War Angel - Renascença escrita por Dálian Miller


Capítulo 14
Especial de Natal (Filler)


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo foi criado como filler e não terá relação com o enredo original, apenas será contextualizada com as habilidades de cada um no momento atual.
No final tem um desenho com os principais personagens da história no primeiro livro.

Boa leitura! Feliz Natal e Ano Novo! :D



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24 de Dezembro de 2006, assim como era esperado, todos em Déviron Garden se preparavam para o momento natalino, onde as famílias se reuniam em comemoração e crianças aproveitavam o clima frio do inverno.

Dia 24, além de um feriado, também marcava o aniversário de Rose.

Em seu quarto, Witc reuniu seus amigos, Ayurik e Mylla, sua irmã e seu pai com o intuito de preparar uma festa surpresa para sua mãe. – Pessoal, como já sabem, hoje é o aniversário da minha mãe e eu queria preparar... – Repentinamente a porta abriu-se. Porém, para o alívio de todos, eram apenas Don, Joy e Escófia, os animais de estimação da família.

— Ufa! Pensei que fosse a senhorita Rose. – Exclamou Ayurik pondo a mão sobre o peito.

— E qual o seu plano, filhão? – Indagou Shawn.

Explicando para todos, Witc expôs suas ideias. – É o seguinte: O meu pai vai sair com ela daqui a pouco... – Foi interrompido mais uma vez.

— Eu? E você só me avisa agora? – Bradou surpreso.

— Sim, desculpa. – Riu. – Continuando, após eles saírem, eu e Ayurik iremos cortar a árvore de natal, Mylla e Lina cuidarão da cozinha, já deixei uma lista com o devem preparar escondida debaixo da mesa para minha mãe não ver, e Don, Joy e Escófia irão espalhar as decorações daquela caixa, próxima à porta, pela casa.

— Mas não vai dar tempo preparar todas as receitas, pois duas pessoas não é o suficiente para a cozinha, Witc! – Lina se opôs à ideia.

— Não se preocupem, já pensei nessa parte também. Logo chegará alguém para ajuda-las. Certo?

— Ok! – Responderam.

Em poucos instantes, todos seguiram para seus postos e iniciaram suas atividades.

— Achei a lista que ele deixou, mas ainda estou curiosa para saber quem virá... – Antes que pudesse terminar a frase, Mylla foi surpreendida pelas luzes do cômodo, que se apagaram repentinamente enquanto a porta para o lado externo da casa se abria lentamente, rangendo devido à baixa temperatura.

Logo viram uma sombra se movimentar e desviar dos objetos de forma ágil até que, acidentalmente, o vulto chocou-se contra a bateria de panelas – objeto erguido com três colunas de ferro que formam uma espécie de pirâmide com ganchos onde as panelas são postas –, derrubando-as em seguida.

— Opa!

Mylla logo se encarregou de acender as luzes novamente, contudo, as meninas não esperavam a chegada da arqueira. – O que você está fazendo aqui? – Encarou-a seriamente.

Ao mesmo tempo, Lina lia as instruções deixadas na folha por seu irmão.

Não sei se acontecerá, mas acredito que aparecerá uma arqueira, e ela ajudará na cozinha. Sonhei com isso na noite passada... Realmente espero que ela venha, porque sempre vejo uma menina me espiar da janela de meu quarto e acredito que possa ser ela.

Até mais,

Witc.

— E veio mesmo. – Murmurou ao observar a forma como ela era encarada por Mylla. – Será que posso tirar proveito disso? Acho que irei preparar o macarrão, comida favorita do meu ir...

Retirando uma panela que ainda estava sobre sua cabeça e soltando o pé preso em outra, Akira rapidamente pôs seu capuz com orelhas de coelho e saltou sobre a mesa, pousando próxima ao macarrão. – Deixe comigo.

Indignada com o que viu e sentindo-se desafiada, Mylla correu até Lina e perguntou o que mais agradava o paladar de Witc.

— Uma vez ele me contou que gostava bastante de bolo de chocolate, principalmente aqueles de aniversário.

— Verdade, deixe esse comigo. – Mylla, elevando o nível do desafio, estendeu suas mãos sobre as panelas no chão e demais objetos espalhados pela cozinha, e usando sua habilidade com eletricidade, em instantes ligou todos os eletrodomésticos: a batedeira com os ingredientes da maça, levou uma panela ao fogo com cubos de chocolate para o recheio e indagou sobre o que mais poderia fazer.

— Bem, ainda tenho uma lista enorme em mãos. – Sorriu sarcasticamente. – Só não sei onde está o pacote com fermento, mas...

— Não se preocupe, eu dou um jeito. – A loira a interrompeu.

***

Expostos à temperatura negativa na floresta, Witc e Ayurik conversavam sobre o plano da cozinha até que se depararam com algo inesperado: todos os pinheiros já haviam sido cortados, e eles não teriam o que levar.

— Witc, você tem certeza que seu plano vai dar certo? E quem é essa arqueira? Ela tem peitões? Minha irmã não vai gostar dela, tenho certeza. – Ayurik fazia diversos questionamentos.

— Eu confio na inteligência de Lina, sei que ela saberá como manipular as duas para se ajudarem, na verdade, até acho que ela dará um jeito de não fazer nada. E porque você quer saber sobre essas partes dela? – Riram.

— Sei lá, você e minha irmã são bem próximos, e Lina é muito nova para mim... Acho que preciso de alguém para partilhar alguns momentos também.

— Você tem a mim. Sou um cara bonitão, não sirvo? – Brincou.

— Idiota! Você não tem um decote como o dela. – Comentou enquanto fazia formas de seios sobre si.

— Nessa você me pegou. – Riu novamente e mudou de assunto logo em seguida. – Você não acha estranho não termos encontrado nenhuma árvore boa ainda?

— Verdade, herdeiro. – O druida o respondeu ao surgir atrás de um tronco em frente a eles. – Todas foram levadas, mas posso ajuda-los se replantarem essa área.

— Você está de brincadeira né? Essa área deve dar uns 3000 metros quadrados. Vamos voltar Witc... – Ayurik achou a ideia absurda e se negou.

— Não! Não posso falhar na minha parte do plano. – O garoto agarrou o pacote de sementes sobre as mãos do druida, subiu até o pico do pinheiro mais alto com saltos habilidosos e, ao chegar, sentiu a corrente de ar balançar seu gorro e saltou em direção à área desmatada. Planando sobre aquele solo coberto com neve e desviando das árvores remanescentes, ele espalhou todo o conteúdo do pacote e retornou até Ayurik. – Agora é sua vez. Deve derreter o gelo, ou nenhuma árvore irá nascer.

— Você também está de brincadeira né? Não sei fazer isso. – Virou de costas.

Acho que alguém finalmente admitiu que sou mais forte. Você nunca vai me vencer em uma luta...

Ao provocar seu amigo, Witc sabia que ele não aceitaria aquelas palavras. – Seu miserável, você vai ver. Vou provar que sou mais forte do que qualquer herdeiro metido. – Ayurik se direcionou ao local e, ao tocar na camada de neve, a fez derreter em pouco tempo, possibilitando o plantio.

Muito bem, garotos! Agora é a minha vez. – Wechar fixou seu cajado no solo a mostra, posicionou uma das mãos sobre o cristal em sua ponta, estendeu a outra em direção às sementes e uma forte luz verde começou a brilhar sobre todo o chão. Em instantes, pequenos brotos começaram a emergir da terra e os meninos logo teriam seu pinheiro.

— Estamos quase terminando aqui, espero que Mylla e a arqueira não tenham destruído a casa. – Comentou Witc.

***

Os movimentos acelerados de ambas as jovens na cozinha se mantinham em constante crescimento, aumentando de acordo com a dificuldade do prato. Cada balançar de mãos nas misturas e a força aplicada em cada golpe dado sobre as massas eram realizados como passos coreografados. Uma verdadeira luta encoberta pelas vestes da paz natalina.

— Pronto! Terminei minha parte! – Disse Mylla ao mostrar a mesa de doces ao seu lado.

— Também terminei tudo por aqui! – Akira se pronunciou do outro lado da cozinha e apresentou a mesa com as massas.

— O peru estará pronto em três, dois, um... – Sussurraram juntas. Embora tenham ficado com partes diferentes, o prato principal, digno de toda a atenção, havia sido preparado por Akira e Mylla, mesmo que em meios competitivos. – Cai fora daqui, vadia! Pare de repetir o que estou falando! – Berraram.

— O que você quer com ele? – Indagou Mylla liberando raios entre as mãos.

— Não devo justificativas às vadias da cidade. – Respondeu a arqueira ao deixar seus olhos dourados.

— A comida já está pronta mesmo, então sugiro que decidam suas diferenças do lado de fora antes que destruam o resto da cozinha ou toda minha manipulação terá sido em... Ops! Acho que falei demais.

Naquele instante pararam e pensaram sobre o que Lina deixou escapar.

— Pensando bem, não vi você fazendo nada, mocinha de cabelos brancos. E você, vadia da cidade, viu alguma coisa? – Murmurou Akira apontando uma flecha para a cabeça de Lina.

— Não vi nadinha, vadia do mato, mas tenho uma ótima ideia: A cozinha ficou um pouco suja com tantos pratos preparados. Acho que alguém irá manipular a limpeza com muito amor e inteligência também. – Dando passos lentos em volta da acusada, Mylla complementou as palavras da moça com capuz.

— Não! – Berrou Lina em desespero e nojo.

***

Não tardou para que Witc e Ayurik retornassem com a árvore a ser decorada. Ao chegarem, se depararam com um trenó parado em frente à casa, repleto de presentes, e avistaram o pequeno réptil preso ao arco florado sobre a porta.

— Oi amigão!

— Como você foi parar aí, Don? – Witc o questionou.

— Eu estava tentando colocar as luzinhas ali em cima com o... – Surpreendentemente, o beagle escorregou da janela e caiu acertando Ayurik. – Joy.

Levantando-se rapidamente, Ayurik mostrou as mãos como sinal positivo, – estou bem! – Mas caiu para trás logo em seguida.

— Ei! Ei! Acorde! – Ao notar as buzinas do carro que se aproximava, o herdeiro se desesperou. – Tudo fugiu de meus planos. A mamãe já está chegando e não tem nada pronto.

— Eu quero um beijinho... – Ayurik fez gestos com a boca.

— Esse está bem. Don, para onde a Escófia foi? Temos que levar esse pinheiro e decora-lo o mais rápido possível. – E assim fizeram. Carregaram a árvore, e com a ajuda de todos, rapidamente a encheram de enfeites.

— Witc, a comida está pronta! – Akira avisou entrando na sala em passos rápidos.

— A decoração também, acho que no final das contas tudo deu certo... – Um apagão tomou o bairro e todo o esforço parecia ter sido em vão. – Ou não!

— Essa é minha deixa. – Disse Mylla ao pôr a mão sobre a tomada, ligando todas as luzes outra vez e reativando o gerador esquecido no lado de fora da residência. Contudo, assim como a ondulação gerada pela movimentação de gigantes, fortes batidas foram escutadas próximas a porta.

— Isso é o que estou pensando, amigão?

— Vamos ver. – Para surpresa de todos, um gigantesco gato branco estava andando em frente ao jardim. – Escófia? – Sua pergunta foi respondida com um miado do felino.

Acho que sabemos onde foi parar o fermento. – Mylla e Akira sussurraram juntas boquiabertas e de braços dados.

— Oh não, ela vai se prender nas cordas do trenó. – Witc correu em disparada, ainda com o saco repleto de caixas de presentes decorativas nas costas, saltando sobre Escófia, enquanto os outros o acompanharam e também entraram no trenó.

Animada com a situação, Mylla comemorava por poder parecer o Papai-Noel em suas aventuras e por estar mais próxima a Witc do que Akira, sentada ao seu lado. Do outro, Lina permanecia agarrada com uma frigideira e reclamando sobre a falha em seu plano. Um pouco mais atrás, Ayurik se preocupava com os saltos de Escófia, pois o medo de altura o fazia tremer na base. E rendido ao destino, Witc parou para aproveitar a situação. Do alto, ele gritou: – Mamãe, feliz natal e feliz aniversário! Feliz Natal para todos!

Especial de Natal


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!