Após os últimos convidados deixarem o salão de festas do palácio real, Cassius, Landon e Astrid finalmente podem deixar o salão. Os três caminham em direção aos aposentos de Landon e, Astrid não deixa de notar a expressão cansada de seu filho.

Também pudera, Landon conduziu a noite de forma perfeita e, não parando um minuto sequer, agindo como um verdadeiro príncipe herdeiro.

Chegam aos aposentos de Landon e, o príncipe deseja boa noite aos pais, mas, antes que Astrid possa seguir para seus próprios aposentos, Landon a chama e, pede para que ela fique mais um pouco, pois quer ter com ela uma conversa antes de dormir.

Com um sorriso, Astrid acompanha o filho para dentro do quarto e, se senta em uma poltrona, enquanto uma das criadas troca às roupas de festa de Landon por um pijama, para em seguida, se retirar.

O príncipe então se senta na cama e, encara sua mãe. Por conta do bom relacionamento que sempre teve com sua mãe, sabe que pode perguntar o que quer diretamente pra ela e, que ela com certeza vai saber responder o que ele tem.

— Tenho a impressão de que você quer me perguntar alguma coisa, Landon. – a voz de Astrid tira Landon de seus pensamentos.

— Acertou, minha mãe. – fala Landon.

— Pode falar o que quiser, querido. – Astrid sorri para o filho – Estou aqui para te ouvir e para te ajudar.

— Mãe, eu acho que estou doente. – fala Landon, indo direto ao ponto – E deve ser alguma doença rara, nunca vi ninguém com os sintomas que eu estou sentindo.

— Por que diz isso, Landon? – a rainha zardreniana começa a se preocupar – Acaso não está se sentindo bem? O que está sentindo? Quando começou?

— Começou hoje, mãe, quando eu conheci a Lady Catelyn. O meu coração começou a bater de forma descompassada, cada vez mais depressa, eu suava, mais não era febre, senti um calor estranho tomando conta de mim.

Ao ouvir as palavras de seu filho, Astrid suspira aliviada ao mesmo tempo em que um sorriso de alívio toma conta de seus lábios e, obviamente, seu sorriso não passa despercebido pelo príncipe herdeiro zardreniano.

— Por que está rindo mãe? Não compreendo, acabo de dizer que tenho uma doença rara e a senhora começa a rir?

— Landon, você se sentiu assim quando viu a Lady Catelyn, não é mesmo?

— Isso.

— E depois, no baile, você se sentiu da mesma forma, não foi isso?

— Isso, mãe. A senhora sabe o que eu tenho?

— Sei sim, Landon. E você não precisa se preocupar, meu filho, porque você não tem nenhuma doença rara nem nada do tipo.

— Então o que é que eu tenho, mãe? Por que estou me sentindo desta forma tão estranha? Eu não compreendo...

— Landon, você está se apaixonando, meu filho. É por isso que sente seu coração batendo mais rápido quando está ao lado de Lady Catelyn, bem como seu corpo se incendiando, e tudo o mais que você me contou, filho. É o amor que está chegando em seu coração, Landon.

Ao ouvir as palavras de Astrid, Landon não sabe o que dizer. Por um lado, fica aliviado em saber que não está doente, mas por outro... Apaixonado? Está apaixonado por Lady Catelyn? É por isso que não consegue tirá-la de seus pensamentos? Muitas dúvidas começam a aparecer em seu coração e, quer que sua mãe responda todas elas.

Mãe e filho começam a conversar e, o jovem príncipe expõe para ela todas as suas dúvidas, seus medos e inseguranças, e se sente aliviado ao ouvir sua mãe lhe acalmando e dizendo que é normal ele se sentir dessa forma.

E, em seu coração, anseia pelo momento em que verá sua noiva novamente.

***

Na manhã seguinte, após tomar o café da manhã com seus pais, Landon está se preparando para dar um voo com Poseidon, enquanto seu grifo é preparado para que possa montar, espera uma das criadas lhe trazer suas luvas de montaria.

Não demora muito e Margareth aparece ali com as ditas luvas, a moça faz uma reverência e, em seguida, coloca as luvas nas mãos de seu príncipe, que nem ao menos olha direito para a jovem, apenas esperando que seu grifo seja preparado.

A jovem criada fica olhando para o príncipe mais tempo do que o que deveria e, ao notar que ela ainda está ali, Landon faz sinal para que ela se retire. E, ao mesmo tempo em que ela se retira, Marden e Robert se encontram com o amigo, Robert, um pouco mais carrancudo do que o habitual, o que não passa despercebido por Landon.

— Robert, por que está carrancudo? – pergunta o jovem príncipe.

— Ele está assim porque não conseguiu dançar com nenhuma Lady durante o baile de ontem à noite. – comenta Marden.

— E porque você não nos contou que sua noiva era muito bonita, Landon! – continua Robert – Nos fez acreditar que sua prometida era feia e gorda, quando na verdade não era nada disso.

— Quando foi que vocês me ouviram dizer algo assim? – quer saber Landon, sentindo sua face ruborizar a simples menção de sua noiva – Eu não disse isso.

— Mas também não disse o contrário. – fala Robert.

Landon dá de ombros, querendo mudar de assunto, pois, não quer que os dois saibam, por enquanto dos sentimentos que está sentindo com relação a sua noiva. Sabe que virá um momento em que não conseguirá esconder isso deles, mas, por enquanto, prefere que eles não saibam.

Alguns criados chegam ali e, após a devida reverência, anunciam que gos grifos dos três jovens estão prontos para eles montarem e, os três resolvem deixar esta conversa para depois.

Montam os grifos e saem voando pelo reino, apenas aproveitando a bela manhã. Quando estão em uma floresta nos limites do reino, os grifos começam a se agitar e a se comportar de forma estranha e, os três jovens são obrigados a fazerem uma parada na dita floresta, onde deixam os grifos esperando em uma clareira e começam a caminhar entre as árvores, espadas em mãos, caso encontrem algum inimigo em território zardreniano.

Mas, ao invés de encontrarem inimigos, eles veem algo muito estranho, um cadáver que é claramente o de um grifo, mas o animal morto está sem sua pele.