine dizia, apontando confiante para o loiro.

Santo amado, eles se desafiavam em tudo?

– Eu diria que ele e Kagami foram bem sucedidos – Kuroko comentou enquanto Kise gargalhava para o moreno desesperançoso.

– Peraí, eu não cantei ninguém não, ela que me cantou! – protestou Kagami.

– Ah não, o Kise até vai, mas o Kagami? – pude ouvir Aomine reclamar e recomeçar uma discussão.

O que me restava era rir. Nunca tinha ficado tão a vontade diante de um grupo de pessoas assim tão rápido. Peguei outro sanduíche e fui me afastando em direção à Riko.

– Tá causando tumulto já, Ina? – perguntou fazendo careta – Não pode nem chegar a outro país sem arrasar corações...

– Nem vem! – ri dando-lhe um peteleco no braço – Só estou me divertindo um pouco.

– Sei, sei – me provocou com o olhar – Mas... – mudou de assunto – Afinal, como você está?

No dia seguinte, assisti ao treino dos meninos e fiquei impressionada. Fazia muito tempo que não ficava em contado com jogadores assim, e isso me deu muita vontade de jogar. Claro que não o fiz ali, até porque queria testar meu estado atual primeiro.

Sendo assim, no dia que se seguiu, eu avisei Riko que tinha coisas a fazer, e que iria faltar ao treino. Obvio que não falei que iria para uma quadra, aproveitando que ela estaria ocupada no treino, e treinaria sozinha.

Era meio da tarde, eu passei em casa pra trocar o uniforme e colocar uma roupa mais discreta. Vesti um top e por cima coloquei um casaco largo e com capuz, além de uma bermuda bem folgada e meus óculos escuros. Sim, eu estava me disfarçando. Sim, eu era um pouco paranoica. De todo modo, precaução nunca foi demais, sabe-se lá quem eu poderia encontrar na rua, mesmo que conhecesse poucas pessoas da cidade.

Enfim, estava na quadra com fones de ouvido para me concentrar melhor. Passei numa loja de esportes no caminho e comprei uma bola simples, chegando em seguida na quadra que eu havia pesquisado na internet com a ajuda do gps do celular.

Estava vazia, ótimo.

Comecei fazendo alguns arremessos, me aquecendo e dando risada sozinha de como eu havia piorado nos últimos tempos. Se eu estivesse no meu auge... Continuei aumentando a intensidade, até que ao final eu estava suando e driblando eu mesma para marcar cestas de enterrada.

Sorri ao ver que meu progresso estava melhorando. As lembranças de jogos de basquete me vieram à cabeça nitidamente, como se fosse algo adormecido e não esquecido. Junto com elas, veio a familiar dor no joelho, que latejava um pouco.

Parei, apoiando as mãos nas coxas e fitando o chão. Radioactive do Imagine Dragons estava em andamento nos fones e foi daí que tirei a força pra fazer mais uma jogada.

A bola estava em mãos e escolhi meus passos com cautela, para que no salto final eu girasse e fizesse a cesta pulando de costas para o aro. Aterrissei sorrindo com o sucesso obtido. Eu estava voltando com tudo mesmo.

– Você é novo aqui.

Aomine Daiki estava ali, com minha bola em mãos e me fitava desconfiado. Ele estava com uniforme da escola, devia estar matando aula na surdina. Bom, teoricamente eu também estava fugindo de um compromisso, mas não é como se ele soubesse.

O sol estava contra seus olhos, o que dificultava mais ainda o reconhecimento. Tirei meus fones, mas não respondi nada, apenas contive um riso. Ele realmente não sabia quem eu era. E o melhor, achava que eu era um cara disposto a enfrenta-lo em algum campeonato.

– De que escola você é, vai estar na Winter Cup? – ele insistiu

Neguei com a cabeça, me virando para pegar a mochila no canto da quadra, mas ele entrou em meu caminho.

– Acha que consegue me ganhar com essa técnica esquisita ai?

Parei e o fitei através dos óculos escuros. Apoiei na minha perna ruim para sentir se o quanto aguentaria. Soltei a mochila e me aproximei dele, fazendo o número 3 com os dedos, sinalizando que quem fizesse três cestas ganhava.

– Só três? – ele riu debochado, soltando sua própria bolsa e seu casaco de uniforme.

Jogou a bola em minha direção, mas a devolvi. Eu queria começar na defesa. Aomine apenas ria do meu joguinho, confiante de que iria me dar uma surra. Bom, talvez sim, mas eu queria ter certeza do que haviam dito a respeito dele. Além do mais, ele não me reconhecia mesmo, não tinha nada a perder.

Ele se concentrou, batendo a bola no chão. Mas tinha algo de estranho ali, o modo como batia... Demorei um pouco para entender, tempo para ele fazer sua primeira cesta, mas era exatamente isso. Ele não tinha um ritmo perfeito, o que me dificultava bastante. Suas batidas eram descompassadas com seu passos, então tive que apelar.

Num momento de falso deslize, deixei ele me ultrapassar, agindo em suas costas e roubando a bola rapidamente, convertendo em uma cesta a meu favor. Até que me saí bem, pelo menos isso era o mínimo que estava estampado no rosto do moreno.

– Você... – ele me fuzilava com o olhar, e não pude conter uma gargalhada.

Encarei-o, que ficou um pouco transtornado com a minha audácia. Assim, ele se baseou em uma jogada pseudo-ritmada, o suficiente para eu conseguir roubar a bola no momento ideal e marcar ponto pra mim.

Infelizmente não tive tanta sorte assim na jogada que se seguiu. Ele me driblou, fazendo com que eu tivesse que pegar impulso com meu joelho ruim, o que resultou num ponto para ele e numa caída no chão pra mim.

– Merda... – sussurrei, depois de cair de lado no concreto áspero dali, ralando um pouco da manga do meu casaco.

Aomine virou as costas e voltou para o centro, só então notando que eu não havia levantado ainda. E mais, meu capuz havia caído, revelando meus cabelos presos em um rabo de cavalo já frouxo.

– Peraí, você não é a...

– Ok, fui desmascarada – ri, tirando os óculos e me fazendo de rendida

Ele prontamente veio em minha direção e estendeu a mão, que eu agarrei imediatamente para me reerguer, com um pouco de dificuldade. Suas sobrancelhas se ergueram quando eu fui até minha mochila, desistindo de terminar o jogo.

– Eu só venço, não aceito empates.

– Então eu desisto – respondi indiferente, voltando a colocar o capuz e os óculos – Pode ficar com a bola, precisa treinar mais pra me ganhar na próxima.

– Fala muito pra uma desistente – ele riu confiante, achando graça do meu desafio

– Tanto faz – abaixei o olhar para que meus olhos passassem pelos óculos e encontrassem os dele – Mas você não me viu aqui hoje e nem jogou comigo, ouviu?

– Que jogo? – ele ironizou, confirmando que iria me acobertar.

Dei as costas pra ele sorrindo, a tempo de ver o moreno negando com a cabeça como se pensasse que tipo de maluca eu era.

Fui pra casa e me acomodei em várias compressas de gelo para o joelho. Não me arriscaria a jogar tão cedo com essa intensidade. E assim o resto da noite passou num piscar de olhos, igualmente como as semanas.


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Notas finais do capítulo

Isso mesmo garota, bota pra respeitar!

https://youtu.be/KDKva-s_khY?t=17s

If We Ever Meet Again da Katy com o Timbaland me deixa numa vontade de ficar dançando que vou te contar... Hahahaha

Até o próximo!



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