War Angel - Renascença escrita por Dálian Miller


Capítulo 11
Capítulo 10 - Separados


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, estou de volta :D e com novidades. Depois de uma semana de "férias", que não foram tão férias assim, trago boas novas sobre W.A. Essa semana terminei o planejamento e detalhamento de Sonhos, o segundo livro da saga, ou seja, continuação de W.A confirmada.

Então, é isso. Boa Leitura!!!



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~ Capítulo 10 – Separados ~

 

Separados após o ataque feroz da pantera nas proximidades da cabana; Witc, Ayurik, Mylla e Don partiram em busca de refúgio o mais longe possível daquela fera sagaz, cujo pelo se misturava entre a escuridão daquela floresta.

Pouco a pouco, se distanciavam mais do local de origem. Sem demonstrar coragem para descobrir quem foi o escolhido pelo animal, todos se recusaram a olhar para trás durante algumas horas, até que alguém cedeu ao cansaço e estacionou próxima a uma grande rocha aparentemente cinza, onde se ajoelhou. Para sua sorte, Mylla não estava sendo seguida, e poderia relaxar por alguns instantes.

Droga! Daqui é possível ver a Lua e acabei ficando longe do Witc. Será que ele está bem? Ela ainda não havia percebido, mas correu o suficiente para sair da floresta e chegar em uma zona coberta por rochas e calcário, onde residiam apenas uma vegetação rasteira e pequenos animais. A região Norte da ilha era rica em prata e outros metais, por essa razão, era também a mais perigosa, sendo o principal alvo de raios em dias tempestuosos.

Deitada sobre aquele chão rígido e frio, a filha mais velha dos Olafs pensava a respeito da viagem; se sua escolha era a certa. No entanto, ela havia escolhido aquele destino. O mundo onde Mylla teria uma vida normal já não existia mais para a garota que se aventurava por locais desconhecidos. Era uma realidade paralela àquela, e inacessível, a princípio. – Ainda bem que aquele bicho não me seguiu. Essa não era bem a noite que eu esperava.

Olá, herdeira! Mylla ouviu uma voz forte e rouca chama-la várias vezes, e cessar logo em seguida. O som parecia vir de toda parte e de lugar nenhum, pois, por mais rápida que fosse, ela não conseguia descobrir de onde vinha ou o que era.

— Quem está aí? – Mesmo demonstrando bravura, ninguém a respondeu, e ela indagou mais uma vez. – Eu disse, quem está aí? Apareça! – Alternando para um tom mais baixo, comentou para si. – Espero que eu não me arrependa do que estou fazendo.

De forma imponente, um guerreiro pousou em sua frente, contraindo suas majestosas asas marrons. Além da capacidade alada, ele possuía orelhas pontudas, cabelos longos de cor cinza que descia por cerca de 50 centímetros, olhos amarelos e brilhantes, suas roupas eram refinadas e em sua mão, uma espada de prata. – Espero não ter lhe assustado.

Recuando um passo, Mylla questiona sobre sua identidade. – Quem é você?

— Meu nome é Ippy, a corujinha que estava no ombro de Repsy. Sou um elfo e metamórfico. – A grande espada embainhada em sua cintura foi retirada e apontada para a jovem como forma de desafio. – Atrás de mim, no centro daquelas três rochas pontiagudas há uma arma especial. Se conseguir fazer as pedras ouvirem sua voz, elas irão lhe obedecer. Acredito que saiba manusear uma espada, senão, terá problemas.

***

Na região Sul, lado oposto ao de Mylla, Witc se deparou com outra árvore de proporções colossais, porém, desta vez, ela não se estendia por mais de 100 metros de altura, apenas seu tronco possuía grande espessura, atingindo incríveis 60 metros de circunferência e aproximadamente 12 de diâmetro. Uma árvore milenar, com pequenas folhas que ainda insistiam em permanecerem fixas aos galhos que se prolongavam até o solo pelo peso, e outros que chegavam a atingir mais de 50 metros de altura.

Acho que se eu subir e me esconder naquela árvore, poderei despistar a pantera. Agilmente, ele escalou cada parte do tronco, como se o vento o ajudasse, e se deitou quando percebeu que não foi a presa escolhida. Será que Don e Mylla estão bem?

Aos poucos, os olhos negros de Witc iam se fechando em resposta ao estímulo de repouso do corpo, e por reação do aroma tranquilizante exalado pelas flores próximas a ele, enquanto pequenos galhos se moviam em volta do corpo do garoto.

***

No lado Oeste da ilha, Ayurik conseguiu sair do bosque, chegando a um campo de gramíneas que dava em um lago, para onde ele correu e continuou seguindo pela margem.

— Vou olhar para trás... Daqui a pouco, acho que ainda não estou pronto, mas sei que aquela pantera não viria... – Subitamente, ele escutou um rugido não muito distante. – Droga! Ela veio! – Porque não seguiu Witc, aquele traidor que me deixou sozinho... Ou minha irmã, ela tem peitões. Pensou. – Tomara que o pessoal esteja bem. – Ao ouvir um rugido novamente, suas pernas derraparam, e Ayurik foi de encontro à lama. – Que nojento! Witc, seu maldito, não te sigo nunca mais. Poxa, era minha roupa nova. – Com dificuldade, ele se levantou limpando o rosto e enfurecido. – Juro que não venho... – Mais uma vez seus pés escorregam, e desta vez, Ayurik caiu sentado. Então percebeu uma movimentação próximas às árvores e optou por atravessar nadando, um trecho de aproximadamente 20 metros, e se esconder na caverna do outro lado.

Suas braçadas eram eficientes, e os movimentos de seus pés, assim como o balançar da cauda de um golfinho, geravam um impulso além do normal. Em poucos segundos ele chegou à outra margem e se refugiou. O local era escuro na maioria das noites, todavia, naquela, em especial, a Lua brilhava forte e seu reflexo sobre a água cristalina do lago refletia todo o esplendor do corpo celeste. Aposto que Mylla está quentinha agora, deitada com aquele traidor... E nunca me agradeceram. Estou me arriscando nessa ilha infernal e eles nem pensam em me ajudar. Ingratos! – Que frio!

Não tardou para que uma sombra surgisse próxima à caverna. Lentamente ela crescia contra o reflexo na água, até que Ayurik avistou a pata negra na entrada.

***

Diferentemente dos demais, Don permaneceu imóvel em seu local. Sua habilidade de camuflagem o tornou praticamente invisível naquele momento, e apenas depois de algumas horas, ele relaxou novamente e se tornou visível aos olhos humanos.

— Vejo que tenho alguém com grande coragem diante de mim. –Wechar, ainda parado em frente à imensa sequoia, aproximou-se de Don e o cumprimentou.

Seus pequenos olhos redondos piscavam freneticamente enquanto encarava o druida. Por alguns segundos nenhuma palavra foi dita, apenas olhares trocados, que foram interrompidos com o entortar de cabeça do lagarto, quando se pronunciou novamente. – É o que?

Em risadas, Wechar comentou sobre o que havia acontecido. – Não acredito que você sentiu tanto medo que não conseguiu mover um único dedinho daqui?

Sem expressar qualquer emoção, Don continuou a dar respostas curtas até se dar conta que estava sozinho. – Quero meu amigão... Amigão... AMIGÃO, SOCORRO!

— Não se preocupe com eles, logo estarão aqui. Meus amigos os trarão de volta. E também não precisa se preocupar comigo, garanto que jamais serei o inimigo de vocês. Só quero ajuda-los.

Com a pata sobre a boca, ele questiona sobre Witc. – Meu amigão vai voltar? – Calmamente, o druida respondeu que sim. – Está bem... Queria um copo de leite agora. – Em seguida, Don se deslocou para o lado de Wechar e pôs-se a repousar, na expectativa de um dia repleto de bolo, leite e brincadeiras.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Os Elementais

Até breve!!!