A Exceção(Degustação) escrita por moni


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeee
Espero que gostem do segundo capitulo, aqui está o doutor Travis.



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Pov – Travis

Abro os exames da senhora Gonzáles, ela e o marido de mãos dadas sentamos a minha frente. Esse é sempre um momento traumático, abrir os exames, esperar até que eu diga o prognostico, sei exatamente como é difícil.

Não tem um jeito certo de dizer a eles, uma receita, aprendemos na faculdade, falamos sobre os perigos de dar esperanças quando não temos certeza, eles te ensinam a se proteger de futuros processos, mas não ensinam a ajudar o paciente a enfrentar seu pior momento.

─E então doutor Travis? Como foi a evolução? O tratamento está surtindo efeito? – Junto a documentação da mulher a minha frente, ela usa um lenço na cabeça, está com a pele manchada e os olhos cansados. Infelizmente não descobriu a tempo.

─Infelizmente ele não regrediu. Pelos exames fica claro que se espalhou. Sinto muito. – O homem empalidece. Com os anos de experiência fica claro ser sempre mais fácil para os pacientes que seus parentes.

─Então vamos recomeçar tudo, tentar um outro tratamento. Tem algum outro eu espero. – O senhor Gonzáles diz nervoso, os olhos de mim para a esposa que permanece silenciosa e pensativa.

─Tentamos todos os tratamentos senhor Gonzáles, não podemos cura-la. Apenas...

─Quanto tempo? – Ela me interrompe. A experiência também me ensinou o quanto podemos ser precisos sobre isso. Claro que o desejo do paciente, sua força de vontade e esperança podem mudar os prazos, mas nunca por muito mais ou menos tempo.

─Seis meses. Podemos continuar com todo tratamento e prolongar para um ano. – Não posso mentir. Isso não ajuda, não traz benefícios a ninguém.

─Vamos fazer, coisas podem acontecer nesse período, queremos todo tempo que o senhor puder nos dar. – O homem diz com a voz embargada. A mulher aperta sua mão, vira seu rosto para os dois ficarem frente a frente.

─Amo você. Muito meu querido. Olhe para mim, para o quanto tudo isso é invasivo, me cansa, machuca e não cura. Quero esse tempo a seu lado, quero ver meus netos, viajar para Los Angeles como planejamos, não quero continuar com isso.

─Não. Isso é inaceitável. – O homem me olha pedindo ajuda. Não posso fazer nada, não sei se iria querer continuar um tratamento se estivesse em seu lugar. Talvez assim como ela, eu só quisesse aproveitar o tempo que me resta com as pessoas que importam. – Doutor. Diga a ela a importância de se tratar. Por favor. Me ajude.

─Sinto muito senhor Gonzáles, eu não posso fazer nada. Essa é uma decisão de família. Talvez queiram ir para casa e conversar a respeito. Vou estar aqui caso decidam continuar com o tratamento.

─Vamos querido. Conversamos em casa. – Ela se levanta, o homem tem os olhos marejados, ainda não quer desistir, espera que eu tenha um milagre, não tenho, não posso fazer nada. Já ajudei muitas pessoas a vencerem essa doença, mas perdi o dobro deles, isso é algo que não me acostumo.

Ninguém se acostuma, as pessoas fazem uma ideia errada dos médicos, nos veem como frios, sem esperança, como se não nos preocupássemos, não sentíssemos. Estudei medicina para salvar vidas, não perde-las, dói tanto quanto nos outros. Apenas aprendemos a lidar com isso, a aceitar o inevitável.

O casal deixa a sala, me recosto na cadeira cansado, foi um longo dia, mais um longo dia. Fecho meus olhos um momento, uma leve batida na porta e depois ela se abre.

A assistente Helena entra com seu ar sério. Traz as fichas da próxima manhã. Está tão cansada quanto eu. Trabalha comigo desde que me formei, mas mantem um ar distante.

─Doutor eu encaixei um paciente amanhã cedo, a senhora Parker desmarcou, então aproveitei a vaga, a moça parecia tão aflita e eles vem do Mississippi.

─Tudo bem Helena. Já é a terceira vez que a senhora Parker desmarca se não me engano.

─Sim. Ela sempre dá um jeito de desmarcar um dia antes.

─Amanhã ligue para ela. Diga que seus exames deram negativos. Ela está com medo de ouvir o diagnóstico.

─Que bom. Eu aviso.

─Mesmo assim ela tem que vir. Sabemos que ela tem mais de um caso na família, ela precisa de uns conselhos e preciso que faça controle uma vez ao ano.

─Farei isso. O senhor está livre por hoje, sua primeira consulta é as oito.

─Obrigado Helena, pode ir. Vou dar uma olhada nas fichas e depois vou para casa.

─Boa noite e até amanhã. – Ela deixa a sala e começo o trabalho de olhar as fichas, verificar o meu dia. Dois casos avançados, dois pacientes novos, um retorno de cirurgia, três de rotina. Tudo isso pela manhã. Durante a tarde fazer a ronda nos recém operados. Dia longo. Arrumo a mesa e deixo a sala.

Olho o celular. Quase sete. Suspiro desejando desesperadamente poder ir para meu confortável apartamento a duas quadras do hospital, mas não sei por que fui inventar aquela reforma. Era apenas um cano vazando, fui ouvir minha mãe e ela conseguiu que eu transformasse meu apartamento em um canteiro de obras.

Agora só me resta me render a mansão dos Adams. Blanche Adams não cabe em si de alegria por me ter de volta. Só espero que essa noite não tenha uma promissora e rica herdeira me esperando para jantar. Quantas solteiras ricas tem nessa cidade? Será que nunca vai acabar?

Entro no carro e deixo a pasta ao lado no banco do passageiro. Minha mãe não é o tipo que desiste e quando as solteiras da Virgínia acabarem ela vai começar a importar de outros estados. Só queria ter minha vida de volta.

Penso em Rebecca enquanto dirijo para a mansão, minha irmã um dia e não está muito longe vai se ver na mesma situação, cercada de pretendentes, filhos de fazendeiros, herdeiros, homens de negócios, tudo para escolher seu marido, a garota está mesmo perdida.

Os portões se abrem magicamente quando me aproximo, deixo o carro na garagem ao lado da coleção de carros do meu pai. George Adams é tão excêntrico quanto a esposa, os dois se merecem.

Entro para dar de cara com minha mãe e uma jovem. Ela podia restringir os encontros despretensiosos para os fins de semana ao menos.

─Boa noite. – Meus olhos cruzam com os dela que sorri. A moça fica de pé. Dez quilos de maquiagem me impedem de descobrir se é bonita. Quando será que foi a última vez que aquela pele jovem respirou?

─Querido. Que bom que chegou. Essa é Emily Hesnley-Dacker, nos encontramos no clube pela manhã. Ela acaba de voltar de Paris, estava estudando moda. – Aceno, depois me adianto a apertar sua mão. Já fiquei o bastante? – Não pude evitar convida-la. Felizmente ela pode vir. Se lembra dela?

─Não. Desculpe senhorita Dacker.

─Imagine. Eu estava no primeiro ano quando deixou a cidade. Foi há muito tempo.

─Eu vou... – Aponto as escadas e minha mãe me fuzila.

─Vá querido, seu pai está chegando, você tem meia hora antes do jantar.

─Quanta gentileza senhora Blanche. Obrigado. – Aceno para a moça e me retiro. Eu podia quebrar uma perna subindo as escadas, assim ficaria livre do jantar, ou pode ser que minha mãe me obrigasse a jantar antes de ir a uma emergência.

Abro a porta do meu quarto, meu desde os tempos de garoto, ela nunca desfez meu quarto. De vez em quando encontro algo do meu tempo de estudante e acho divertido.

Eu e Becca nascemos nessa casa, e meu pai e o pai dele e talvez o pai do pai. Essa família tem tradições de antes da independência.

─Oi! – Becca surge na porta. Minha adorável e próxima irmã de dezessete anos. – Posso?

─Entra.

─Viu sua pretendente? – Ela sorri se sentando em minha cama, sorrio de volta. – Quando cheguei a moça estava de pé olhando a paisagem da janela e achei que a mamãe tinha enlouquecida e tinha uma manequim desses de loja que vemos em Paris.

─É quase isso. – Digo desanimado. Só queria tomar um banho, comer qualquer coisa e ler um pouco para relaxar ouvindo Elvis Presley. Não é pedir muito.

─Se quiser posso dizer que teve uma parada cardíaca e não vai poder descer.

─Não. Mamãe sacaria um desfibrilador que ela deve ter escondido em algum canto desse mausoléu que ela chama de casa.

─Você pode ter razão. Pense pelo lado bom Travis. Talvez um dia ela acerte. – Becca ri da minha careta. Fica de pé.

─Impossível Becca, minha mãe não tem a menor ideia do que eu espero de uma mulher. Ela está longe de conhecer alguém que me atraia.

─Inteligente, espontânea e independente, alegre e determinada. A beleza é um bônus que não te importa muito. Essa sua lista não vai rolar. Idealizou uma mulher que não existe. Não para o herdeiro dos Adams. Sabe disso.

─Está errada irmãzinha. A garota certa existe, está por aí e quando surgir eu a roubo para mim e Blanche Adams não vai poder me impedir. – Becca ri com gosto. Balança a cabeça em negação, depois caminha para a porta.

─As vezes acho você tão inocente. Sabe quem é nossa mãe? Do que ela é capaz para ter o que quer? Para tirar do caminho o que a atrapalha?

─Você é muito fatalista e exagerada. – Becca acena.

─Te vejo no jantar.

Quando fico sozinho aproveito para tomar banho, vestir jeans e matar minha mãe de vergonha. Depois desço no prazo máximo, não quero ficar um minuto além do necessário nesse jantar.

Todos ficam de pé quando chego, meu pai já em casa com uma dose de uísque na mão. Balança a cabeça me cumprimentando, não somos e nunca fomos muito íntimos, ele não aceita nada bem minhas escolhas.

Minha mãe também não, mas ela sabe dissimular. Nessa casa esse é o talento mais apreciado. Às vezes acho que eu e Becca caímos por engano nessa família. Eles deviam ter tentado mais um.

─Vou mandar servir o jantar. Querido faça companhia para Emily.

─Claro mamãe. – Me aproximo da moça com seu drink, não preciso perguntar para saber que toma um Martine. – Então estava vivendo em Paris? É uma linda cidade.

─Ah! Não é mais tão glamorosa como já foi um dia. Cada dia mais cheia. Hoje parece que todo mundo pode ir a Paris.

─Acha ruim? – Pergunto sem resistir. – Acha que tem um tipo especial de pessoas que deviam ter direito a frequentar a cidade da luz? – Ela fica surpresa. Da de ombros sem saber o que responder.

─Então é o médico mais importante da cidade? – Ela muda de assunto. – É uma profissão interessante. Ainda mais oncologia. Lidar o tempo todo com a morte. Deve ser estressante.

─Bastante. Mas não lido com a morte o tempo todo. Tento que as pessoas vivam sabe. Esse é meu trabalho.

─Sim eu imagino que sim. Ganhou um prêmio pelo que soube. Ajudando os mais necessitados.

─Meu consultório é cheio deles. – Eu digo para garantir que ela não invente uma visita surpresa como já recebi algumas vezes. – Pretende ficar na cidade? Agora que Paris não é mais tão seletiva?

─Papai quer muito. O conhece?

Vasculho a mente, é possível que sim, conheço toda a cidade, mas esse lado da cidade eu realmente prefiro manter alguma distância, nego sem dizer nada.

─Petróleo. Meu pai e o seu sempre fazem negócios. – Balanço a cabeça sem saber o que isso importa.

─Mais um drink? – Pergunto quando não encontro mais nada a dizer e me perguntando se minha mãe foi pela primeira vez na vida cozinhar ela mesma.

Becca conversa com meu pai, nossos olhos se cruzam e ela ri. Bem que podia vir me salvar, mas a pequena prefere rir de mim.

─O jantar está servido. – Minha mãe surge triunfal, parece anunciar a cura do câncer, é a cara dela. Tudo em sua vida é uma grande cena.

O jantar gira em torno de arte, cavalos, mercado financeiro e Becca fazendo careta e me cutucando por debaixo da mesa como se fossemos crianças ainda. Não que ela seja adulta. Rebecca Adams só tem dezessete anos. Eu já tinha treze anos quando minha mãe anunciou com pesar a gravidez.

Acho que fui o único a gostar da ideia. Não falamos muito sobre isso, mas Becca sabe, minha mãe fez questão de mencionar diversas vezes que ela veio em um acidente.

A garota sempre foi meio deixada de lado, ganhou alguma importância quando eu decidi ser médico e fui para a universidade, eles viram nela a chance de alguém para quem sabe dar continuidade a fortuna no ramo dos investimentos dos Adams. Não Becca é claro, mas seu futuro marido. Um cara que ainda não foi escolhido.

Depois do jantar me reúno a eles mais um momento na sala para um último drink, depois acho que posso me retirar sem ser chamado de recluso e desrespeitoso com a pobre visita e quem sabe futura noiva.

─Bem foi tudo incrível Blanche, minha mãe me disse que você sabe receber. Obrigada, mas acho melhor eu ir. Pode chamar um taxi?

─De maneira nenhuma querida, e estragar a sua boa opinião? Travis vai acompanha-la. – Os olhos de minha mãe cruzam os meus e dessa vez eu poderia fuzila-la.

─E o motorista mamãe? – Pergunto sem pensar.

─Está de folga. – Ela diz fria como gelo. Encaro a jovem que me sorri ansiosa.

─Não tem problema ir de taxi. – A garota mente e sabe que não está convencendo ninguém, nem quer isso, sua única intensão é me fazer leva-la. Odeio esses jogos.

─Levo você. – Digo deixando meu copo sobre um móvel. Caminho para a porta sem dar tempo dela se despedir como gostaria, espero que passe, encaro minha mãe deixando claro que vamos ter uma conversa. Ela sorri daquele jeito cínico.

A casa não fica longe da minha. Apenas uns quarteirões, ela poderia ter ido a pé e ninguém lhe faria mal, mas não espero que uma garota como ela dê mais do que dez passos com as próprias pernas.

Ficamos em silencio boa parte do caminho.

─Já tem um par para o jantar beneficente do clube no sábado?

─Plantão. – Digo sem desviar os olhos das ruas tranquilas e arborizadas.

─Achei que iria, já que vão arrecadar fundos para o hospital.

─Isso é trabalho para o diretor do hospital. – Digo tentando sorrir. – Odeio festas sabe, e férias e champanhe. – Acho que é tudo que ela quer na vida e vai correr de mim, a moça me olha sem entender. Paro em sua porta. – Entregue.

O comentário parece desagrada-la, acho que ela se sente como um pacote, culpa dela e da minha mãe. Não tenho nada com isso, não a convidei e não quero uma namorada arranjada. Mesmo desejando ter alguém com quem dividir a vida.

─Obrigada Travis. Foi bom te ver.

─Claro. Boa noite. – Sorrio e ela desce, assim que a porta se fecha arranco para casa. Minha mãe tomava seu último drink em companhia do meu pai. Sorri ao me ver.

─Foi rápido. Pensei que fossem quem sabe tomar mais um drink no clube.

─Trabalho amanhã, sou médico, sabe disso. Espero... Não, exijo que tenha sido seu último jantar de armação.

─Vai decidir quem sua mãe convida para jantar? – Meu pai pergunta, encaro seus olhos, conheço esse homem muito bem e não sinto orgulho de ser seu filho, mas é meu pai e apenas o ignoro.

─Sua casa mãe, convide quem quiser, mas não vou mais me sentar à mesa com suas pretendentes. Da próxima vez que chegar aqui e tiver uma delas pego minhas coisas e vou me hospedar em um hotel. Daí você se vira para explicar para suas amigas por que seu filho está num hotel enquanto o apartamento é reformado.

─Travis achei que fosse gostar dela. – Minha mãe se defende sem perder a pose ou o sorriso.

─Não você não achou. Você gosta dela. – Caminho para a escada, depois me volto. – Não. Nem mesmo você gosta dela, acha aquela jovem tola e inútil, mesmo assim a trouxe, não liga a mínima para o tipo de mulher com quem vou dividir a cama, desde que o sobrenome e a conta bancária te agradem o resto não importa. Não sou seu brinquedo Blanche, não vou me deixar usar.

─Travis Adams não pode falar assim com sua mãe.

Meu pai diz caminhando para mim, ficamos frente a frente.

─E como devo trata-la? Como você trata? Queremos mesmo falar sobre isso? – Eu o peguei aos beijos com sua amante em seu escritório enquanto minha mãe estava gravida de Becca e ela não foi a única, muitas vieram depois, minha mãe conheceu e se livrou de uma por uma.

─Vá dormir querido. Aposto que teve um dia difícil no hospital. – Minha mãe toca meu ombro. Ela não suporta o assunto, acha que se não fala não aconteceu. Dou as costas a eles e sigo para meu quarto.

Passo mais uma hora lendo alguns artigos sobre medicina, faço anotações, meu trabalho e estudos nunca acabam, isso é o que eu escolhi, não pedi nada a eles, me tornei médico, voltei para Virginia apenas por conta de Becca, para não deixar minha irmã sozinha.

Tudo que conquistei profissionalmente foi sozinho e eles não suportam isso. Nenhum dos dois. Acham que devo a eles, que tenho obrigação de seguir os passos dos homens que vieram antes de mim.

Saio cedo e evito a mesa do café, posso comer qualquer coisa no hospital, Becca estava encostada em meu carro quando chego a garagem.

─Carona? – Ela pede com a mochila nas costas.

─Claro, para você sempre. – Becca ri, deixamos a casa.

─Ela já sabe que não vai ao jantar beneficente? – Me pergunta com a janela aberta tomando vento no rosto.

─Esqueci de aproveitar a briga para despejar isso também! – Rimos os dois.

─Você sabe que ela não ouviu uma palavra do que disse?

─Sei. Ela não escuta ninguém. Que acha de almoçar comigo?

─Não dá, preciso terminar um trabalho e tenho equitação logo depois. Montar Molly é a melhor parte do dia. – Becca ama cavalos, sua égua em especial. Afirmo.

─Te vejo a noite então. – Ela me beija quando paro na porta da escola. – Boa aula. – Becca pretendia descer, mas eu a impeço. – Chegou alguma carta?

─Ainda não, mas ninguém da turma recebeu qualquer resposta ainda, as universidades ainda não se decidiram.

─Estou aqui Becca, para o que decidir.

─Eu sei Travis. Essa é minha sorte. – Ela desce e sigo para o hospital. Depois de alguns cumprimentos cubro a distância até minha sala, não paro na recepção para falar com ninguém, se fizer isso fico ali para sempre e não consigo atender realmente ninguém. Helena me segue, fecha a porta depois de entrarmos.

─Está pronto para começar doutor?

─Me dê cinco minutos e pode mandar entrar o primeiro. – Pego a ficha quando ela deixa a sala. Warren Smith. Sessenta e cinco anos, câncer no fígado. Vamos ver se temos chance. Escuto uma leve batida na porta. – Entre.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS