A filha de Gaia escrita por Goth-Lady


Capítulo 22
A ponta do Iceberg parte 3


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar!
Pessoa, peguem a pipoca, estejam sentados e aproveitem. Quem for cardíaco, pega o remédio.
Boa leitura.



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— Badb! Macha!

— Sim, minha irmã?

— Onde está Macha?!

— Deve ter ido correr. Sabe como ela é.

— Senhora Morrigan, há algum problema? – Perguntou Arke aparecendo na sala.

— Há muitos problemas. Conselhos foram formados, mitologias desconfiam umas das outras e a profecia não escrita foi revelada e isso é só o começo.

— Grande Rainha, posso saber o que é uma profecia não escrita? – Perguntou Mesperyian, a mascarada.

— É claro, uma profecia não escrita é... Mas o que é isso?! – Exclamou ao olhar na fumaça do caldeirão.

— Isso o que?

Morrigan fez com que a fumaça se expandisse e virasse uma espécie de espelho, mostrando o Acampamento Meio-Sangue em tempo real.

— Mas eu não acredito nisso! – Sua fúria fez os corvos voarem e Arke e Mesperyian buscarem abrigo.

— Que estupidez. – Resmungou Badb impassível.

— Mas aquelas são... – Começou Mesperyain, mas esta voou o mais rápido possível e saiu do castelo.

— Mesperyian! – Gritou Arke. – Senhora Morrigan!

— Isso não vai acabar tão cedo. – Morrigan respirou fundo, tentando se controlar.

Enquanto isso no reino das fadas, Áine procurava algo na sala que usava para fazer feitiços e poções.

— Senhora, Áine, o que procura? – Perguntou uma fada.

— A poção que Rhode precisa.

— Mas já estamos fazendo.

— Eu sei, mas eu lembro que tínhamos uma dessas aqui em algum lugar.

Áine procurou pelo lugar inteiro até achar um frasco lavanda que brilhava como uma estrela. Ela sorriu em satisfação e foi entregá-lo a Rhode.

— Viu, eu sabia que tinha um desses em algum lugar. Eu posso usar a poção que minhas leais súditas estão fazendo para outra ocasião.

— Obrigada, Senhora Áine.

— Não me agradeça. Agora vá, aproveite que os deuses estão preocupados com outro assunto.

— Que assunto?

— Há tantos que não sei por onde começar.

— Eu nem sei como agradecê-la.

— Não precisa. Boa sorte em sua busca.

Rhode saiu do palácio na mesma tarde. Agora podia iniciar sua jornada em busca de respostas, mas primeiro, teria que acordar o belo adormecido.

De volta ao acampamento, Macária e Melinoe se encaravam. Ambas as filhas de Perséfone caíram em um silêncio mortal e ameaçador. Em torno delas, os mortos lutavam e capturavam fantasmas, mas isso não impediu que praticamente todo o acampamento se reunisse para ver o que estava acontecendo. Até o pessoal da enfermaria estava lá.

— Pessoal!

— Dia, cadê a Ray? – Perguntou o filho de Anúbis.

— Foi visitar o pai dela. Macária e Melinoe?

— Pois é, o bagulho ficou tenso. Quem são os da fantasia mal feita de Duas Caras?

— Mais respeito com eles! – Pediu Annabeth. – Você tem ideia de quem eles são e o que aconteceu?

— Não e não me importo.

— Ora, seu...! – Piper teve que segurar a loira para não avançar no moreno.

— Vocês dois nem deveriam estar aqui. – Comentou Sienna.

— Eu tentei impedi-los, mas não consegui. – Argumentou Will. – O trabalho com a lama não está terminado.

— Por que quando sou eu, você praticamente me tranca naquele quarto? – Nico estava indignado.

— Onde estão Tyler e Eliot? – Perguntou Marcos.

— Estamos aqui! – Exclamou o maori acabando de chegar. – Macária e Melinoe? Alguém lembrou de trazer a pipoca?

— Quieto, a treta já vai começar.

— Por que está do lado dele?! Ele fez Hades diminuir o meu número de fantasmas!

— Não foi ele, fui eu. Foi o certo a se fazer.

— Ah, mas é claro! A boazinha da Macária! Sempre a queridinha do Hades e da mãe! É claro que essa ideia só pode ter sido sua! O que Hades tem na cabeça para nomear uma criatura tão tola como herdeira dele?!

— Você ainda não entendeu, não é? – Perguntou meio triste. – O motivo de ele ter me escolhido e não a você.

— Pouco me importa. – Melinoe colocou os fantasmas em modo de combate.

Os deuses chegaram, mas já era tarde para impedir o conflito.

— Macária, saia já daí! – Resmungou Hades.

— Está tudo bem. – Respondeu calma. – Eu não irei fazer nada.

— Hades, sua filha tem merda na cabeça?! – Perguntou Hefesto.

— Não faria mal se a desfigurasse.

— Que coisa horrenda, Afrodite! Só porque ela é mais bonita que você? – Provocou Apolo.

— Ela não é mais bonita do que eu!

— Sua cara diz o contrário.

— Vai caçar um cu, vai!

Os fantasmas de Melinoe avançaram contra Macária, mas ao invés de feri-la, eles se ajoelharam suplicantes, o que deixou a deusa dos fantasmas irritada.

— O que você fez?!

— Nada.

— Você deve ter feito alguma coisa!

— Irmã, você ainda não aprendeu nada? – Perguntou chateada.

— Vai pagar por isso!

— Você não me deixa escolha.

Os fantasmas de Melinoe não puderam salvá-la do que se seguiu. Sua própria sombra a paralisou, a impossibilitando de se movimentar e a envolveram. Das sombras surgiu uma rosa negra como a noite, rosa esta que espirrou um perfume adocicado na deusa. O cheiro era muito doce e enjoativo, mas acabou fazendo Melinoe dormir. Em seguida, todos os mortos e fantasmas que figuravam o cenário retornaram às profundezas.

— É só isso?! – Espantaram-se várias pessoas.

— Não gosto de machucar os outros. Só faço isso se for extremamente necessário.

— Além de linda por fora, ela é linda por dentro também!

Murmúrios se alastraram pela multidão e Afrodite não gostou nada deles.

Enquanto os deuses estavam no acampamento, um deles tinha se perdido em seu teletransporte. Ares tinha parado em uma floresta que ele nem sabia onde ficava. Seu senso de direção era ruim, afinal, para que perder tempo com mapas, planos e estratégias quando só precisava cair em cima do inimigo, cortar alguns pescoços e perfurar alguns corpos?

— Malditas coordenadas! Vivem me confundindo.

Reclamar não iria adiantar, tinha que arrumar um plano ou pelo menos tentar se lembrar das coordenadas corretas. Um relincho foi ouvido perto de onde estava. Foi averiguar o que era e viu um cavalo cinzento parado no meio da floresta. Tentou pegá-lo, mas o animal relinchou.

— Hei, pare com isso!

— O que está fazendo com o meu cavalo?!

A pergunta partiu de uma mulher de vestido vermelho. Ela era linda, mais até que a própria Afrodite. Pele muito pálida, cabelo ruivo claro e olhos negros como o fundo de um poço.

— Quem manda deixá-lo desprotegido? Agora é o meu cavalo.

— Só por cima do meu cadáver. Devolva-o já ou arrancarei sua cabeça.

— HAHAHAHAHA Você?! Delicada assim?! E com esse vestido?!

— Vou te mostrar.

Ela abriu um sorriso sinistro enquanto pegava uma espada de aço de sei lá onde. Por alguma razão, um calafrio percorreu a espinha do deus da guerra, mas ele ignorou, pois sua irritação com a ousadia da mulher era maior.

— Sua tola, desafiando o deus da guerra assim?!

— Então você é Ares ou seria Marte? Não importa, meu nome é Macha, guarde-o bem.

— Não guardo nomes de mortos.

— Então esquecerá o seu próprio.

Ares pegou a lança e logo o primeiro golpe se iniciou. Lança e espada se cruzaram no ar, mas logo se separaram para só então colidirem novamente. Colidiram várias vezes, mas em uma investida de lança, a adversária desviou do golpe, se atirando rapidamente à frente antes se quer de dá-lo tempo para pensar e o atingiu na perna. Logo em seguida, o deus da guerra recebeu um cruzado na mandíbula, debaixo do capacete. Aquela mulher tinha força. Ergueu-se novamente desbravando um golpe em fúria, mas a fúria dela era maior e em um golpe rápido e forte, a espada quebrou o cabo da lança. Macha colocou a lâmina virada para o chão e se apoiou no cabo da espada, com um sorriso triunfante nos lábios.

— Pronto para pedir desculpas?

— Eu não peço desculpas a ninguém, nem mesmo a você!

— Que pena. Queria ouvir antes de te matar.

— Acha que não me viro com uma lança quebrada?!

— Você vai cair nos próximos golpes. Quer mesmo continuar?

Novamente a lança zuniu no ar, mas foi interceptada pela espada. Outros golpes tentaram acertá-la, mas nenhum obteve êxito, pelo contrário, mais sangue espirrava do ferimento da perna de Ares e mais fraco ficava.

— Me pergunto quanto tempo um deus pode ficar com a artéria femoral rompida antes de morrer.

— Eu não vou morrer aqui!

— Pelo contrário, olhe este jato de sangue, o precioso líquido... Dourado? Agora fiquei desapontada. Preferiria que fosse vermelho. Ichor tem gosto bom?

— Não tenho a mínima ideia do que está falando!

— Sério?

Macha se levantou e caminhou em direção ao deus. Este desferiu um novo golpe, mas ela o deteve com somente uma das mãos. Um único segundo de perplexidade de Ares foi o suficiente para que Macha empurrasse o cabo da lança e o acertasse no rosto. Em seguida, pousou a mão no ferimento, a retirou cheia de sangue e lambeu um dos dedos. Ela era louca, louca e linda. Aproveitando a distração, Ares agarrou o pescoço da ruiva, mas ela retribuiu com uma bela joelhada nos países baixos, forçando-o a largar. Macha começou a rir feito louca.

— Filha da puta!

— É tudo que consegue me xingar?

Ares pegou um pouco de terra e jogou a oponente, deixando seu cabelo e vestido sujos. Macha revidou jogando uma pedra na cabeça do deus. Ah, se fosse Badb...

— O que foi isso? – Perguntou abruptamente.

— Pare de gracinhas!

Macha fez sinal para que ele ficasse quieto e fez outro para irem atrás das árvores. Foram até lá e viram ciclopes trabalhando em algo.

— São ciclopes, e daí?

— Aqui? E o que estão fazendo?

— Sei lá e pouco me intere... Hei, o que está fazendo?!

— Nós vamos descobrir o que está acontecendo. – Disse rasgando uma tira do seu vestido e a amarando na perna de Ares. – Preciso estancar o sangue antes que desmaie.

— Você tentou me matar e agora quer me ajudar?! E quem disse que vou com você?!

— Eu posso ir sozinha então, mas vou ficar com toda a diversão. – Deu uma piscadela.

E com isso, Macha correu atrás dos ciclopes para espiá-los. Ares odiava dever a outra pessoa e odiava mais ainda perder uma luta. Acabou indo atrás dela para convencê-la de que não havia nada de estranho e tirar novas satisfações.

De volta ao acampamento, Afrodite estava enciumada. O motivo? Alguém chamava mais atenção que ela. O nome de Macária nunca tinha sido mencionado na história do Olimpo e em apenas 10 minutos, ela já chamava mais atenção que a própria Afrodite. Ouvia comentários sobre a beleza da outra e esses a deixavam mais irritada, mas o que piorou seu humor foi um comentário de que a deusa da boa morte era mais bonita que a deusa do amor. A deusa saiu da multidão e deu um passo a frente.

— Como ousam declararem que ela é mais bonita do que eu?!

— Ela não é, mãe. Eles é que são hereges.

— Ela é sim. – Eliot jogou lenha na fogueira.

— Ninguém é mais bonita que eu, garoto!

Frísio desatou a rir, seguido por Tyler e o próprio Eliot. Até Nicolas teve que se conter para não falar. Raven retornou ao acampamento através de sua Godkey e caminhou até os amigos.

— Consegui fazer com que meu pai desistisse da caça. Eu nunca o vi tão irritado. Por que esses cabeçudos estão rindo feito hienas?

— É porque a Afrodite disse que ninguém é mais bonita que ela. – Esclareceu Diana. – Embora discorde disso.

— É só isso? Toda essa confusão por um título rodado?

— Do que você está chamando de título rodado?! – Enfureceu-se a deusa.

— Porque conhecemos deusas mais bonitas. – Comentou Tyler. – E menos rodadas também.

— Ora, seu...!

— Dite, ele é filho do Kyogre, ta. – Alertou Dionísio.

— E eu lá sei quem é Kyogre?!

— Tem como alguém ser filho de um Pokémon? – Perguntaram Percy e Poseidon.

— Hein? – O resto do acampamento não entendeu.

— Os Três Grandes Maoris são chamados de Trio Pokémon. – Esclareceu Jasmine.

— O que é um maori?! – Perguntou quem não estava acostumado com a Embaixada.

— Eita povo sem cultura. – Reclamou o maori.

— Primeiro você chama a minha mãe de rodada e depois diz que não temos cultura?! – Reclamou uma asiática.

— E a culpa é minha se é verdade?

— Agora vocês vão ver!

Mais rápido que a luz, Angus puxou o capuz de Helena, livrando o cabelo preto e branco de sua prisão. Os deuses arregalaram os olhos de pavor, alguns até chiaram.

—É filha da Hel! – Zeus chiava com uma voz tão fina e sufocada que parecia que tinha tomado gás hélio.

— Fodeu! – Dessa vez foi Apolo.

— Por que fez isso? – Perguntou com sua raiva fria.

— Porque não aguento ver esse capuz. Ele me dá nervoso.

— O que isso tem a ver, afinal?! – Reclamou a garota de traços asiáticos. – O problema não é esse cabelo mal pintado, é que vocês não conseguem reconhecer uma beldade como a minha mãe quando veem uma!

— Para começar, o cabelo da Helena não é pintado, é natural; segundo, é uma característica dos filhos de Hel, se não a conhece, falta de cultura; e terceiro, conhecemos tantas deusas que podemos afirmar que há deusas mais bonitas que a ciumenta da sua mãe. – Respondeu Angus.

— E quem seria mais bonita que a Afrodite? – Perguntou Jason.

— A irmã do Nicolas.

— Hei!

— É verdade.

— Cara, Freya é linda! – Comentou Eliot. – Para que negar?

— FREYA?! – Afrodite ficou estagnada de ódio ao ouvir o nome da rival.

— Amei esse povo. – Comentou Hermes para Apolo.

— Isso vai dar uma treta...

— Por isso mesmo.

— A Frigga também é e a Thrud. – Recordou Raven. – Agora, Ísis também entra na lista.

— Ísis é linda. – Comentou Eliot. – Ela e Maat.

— Prefere a Maat? – Perguntou Angus. – Eu acho a Bastet sem cabeça de gato mais bonita. Ela e as gêmeas Hathor e Sekhmet.

— Mano, as gêmeas nem te falo. Pena que a Hathor é tia e ex do meu pai e a Sek é foda e não tira a cabeça de leão.

— E isso faz diferença para nós egípcios?

— Então na lista já tem Freya, Frigga, Thrud, Ísis, Hathor, Sekhmet, Bastet e Maat. – Recapitulou Marcos. – Vou acrescentar a Ixtab, pois ela também é linda.

— E acrescente a Arohirohi e a Hine também. Hine-nui-te-po.

— Quem diabos tem um nome desses?! – Reclamaram Afrodite e boa parte das filhas.

— Hine?

— É a minha prima. Sienna, tem alguma beldade na sua mitologia?

— Minha mãe costumava ser linda antes de a afogarem. Na verdade ela continua linda, ela e Malina, apesar do que passaram.

— Frigga, Thrud, Ísis, Hathor, Sekhmet, Bastet, Maat, Ixtab, Arohirohi, Hine-nui-te-po, Sedna e Malina. E você, Parvy?

— Tem a Tridevi. Não há moça mais bela que a Tridevi.

— E você, Frísio?

— Cara, eu sou celta. Só tem gata na minha mitologia. Epona, Macha, a roda de prata Arianrhod, Brigid, a filha da Cerridwen que eu esqueci o nome, Banba, Eiriu, Fodla, a própria Morrigan e a Àine também. Se eu me lembrar de mais, eu digo.

— Maluco...!

— Mas se eu tivesse que escolher só três, escolheria a minha mãe, Morrigan e Àine.

— ATÉ A MORRIGAN?! – A deusa explodiu.

— É mesmo, vocês são estrangeiros. – Lembrou Macária. – Vocês conhecem muita gente com padrões de beleza diferentes.

— Às que eles não conhecem, eu não posso fazer nada, mas a você, eu posso.

Afrodite estava pronta para amaldiçoar a deusa da boa morte. Tyler, Marcos e Eliot arrumaram pipoca e eles dividiam com os Stoll para ver a treta que ia dar. O próprio Hermes se juntou a eles, já que pipoca sempre combina com treta. As deusas se encararam prontas para o que estava por vir, mas o Godcel de Hades teve que tocar naquele instante.

— Hades! – Reclamaram Zeus e Poseidon.

— Querido, desligue isso.

— Já v... É a Morgue.

— Morgue?!

— É apelido da Morrigan.

— Você chama a Morrigan de Morgue?! – Reclamou Perséfone enciumada.

— Alô? O que foi, Morgue? Aham... Hm... Eita porra! Obrigado por me avisar. – Desligou.

— O que ela queria?

— Perse, lembra de quando você veio para a superfície pela primeira vez, eu fiquei sozinho e imaginei como seria se nós tivéssemos uma filha, consegui criar essa criatura, só que a fiz mais bela que a Afrodite e quando ela foi para a superfície, ela deu um jeito de queimá-la já que esqueci da imunidade ao fogo e desde então ela passou a torturar e punir as almas?

— Sim e o que tem?

Uma figura pálida vestindo preto aterrissou entre as duas deusas. O que chamava atenção eram sua mascara de ferro, asas negras e garras.

— Pois é, ela acabou de chegar.

— Porra, esqueci a câmera para filmar isso! – Hefesto lamentou pela perda de audiência que teria.

— Hora de pagar.

— Quem é você?

— Já se esqueceu?

A mascarada avançou em Afrodite, arrancando pele e sangue da deusa do amor. Afrodite não teve alternativa senão correr, pois não era uma guerreira, mas a criatura enterrou as garras na barriga da deusa.

— Hades, faça-a parar! – Implorou Perséfone.

— Bem que eu queria.

— Pai, o que está acontecendo?!

— Mesperyian, já chega!

A voz imponente ecoou por todo acampamento. Corvos surgiram e se penduraram onde podiam, mas não houve nenhum som se fazia presente além do gotejar do sangue. Todos tinham caído em absoluto silêncio, até mesmo Mesperyian tinha parado de atacar. Saindo de um amontoado de penas de corvos que voavam ao vento estava uma mulher de grandiosa beleza que fez Afrodite ter uma pontada de inveja, cabelos e olhos negros como a noite mais escura e trevosa, pele pálida como a de um cadáver, a própria Morrigan.

— Eu mesma irei explicar. Esta é Mesperyian, filha partenogênica de Hades. Ela é sua irmã mais velha.

Exclamações foram ouvidas por todo acampamento e Hefesto se perguntava onde estavam os imprestáveis com a câmera porque ele estava perdendo o programa do século.


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Notas finais do capítulo

Melinoe é a deusa dos fantasmas. Os gregos acreditavam que se os mortos não fossem enterrados adequadamente e sem drácmas para pagar Caronte, eles vagariam como fantasmas até conseguirem o direito de atravessar o Aqueronte. Melinoe cuidaria deles.
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Melinoe é metade preta e metade branca, não como a Hel. Há duas versões do mito de Melinoe, sendo em uma ela é filha de Hades e Perséfone e na outra ela é filha de Zeus travestido de Hades com Perséfone, já rainha do mundo inferior. Eu particularmente uso a segunda.
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Não importa a versão utilizada, em ambas ela é formada da dualidade entre luz e trevas ( Hades [trevas] e Perséfone [luz] ou Zeus [luz] e Perséfone [trevas]), diferente de Macária que seria a união das duas (boa morte).
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Por que eu fiz o Ares ser perdido? Bem, ele e Atena são deuses da guerra, certo? Atena é a guerra estratégica e Ares a guerra violenta. Explicando melhor, Atena fica com a parte tática da guerra (mapas, quando e onde vão atacar, planos de acabar com a rota de suprimentos inimiga, etc) e Ares fica com a parte das batalhas (sai decapitando todo mundo, criando rios de sangue, etc), pouco se lixando para estratégia, ele quer acabar com o inimigo. Por isso ele não é tão esperto, é apenas forte e sanguinário e se atrapalhou com as coordenadas.
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Artéria femoral é uma artéria localizada na região do fêmur (na interna da coxa). Essa artéria em específico quando cortada precisa ser estancada e cuidada o quanto antes ou então levará a pessoa à morte pela perda excessiva de sangue.
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Não confundam artéria femoral com veia femoral. As veias quando rompidas fazem o sangue apenas escorrer normalmente. Já as artérias, quando são rompidas, elas borrifam sangue e fica aquele fato maravilhoso. Uma analogia tosca para melhor entendimento: pegue uma mangueira ou aquela duchinha do chuveiro (mas tire a ponta para fazer ficar igual a uma mangueira) e ligue a água. A água saindo normalmente é o sangue das veias (venoso). Depois coloque o dedo dentro da mangueira e veja o que acontece (caca), este seria o sangue encontrado nas artérias (arterial).
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O sangue dos deuses gregos é dourado graças ao ichor.
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Ichor é uma substância encontrada na ambrósia e no néctar dos deuses, dando a eles vida eterna e tornando o sangue deles não só dourado como também venenoso aos mortais.
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Tridevi é o termo usado para se referir às esposas do Trio da Criação. Fazem parte dele Parvati, Lakshimi e Sarasvati.
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Hine-nui-te-po e Ixtab não serão comentadas agora, fica para um futuro não muito distante.
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Arianrhod é uma deusa lunar celta galesa, sendo a deusa da fertilidade, nascimento, iniciação e reencarnação, seu nome significa "Roda de Prata". Ela deu a luz aos gêmeos Dylan e Lleu ainda virgem quando foi testada por seu tio Math para provar sua pureza.
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Banba, Eiriu e Fodla formam a tríplice soberana da Irlanda e deram nome ao País. A Irlanda na verdade se chama Éire, tanto é que este é o nome encontrado na constituição da Irlanda.
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A filha da Cerridwen se chama Creirwy e é conhecida como linda donzela ou bela donzela. Seu nome significa joia.
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Mesperyian é a deusa grega da tortura e da punição. Ela é filha partenogênica de Hades, ou seja, ele criou sem precisar de Perséfone (como foi com Zeus e Atena e Parvati e Ganesha). Mesperyian foi criada a partir de um sonho louco que o deus teve.
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Quando Perséfone saiu do mundo inferior pela primeira vez e deixou o deus sozinho e solitário de novo. Um belo dia ele teve um sonho louco e viu como sera uma filha dele com a esposa. Hades ficou tão depressivo sem notícias da esposa que quando sonhou de novo, ele criou a Mesperyian, que cresceu e se tornou uma mulher adorável. Afrodite ficou sabendo, ficou p da vida e quando a criatura saiu do Hades para a superfície pela primeira vez, Afrodite deixou um pente encapetado, que queimou Mesperyian (já que Hades só não deu imunidade ao fogo a ela). Mesperyian e pediu para Hefesto forjar uma máscara para esconder o rosto chamuscado. A´pos vestir a máscara, ela fez o mesmo que seu papai fez para criá-la e ela mesma criou suas asas negras e garras de metal, pensando apenas em tortura e punição.
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Mesperyian não é muito conhecida e as poucas páginas com seu mito estão em inglês.
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Lamento quebrar o clima, mas isso é tudo por hoje. Veremos o que vai acontecer depois.
Até lá.



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