E agora, Legolas? escrita por Primadonna


Capítulo 5
IV: A primeira fala


Notas iniciais do capítulo

OI, AMORES!
Aqui estou eu, depois de séculos (ou não, perdi a noção do tempo). Estive ocupada com vestibulares seriados + escola (PASSEI DIRETO, HELL YES), namoricos, coisas da vida pessoal. Eu quase desisti da fanfic, mas eu li os comentários de vocês e fiquei morrendo de amores.
Apesar dos meus 21 leitores (sintam a indireta), esses cinco que comentam a cada capítulo são os que me motivam mais e mais; por favor, continuem!
Em um agradecimento especial, dedico esse capítulo para duas lindas: Anna e Aniinha. MUITO OBRIGADA pelas recomendações! Eu fiquei realmente emocionada com as recomendações de vocês, meninas.
Aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/650220/chapter/5

Um ano e dois meses

— Patata! — Legolas gritou, apertando os olhos para rir em seguida.

— É batata — Thranduil corrigiu, levantando o vegetal sujo de terra. — Vamos lá, outra vez.

— Patata! — O pequeno repetiu, esticando as mãos.

— Você realmente adorou a batata — Thranduil entregou na mão dele. — As crianças geralmente não gostam de tomar sopa disso, mas você não é como elas, não é mesmo? — Brincou com o menino, que imaginava um rosto na batata.

— Patata — concordou, mesmo sem entender um terço do que o pai havia dito.

— Tudo bem, agora é hora de você ficar com a dona Filia porque eu tenho algumas coisas para resolver.

— Fila — Legolas olhou triste para Thranduil, sabendo que agora ele ficaria com a elfa mais velha. Ele adorava a dona Filia, mas se sentia tão bem na companhia do pai naquela tarde que não queria trocá-lo pela babá.

— Você gosta dela, não gosta? — Thranduil pegou Legolas e sua patata de estimação para levá-lo até dona Filia. Eles andaram pelos corredores por alguns instantes até Thranduil esbarrar com a elfa mais velha saindo do quarto do filho — ele estava realmente tentando fazer Legolas se acostumar com o próprio quarto para poder dormir algumas horas por noite, visto que isso raramente acontecia desde o nascimento do pequeno.

— Olá, querido — dona Filia estendeu os braços para o pequeno, que não relutou em trocar de colo. — Vamos nos divertir muito hoje, não é?

— Patata! — Legolas levantou as mãos, erguendo a batata.

— É o novo mascote dele — Thranduil explicou logo.

— Ao menos não é outro escorpião-dragão — Filia sorriu e piscou para Thranduil, fazendo-o se lembrar do ocorrido.

Legolas havia saído para brincar no jardim com dona Filia e, segundos depois, apareceu totalmente feliz com um escorpião escamoso típico da região dos anões, provavelmente perdido pela Floresta Verde. Era chamado de escorpião-dragão por possuir uma coloração avermelhada e um veneno que parecia incendiar as veias antes de matar a vítima.

O garoto agitava o animal peçonhento pela cauda como se estivesse segurando um troféu, apelidando-o de Ão, já que era a única sílaba da palavra ‘escorpião’ que ele conseguia pronunciar, e ninguém sabia como ele tivera a sorte de não ser picado. Dona Filia havia se sentido totalmente culpada e descuidada, mas aquilo poderia acontecer a qualquer hora e Thranduil não hesitou em decidir não puní-la.

— Trate de se cansar bem para me deixar dormir, ouviu, Legolas? — O pai disse, afastando as memórias da mente.

— Tenho certeza que ele vai — dona Filia piscou outra vez. — Nos dê licença, Majestade — ela fez um geso de respeito, colocando Legolas no chão. — Eu estava indo à cozinha pedir para fazerem um leite de cabra com mel para você enquanto seu pai vai fazer o seu trabalho — ela disse para Legolas, continuando a falar enquanto virava o corredor e deixando apenas o eco para trás.

Thranduil se virou, arrastando a túnica para o salão de reuniões, encontrando um homem de cabelos longos e dourados, ajeitando um capacete prateado por cima dos mesmos.

— Soldado — Thranduil fez a reverência élfica ao homem, recebendo-a de volta. — Como posso ajudá-lo?

— Majestade — ele juntou as mãos diante do corpo, um pouco receoso. — O general pediu para que lhe repassasse um recado - falou e o rei esperou em silêncio, deixando o jovem soldado um pouco nervoso. — B-bom, como vossa senhoria sabe, há uma pequena tensão surgindo entre os elfos e anões desde que descobrimos que o Um Anel foi visto outra vez e está por aí em qualquer lugar — falou e Thranduil suspirou pesadamente por ter aquele assunto em pauta outra vez.

Por mais que Thranduil quisesse fugir daquele assunto — e ele tentava! —, sabia que não adiantaria, uma vez que toda a Terra-Média não falava de nada além daquilo e mesmo sem evidências, vários reinos estavam declarando guerra uns contra os outros. Talvez fosse por essa ideia que ele preferia se convencer de que eram boatos.

— E…? — Thranduil perguntou quando o soldado se calou ao ver a reação do soberano.

— Ele sugeriu que talvez fosse um bom começo treinar as crianças e os elfos mais jovens para poderem se defender, já que a maioria dos elfos adultos já têm um conhecimento básico sobre estratégias de batalha.

— Para poderem se defender ou serem alistados ao exército?

— Assim como eu, Majestade, ficaria à critério querer fazer parte da proteção da Floresta Verde. Aliás, as coisas tem sido bem monótonas… O senhor sabe, não se pode manter um exército em repouso.

Os olhos azuis do rei se estreiraram e ele encarou o soldado imaginando um futuro distante. Os treinamentos não eram nada sérios, como o soldado havia dito: o básico. Apesar dos elfos serem extremamente habilidosos e cuidadosos, em uma situação balbúrdia parecida com aquela que se erguia mais a cada dia, talvez o básico não fosse o suficiente.

Mil pensamentos cruzaram a mente do senhor da Floresta Verde. Ele pensou no filho, pequeno, em um campo de treinamento. Seria mais saudável para uma criança aprender a escalar árvores e espiar a cozinha real nos dias comemorativos para escolher antecipadamente qual comida provariam primeiro. Infelizmente, tudo aquilo se apagou da sua mente e uma sensação fria preencheu o corpo de Thranduil.

A imagem de todo o seu castelo em ruínas rodeado de corpos élficos sem um traço de alma tomou conta e o que antes parecia ser uma coisa desnecessária estava tomando uma gravidade maior do que ele podia esperar.

Aos poucos ele era manipulado pela onda de pânico que saía camuflada na voz de cada ser que falava sobre o que acontecia do lado de fora da Floresta. Aquela situação toda predominaria suas noites mal dormidas e aquilo poderia ser algo não muito bom. Ele relaxou os olhos, encarando o soldado que estava se esforçando para não tremer as pernas diante da intimação facial de seu rei.

— Diga a ele que levarei a proposta ao conselho. Amanhã, ao fim da tarde, esteja aqui para receber a resposta.

O soldado apenas abaixou a cabeça, agradecendo a atenção do rei e se retirou.

«»

Dona Filia havia cumprido sua palavra: Legolas se cansara ao longo do dia. Naquela noite, não era o pequeno quem balançava as pernas para o alto na tentativa de distrair-se pela ausência de sono, mas sim seu pai, que se movimentava em cima cadeira de balanço diante do berço de madeira, encarando o quadro com o retrato da esposa na parede oposta. Thranduil pensava em Eleniel todas as noites, quando se deitava, e continuava os pensamentos pela manhã. Era fato que durante o dia ele acabava dispersando-se por demais para relembrar o agora doloroso sorriso da amada.

A sensação negativa que havia hospedado em si mais cedo parecia manter-se de forma quase invisível, embora estivesse ali. Algo parecia incerto, de repente, quase como se… como se o Um Anel estivesse influenciando-o. Ele balançou a cabela, relembrando de Elrond, Mestre Taranthiel e Eleniel. Seria tão fácil se ela estivesse por ali…

Sua atenção se voltou, por fim, para Legolas. O pequeno elfo abriu os olhos, encarando o pai ao lado e então se virou para o quadro da mãe, certificando-se da presença da mesma. Apesar de ser apenas uma criança, ele sabia que aquela era a sua mãe. Thranduil já havia lhe explicado uma vez quem era ela, e apesar de entender pouco da fala dos adultos, ele sabia o que significava mãe.

— Mama? — Legolas soltou a voz fina após ver a expressão apreensiva de Thranduil, como se soubesse que algo estava fazendo falta ao pai.

— Teria sido melhor se você dissesse patata — suspirou, não deixando de notar que o pequeno sabia ler suas expressões, exatamente como a esposa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

SPOILER RÁPIDO: acabou a fase de criança do Legolas :(
Eu espero que vocês tenham prestado bastante atenção nesse capítulo, porque ele vai ser um pouco relevante. O que acharam? Gostaram, não? Têm alguma crítica? Perdoem os erros, betei rapidão! Meu teclado está sem a letra 'c' e estou usando pelo copiar/colar, e isso é um I N F E R N O.
Well done, obrigada por lerem até aqui e não sumam no próximo!
P.S.: o que acham da Tauriel? NÃO QUE ELA VÁ SURGIR, OK? Só quero saber dela como personagem, e sem relações amorosas com Legolas, Thranduil ou quaisquer personagens.