Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 5
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Conhecendo pessoas novas e circunstancias pelo ponto de vista de Bella!!!



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Capítulo 4

Pov Bella

Eu nunca vi uma casa tão silenciosa como hoje. Eu chamei pelo meu pai e ouvi sua voz um pouco distante, então soube que ele estava na cozinha. Ansiosa e com os assuntos perturbantes sobre o dia de hoje na cabeça, eu andei rapidamente, querendo esclarecer com ele de uma vez tudo que estava acontecendo comigo. E no meu interior. Como mulher.

Freei meus passos quando eu os vi sentados na cozinha. O homem tinha entre suas mãos uma xicara, e aquilo me soou tão... George.

— Bella — Ele se virou na minha direção e eu vi lágrimas salpicarem seu rosto — Você chegou.

Eu fiquei parada, meio chocada. Eu nem sabia o que dizer, tive até medo de me mover e ele sair num pranto profundo. Eu condenei a mim mesma por não cedido às investidas de Edward e dormido com ele esta noite. Alguma coisa no meu sexto sentido dizia que quando eu chegasse em casa me depararia com algo deste tipo.

— Eu preciso muito, muito, muito conversar com você — Voltou a dizer e dessa vez enxugou as lágrimas.

Continuei no meu silêncio, provavelmente pensando que isso faria ele se calar e correr para longe de mim. Eu vi meu pai negar levemente, desaprovando meu comportamento, mas eu realmente não queria ficar aqui e escutar o que ele tinha para me dizer. Não com todas essas lágrimas que ele insiste em derramar.

— Converse com ele, doce — Disse Charlie.

Ele se afastou tão rapidamente, e vi Renée acompanhar seus movimentos para longe da cozinha. E então éramos apenas James e eu. E a cozinha iluminada.

— Você pode ser breve? Eu estou exausta.

Pigarrei um pouco quando disse e desviei meus olhos dele, ainda de pé. Ele se levantou para me fitar melhor, provavelmente.

— Eu nem sei por onde começar...

— Comece pelo final, assim você adianta as coisas para nós dois — Despejei as palavras novamente, não imaginando que eu podia ser tão fria assim. Principalmente com ele, James...

Depois dos dias no hospital com Edward eu finalmente percebi o que ele tinha feito. Se casado com Victoria não foi a pior traição que ele poderia ter me feito, no passado, quando ele me deixou sozinha para lidar com as coisas, aquilo foi bem pior. Porque eu realmente achava que o amava. E ele dizia que me amava. Como dizia até esses dias, e então voltou casado de uma viagem que eu nem sabia que ele tinha feito.

— Tudo bem, Bella, eu só preciso de três meses. Eu não posso anular fora deste prazo. É contra as leis.

— James — Disse calmamente — Não existe nenhuma possibilidade de ficarmos juntos outra vez, mesmo se você anulasse seu casamento. Eu estou com Edward. Eu o amo.

E, apesar do que me fez, eu não o queria feri-lo. Eu vi a dor que atravessou os olhos escuros dele, enquanto ele tentava se recuperar do choque do que ouvia. Eu não controlei o sentimento de pena, mesmo achando que ele não fosse digno daquilo.

— Nenhuma? — Ele usou a voz que sobrara para perguntar.

— Nenhuma.

Vi James dar passos hesitantes para mim, ele beijou minha testa demoradamente e eu sabia que estava me molhando com mais lágrimas. Sem pronunciar outra palavra, ele saiu do meu campo de visão. Eu consegui voltar a respirar, amparando-me no balcão da cozinha, sentindo meu coração bater forte.

— Ele se foi? — Ouvi a voz rouca me perguntar, enquanto segurava-me pelo ombro — Ele está desidratado. Recolhi baldes das suas lágrimas.

— Ele esperou por muito tempo?

— Umas duas horas, mais ou menos... Mas o pior foi aguentar sua mãe nesse período.

— Eu imagino — Disse, realmente imaginando as coisas que ela havia dito para ele.

— Ah... Você não imagina, querida — Charlie soltou uma risada morta de significados e eu o encarei.

— Me acompanhe até o quarto e conte, papai.

Ele uniu suas sobrancelhas e depois riu, riu mesmo. Então nós andamos juntos pelo amplo corredor e eu fiquei atenta aos seus relatos.

— Sua mãe abriu a porta quando ele já tinha tocado a campainha umas cinco vezes. Renée teve uma crise histérica e o estapeou. Mais de uma vez — Ele se interrompeu por um minuto, provavelmente lembrando-me da cena — Depois ela o matou com suas palavras rudes pelo o que saiu no jornal esta manhã.

— O que saiu no jornal, pai?

— Uma notificação sobre o casamento de James e Victoria. Algo como: dessa vez ela não foi trocada por uma lebre.

Renée surgiu no meio do corredor, como se fosse uma cena de filme e estendeu o jornal em minha direção, enquanto eu respirava fundo. Querendo matar James. Eu olhei um pouco incrédula para a notícia, resolvi ler.

Que destino... Após receber o divorcio do seu ex-marido, que consequentemente apareceu em público com sua ex-noiva em seguida, Isabella mais uma vez teve seu relacionamento rompido. O noivado com James Hunter acabou provavelmente apenas depois – eu disse DEPOIS – que o playboy milionário apareceu casado *misteriosamente* com Victoria Volturi.

Fontes seguras afirmam que o casal estava apaixonado antes do rapaz retornar do seu intercambio na Alemanha, e agora, que finalmente se casaram, estão mais que felizes. Outras fontes, mais próximas de Victoria, afirma que a ruiva está esperando o primeiro herdeiro dos dois. Ela, que já é a famosa filha de Aro Volturi, herdeira de uma das cadeias de hotéis mais caras espelhados pela América, dará a luz a um bebê bilionário.

Ao menos dessa vez a Miss Swan não foi trocada por uma lebre (risos).

Emily Bass assinou a matéria, como sempre. Eu murmurei algo como “ahm?” e olhei assustada para o jornal. Tentando analisar o quanto de verdade ou mentira estava estampado no mesmo. Mas, não era isso que aparentemente importava para minha mãe, era o nome da sua filha envolvida em mais um “escândalo”. Eu só inclinei minha cabeça para o alto, tentando me acalmar e não pisotear o pedaço de papel fedorento na minha mão.

Espere, espere, espere Bella... Esse povo irá engolir o que diz a seu respeito. Entoei mentalmente.

— Por isso ele mereceu ouvir cada palavra sobre ele ser um fracassado, imbecil, idiota, que nunca será feliz na vida. E logicamente, que você está com Edward agora e nunca o amou. Ele deveria ter ouvido muito mais. Ele vai se arrepender de ter feito isso com a minha filha!

Aquela era a minha mãe tendo um rompante de fúria, eu segurei minha risada, quando Charlie ao meu lado não conseguia fazer o mesmo. Mas ela continuou falando e eu quase não podia reconhece-la. Não era sempre que ela se comportava como uma mãe comum.

Eu precisava calá-la, então eu joguei meus braços em torno dela, que a principio estava bem surpresa com o ato, mas depois correspondeu ao abraço, ficando em silêncio. Eu sorri com isso, um pouco emocionada. Tudo iria ficar bem. Tudo.

— Obrigada, mamãe — Eu disse e ela ficou calada.

Eu continuei meu caminho para o quarto após desejar boa noite para eles. Eu joguei minha bolsa na penteadeira e andei para o banco da janela. Meu lugar preferido no quarto. Eu a abri um pouco e deixei que o vento da noite passasse por mim, enquanto eu olhava para baixo, fitando a altura imensa ali.

Varri tudo do meu pensamento e sorri pensando nele novamente, Edward, céus... E aquela camisola?! Como diabo eu tive coragem de usá-la?

Quando eu saí do banheiro e visualizei as peças no balcão, quase desmaiei. Eu analisei o pedaço de pano que pessoas chamavam de calcinha e imaginei Edward tocando naquela peça e escolhendo para mim. Eu sabia que tinha que ter descartado aquela caixa, odiando Esme por tê-la me dado, mas no fundo eu sempre me imaginei dentro das peças. Foram todas feitas para mim.

Ele queria me testar. Era um fato. E eu não iria sair correndo como a menininha que costumava ser, foi somente por isso que eu usei. E eu o surpreendi. Eu apareci na sua frente, por mais que minha confiança em mim mesma estivesse destruída, mas ao vê-lo gaguejar... Então aí eu soube que tinha vencido seu joguinho sujo de deixar a namorada morta de vergonha.

Eu sabia que com o passar do tempo às coisas só esquentariam entre nós dois. Eu já sentia o desejo gritar quando estávamos juntos e sós. E eu senti seu desejo bem evidente quando nós deitamos juntos. Eu sabia que tinha que ter cuidado nas minhas provocações, não cederia tão fácil para Edward. Não agora. Mas eu não podia evitar a grande parte de mim mesmo que estava tão ansiosa como nunca esteve para recebê-lo.

Falar com meu pai. Oh, ele queria falar com meu pai. Para me arrastar para o altar, novamente, e ter seu caminho livre para mim. E eu estava ansiosa por isso também.

xXx

Eu me arrastei pelo banheiro quando o despertador tocou, tentei me esquecer de todos os sonhos confusos que tive. O choro de James e a barriga de Victoria, uma criança que chorava o tempo inteiro e coisas a mais.

Eu me arrumei e bufei quando vi que chovia lá fora, eu odiava chuva. Então separei botas e busquei por meu cachecol de cashmere no fundo do guarda-roupa.

Liguei a cafeteira e sentei no balcão da cozinha, analisando minha grade da faculdade e verificando qual seria minha primeira aula. O relógio indicava seis e quinze da manhã, Renée e Charlie ainda dormiam. Eu depositei café no meu copo térmico e roubei uma maçã na fruteira.

Deixei minha casa pensando no dia que teria e pensando em como Alice iria me matar por eu não ter ido até hoje contar as coisas para ela.

Encrencada, mais do que encrencada.

Eu parei um táxi e disse meu destino. Analisando a rua ainda vazia e ficando feliz por não pegar trânsito. Tentei não focar na chuva fina que caia, ou no céu que prometia uma tempestade para daqui a pouco. Eu só aproveitei minha curta viagem e a paguei quando o taxista me deixou em frente ao meu prédio. Eu agradeci, analisando ao longo as obras que a construtora de Edward estava desempenhando na fachada da instituição.

Enquanto adentrava, me preparava para receber alguns olhares e sorrisos sarcásticos pela matéria da manhã passada, mas eu não os recebi de inicio. Eu só caminhei focando no meu caminho, passando pelos corredores e procurando minhas salas pelos blocos imensos do local. Ao acha-la e entrar, aí sim os olhares surgiram. Eu ainda não tinha feito nenhum amigo e eu via a professora explicando sobre um seminário que seria dividido em grupos. E essa seria a parte difícil.

— Oi, morena — Eu ouvi uma voz chamar, e um cutucão depois disso.

Eu olhei incomodada com o toque e vi o grupo atrás de mim. Dois homens e uma mulher, eles estavam sentados perto um do outro, como um grupinho na escola. Eu ergui uma sobrancelha para o sorriso do homem maior e aguardei.

— Você está sozinha, certo? — O homem voltou a dizer — Então se você quiser se juntar a nós, está convidada.

Eu tentei esboçar algum tipo de sorriso, mas não saiu muito bem como isso. Eu juntei meus pertences para me sentar em uma cadeira próxima a eles.

— O seu nome é Isabella, não é? — O homem voltou a perguntar.

— É — Disse.

— Eu sou Emmett e estes são Jared e Rosalie.

A loira morango de olhos azuis piscina sorriu para mim e o outro rapaz, que parecia bastante obscuro, deu um meio sorriso de lado. Antipático? Só um pouco.

Eu retornei minha atenção para a professora e depois de um tempo o sinal tocou. Mesmo que a olhasse e visse a boca dela se movendo e não entendendo completamente nada do que ela dizia, ainda assim, eu continuei olhando.

O intervalo das dez soou e vozes satisfeitas surgiram no local.

— Você vem, Isabella? — Rosalie perguntou.

Eu dei uma boa olhada dela, apesar de seus saltos, ela parecia ser baixa. Até mais baixa que Alice – o que era uma coisa difícil de ver por aí.

— Onde vocês vão? — Perguntei.

Eu arrumei minhas coisas, me levantando para encará-los.

— É universal café agora — Emmett me informou. E eu logo vi seus dedos entrelaçarem com os de Rosalie, eles eram um casal.

Um baita casal fofo.

Mas o loiro, Jared, estava sozinho. Eu assenti para eles e o segui para o andar de cima, onde ficava uma cafeteria. O lugar estava lotado de estudantes, calouros e veteranos misturados, convivendo sem as famosas piadas chatas que havia entre nós. Eu lembrei quando Edward disse que ninguém vivia bem por aqui e ri. Ou ele estava mentindo, ou sua faculdade deveria ser mesmo um horror.

Nós sentamos em uma mesa redonda do lado de fora e esperando nossa atendente anotar os pedidos. Optei pelo de sempre, cappuccino com creme duplo e donuts de chocolate.

Dei uma boa olhada no céu, a chuva tinha estiado, mas as nuvens pareciam bem mais pesadas agora.

— Então é você a ex-esposa de Edward Cullen? — Rosalie perguntou depois de algum tempo.

Eu analisei seu sorriso curioso e fiquei sem graça por não responder.

— Sou.

— Você está sempre na mídia. Como você suporta? — Ela voltou a perguntar, com a mesma curiosidade.

— Eu... Acho que já me acostumei. Eles me perseguem o tempo inteiro, então isso acaba se tornando banal — Eu menti e vi Emmett rir exageradamente.

— Eu os odeio — Pela primeira vez o loiro disse algo — Um bando de urubu procurando o almoço.

Eu tentei desviar meus olhos dele, mas sua expressão era tão séria.

— Uma profissão, Jared — Rosalie disse.

— Rose, você acha que tudo é tão digno... Isso me cansa.

— Ouço isso há vinte anos — Ela comentou e deu um sorriso para o homem.

— Vinte anos, hein? — Perguntei para ela e ela riu.

— Meu irmão.

Eu vi a loira socar de leve o ombro do homem carrancudo, que se permitiu sorrir levemente. Então, eu fitei o rapaz. Eles eram sim bem parecidos. Os dois tinham o mesmo tom de cabelo, que agora percebi que eram naturais. E eles também tinham os olhos azuis, iguais.

— Vocês tem os mesmos olhos — Disse, infinitamente encantada pelo azul.

— Nós herdamos dos nossos avós. Eles são russos...

— Você vai contar da nossa vida para uma estranha? — Jared interrompeu a irmã.

Eu fiquei um pouco assustada pelo modo brusco que ele se levantou, derrubando sua cadeira e se distanciando de nós.

— Uau... O que deu nele? — Eu perguntei.

— Ah... É que você mexe... — Emmett simplesmente cutucou Rosalie. Não foi um cutucão sutil, ele praticamente a balançou pelos ombros e gritou ‘cale sua estupida boca’, mas sem todas essas palavras e gestos.

Eu não voltei a questionar, estava mais ocupada em tirar meu telefone da bolsa e atender.

— Oi?

— Bom dia, meu amor — A voz agradável me encheu de conforto.

— Bom dia. Você acordou agora?

— Não... Mas, estou dando essa coisa, como que se diz, tempo?! — Ouvi uma risada — Não fique preocupada Bella, eu estou bem. E você?

— Melhor impossível, Eddie...

Eu percebi os olhares curiosos em mim.

— Sinto sua falta aqui... — Meu coração amoleceu com seu apelo.

— Eu também sinto. Daqui a pouco estaremos juntos, ok?

— Eu posso buscar você...

— Edward... — Suspirei — Não seja teimoso. Fique em casa e descanse. Eu estarei aí as cinco.

Eu desliguei depois que ele bufou e ri.

— Queira desculpar a indiscrição, você estava falando com Edward... Cullen?

Ela parecia muito receosa com minha resposta. Eu sorri um pouco. Não iria esconder de ninguém, não tinha vergonha de dizer que eu estava de volta com este homem que... Bom, é tudo passado agora.

— Sim.

— Vocês estão juntos novamente?

— Estamos, Rosalie... Ainda é um segredo pequeno. Então...

— Seu segredo está seguro, Isabella — Emmett garantiu.

Quando nós voltamos para sala, Jared não estava lá. E por mais bizarro que aquilo fosse, eu me senti melhor assim.


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