Poemas ou Travessuras? escrita por Bianca Fiats


Capítulo 4
Capitulo 04 - Ruiva, esquentada e...abandonada


Notas iniciais do capítulo

Como assim produção? Abandonada? Mostra seu lado Weasley!



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O dia dos sonhos de toda Weasley. Onde entramos para Hogwarts e você deixa de ser mais uma ruiva em uma casa cheia de ruivos. Agora eu iria para um lugar com morenos, loiros e poderia ser diferente. Ou melhor, o máximo que poderia, afinal os Weasley têm sua fama de ter muitos filhos, mas se não bastasse, os muitos primos e primas. Não que eu não gostava deles, também não que eu não gostasse ou quisesse uma família gigante. Mas as vezes pode ser… perturbador.

Nós nos apoiamos uns nos outros, mas existem pessoas que nós queremos mais que outras. Isso em toda nossa vida. Sempre acompanhei Albus em boa parte da minha vida. Éramos inseparáveis, a não ser por um trem. Nós subimos e sentamos no mesmo vagão, nos despedimos dos nossos pais, levantei para buscar feijãozinho mágico para nós. Quando voltei onde ele estava? E eu tive aquele pressentimento. Que um trem iria nos separar. Revoltada por ser deixada sozinha, fui procurar por ele em outros vagões. Talvez ele tenha ido ao toalete (banheiro é tão antiquado). Então aqui estava eu, parada próxima a saída do banheiro masculino do trem. Os garotos passavam e me olhavam curiosos. Eu acabei com meus dois pacotes de feijãozinhos mágicos e quando decidi procurar por ele, esbarrei em uma garota. Ela tinha um jeito esnobe e me olhou de cima a baixo. Nos encaramos por uns longos instantes e eu sabia que não iriamos nos dar bem. Minha mãe sempre me disse para seguir meu coração e acreditar nos meus instintos. E os meus estavam dizendo para ficar longe dela.

“Com licença. ” Reclamei com a garota e o rosto dela não se alterou de forma alguma. Um vento passou por nós. Os meus cabelos pareceram palhas ao vento, enquanto o dela formavam ondas. Eu quis ter uma tesoura em mãos e me senti no maternal ao lado de meus primos. “Você está no caminho. ” Insisti.

A garota suspirou. Eu não acredito, eu estava tentando totalmente minha pose de eu sou uma garota que cresci com irmãos e primos sapecas. A garota deu espaço e olhou para fora com o caminho que estava passando pela janela.

“Posso te perguntara algo? ” A voz dela parecia indecisa, como se não soubesse falar inglês direito. De certo ela tinha um sotaque diferente. Ela veio de intercambio?

“O que foi? ” E ela ficou vermelha. Invejei-a. Se eu fico vermelha daquele jeito pareço uma maçã, senão uma pimenta. Ela olhou para todos os lados, menos para mim.

“De onde você veio tinha muitos meninos? ”

….

Ela perguntou isso mesmo?

….

Não sei por que ficamos nos encarando ou por quanto tempo o fizemos até que eu lembrei que ela tinha me perguntado algo. Eu sacudi a cabeça concordando, pensando no que ela iria fazer em seguida.

Se ela tivesse pulado do trem eu não teria ficado tão perplexa. A garota assentiu com um menear de cabeça como se tivesse tomado uma decisão. POR TODOS OS BRUXOS DE HOGWARTS. Ela devia ter a minha idade e já estava procurando namorado? Mas tão logo confirmou a informação, virou as costas e correu para o outro lado como se de onde eu vim tivesse uma infestação da peste negra.

Quase esqueci do que estava fazendo antes, mas por sorte vi que Scorpius vinha na minha direção. Lembrei do meu pai falando sobre vencê-lo. Encarei-o e analisei tudo: suas vestes (mesmo que já fosse o uniforme), seu jeito de andar, como ele parecia concentrado lendo e esquecendo-se do resto do mundo ao seu redor. Se eu fosse vencê-lo nos testes, eu deveria me empenhar. Ele seria um adversário poderoso. Aproximei-me dele e o chamei. Depois de alguns momentos sem ele corresponder meu chamado, quis gritar. Quem pode ignorar meus cabelos de fogo?

“Severus?” Chamei mais uma vez. “Malfoy?” Eu vi um tremular de sobrancelha. Cheguei bem perto dele e gritei em seu ouvido “SCORPIUS”.

Ele saltou para longe de mim. Comecei a rir dele, e pude identificar que ele evitava um sorriso, quase falhando miseravelmente nisso.

“Você deve ser Rose Weasley”

“Sim, meus cabelos são memoráveis”

Scorpius balançou a cabeça negativamente. “Não, passei os últimos minutos ouvindo Albus falar de você. É um prazer. ” Ele pegou minha mão e deu um beijo nas costas dela.

Acho que minha boca foi ao chão. Ninguém NUNCA me tratou como uma dama. Eu deveria estar esbravejando e o questionando sobre poder me cumprimentar como um irmão, mas… Eu gostei. Realmente gostei. Senti meu rosto ficando vermelho e tudo que vinha na minha cabeça era a imagem de um pimentão. Mas Scorpius me surpreendeu de novo, passando as costas da mão dele pela minha bochecha.

“Fofa” Ele riu, levou a mão ao coração e curvou-se. Fez um sinal de despedida com os dois dedos sob a testa e partiu. Ele seguiu na mesma direção da garota estranha. Eu deveria avisá-lo ao menos, mas eu tinha perdido meu norte e minha mentalidade. Não sei quanto tempo fiquei ali, segurando a mão que ele havia beijado.

Com certeza esse trem estava mudando o curso da minha vida.

Quando finalmente encontrei com Albus ele estava sentado pensativo. E havia um brilho diferente em seu semblante. Merlin, o que aconteceu durante a viagem de trem em que passamos separados?

Albus finalmente percebeu que eu estava parada na porta do vagão e bufou.

“Cadê meus feijãozinhos? ”

“Comi” respondi já irritada demais.

Ele me olhou por uns instantes antes de cair na gargalhada. E toda minha raiva foi embora. Como poderia ficar zangada com ele assim? Albus olhou para mim como se visse minha alma.

“Nós vamos nos divertir muito em Hogwarts, Rose”.

♠♠♠

Não! Não vamos Albus Severus Potter. Seu traidor. Aqui estava eu de boca aberta enquanto o chapéu pronunciava Sonserina. Pois me aguarde. Eu não sou seu cachorrinho.

MALDITO!

E aqui estou, sentada no meio de desconhecidos. Que seja assim. Farei novos amigos. Ele verá o que acontece com quem mexe com uma Weasley.

♠♠♠

Estou há horas olhando para o papel em branco à minha frente. Eu não posso acreditar ainda. Já se passaram algumas semanas e a vida aqui em Hogwarts é complexa e divertida. Mas sinto que falta algo. Suspirei. Eu sei o que falta. Meu amigo. Aquele que me abandonou para ir para Sonserina. Nós passamos horas e horas durante nossa infância, falando em como seria divertido estar em Grifinória.

Um fantasma passou por mim e me arrepiei. Não sei como minha mãe se acostumou com isso. Ou como o papai não gritou de medo como ele faz com as aranhas. Bati com a ponta da pena contra o papel e percebi que seria impossível me concentrar na tarefa de Herbologia. O tio Neville era incrível e divertido (vivia tentando explodir coisas com a gente), mas vê-lo como professor era assustador. Ele era severo e rigoroso com os alunos e estava nos fazendo escrever como condenados. Onde estavam os explosivos? Será que ele gostaria de ver meu pergaminho com marcas de fogo? Dizia que fazia o mesmo que o professor que ele mais detestou e temia o obrigava fazer. Severus Snape tinha uma fama legendaria em Hogwarts como professor de poções. Mas alguém poderia explicar para o tio Neville que se ele não gostava do método do professor Snape era só não repetir.

Ergui o olhar da minha lição e vi Scorpius algumas mesas a frente de mim. Ele escrevia compenetrado enquanto o quadro atrás deles tinha algumas pessoas tentando olhar para o que ele fazia. Alguns minutos depois, ele pareceu parar e analisar o seu trabalho. O quadro deve ter falado algo, pois ele ergueu o olhar e conversou com o quarteto de homens com espingardas.

Espera lá!!! Ele estava tendo ajuda com os quadros? Isso era injusto.

Se não fosse fofo. O modo como ele voltava a olhar para o papel, franzir o cenho e então começar a corrigir seja lá o que estava errado. Nós conversamos nas aulas que tínhamos em conjunto. E as vezes conseguia tirar um sorriso dele. Se meus pais soubessem que eu estou me dando bem com Malfoy ao invés de disputar com ele…

Levantei-me e fui na direção de sua mesa. O quarteto falou algo e ele rapidamente empurrou a folha para o meio dos livros dele antes que eu pudesse chegar em sua mesa. Nisso eu já estava completamente brava. Apontei para o quadro, mas já não havia ninguém, a não ser o cenário.

“Eu não ia roubar sua lição. Consigo muito bem fazer sozinha. ”

Scorpius virou o rosto e coçou os cabelos revoltosos. No dia em que o vi no trem eles estavam arrumados com gel para trás. Mas desde que estava na escola ele não os usou assim, quase como se sempre estivesse com pressa e não tivesse tempo de se arrumar. Mas desse jeito era tão natural.

“Não é… Não é minha lição” Ele finalmente disse depois de um longo silêncio.

“Melhor mesmo, porque senão seria injusto receber ajuda dos quadros. ” Apontei novamente para o quadro vazio. Queria ver ele desmentir essa.

Ele me desarmou com aquele sorriso debochado.

“Eu já tentei afastá-los, mas acabei me acostumando com seus comentários” Ele deu de ombros. “É um trabalho particular meu. Não tem nada a ver com Hogwarts ou magia. ”

Olhei-o boquiaberta.

“Oh por Merlin. Um livro, você está escrevendo um livro. Deixe-me ver, por favor, só um trechinho. ”

Ele ficou vermelho. E devo dizer que fica muito bem nele.

“Não deixo ninguém ler. E não começarei agora”. Ergui uma sobrancelha e apontei com um aceno de cabeça para o quadro. “Eles são… diferentes… Enfim eu não vou…”

“SHIU!!!” A bibliotecária nos mandou fazer silêncio. Nós nos entreolhamos e sorrimos.

“Só um pedacinho? ” Moldei com os lábios e ele apoiou os cotovelos na mesa. Ele parecia que ia contar um segredo então me aproximei. Quando estávamos com os narizes a poucos centímetros de distância ele sorriu, e eu senti minhas pernas perderem o equilíbrio.

“Nem morto! ”


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Notas finais do capítulo

E por fim, vocês já conhecem todos os personagens. Hora de começar a agitar as coisas.



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