Faroeste República escrita por Goldfield
Notas iniciais do capítulo
Muito melhor ler seguindo a melodia original: https://www.youtube.com/watch?v=U3ewnBFOkME
FAROESTE REPÚBLICA
(Paródia de “Faroeste Caboclo”, do Legião Urbana)
O rei D. Pedro não tinha mais apoio
Era o que todos diziam no golpe que o sucedeu
Perdeu a aliança dos donos de fazenda
Com o fim da escravidão que sua filha suspendeu
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O Deodoro, marechal empedernido
Com um monte de soldados São Cristóvão ele rendeu
A população assistiu bestificada
Tinha gente lamentando o desfile que perdeu
Agora Igreja não era mais Estado
Conforme o Estado Laico que apressou em implementar
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O governo foi organizado diferente
O Poder Moderador não teria mais lugar
Pra presidente agora poderia se votar
Mas analfabeto sem lugar na eleição
Federação, cada estado legislar
Em 91, pronta a Constituição
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Finalmente chegou a modernidade
Vamos emitir dinheiro pra fomentar esse setor
O resultado, uma crise inflacionária
Chamou-se Encilhamento e Ruy Barbosa foi mentor
Deodoro autoritário governava
Saiu pro vice Floriano se afirmar pelo terror
Revolução do Rio Grande e da Armada
O próximo presidente já era um cafeicultor
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Preocupação era vender seu cafezinho
E manter a oligarquia sempre a governar
O fazendeiro tinha uma vantagem
Pelo Coronelismo para o voto conquistar
Dizia ele – Faço bem à freguesia
Neste país gente melhor não há
Te dou serviço, justiça e moradia
E é só votar em quem eu te indicar
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O Seu Prudente, fazendeiro e presidente
Esqueceu que no sertão a vida era infernal
Um pregador beatificado e uma cidade
Chamada de Canudos queriam o mundo ideal
Conselheiro, que cidade linda!
Essa igreja só falta terminar
De roubar madeira te acusaram os fazendeiros
Mais de oito mil soldados te dizimam!
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Depois veio o governo Campos Salles
Criando mais impostos para pagar o exterior
Rodrigues Alves era um cara interessante
Que a gripe espanhola do mundo apagou
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Ele comprou o Acre da Bolívia
Pelas seringueiras que havia lá
Colocou os cariocas numa fria
Pois todo mundo queria vacinar
Hermes da Fonseca a Marinha irritava
E os marujos com a chibata queriam acabar
Não tinha vez camponês nem operário
Contestado e Cangaço tentavam batalhar
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Os Tenentes não queriam mais conversa
E decidiram que com Prestes na coluna iam marchar
Percorreram do país quase todo canto
E na revolta de 30 encontraram seu lugar
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Logo, logo as classes médias da cidade
Souberam da novidade
“Tem governo novo aí!”
E Getúlio Vargas assumiu o poder
E acabou com todos os fazendeiros dali
Seus inimigos centrados em São Paulo
Tentaram uma revolta para o derrubar
Resistiu,
Mas sob uma influência das potências do período
A coisa foi esquentar
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No fascismo o Integralismo se inspirou
E Prestes voltou comunista desta vez
A revolução de Prestes não vingou
Vocês vão ver, vou proibir vocês!
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Agora Vargas era ditador
Poder todo centrado no governo federal
Impunha sua ordem por polícia
Imprensa e propaganda, pelego sindical
Mas Vargas investia em economia
E nas leis do trabalho que ele prometeu
Salário mínimo, jornada de 8 horas
Por esses benefícios todo o povo agradeceu
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Na Segunda Guerra resolveu entrar
Mas ditador continuava a ser
Contradição dura de aguentar
No governo Vargas teve que ceder
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O tempo passa
E Dutra cria Plano SALTE pra nos modernizar
Mas não dá certo não
Em 50 eleições em polvorosa
Será que o velhinho volta, ele volta mesmo ou não?
E lá está Vargas na manchete de jornal
Deixa a Petrobrás de herança
Mas com oposição
E acusado do atentado em Tonelero
Vargas dá um tiro em seu coração
Juscelino quer o governo em nova casa
E no meio de Goiás inicia a construção
Mas no momento de Brasília inaugurar
Alguém lhe disse:
Lá se vai a democracia, meu irmão!
Lá se vai a democracia, meu irmão!
Lá se vai a democracia, meu irmão!
Essas palavras vão virar curso de ação
E as consequências afligirão a nação
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Não é que aquele alguém estava certo
Governo Jânio foi incerto
Rápido em renunciar
Se embebedou porque senão comê-lo-ia
E eis que João Goulart assumiu o seu lugar
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Oposição fez do Exército um parceiro
E um golpe de estado começou a elaborar
Reformas de base Jango prometia
E o povo medo do comunismo tinha
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E aconteceu que as forças armadas
Em março de 64 apareceram lá
Depuseram João Goulart e seu governo
E decidiram uma junta militar implementar
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O movimento pela força se impôs
E ai de quem ousasse dele reclamar
O AI-5 fechou ainda mais depois
A oposição começou a se armar
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A ditadura autoritária e medonha
Com SNI e DOPS começou a torturar
Militares se diziam inocentes
Mas com a anistia conseguiram se livrar
E a abertura ainda era rasa
E o povo sentia falta de votar
Eu vou pra rua, vou exigir Diretas
Já tá em tempo do regime acabar
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Com eleição indireta o povo então chorou
Embora de um civil tenha chegado a vez
Antes de assumir Tancredo perpassou
E quem governou foi o Sarney
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Inflação recorde 85 adentro
A 235% ao ano até ela chegou
Plano Cruzado, Verão, Cruzado Novo
Preço do supermercado muito aumentou
Democracia se desfez de suas amarras
Direitos garantiu e outros ampliou
Foi a Constituição de 88
Que ainda é usada e mantém o seu valor
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Em 89 chegou a hora de escolher
O novo presidente da nação
E após debate editado na TV
Fernando Collor ganhou a eleição
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Em 92, então, chegou a hora
Caras-pintadas sem demora
Foram à rua insistir
Que Collor tinha marajás às suas costas
Merecia um impeachment
E acabou por cair
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Veio depois governo Itamar Franco
FHC, Plano Real
Economistas a aplaudir
94, FHC presidente
E decidiu privatizar o que do governo havia ali
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Segundo mandato com menos esperança
Após a emenda da reeleição
2002, Lula ganha confiança
Já tentei mais de três vezes, tô aqui
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Sua eleição ao mundo saltou os olhos
Pelos programas sociais ele o reconheceu
Desgaste de imagem a corrupção proporcionou
Mas ainda assim ele se reelegeu
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Até então só tinha homem, mas a próxima não é
Dilma Rousseff ganha a eleição
Oposição quer que o Exército a deponha
Alega que o PT é uma gangue
Vê-se radicalização
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E o Brasil desde 1822
Já viu rei, presidente e ditador
Ao povo quem fez as mudanças se interpôs
Este assistiu sempre de espectador
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Muitos defendem o PT e Dilma, entretanto
Por ser um governo que veio aos pobres socorrer
E a alta burguesia da cidade fazia seu panelaço
À presidente na TV
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Esse é o jogo da democracia
Dos debates o povo deve se fortalecer
E devemos sempre cobrar dos presidentes
Medidas pra ajudar toda essa gente que ainda está a...
SOFREEEEEERRR!!!
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