War Angel - Renascença escrita por Dálian Miller


Capítulo 23
Capítulo 20 – Akira vs. Mylla


Notas iniciais do capítulo

De volta com mais um capítulo, boa leitura! :D



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~ Capítulo 20 – Akira vs. Mylla ~

 

A primeira parte da batalha na ilha havia terminado com a surpreendente vitória de Witc e Ayurik sobre Tsifer, um dos demônios mais fortes do exército de Ádrian. Além da batalha nas margens do lago, em volta da cabana e do campo os elementais de fogo invocados pelo demônio se confrontavam com os arvorosos, ora vencendo, ora em desvantagem pela chuva.

Confrontando com ataques mágicos e investidas, Mylla batia de frente com a arqueira usando seus dois bastões prateados.

— Não deixarei que fique com Witc. – Seu jovem coração batia acelerado, dividido entre a adrenalina e o medo.

— Você não poderá defendê-lo. – Uma sequência de flechas foi lançada e duplicaram-se em seguida. – Tente impedir isto.

 Como eu poderia impedir aquilo? Um grande número de projéteis foi lançado, cabendo a Mylla apenas não ser atingida por muitos. Tocando seu rosto, pôde perceber o fio de sangue que escorria entre seus dedos e em suas mãos e braços, percorrendo seu corpo e misturando-se à água que caía com a chuva.

Uma nova troca de ataques quase imparável fora iniciada. Akira era forte. Ganhava vantagem com a distância e sabia muito bem disso. Mylla Precisaria separa-la do arco o quanto antes.

— O que aconteceu com a bravura de antes? – Gargalhou. – Finalmente percebeu que não pode me derrotar?

— Sua confiança é admirável, mas não irá salva-la. – Mylla correu em sua direção enquanto desviava das flechas. Tentando acerta-la com um dos bastões que emanavam pequenos raios das esferas maciças em suas extremidades, desferiu mais um ataque mesmo sabendo que ela o defenderia.

— Ainda não. – Disse pondo os braços em frente ao rosto.

— Esse não é meu objetivo. – Agilmente arrancou o arco de suas mãos e o jogou para longe. – Você sabe lutar, admito, mas não é a única. Tive aulas de artes marciais.

— Então, logo veremos quem é a melhor lutadora daqui. – Posicionou-se.

Largando os bastões e também se preparando, a garota ergueu os punhos. – Vou começar arrancando esse capuz que faz tanta questão de usar para esconder o rosto.

— Admiro sua coragem de me enfrentar de mãos limpas, então pode vir. – Chamou-a com um sinal.

***

Seguindo o mais rápido que podia, Ippy voava a procura do druida.

— Wechar, onde você está? Não sei se conseguirei voar por muito tempo. – Ele observava atentamente cada parte da floresta, no entanto, o rastro de sangue deixado pelo caminho indicava a gravidade de seus ferimentos. – Espero que eles estejam bem.

Tsifer havia sido derrotado, mas o preço que pagou por isso foi alto. Incapazes de se moverem, Witc e Ayurik permaneciam inconscientes.

***

Depois de um tempo trocando socos e chutes, ambas já demonstravam traços de cansaço e desgaste físico, porém, sem sinal de desistência.

— Você luta bem para uma vadia da cidade. - Seus insultos não cessavam.

— Um demônio me elogiando?! Isso é novo. – Suas expressões mudaram.

— Cale-se! – Akira correu na direção de Mylla e tentou acerta-la com o punho. Deitando-se para trás para desviar e contra-atacar com um chute em seguida, os longos cabelos loiros arrastaram-se pelo chão e se ergueram ao céu com graciosidade, desviando a atenção da arqueira por alguns instantes. Porém, assim como o ocorrido no ataque ao Museu, seus olhos se carregaram com um intenso brilho e tingiram-se com um laranja forte, quando rapidamente notara a movimentação de sua inimiga e saltara sobre ela com maestria.

Sob a sombra que escondia sua face, apenas seus olhos se destacavam e, em volta de seu corpo, a áurea de cor azul brilhava de forma intensa, fazendo sua capa agitar-se pela energia adquirida com o teste feito pela Senhora da Dor. Além do poder mágico, sua força também fora aumentada, dando uma nova fonte de adrenalina.

Sem tirar Mylla de seu foco, Akira agachou-se, tocou o solo e iniciou seu ritual de invocação:

Dominus tenebrae, invocare potestas eius, arcum diabolic! – Suas mãos foram envoltas por um círculo de cor vermelha que brilhava forte sobre o solo. A cada palavra dita, runas surgiam em seu interior, completando as escrituras e terminando com o símbolo da Clave de Dó ao centro, de onde um novo arco surgira.

Ao olhar para a arma antiga, a jovem observou suas formas sumirem como fumaça. - Como ela fez isso? – Indagou surpresa.

— Acho que estou mais poderosa. Logo minha magia alcançará o nível seis e nenhum de vocês poderá me deter.

O título de vencedor parecia ter mudado de lado novamente e, sem delongas, Mylla correu até seus bastões, quando ouviu algo ruflar na direção oposta. Ao virar-se, espantou-se com o que vira: O capuz e a capa que escondiam toda a fúria de Akira havia sido removido e, pela primeira vez, a jovem Olaf temeu a morte fortemente, congelando em seu ponto. Um piscar de olhos foi o tempo que a arqueira levou para ficar cara a cara com ela e mirar uma flecha, embebida por uma áurea maligna, a poucos centímetros de sua cabeça. Não parecendo ter outra saída senão apenas defender-se, ela elevou os bastões de forma a cobrir-se.

***

— Se ainda não o encontrei, Wechar só pode estar em um lugar. – Ele voou por mais alguns minutos. – Posso ver o oceano. Então você está aqui?! – Disse ao cair na rocha ao lado do druida.

—Meu amigo Ippy, o que aconteceu? – Questionou ao demonstrar preocupação.

— Fomos atacados. Os demônios vieram atrás deles. Tentei ajuda-los, mas acabei sendo ferido.

— Acreditei que os amuletos os fortaleceriam e que eu não precisaria intervir na batalha. – Murmurou pensativo.

— Você deixou os garotos enfrentarem dois demônios sozinhos?

— Não... Não são dois. Há três herdeiros aqui, na ilha. – Disse pausadamente. – Um aprendiz de mago, e três herdeiros. – Suas expressões de espanto confundiram o guerreiro.

— Não estou... Entendendo. – Tossiu e cuspiu sangue em seguida. – Você... Precisa ir... Ajuda-los.

— Não! Resista, velho amigo. – O pôs entre os braços. Uma luz verde foi lançada sobre o peito do metamórfico já em forma de elfo.

— Wechar... Você não pode fazer mais nada... Por mim.

— Não gaste energias falando. – O druida tentou novamente, todavia, a maioria dos órgãos de Ippy já estava comprometida pelo veneno injetado por Tsifer. Sua morte era inevitável.

— Ajude-os... – Suas pupilas se dilataram por completo e a respiração cessou. Aos poucos uma luz azul surgiu em volta de seu corpo e ele desapareceu como fragmentos de pó ao vento.  

***

Algum tempo atrás

— Ei! Você aí. – Correu até o garoto que se escondia atrás de uma árvore.

— Olá! – Aproximou-se de seu rosto. – Por que suas orelhas são pontudas? Seu cabelo é cinza? É estranho. – Riu.

— Não precisa rir de mim! Você tem chifres. – Sussurrou ao se mover na tentativa de fugir.

— Espera. Vamos brincar? – Sorriu.

Dois anos depois

— Olha o que aprendi. – Wechar apanhou uma flor de cor branca no chão e a transformou em uma orquídea roxa.

— Será que consigo fazer também? –Ao tentar, Ippy acabara virando uma coruja.

— Você está horrível! – Riram e depois se jogaram sobre a grama. - Ippy...

— Oi?

— Você é meu melhor amigo!

— Sim, você também é meu melhor amigo. – Sorriu.

***

— NÃO! – Berrou. – Desculpe-me por não conseguir salvar sua vida. – Olhou para o céu. Lágrimas escorriam em seu semblante. – Eles pagarão por isso. Tsifer... Esse nome está gravado. – Ergueu-se.

***

Caminhando com dificuldade e apoiando-se entre as rochas, Mylla avistou a espada citada por Ippy outrora. Serei eu a dona daquela espada? Pensou e seguiu em sua direção desviando das flechas lançadas anteriormente, porém, não esperava que elas a seguiriam como mísseis teleguiados. - Oh não. Ah! - Gritou com a explosão. Nunca senti tamanha dor percorrer meu corpo. Fui atingida sem que eu pudesse desviar. Estou um pouco tonta, será consequência do ataque? Seus pensamentos estavam confusos ao tentar levantar-se.

— Você já está chegando a seu limite. Mais alguns golpes e será seu fim. Até que me diverti. - Sorriu ao saltar próxima a Mylla.

— Ainda não desisti. Aposto que meu irmão e Witc derrotaram aquele imbecil, e você... Não tocará neles. - Reunindo as forças que lhe sobraram, ela agarrou as três bases que cobriam a espada fincada no solo.

— Não insista, menina tola! – Pronunciou agressivamente. – É o seu fim. – Com um dos pés sobre as costas de Mylla, Akira se posicionou e esticou a linha do arco, apontando o que seria seu ataque final.

Notando que havia uma lâmina de água sobre o solo e lembrando-se de suas habilidades de condução, a herdeira do raio possuía um último suspiro. Era a única chance de Mylla. – Não posso perder aqui... Ainda quero viver muitos anos ao lado das pessoas que amo... Senhores dos céus, Mãe Terra... Ajudem-me! – A resposta veio tão rápida que nem mesmo os olhos de Akira puderam captar. Em uma única descarga, o feixe de luz atingiu o corpo da jovem e percorreu até o líquido, que conduziu uma corrente elétrica capaz de deixar qualquer humano em pedaços. A arqueira caiu instantaneamente para trás. Não senti o impacto como ela, contudo, minhas energias se esvaíram, e meu corpo desejou repousar. Finalmente as cortinas se fecharam, e eu pude dizer adeus ao palco deste espetáculo. — Obrigada! – Sussurrou em um mais puro agradecimento ao perceber que o selo magico havia sido destruído pelo raio e sentir a espada em suas mãos instantes antes de perder a consciência.


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Notas finais do capítulo

Feitiço de Akira "Senhor da escuridão, invoco seu poder, Arco Demoníaco!"

Próximo capítulo: A Magia Através do Prisma

Até breve!!!