Chuva de Lágrimas escrita por Skadi, Ana Gomez


Capítulo 25
Cápitulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oi ♡
Esperamos que gostem de ler esse capítulo, aguardamos os comentários.
Sorry, pela demora. Entrem no grupo da fanfic no facebook e através dele no zap.
Beijos com amor, Ana e Jaci.



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Charlie ainda dormia quando ela o deixou no quarto. A luz fraca da manhã atravessava as janelas e iluminava os corredores. Renée caminhou lentamente até o quarto da filha. Encontrou-a adormecida na cadeira de balanço que compraram no dia anterior. Deu um beijo em sua testa e afagou com ternura a face do pequeno querubim em seus braços. Depois, deixou-os no quarto e foi até a cozinha, os pés descalços tocando o piso gelado, a sensação prazerosa fazendo que um sorriso se abrisse em seus lábios. Phill estava lá, sentado junto a mesa, comendo um sanduíche. Desde que começaram a se comunicar melhor, Renée tinha criado o hábito de fazer algumas das receitas passadas de geração em geração na família, para que os funcionários da filha comessem com eles.
— Bom dia, Phill — disse, abrindo a geladeira a procura de algo para fazer.
— Bom dia, sra. Swan. — Ele cumprimentou, dando uma mordida em sua comida.
— Como você está? — Renée perguntou, escolhendo algumas frutas e colocando-as em cima da bancada de mármore. Depois foi até a cafeteira e colocou um pouco de café em uma caneca.
— Não muito bem e a senhora?
Ela levantou a cabeça, começando a lavar as frutas. Seus olhos examinando Phill; não era médica, mas conseguia ler expressões muito bem. Encontrou indícios de tristeza e preocupação e, principalmente dor. Teria que falar com Isabella sobre isso.
— Estou bem — Renée respondeu, colocando as frutas limpas em uma vasilha de vidro. Os morangos, as uvas e nectarinas, pareciam ainda mais frescos. — Onde está sentindo dor?
— Como? — A surpresa em sua voz foi tomada, repentinamente, por dor. Seu corpo tremeu e ele afastou o prato com o sanduíche. — Eu sinto fisgadas na coluna. A intensidade muda de acordo com a forma que me inclino.
— Arrume a postura, irei fazer uma massagem para que se sinta melhor. — Ela pediu, enquanto se posicionava atrás do motorista.
— Está bem. — Phill fez o que ela pediu.
Renée colocou ambas mãos sobre seus ombros e iniciou a massagem com as pontas dos dedos em movimentos rápidos, fazendo Phill grunhir em resposta.
— Debbie — ela chamou, com urgência. A empregada surgiu rapidamente, assim que ouviu seu nome. Era uma das mais novas funcionárias da casa, bastante prestativa e gentil. — Por gentileza traga a caixinha de remédios em cima da escrivaninha.
— Aqui, sra. Swan. — A caixa era de metal, com o desenho de uma bailarina na lateral.
— Phil, tome esse comprimido e vá descansar um pouco.
— Senhora, preciso trabalhar.
— Não se preocupe, todos nós podemos dirigir — ela disse, o ajudando a se levantar. — O importante agora é que descanse.
— Mas... — Ele hesitou por alguns instantes, meio constrangido.
— Sem mas, Phil! — Renée disse com firmeza. — Debbie, prepare um quarto para que ele descanse.
Ela meneou a cabeça, confirmando. Phill a seguiu pelos corredores.
...

A manhã se desenrolava de forma diferente com os Cullen. Os meninos — Carlisle sendo a exceção — haviam levantado mais cedo. Prepararam um café da manhã mais reforçado já que pretendiam fazer uma trilha na montanha. Jacob chegou na tarde do dia anterior para ajudar com as buscas pelo cachorro do amigo.
Jacob acompanhou Edward até o quarto, para ajudar a escolher as roupas certas, afinal, ele não tinha lembrança de ter escalado antes, encontrava-se na estaca zero. Observava o amigo pentear o cabelo, notando como ele melhorava, como parecia mais como o antigo Edward a cada dia que passava. Já recuperara algumas de suas memórias, sempre vinha até Jacob para confirmar se as coisas que viu, aconteceram mesmo ou se eram apenas fabricações de seu imaginário. Jacob dobrou as mangas da camisa branca, a temperatura dentro da casa estava quente e ele começava a sentir calor de tanto andar de um lado ao outro.
Edward riu ao vê-lo fazer isso. Sabia que enquanto estivesse arrumando as coisas aquilo poderia acontecer, por isso vestiu uma camiseta azul turquesa com caimento perfeito para seu corpo. Ainda estava abaixo do peso ideal que foi recomendado pelo médico, mas no último mês parecia engordar mais rápido do que ganhava massa muscular em seus exercícios diários com Jacob.
— Maninho! — A voz animada de Alice atraiu o olhar de ambos. — Está tão diferente, está cada vez melhor.
Ela sorria, a cabeça inclinada para a direita. O cabelo preso em uma trança simples, prática. Edward abriu os braços em um convite e ela revirou os olhos antes de aceitar o abraço.
— Obrigado — ele respondeu. — É tudo graças ao Jacob, não fosse ele me arrastar, provavelmente ainda estaria como um esqueleto.
Alice virou o rosto, rindo da expressão surpresa de Jacob.
— Você pode não lembrar, mas quem costumava arrastar nós dois — Jacob gesticulou para ele mesmo e depois Alice —, para a academia era você.
— Fala sério! — Edward arqueou a sobrancelha. Deixou que a irmã se afastasse e afagou o topo de sua cabeça, bagunçando o cabelo castanho.
— Edward!! — Ela reclamou, tentando fazê-lo parar sem sucesso. — Vou fazer cosquinha em você.
— Podemos atrair passarinhos agora, Jacob — ele comentou, mantendo o olhar brincalhão em Alice. — Já está tudo pronto!
Edward saiu rapidamente do quarto, puxando o amigo pelo braço. Quando estavam no primeiro degrau da escada, ouviram o grito enraivecido de Alice seguido de palavrões. O som das gargalhadas encheram a casa.

Algumas horas depois...

— Ei, Jacob — Edward gritou ofegante. Ele firmou o pé sobre um tronco caído coberto de musgo, apoiando o peso do corpo sobre o joelho. — Me espere.
— Se eu fizer isso, você vai acabar se acostumando — Jacob respondeu, sorrindo ao acelerar os passos.
— Ah, velho!! — Murmurou contrariado. — Está zoando com minha cara?
— Edward, você precisa de mais condicionamento físico. — Jacob parou e argumentou. Pegou a garrafa de água na lateral da mochila e tomou um gole, depois de guardá-la, voltou a olhar para o amigo. — O seu “eu” antigo já teria me ultrapassado.
— O meu “eu” antigo parece um homem bastante bom em tudo. — Edward imitou os gestos do outro, fazendo aspas com os dedos, imitando aspas. — Já o atual, não consegue.
— Sim, você sempre foi excelente em tudo que fazia. Era e continua sendo muito esforçado, só precisa acreditar em si mesmo. Agora chega de conversa.
Ambos continuaram a subir, fazendo pequenos grunhidos ao andar; as mãos, usando os pinheiros de picos nevados, como apoio para dar impulso ficando molhadas com o orvalho dos musgos. Quando se viravam durante a caminhada, ofegantes, tinham uma visão espetacular de estruturas rochosas com o sol se pondo.
— Vocês bem que podiam calar a boca e me ajudar, não acham? — Alice arfou, tirando a mochila dos ombros. O cabelo continha pequenas folhas e gotas de orvalho espalhadas.
Edward e Jacob gargalharam.
Que dia maravilhoso!
...
Carlisle andava tranquilamente, junto à esposa, pela rua. O propósito da saída era comprar um presente, como forma de agradecimento, para a doutora que o filho tanto apreciava. As luzes dos postes refletiam no vestido preto de paetê de Esme, as pernas cobertas por meia calças ficavam ainda mais belas, o salto meia pata — preto também — e as luvas de couro até os pulsos delicados eram o toque final de elegância. O cabelo, preso em uma trança lateral lhe oferecia um charme jovial. Já Carlisle trajava uma blusa de gola alta branca com um sobretudo branco por cima. A bota preta de cano baixo dando um ar de sofisticação.
— Você está radiante, não é a toa que é uma esplêndida estilista — Ele disse, depositando um beijo tenro em sua testa.
— Obrigada, meu amor. — Esme sorriu, fechando os olhos. Então, em tom brincalhão, adicionou: — Com um marido desses ao meu lado, seria um risco sair desarrumada, não é mesmo?
— Se fosse somente você que pensasse dessa forma, seria um alívio. — Ele retribui seu sorriso a puxando para o abraço. — Eu preciso estar a sua altura todos os dias. Tenho a esposa que todos os homens gostariam de cortejar. Ainda bem que quando você aceitou sair comigo, não perdi tempo.
— Meu coração quase parou quando você apareceu na porta de casa todo encharcado pela chuva. — Eles sorriram ao lembrar, os lábios de Esme tocaram os seus por alguns instantes em um beijo cheio de lembranças. — Corri ao seu encontro me perguntando o motivo de estar se arriscando a pegar uma gripe. Você se ajoelhou e me pediu em namoro.
— Você aceita namorar comigo, Esme? — Carlisle sussurrou em seu ouvido, passando a mão com delicadeza pelo rosto que amava ver toda manhã. Seus olhos brilharam, cheios de amor.
— Sim — ela afirmou, também sussurrando, com um estonteante sorriso.
Esme entrelaçou as mãos grandes dele nas suas, reconfortada pelo calor que conseguia sentir mesmo através das luvas. Carlisle fez sinal para um táxi e, como o bom cavalheiro que era, deixou que ela entrasse primeiro. Se direcionaram à uma joalheria no setor nobre da cidade, recomendada pelo gerente do hotel como uma das melhores. O bairro era bem iluminado, com postes em estilo vintage, que fez Esme se lembrar de uma viagem à Los Angeles; as casas de estruturas antigas e clássicas continham toques contemporâneos e eram cheias de minúcias.
— Amor, gostaria de achar uma gargantilha em ouro branco para ela — Esme comentou, ao mesmo tempo em que fornecia o endereço para o motorista. — Edward disse que ela é bem branquinha e que o cabelo é escuro. Ouro branco vai combinar.
— É uma boa ideia, não me deixe esquecer de comprar uma caixa de trufas. Sei como mulheres amam chocolate.
— Está bem, não permitirei tal esquecimento.
Ao pararem em frente à uma das construções mais bem iluminadas da rua, perceberam o quão grande era a joalheria. Moveram-se para fora do táxi depois de pagar, Carlisle apoiando Esme quando ela desceu, e então adentraram na loja. Os olhos dela concentraram-se nas pedras brancas em prata, com formato de gota, em um dos expositores. Era deslumbrantes e finas. Ela fez sinal para que uma das atendentes se aproximasse e pediu para que pegasse a joia.
— Carlisle, querido — ela chamou, com a voz doce e calma.
— Sim — ele respondeu prontamente.
— O que acha dessa gargantilha? — Esme indagou no momento em que a moça mostrou o item escolhido.
— Oh! — Carlisle sorriu. O bom gosto da amada jamais errava em suas escolhas. — É muito bela. Com certeza, a doutora vai amar.
— Excelente! — Esme acenou com a cabeça, batendo as mãos uma na outra, com animação. — Levaremos essa. Embrulhe, por gentileza.
— Sim, sra. Cullen.
— Obrigada.
Assim que finalizaram a compra para a doutora, os dois se direcionaram até um restaurante nas proximidades. A arquitetura contemporânea, com direito a ambientes intimistas proporcionados pela iluminação, era charmosa e bonita. No interior, no entanto, via-se o oposto. As paredes possuíam aplicação de veludo azul turquesa; ao redor das mesas, cadeiras em estilo retrô. O piso de mármore negro e a cobertura metálica móvel atribuía um ar refinado a todo o ambiente.
— Senhor e senhora Cullen, poderiam me acompanhar até a mesma reservada? — O maitre, um rapaz jovem que deveria ter a mesma idade que Edward, disse.
— Claro — Carlisle sorriu e passou o braço pelos ombros de Esme.
...
O barulho do celular soou alto demais no quarto silencioso. Ela olhou para o aparelho, um pouco irritada. Colocou o livro de lado e se levantou. Na tela iluminada, as palavras que apareceram a deixaram surpresa.


Oi, aqui é o Edward Cullen. Daqui alguns dias estarei voltando para Washington. Gostaria de saber se aceitaria jantar na minha casa.


Isabella sorriu, balançando a cabeça e começou a digitar a resposta.


Isabella: Oi, Edward. Aceito sim. Que dia seria?
Edward: Quarta-feira você está livre?
Isabella: Sim, que horas?
Edward: Às 20:00. Te mando a localização pelo gps. Estamos em um hotel, então o número do quarto é o 121.
Isabella: Está bem, vou estar lá nesse horário. Muito obrigada.
Edward: De nada, eu que agradeço.


Ela levantou o olhar, pondo o celular de volta na mesa. Encontrou Renée toda encharcada enquanto tentava dar um banho em Jake. Apreciou a visão, cruzando os braços sobre o peito.
— Jake, seu bagunceiro! — Murmurou entre risadas baixas.
O cachorro continuou a latir e correr entre as pernas dela, parecendo se divertir.


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