Obsessão - A Batalha do Ministério escrita por Diéssica Nunes Sales


Capítulo 8
Capítulo 8




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Com a chegada da primavera havia algumas semanas, os dias começaram a se alongar um pouco, o gelo a derreter e a natureza a florescer. Menos de um mês antes, a Armada de Dumbledore precisou de ser suspensa por algum tempo. Draco avisara a Hermione que Umbridge estava mais desconfiada que nunca que alunos da Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa estavam se encontrando as escondidas em algum lugar do Castelo e que havia convocado mais alunos da Sonserina para fazerem mais rondas no Castelo. Seriam divididos grupos de dois a três alunos para vários cantos do Castelo, inclusive perto de salas de aula, biblioteca, torre do relógio, torre de astronomia, pátio, estufas. Todos os possíveis lugares de alunos se encontrarem por um determinado período de tempo seriam cobertos pelas rondas. Estas só não seriam feitas nos horários de refeição, aulas a após o toque de recolher.

*****

Havia uma semana que as reuniões da Armada voltaram, mais por necessidade do que porque Umbridge não suspeitava de mais nada. A diretora estava furiosa de não ter encontrado nada que ligasse os alunos a algo maior, incluindo Harry Potter.

Após uma reunião da Armada, Draco foi falar com Harry.

— Potter. – Draco disse, quando a sala estava quase vazia.

— Malfoy. – Harry respondeu.

— Preciso falar com você. – Ele disse quase sussurrando. – Não pode ser agora e precisa ser a sós.

— Ok. – Harry concordou.

— Você pode depois do toque de recolher?

— Posso.

— Pode ser aqui?

— Pode. – Harry concordou. – E Hermione?

— Não nos veremos essa noite. – Draco disse. – Preciso lhe contar algo que papai insinuou antes de ontem, quando veio ao Castelo.

— Ok. – Harry concordou e Draco saiu.

*****

Após o toque de recolher todos foram para as suas respectivas salas comunais. Harry foi para o dormitório, deitou-se em sua cama e esperou que todos os alunos da Grifinória fossem dormir. Assim, pouco mais de meia noite, tirou o Mapa do Maroto de debaixo do travesseiro e observou seu caminho. Não havia para impedi-lo de chegar à Sala Precisa. Não encontrou Malfoy no Mapa; provavelmente ele estaria ainda nas Masmorras ou já estaria na Sala Precisa. Ao chegar em frente à entrada, esperou que a porta aparecesse. Ao entrar, deparou-se com uma Sala vazia. Não havia pensado em nada específico, mas a Sala sabia exatamente o que precisava: estava montada com duas poltronas de couro preto. As poltronas eram para apenas uma pessoa sentar, porém o espaço era largo – podendo caber até duas pessoas magrinhas. Harry se sentou em uma delas, era bastante confortável. As poltronas estavam meio de lado, meio de frente uma para a outra – o braço direito da poltrona que Harry havia sentado quase se encostava ao braço esquerdo da outra poltrona, aonde Draco sentaria –, estavam bem próximos, o que proporcionaria uma conversa em tom baixo de voz. Harry observava o Mapa a espera de Malfoy.

Quase meia hora depois, Harry flagrou Draco se direcionando ao sétimo andar.

— Potter. – Draco disse ao entrar na Sala. – Está aqui há muito tempo? – Ele perguntou se direcionando para a poltrona vazia.

— Quase uns trinta minutos.

— Desculpe fazê-lo esperar tanto, mas só consegui sair há pouco.

Draco já estava sentado, cruzou as pernas e olhou para Harry.

— Então? – Harry perguntou, esperando que Draco falasse o que queria.

— Bem, – Draco limpou a garganta – acho que não preciso lembra-lo que papai era um Comensal da Morte – Ele disse as últimas palavras quase num sussurro, mesmo sabendo que estavam protegidos naquela sala – e bem, você mesmo presenciou no ano passado – Draco falava devagar – a volta de Você-Sabe-Quem.

— Inclusive seu pai estava presente. – Harry disse sem a intenção de ferir Draco, mas com a intenção de deixar claro que seu pai não era um Comensal da Morte, mas que ele é.

— Pois é. – Draco se sentia desconsertado – Eu acredito que Você-Sabe-Quem está planejando um ataque.

— Um ataque? – Harry franziu o cenho.

— Sim. Não sei como, mas papai insinuou algo sobre você e a Ordem da Fênix. – Harry se lembrou da foto da Ordem que Sirius lhe dera meses atrás, foto esta que foi tirada quando seus pais ainda estavam vivos.

— A Ordem foi desfeita. – Harry comentou.

— Não. Alguém informou a Você-Sabe-Quem que eles estão se reunindo novamente.

— Alguém? – Harry novamente franziu o cenho. Era um costume seu sempre que escutava algo que não lhe parecia fazer sentido.

— Isso é outro ponto dessa conversa, Potter. Acredito que tem alguém infiltrado na Ordem da Fênix.

— Alguém de Voldemort? – Harry perguntou mesmo já sabendo a resposta.

— Sim. – Draco confirmou tremendo. Escutar o nome de Voldemort lhe dera arrepios.

— Como isso é possível?

— Não sei. Provavelmente é alguém da confiança da Ordem.

— Snape. – Harry sussurrou.

— Snape? – Draco perguntou. – Dumbledore confia nele com sua própria vida.

— Dumbledore está enganado.

— Dumbledore enganado, Potter?

— Sim. – Harry se sentia tenso.

— Tem certeza que pode ser ele?

— Tenho certeza que é ele. – Harry afirmou para Draco.

— Só mais uma coisa, Potter. – Draco disse. – Sei que existem pessoas que você ama, por isso, fique de olho nelas, principalmente as que não estão em Hogwarts. Não sei se é coisa da minha cabeça, mas em pareceu que Você-Sabe-Quem quer arrumar uma armadilha pra você.

— Seu pai te disse isso?

— Não exatamente. Ele só comentou que dessa vez seria o seu fim e o fim da Ordem. E que você era otário por se importar demais com as pessoas ao seu redor, por amá-las e que isso seria a chave para o seu fim.

— Ele disse isso?

— Sim. Por isso imagino que seja uma armadilha vinda de Você-Sabe-Quem.

Harry engoliu em seco.

— Obrigado, Malfoy.

*****

Harry olhou no Mapa do Maroto e viu o caminho até as Masmorras livre. Esperou que Draco se distanciasse do sétimo andar para sair da Sala Precisa. Direcionou-se à Torre da Grifinória e ficou um tempo na Sala Comunal, perto da lareira. Sentou-se no chão, flexionou as pernas, abraçando-as e descansou sua cabeça sobre seus joelhos. Era impossível negar que sentia medo. Sentia medo por si mesmo e por todos que amava. Lembrou-se de Sirius, sua única família, do Senhor e da Senhora Weasley que cuidavam dele como se ele fosse seu filho, do seu ex-professor Lupin, de Ron, Fred e George, de Hermione. Sentia um nó em sua garganta. O que faria para proteger a todos? Como os avisaria com Umbridge interceptando todas as formas de comunicação com o mundo exterior à Hogwarts? E mesmo que conseguisse avisar, acreditariam nele? Harry cansou de dizer que não confiava em Snape, mas todos diziam que se Dumbledore confiava nele, todos deveriam confiar. Aonde estava Dumbledore? Seria possível contatar o diretor de Hogwarts?

Harry escutou um barulho vindo da escada que levava ao dormitório masculino, virou-se, alarmado, para ver o que era e relaxou ao ver Ron descer. Só então percebeu que seus olhos estavam cheios d’água. Piscou algumas vezes e olhou para a lareira, assim o amigo não o veria daquela forma.

— O que está fazendo aqui? – Ron perguntou ao se aproximar do amigo.

Harry suspirou.

— Você está preocupado. – Ron disse.

— Estou. – Harry encarava a lareira.

— O que houve? Por que não está dormindo?

Harry olhou para o amigo.

— Acabei de me encontrar com Malfoy.

A expressão de Ron se transformou de preocupada para raivosa.

— O que aquele maldito...

— Ele me alertou. – Harry se apressou em dizer antes que Ron começasse a falar alto.

— Alertou? – Ron perguntou se sentiu desarmado.

— Senta aí. – Harry disse para o amigo que estava agachado. Ron se sentou olhando para o amigo, preocupado novamente.

Harry contou a Ron tudo que Draco lhe havia contado.

— Caramba. E agora? – Ron perguntou e engoliu em seco.

— Não sei, Ron, mas não vou deixar ninguém se machucar por causa de mim.

— Harry. – Ron disse com cuidado.

— Quê?

— E se essa for a armadilha?

— Como assim?

— Malfoy te contar um suposto plano. Será que ele não é parte do plano de Você-Sabe-Quem?

— Ron... – Harry disse num suspiro. – Você sabe que não confio cem por cento nele, mas ele tem se provado do nosso lado, mas Hermione confia nele inteiramente. – Ele ficou em silêncio por alguns segundos. – E pra ser sincero, estou tendendo a acreditar que Malfoy está sendo sincero conosco e com ela.

— Mas...

— Ron, não adianta. Não tem como saber o lado que alguém está até na hora H. Não tem como. Não confio cegamente em ninguém aqui além de você e Hermione, mas não dá pra desconfiar de todos.

— Estamos falando do Malfoy.

— Muitas vezes já desconfiei dele, mas não vejo razão para isso agora. Pelo menos, não ainda.

Ron suspirou se dando por vencido.


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Notas finais do capítulo

E aí, galera? O que estão achando??



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