Como Matar Alguém escrita por kirasren


Capítulo 9
Heartless


Notas iniciais do capítulo

EU NÃO MORRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Será verdade, Brasil? Será? Talvez -q Victoria atualizou Como Matar Alguém!
Meu Deus! Quanto tempo! Espera... quanto tempo? Quase dois meses!
Ok, ok. Mas eu tenho uma explicação. Senta que lá vem a história.
Sim, eu já tinha esse capítulo há um mês. Eu tinha programado para postá-lo, ou pelo menos eu acho que programei. No final, eu acho que não. Porque, bem, vocês viram, não tinha capítulo nenhum. Eu devo ter esquecido. Eu não postei até agora por causa de vergonha mesmo, porque eu não tinha outro. Mas agora eu tenho esse, e mais um! *que eu prometo que vou programar certinho*
Eu ainda não respondi os comentários do capítulo passado! Eu tenho andado MUITO ocupada, mas vou respondê-los agora! ♥
Eu tava com saudades dessa história ♥
Bem, espero que goste do capítulo!



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Sabrina se contorceu até que eu a jogasse em seu sofá. Seu gato – Ela tinha um gato? – estava lá, então se assustou, deu um miado histérico e saiu correndo para o quarto no final do corredor. A loira, ainda no sofá, olhou seu braço e viu a coloração um pouco vermelha em seu pulso, e me encarou com desgosto.

— Você é louco!  — Ela gritou e soltou um gemido de nojo. Levantou-se do sofá e foi rapidamente até perto de mim e mostrou seu pulso avermelhado. — Está vendo isso?! Isso é o que acontece com as pessoas que chegam perto de você! Será que você não tem consciência disso?

— Você sabe que eu t-

— Eu sei da sua porra de sociopatia, Tony! E eu não me importo! Porque isso não te impede de ter consciência de que você machuca as pessoas, você causa dor para elas!

Revirei os olhos.

— Sim, eu s-

— E você não se importa?! — Ele me interrompeu de novo.

Olhei em seus olhos castanhos por um momento. Ela não poderia ser tão tola para achar que eu diria que me importava, certo? Seus olhos eram cheios de frustração e eu quase podia ver sua alma quebrada através deles. Forcei um sorriso de lado e olhei para meus pés.

Ela abaixou o braço dolorido, me forçando a vê-lo.

— Você sabe que não.

Ela soltou um suspiro e deu alguns passos para trás. Quando possível, se jogou no sofá novamente e respirou fundo, massageando sua testa com os dedos. Ela fechou os olhos por um momento e passou a mesma mão pelos cabelos loiros, enquanto expirava o ar que tinha pegado lentamente. Permitiu-se olhar para mim e apoiou sua cabeça em sua mão.

— Como você pode ser tão sem coração? — Sussurrou.

— Não é como se eu tivesse tido escolha.

— Não tente bancar o bonzinho — Ela mandou, com uma voz firme. Ainda encarava meus olhos, e parecia até que não piscava. —, eu sei que, se você tivesse escolha, você escolheria isso.

— Você também não é flor que se cheire, Sabrina.

— Não me compare á você. Eu preferia morrer a ser igual a você.

— Tanto faz.

Revirei os olhos e senti um os olhos da loira me fuzilando do outro lado da sala. Ela mantinha a mão massageando a parte vermelha do braço, que ela mantinha encolhido e seu colo. Ela inspirou fundo um monte de oxigênio, para logo depois virar seu rosto para a janela, abri-la um pouco mais e expirar todo o ar obtido. Passou sua mão pela testa.

— Então — Começou a falar. —, esse vermelho no meu braço – que você também deveria esperar, assim como eu, que não fique roxo – foi á toa ou você vai abrir a matraca logo?

E, finalmente, me lembrei do por que eu estava ali. Rachel Peres. Bufei mentalmente ao lembrar o drama que tive que passar por causa dessas duas. “Duas”, porque sei que Sabrina também ama um drama. E, se não fosse por ela, eu nem teria que estar lá a perturbando.

Sinceramente, Rachel, falei em minha mente. Você não deveria dar tanto trabalho.

Virei-me para a garota – porque Sabrina não era nenhuma mulher – que sentava no sofá do lado oposto da sala de estar e falei:

— Preciso do seu celular.

Ela me encarou por um tempo até grunhir. Sim, grunhir. Ela se encolheu e agarrou os cabelos amarelos. Grunhiu de novo, depois relaxou e suspirou. Sem tirar o rosto dos joelhos, perguntou:

— Meu celular?

— Isso.

— MEU CELULAR, TONY?

— Sim, acho que você já entendeu. Seu celular, sim. Pare de ficar repetindo, sei que não é retardada, você entendeu que sim, é seu celular.

Ela levantou a cabeça e a apoiou em seus joelhos. Encarou-me por mais uns momentos até que começou a sussurrar:

— Você veio até aqui, fez uma marca no meu pulso, quase me fez esmagar meu gato pelo meu celular?

Forcei um sorriso.

— Isso mesmo.

— O que você quer com ele?

— Bem — Eu andei até o sofá, ao lado de Sabrina, sentei-me lá e apoiei meus braços em meus joelhos. —, desde que Rachel bloqueou meu contato quando você enviou a mensagem que era supostamente para ajudar, eu só quero consertar as coisas.

Ela virou o rosto, fazendo com que ficássemos bem perto. Provavelmente, se estivéssemos em um ângulo diferente, nossos narizes estariam tocando. Ela me analisou e sua testa se enrugou, enquanto ela arqueava as sobrancelhas. Ela balançou a cabeça, em sinal de negatividade – e um pouco de confusão.

— ... Consertar? — Ela perguntou silenciosamente. — Você não vai consertar nada, Tony. Você já fodeu com tudo. Desde a primeira garota. Eu não sei quem era, ou o que aconteceu com ela, mas eu sei o que você é capaz de ter feito.

— Eu-

— Tony. — Ela disse, com uma voz de lamento que nunca pensei que ela seria capaz de fazer. — E-eu não quero que você conserte as coisas... Eu quero que você pare de quebrá-las.

Olhei para ela por um momento. Lambi meus lábios e olhei para os da menina. Será que isso iria funcionar? Porque, pois bem, eu ainda precisava do celular. Eu ainda iria falar com Rachel. Mas eu não iria convencer a loira tão fácil assim, e o tempo ainda roda.

Eu já fiz isso antes.

Então o fiz novamente. Coloquei minha mão sobre a nuca quente da garota e a puxei para mais perto, e depositei um beijo em seus lábios. Por um momento, ela ficou paralisada. Não retribuiu, mas não me empurrou também. Aprofundei o beijo para ela poder sentir meu hálito.

Estava indo tudo bem, até que pareceu que sua consciência voltou.

Ela me empurrou forte, para o outro lado do sofá e passou a mão pela sua boca, como se estivesse a limpando. Ela olhou pra mim com desgosto novamente. O mesmo olhar – se não pior que – quando eu a machuquei no pulso. Ela suspirou em frustração.

— ... Quando as aulas começaram — Revirei os olhos mentalmente. Era hora da história. —, esse ano mesmo, um grupo de garotas estava andando com as novatas. Elas estavam falando de todo mundo quem elas perguntassem. Eu passei pelo corredor e ouvi uma das notavas, “E aquela loira ali? Ela faz aula comigo”. “Não fale com ela, ela é meio retardada! Dizem que levou um pé na bunda de Tony Martin – depois mostro quem é –, e depois disso enlouqueceu”.

Oh, que ótimo. Como elas souberam de tudo nos mínimos detalhes? Porque, sendo honesto, Sabrina já foi bem mais sana do que agora. 

— Você entende isso, Tony? É isso que as pessoas pensam de mim. Por sua culpa!

— O que eu deveria falar?

— Que sente muito, talvez?

— Você me disse para não quebrar mais as coisas. Acho que levou um bom tempo para você reconsertar seu coração, não acho que vale a pena desperdiçar todo esse trabalho com uma pequena mentira dessas.

Ela foi até a porta de seu apartamento, pegou a chave em cima da mesa e destrancou a porta. Deixou-a aberta, virou-se para mim e mandou:

— Saia.

— Até sairia. — Para ser honesto, aquele lugar cheirava a areia de gato. — Mas ainda preciso do seu celular.

— Oh, meu celular? É isso que você quer?

Ela pegou sua bolsa, que também estava em cima da mesa, a abriu e ficou procurando lá dentro por um tempo. Quando achou o aparelho, mostrou para mim de longe. Jogou-o no chão, e por aí já conseguimos ouvir a tela rachando. Foi até o lado da porta, onde tinha um sapato com um salto bem alto e fino. Calçou-o no pé esquerdo e começou a chutá-lo e pisoteá-lo, até que ele estava totalmente quebrado.

— Feliz? Agora saia daqui, eu não quero mais olhar na sua cara.

Comecei a andar, mas parei ao seu lado, bem no meio da porta.

— Não minta, querida, eu sei o quanto adora olhar na minha cara.

E, então, saí.

Virei para o lado, enquanto ouvia a porta atrás fechar com força. Mordi meu lábio para segurar um sorriso arrogante. Não consegui resistir, e dei uma pequena risada. Mas de repente ela parou, quando eu notei que eu não havia o que fazer. Rachel tinha me bloqueado e, como não tinha conseguido falar com Sabrina, continuaria a me ignorar pessoalmente. Suspirei fundo, e comecei a pensar no que fazer.

Deus, por que Sabrina tinha que ser tão complicada ás vezes?

A única pessoa que faltava falar, e que era envolvida – Bem, ou pelos menos acha que é – nessa história, era Daniel Taye. Onde será que tinha se metido? Ele estava com aquela jogadora de Handball com quem tinha traído Rachel? Ou ainda estava se afogando nas próprias lágrimas estúpidas?

Ouvi a porta ranger atrás de mim. Virei-me para ver o que acontecia, e encontrei o rosto de Sabrina numa porta semiaberta, ainda com a tranca fechada. Ela segurava o gato nos braços e olhou para mim, com os cabelos loiros caindo sobre seu ombro.

— Ainda está aí? Puta merda, vá embora! — Ela disse, antes de fechar a porta novamente.

 Dei os ombros e comecei a andar. Saí do prédio e entrei em meu carro. Liguei-o e comecei a estrada para minha casa. Iria encontrar Daniel no dia seguinte, no colégio.

O que me restava era esperar pelo dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentários serão sempre bem-vindos e respondidos!
xoxo



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